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  • Saudade de Lisboa

    Saudade de Lisboa «€50.00»

    Eça de Queiroz & Miguel Torga – Saudade de Lisboa – (Selecção de Textos e Prefácio de David Mourão-Ferreira & Desenhos de Bernardo Marques) – Estúdios Cor – Lisboa – 1967. Desc.[226] pág / 26 cm x 19 cm / E. Ilust (Exemplar Nº191)

     

    Bernardo Loureiro Marques (Silves (Portugal), 21 de novembro de 1898 — Lisboa, 28 de setembro de 1962) foi um pintor, ilustrador e artista gráfico português.

    Figura destacada da 2ª geração de pintores modernistas portugueses, Bernardo Marques participou no movimento renovador das artes em Portugal nas primeiras décadas do século XX. Foi autor de uma obra vasta e multifacetada, centrada sobretudo no desenho, artes gráficas e decoração. Bernardo Marques nasce em Silves, no Algarve, a 21 de novembro de 1898. Frequenta o liceu de Faro e, em 1918, começa os estudos na Faculdade de Letras de Lisboa (onde conhece Ofélia Marques, sua futura mulher) que abandona em 1921. Não frequenta o ensino artístico e, tal como outros pintores da sua geração, como Mário Eloy ou Carlos Botelho, será um artista essencialmente autodidata. Devido a uma alergia aos materiais da pintura a óleo, o trabalho de Bernardo Marques desenvolver-se-á no desenho. Em 1920 expõe coletivamente pela primeira vez, participando na III Exposição dos Humoristas Portugueses, ao lado de artistas como Almada Negreiros, Emmerico Nunes ou Cristiano Cruz. Em 1929 faz uma estadia na Alemanha e, no ano seguinte, participa no I Salão dos Independentes, SNBA. Em 1921 inicia atividade gráfica, que irá ocupá-lo de modo regular ao longo da vida, trabalhando em publicidade (anúncios, cartazes), colaborando em jornais, livros e revistas. Do seu intenso trabalho como ilustrador e artista gráfico podem destacar-se as colaborações em jornais como o Diário de Notícias (onde publica a crónica Os domingos de Lisboa, 1925-1929) ou em revistas como Civilização, Imagem, Kino, Presença, ABC, ABC a rir, Revista Portuguesa, Europa, Contemporânea, O Sempre Fixe, Notícias Ilustrado, Atlântico, Variante, Renovação (1925-1926) etc. Colabora no ETP – Estúdio Técnico de Publicidade de José Rocha. Em 1935 ilustra a obra Cantos de Lisboa. Faz ilustrações, capas e grafismo de obras literárias para editoras como Guimarães, Inquérito, Estúdios Cor, Livros do Brasil, Ática (cuja direção técnica e artística assume a partir de 1947), etc. Dirige graficamente as revistas Panorama (1941-49), Litoral (1944-1945) e Colóquio (a partir de 1959). A partir de 1948 Bernardo Marques terá oportunidade para se concentrar mais no desenho como atividade autónoma. Em 1931 trabalha na decoração do pavilhão de Portugal na Exposição Internacional e Colonial de Vincennes, Paris (com Fred Kradolfer, Carlos Botelho e José Rocha). A partir de 1937 integra, juntamente com Carlos Botelho, Fred Kradolfer, José Rocha, Tom, Emmerico Nunes e Paulo Ferreira, a equipa de decoradores do S.P.N. encarregues da realização dos pavilhões de Portugal nas seguintes exposições: Exposição Internacional de Artes e Técnicas, Paris, 1937; Feira Mundial de Nova Iorque, Nova Iorque, 1939; Exposição Internacional de São Francisco, Califórnia, 1939. Em 1940 integra a equipa de decoradores da Exposição do Mundo Português, Lisboa. Colabora como cenógrafo e figurinista em produções do Grupo de Bailados Portugueses Verde-Gaio (Ribatejo, 1940; O Homem do Cravo na Boca, 1941). A 4 de março de 1941, foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada. Na década de 1950 participa em várias mostras coletivas, nomeadamente na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, 1957, onde lhe são atribuídos os prémios de desenho e de aguarela. Morre em Lisboa 28 de setembro de 1962. O seu trabalho é apresentado postumamente em várias exposições individuais, nomeadamente na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1966, 1982, 1989, 1999)

     


  • Monumentos – Revista De Edifícios e Monumentos

  • As Estações da Vida

    As Estações da Vida «€40.00»

    Agustina Bessa-Luís – As Estações da Vida (Fotografia de Jorge Correia Santos ) – Quetzal Editores – Lisboa – 2002. Desc.[154] pág / 30 cm x 25 cm / E.Tele e Capa Original


  • Quinze Anos de Obras Publicas – 1932 A 1947-1947

    Quinze Anos de Obras Publicas – 1932 A 1947 «€250.00»

    Quinze Anos de Obras Publicas – 1932 A 1947 – (Livro de Ouro I Vol.) – Comissão Executiva da Exposição de Obras Públicas – Eduardo Rodrigues de Carvalho – a Exposição de Oras Públicas / José Belard da Fonseca – A Engenharia e as Obras Publicas / Cottinelli Telmo – A Arquitectura e as Obras Públicas / Diogo Macedo – A Pintura e as Esculturas nas Obras Públicas / Aureliano Felismino – O que se Orçamentou e o que se Gastou / Raul da Costa Couvreur – Conselho Superior de Obras Públicas / Eduardo de Arantes e Oliveira – Laboratório de Engenharia Civil / Alvaro Salvasão Barreto – Lisboa nos Últimos Anos / Henrique Gomes da Silva – Edifícios e Monumentos Nacionais / Manuel Sá e Melo – Serviços Urbanos / João Paulo Nazaré de Oliveira – Urbanização da Costa do Sol / Raul da Costa Couveur – levantamento Topográficos Urbanos / Alexandre Alberto de Sousa Pinto & D. José Lancastre e Távora – Construções Para o Ensino Técnico e Secundário / Francisco Gentil & Fernando Jácome de Castro – Novos Edifícios Universitários (Hospitais Escolares) (Instituto Português de Oncologia) /  Maximino Correia – Cidade Universitária de Coimbra / Júlio José Netto Marques – Estádio Nacional / Bissaia Barreto – Leprosaria Nacional Rovisco Pais / António pedrosa Pires de Lima – Construções Hospitalares / Carlos Pereira da Cruz – Novas Instalações Para o Exercito / Joaquim de Sousa Uva – Base Naval de Lisboa / Duarte Abecassis – Serviços Hidráulicos / António Trigo de Morais – Hidráulica Agrícola (Marcos de Uma Jornada e Algumas Notas Técnicas) / Salvador Nogueira – Porto de Lisboa / Henrique Shreck – Portos de Douro e Leixões / Abel Mário de Noronha oliveira e Andrade – Grande Aproveitamento Hidroelétricos / Manuel Rafael Amado da Costa Aproveitamentos Hidráulicos da Madeira / João Carlos Alves – Águas de Lisboa / Luís D’Albuquerque dos Santos – Correios, telégrafos e Telefones / Rogério Vasco de Ramalho – Caminho de Ferro / José António Miranda Coutinho – Serviços de Viação / Alfredo Sousa Sintra – Aeródromos Civis / Luís da Costa de Sousa Macedo – Estradas e Pontes / Carlos Augusto de Arroches Lobo – Combate ao Desemprego / Augusto de Castro, Cottinelli Telmo – Exposição do Mundo Português – Comissão Executiva da Exposição de Obras Públicas – Lisboa – 1947. Desc.[185] + [3219 pág / 32,5 cm + 25,5 cm / E. Original

     

    Duarte José Pacheco (Loulé, São Clemente, Rua Nova, 19 de abril de 1900— Setúbal, 16 de novembro de 1943) foi um engenheiro e estadista português. Último de quatro filhos e sete filhas de José de Azevedo Pacheco (Loulé, São Clemente, 18 de Janeiro de 1864 – 1914), Comissário da Polícia de Loulé, e de sua mulher Maria do Carmo Pontes Bota (Loulé, São Clemente – 1905), doméstica, e sobrinho paterno de Marçal de Azevedo Pacheco. Ingressou aos 17 anos no Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, onde se forma em 1923 em Engenharia Eletrotécnica. Um ano depois é contratado como assistente e em 1925 já era professor catedrático, ensinando a cadeira de Matemáticas Gerais. Em 1926 torna-se diretor interino do IST e, em 10 de agosto de 1927, o Conselho Escolar determinava por unanimidade a sua nomeação como Diretor efetivo. Em 1928, com apenas 29 anos, ocupa pela primeira vez um cargo político, ao ser nomeado para Ministro da Instrução Pública, exercendo estas funções apenas durante uns curtos meses. A 18 de abril toma posse e a 10 de novembro demite-se. Era o primeiro governo de José Vicente de Freitas, estando Óscar Carmona na presidência da república. Nesse tempo teve uma missão que se veio a revelar de uma importância decisiva para o século XX português: vai a Coimbra convencer Salazar a regressar à pasta das Finanças. Salazar encontrava-se desiludido com a experiência anterior dos amargos cinco dias que participou do Governo de Mendes Cabeçadas e pela desgraça política financeira do General João Sinel de Cordes, com quem tinha tentado colaborar. É Duarte Pacheco que negoceia as condições extraordinárias que Salazar pretende para voltar a ocupar o cargo. A missão foi bem sucedida, tanto que Salazar toma posse a 28 de abril desse mesmo ano. É sob a orientação de Duarte Pacheco, que se dá início à construção dos edifícios do Instituto Superior Técnico em Lisboa, construindo-se aquele que viria a ser o primeiro campus universitário português. Existe uma história curiosa quanto à origem dos vidros do edifício do Instituto. Diz-se que foram enviados por diversas indústrias vidreiras como amostras solicitadas pelo próprio Ministro, a fim de determinar o de melhor qualidade, sendo utilizadas nas janelas do edifício sem se terem informado as indústrias solicitadas e sem ter havido nenhum tipo de remuneração dos vidros usados. Mas é com 33 anos que Duarte Pacheco encontra o seu próprio destino. Em 1932 volta a ser convidado por Salazar, que admirava o seu carácter, para participar no seu Governo, na pasta de Ministro das Obras Públicas e Comunicações. A 5 de julho assume pela primeira vez a pasta das Obras Públicas e Comunicações no Governo de Salazar, até 18 de janeiro de 1936, altura em que abandona as funções. Entretanto, a 1 de julho de 1933, é agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo. Em 1936, com uma reforma da corporação política, Duarte Pacheco é afastado do Governo, regressando ao Instituto Superior Técnico, mas ferido politicamente e profetiza que “hão de vir em peregrinação pedir-me desculpas e suplicar-me que regresse“. Profecia que sai certa. Porque no dia 1 de janeiro de 1938 Duarte Pacheco é nomeado presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e meses depois, a 25 de maio, em acumulação, novamente ministro do Governo, passando a ocupar a pasta das Obras Públicas e Comunicações, pasta que desta vez só abandonará com a morte ao serviço da Nação Portuguesa. A 18 de dezembro de 1940 é agraciado com a Grã-Cruz da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.Na manhã de 15 de novembro de 1943, Duarte Pacheco foi a Vila Viçosa, inteirar-se dos trabalhos em curso para a construção da estátua de D. João IV, mas queria chegar a tempo ao Conselho de Ministros, marcado para a tarde. Ao regressar a Lisboa, na Estrada Nacional n.º 4, no lugar da Cova do Lagarto, entre Montemor-o-Novo e Vendas Novas, o veículo oficial seguia a alta velocidade e despistou-se, embatendo com o lado direito num sobreiro. Um acompanhante teve morte imediata. Os outros sofreram ferimentos relativamente ligeiros. Os de Duarte Pacheco foram graves. O ministro foi transportado para o Hospital da Misericórdia em Setúbal. Mal foi informado, Salazar seguiu para lá, fazendo-se acompanhar de um grupo de médicos reputados. De nada puderam valer e, na madrugada de 16, era confirmado o óbito de Duarte Pacheco, devido a uma hemorragia interna. Em 1933, o engenheiro Duarte Pacheco inicia uma profunda modernização dos serviços dos Correios e Telecomunicações por todo o país. Neste mesmo ano, nomeia uma Comissão Técnica para estudar e elaborar um plano que pudesse levar à construção de uma ponte sobre o rio Tejo, ligando Lisboa, pela zona do Beato a Montijo. Chega mesmo, no ano de 1934, a propor a construção de uma ponte rodo-ferroviária, em Conselho de Ministros. É autor de projetos dos “novos Bairros Sociais” de Alvalade, Encarnação, Madredeus e Caselas, em Lisboa. Projetou a atual Avenida de Roma, em Lisboa, da forma como ainda hoje permanece, do ponto de vista imobiliário. Ao longo da sua carreira, quer como professor ou estadista, Duarte Pacheco promoveu, e revolucionou, o sistema rodoviário de Portugal, para além das inúmeras construções de obras públicas que mandou executar, tais como a marginal Lisboa-Cascais, o Estádio Nacional, e a Fonte Luminosa, em Lisboa. Foi sua, também, a criação do Parque de Monsanto, e contribuiu para a construção do aeroporto da cidade de Lisboa. Foi também, o grande responsável pela Organização da Exposição do Mundo Português, realizada em 1940 em Lisboa, acontecimento singular do século XX que influenciou em muitos aspetos o ritmo cultural das décadas que se seguiram. O seu nome consta na lista de colaboradores da Revista Municipal da Câmara Municipal de Lisboa (1939-1973).

     

     


  • Escultura Africana do Museu Etnográfico de Ultramar

    Escultura Africana do Museu Etnográfico de Ultramar «€120.00»

    Jorge Dias – Escultura Africana do Museu Etnográfico de Ultramar – Junta de Investigação de Ultramar – Lisboa – 1968. Desc.[210] pág+ [1] Mapa / 29 cm x 23 cm / E.Tela Original «Autografado»


  • Guias de Portugal

  • Calçada Portuguesa / Portuguese Stone Pavement of Portugal

    Calçada Portuguesa / Portuguese Stone Pavement of Portugal «50.00»

    Ernesto Matos – Calçada Portuguesa / Portuguese Stone Pavement of Portugal – Edição Sessenta e Nove Manuscritos – Lisboa – 2011. Desc.[423] pág / 24 cm x 24 cm / E. Ilus. Capa Original

     

     

    A calçada portuguesa ou mosaico português (ou ainda pedra portuguesa no Brasil) é o nome consagrado de um determinado tipo de revestimento de piso utilizado especialmente na pavimentação de passeios, de espaços públicos, e espaços privados, de uma forma geral. Este tipo de passeio é muito utilizado em países lusófonos. A calçada portuguesa resulta do calcetamento com pedras de formato irregular, geralmente em calcário branco e negro, que podem ser usadas para formar padrões decorativos ou mosaicos pelo contraste entre as pedras de distintas cores. As cores mais tradicionais são o preto e o branco, embora sejam populares também o castanho e o vermelho, azul cinza e amarelo. Em certas regiões brasileiras, porém, é possível encontrar pedras em azul e verde. Em Portugal, os trabalhadores especializados na colocação deste tipo de calçada são denominados mestres calceteiros. O facto de a rocha mais comum para estabelecer o contraste seja de cor negra, faz com que se confunda a rocha mais utilizada, o calcário negro, com basalto. De facto, existe calcário de várias cores. O basalto apenas é utilizado nas ilhas, onde é abundante, sendo aí os desenhos executados em calcário branco. Quando é basalto, distingue-se pelo maior mate e pela sua maior irregularidade no corte, pois este é muito mais rijo. Simplesmente não é possível executar com o martelo, os detalhes técnicos dos motivos https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/09/Coimbra_jpg.jpgelaborados presentes na calçada lisboeta. A calçada à portuguesa, tal como o nome indica, é originária de Portugal, tendo surgido tal como a conhecemos em meados do século XIX. Esta é amplamente utilizada no calcetamento das áreas pedonais, em parques, praças, pátios, etc. No Brasil, este foi um dos mais populares materiais utilizados pelo paisagismo do século XIX, devido à sua flexibilidade de montagem e de composição plástica. A sua aplicação pode ser apreciada em projetos como o do Largo de São Sebastião, construído em Manaus no ano de 1901, cujo motivo do tipo mar largo inspirou também o famoso calçadão da Praia de Copacabana (uma obra de do prefeito Paulo de Frontin, expandida por Roberto Burle Marx) ou nos espaços da antiga Avenida Central, ambos no Rio de Janeiro. Apesar dos pavimentos calcetados terem surgido no reino por volta de 1500, a calçada à portuguesa, tal como a entendemos hoje, foi iniciada em meados do séc. XIX. Apesar dos pavimentos calcetados terem surgido no reino por volta de 1500, a calçada à portuguesa, tal como a entendemos hoje, foi iniciada em meados do séc. XIX. A chamada “calçada à portuguesa“, em calcário branco e negro, caracteriza-se pela forma irregular de aplicação das pedras. Todavia, o tipo de aplicação mais utilizado hoje, desde meados do séc. XX, designado por “calçada portuguesa“, é aplicado com cubos, e tem um enquadramento diagonal. “Calçada à portuguesa”, e “calçada portuguesa” são coisas distintas. A calçada começou em Portugal de forma direrente da que hoje é, mais desordenada. São as cartas régias de 20 de Agosto de 1498 e de 8 de Maio de 1500, assinadas pelo rei D. Manuel I de Portugal, que marcam o início do calcetamento das ruas de Lisboa, mais notavelmente o da Rua Nova dos Mercadores (antes Rua Nova dos Ferros). Nessa época, foi determinado que o material a utilizar deveria ser o granito da região do Porto, que, pelo transporte implicado, tornou a obra muito dispendiosa.[3] O objetivo seria que a Ganga, um rinoceronte branco, ricamente ornamentada, não sujasse de lama com o calcar das suas pesadas patas, o numeroso e longo cortejo, com figurantes aparatosamente engalanados com as novas riquezas e adornos vindas do oriente, que saía à rua em pleno inverno, a quando do seu aniversário a 21 de Janeiro. A comitiva ficava manifestamente suja, daí a decisão de calcetar as ruas do percurso como forma de dar resposta ao problema. Sendo a única vez no ano em que o rei se mostrava à população vem daí a expressão: “Quando o rei faz anos…” O terramoto de 1755, a consequente destruição e reconstrução da cidade lisboeta, em moldes racionais mas de custos contidos, tornou a calçada algo improvável à época. Contudo, já no século seguinte, foi feita em Lisboa no ano de 1842, uma calçada calcária, muito mais próxima da que hoje mais conhecemos e continua a ser utilizada. O trabalho foi realizado por presidiários (chamados “grilhetas” na época), a mando do Governador de armas do Castelo de São Jorge, o tenente-general Eusébio Pinheiro Furtado. O desenho utilizado nesse pavimento foi de um traçado simples (tipo zig-zag) mas, para a época, a obra foi de certa forma insólita, tendo motivado cronistas portugueses a escrever sobre o assunto. Em O Arco de Sant’Ana, romance de Almeida Garrett, também essa calçada na encosta do mesmo castelo seria referida, tal como em Cristalizações, poema de Cesário Verde. Após este primeiro acontecimento, foram concedidas verbas a Eusébio Furtado para que os seus homens pavimentassem toda a área da Praça do Rossio, uma das zonas mais conhecidas e mais centrais de Lisboa, numa extensão de 8 712 . A calçada portuguesa rapidamente se espalhou por todo o país e pelas colónias, subjacente a um ideal de moda e de bom gosto, tendo-se apurado o sentido artístico, que foi aliado a um conceito de funcionalidade, originando autênticas obras-primas nas zonas pedonais. Daqui, bastou somente mais um passo, para que esta arte ultrapassasse fronteiras, sendo solicitados mestres calceteiros portugueses para executar e ensinar estes trabalhos no estrangeiro. Em 1986, foi criada uma escola para calceteiros (a Escola de Calceteiros da Câmara Municipal de Lisboa), situada na Quinta do Conde dos Arcos. Da autoria de Sérgio Stichini, em Dezembro de 2006, foi inaugurado também um Monumento ao Calceteiro, sito na Rua da Vitória (baixa Pombalina), entre as Rua da Prata e Rua dos Douradores. Actualmente, encontra-se na Praça dos Restauradores, onde foi colocado depois de ter sido vandalizado e recuperado. chamada “calçada à portuguesa“, em calcário branco e negro, caracteriza-se pela forma irregular de aplicação das pedras. Todavia, o tipo de aplicação mais utilizado hoje, desde meados do séc. XX, designado por “calçada portuguesa“, é aplicado com cubos, e tem um enquadramento diagonal. “Calçada à portuguesa”, e “calçada portuguesa” são coisas distintas. A calçada começou em Portugal de forma direrente da que hoje é, mais desordenada. São as cartas régias de 20 de Agosto de 1498 e de 8 de Maio de 1500, assinadas pelo rei D. Manuel I de Portugal, que marcam o início do calcetamento das ruas de Lisboa, mais notavelmente o da Rua Nova dos Mercadores (antes Rua Nova dos Ferros). Nessa época, foi determinado que o material a utilizar deveria ser o granito da região do Porto, que, pelo transporte implicado, tornou a obra muito dispendiosa. O objetivo seria que a Ganga, um rinoceronte branco, ricamente ornamentada, não sujasse de lama com o calcar das suas pesadas patas, o numeroso e longo cortejo, com figurantes aparatosamente engalanados com as novas riquezas e adornos vindas do oriente, que saía à rua em pleno inverno, aquando do seu aniversário a 21 de Janeiro. A comitiva ficava manifestamente suja, daí a decisão de calcetar as ruas do percurso como forma de dar resposta ao problema. Sendo a única vez no ano em que o rei se mostrava à população vem daí a expressão: “Quando o rei faz anos…” O terramoto de 1755, a consequente destruição e reconstrução da cidade lisboeta, em moldes racionais mas de custos contidos, tornou a calçada algo improvável à época. Contudo, já no século seguinte, foi feita em Lisboa no ano de 1842, uma calçada calcária, muito mais próxima da que hoje mais conhecemos e continua a ser utilizada. O trabalho foi realizado por presidiários (chamados “grilhetas” na época), a mando do Governador de armas do Castelo de São Jorge, o tenente-general Eusébio Pinheiro Furtado. O desenho utilizado nesse pavimento foi de um traçado simples (tipo zig-zag) mas, para a época, a obra foi de certa forma insólita, tendo motivado cronistas portugueses a escrever sobre o assunto. Em O Arco de Sant’Ana, romance de Almeida Garrett, também essa calçada na encosta do mesmo castelo seria referida, tal como em Cristalizações, poema de Cesário Verde. Após este primeiro acontecimento, foram concedidas verbas a Eusébio Furtado para que os seus homens pavimentassem toda a área da Praça do Rossio, uma das zonas mais conhecidas e mais centrais de Lisboa, numa extensão de 8 712 . A calçada portuguesa rapidamente se espalhou por todo o país e pelas colónias, subjacente a um ideal de moda e de bom gosto, tendo-se apurado o sentido artístico, que foi aliado a um conceito de funcionalidade, originando autênticas obras-primas nas zonas pedonais. Daqui, bastou somente mais um passo, para que esta arte ultrapassasse fronteiras, sendo solicitados mestres calceteiros portugueses para executar e ensinar estes trabalhos no estrangeiro. Em 1986, foi criada uma escola para calceteiros (a Escola de Calceteiros da Câmara Municipal de Lisboa), situada na Quinta do Conde dos Arcos. Da autoria de Sérgio Stichini, em Dezembro de 2006, foi inaugurado também um Monumento ao Calceteiro, sito na Rua da Vitória (baixa Pombalina), entre as Rua da Prata e Rua dos Douradores. Actualmente, encontra-se na Praça dos Restauradores, onde foi colocado depois de ter sido vandalizado e recuperado.

     

     

     

     


  • Retalhos da Vida de um Médico

    Retalhos da Vida de um Médico «€120.00»

    Fernando Namora – Retalhos da Vida de um Médico (ilustrações de Júlio Resende & Prefácio de Álvaro Salema) – Edição Comemorativa de XXV Aniversário da Publicação – Artis Editora – 1976 – Lisboa – Desc.[447] + [20 + 11 Estampas] / 22 cm x 30cm/ E. Muito Ilustrado

     

     

     

    Fernando Gonçalves Namora (Condeixa-a-Nova, Condeixa-a-Nova, 15 de Abril de 1919 – Lisboa, 31 de Janeiro de 1989) foi um médico e escritor português, autor duma extensa obra, das mais divulgadas e traduzidas nos anos 70 e 80.Existe uma escola secundária com o seu nome em Condeixa-a-Nova. Licenciado em Medicina (1942) pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, pertenceu à geração de 40, grupo literário que reuniu personalidades marcantes como Carlos de Oliveira, Mário Dionísio, Joaquim Namorado ou João José Cochofel, moldando-o, certamente, como homem, à semelhança do exercício da profissão médica, primeiro na sua terra natal depois nas regiões da Beira Baixa e Alentejo, em locais como Tinalhas, Monsanto e Pavia, até que, em 1951, acabaria por se instalar em Lisboa – onde, curiosamente, muito jovem estudara no Liceu Camões -, como médico assistente do Instituto Português de Oncologia. O seu volume de estreia foi Relevos (1937), livro de poesia, porventura sob a influência de Afonso Duarte e do grupo da Presença. Mas já publicara em conjunto com Carlos de Oliveira e Artur Varela, um pequeno livro de contos Cabeças de Barro. Em (1938) surge o seu primeiro romance As Sete Partidas do Mundo que viria a ser galardoado com o Prémio Almeida Garrett no mesmo ano em que recebe o Prémio Mestre António Augusto Gonçalves, de artes plásticas – na categoria de pintura. Ainda estudante e com outros companheiros de geração funda a revista Altitude e envolve-se activamente no projecto do Novo Cancioneiro (1941), colecção poética de 10 volumes que se inicia com o seu livro-poema Terra, assinalando o advento do neo-realismo, tendo esta iniciativa colectiva, nascida nas tertúlias de Coimbra, de João José Cochofel, demarcado esse ponto de viragem na literatura portuguesa. Na mesma linha estética, embora em ficção, é lançada a colecção dos Novos Prosadores (1943), pela Coimbra Editora, reunindo os romances Fogo na Noite Escura, do biografado, Casa na Duna, de Carlos de Oliveira, Onde Tudo Foi Morrendo, de Vergílio Ferreira, Nevoeiro, de Mário Braga ou O Dia Cinzento, de Mário Dionísio, entre outros. Com uma obra literária que se desenvolve ao longo de cinco décadas é de salientar a sua precoce vocação artística, de feição naturalista e poética, tal como a importância do período de formação em Coimbra, mais as suas tertúlias e movimentos estudantis. Ao dar-se o amadurecimento estético do neo-realismo e coincidente com as vivências dos anos 50, enveredaria por novos caminhos, através de uma interpretação pessoal da narrativa, que o levaria a situar-se entre a ficção e a análise social. Os muitos textos que escreveu, nos diferentes momentos ou fases da vida literária, apresentam retratos com aspectos de picaresco, observações naturalistas e algum existencialismo. Independentemente do enquadramento, Namora foi um escritor dotado de uma profunda capacidade de análise psicológica, inseparável de uma grande sensibilidade e linguagem poética. Escreveu, para além de obras de poesia e romances, contos, memórias e impressões de viagem, com destaque para os cadernos de um escritor, que proporcionam um diálogo vivo com o leitor, a abertura a outras culturas, terras e gentes, a visão de um mundo em transformação, de uma realidade emergente, expressa em Estamos no Vento (Fevereiro de 1974). Entre os muitos títulos que publica em prosa contam-se Fogo na Noite Escura (1943), Casa da Malta (1945), As Minas de S. Francisco (1946), (capítulo inédito publicado no nº 16 da revista Mundo Literário existente entre 1946 e 1948), Retalhos da Vida de um Médico (1949 e 1963), A Noite e a Madrugada (1950), O Trigo e o Joio (1954), O Homem Disfarçado (1957), Cidade Solitária (1959), Domingo à Tarde (1961, Prémio José Lins do Rego), Os Clandestinos (1972), Resposta a Matilde (1980) e O Rio Triste (1982, Prémio Fernando Chinaglia, Prémio Fialho de Almeida e Prémio D. Dinis). Ou, as biografias romanceadas de Deuses e Demónios da Medicina (1952). Além dos títulos já referidos, publicou em poesia Mar de Sargaços (1940), Marketing (1969) e Nome para uma Casa (1984) . Toda a sua produção poética seminal foi reunida numa antologia(1959) denominada As Frias Madrugadas. Escreveu ainda sobre o mundo e a sociedade em geral, na forma de narrativas romanceadas ou de anotações de viagem e reflexões críticas, sendo disso exemplo Diálogo em Setembro (1966), Um Sino na Montanha (1968), Os Adoradores do Sol (1971), Estamos no Vento (1974), A Nave de Pedra (1975), Cavalgada Cinzenta (1977), URSS, Mal Amada, Bem Amada e Sentados na Relva, ambos de (1986). Porém, foram romances como os Retalhos da Vida de um Médico, O Trigo e o Joio, Domingo à Tarde, O Homem Disfarçado ou O Rio Triste, que vieram a ser traduzidos em diversas línguas, tendo inclusive, em 1981, sido proposto para o Prémio Nobel da Literatura, pela Academia das Ciências de Lisboa e pelo PEN Clube. Se quisermos contextualizar, sistematizar a sua obra em fases distintas de criação literária, podemos identificar: (1) o ciclo de juventude, principalmente enquanto estudante em Coimbra, coincidente com o livro-poema Terra e o romance Fogo na Noite Escura; (2) o ciclo rural, entre 1943 e 1950, representado pelas novelas Casa da Malta (escrita em 8 dias) e Minas de San Francisco, ou pelos romances A Noite e a Madrugada, O Trigo e o Joio sem esquecer os Retalhos da Vida de um Médico, cuja edição espanhola (1ª tradução) apresenta o prefácio de (Gregório Marañón); (3) o ciclo urbano, coincidente com a sua vinda para Lisboa, marcado pela solidão e vivências do quotidiano, e que se terá reflectido no romance O Homem Disfarçado, em Cidade Solitária ou no Domingo à Tarde; (4) o ciclo cosmopolita, ou seja, dos cadernos de um escritor, balizado no final dos anos 60 e década de 70, explicado pelas muitas viagens que fez, nomeadamente à Escandinávia, e pela sua participação nos encontros de Genebra; (5) o ciclo final, entre a ficção contemporânea, onde se insere o romance O Rio Triste ou Resposta a Matilde, intitulado pelo próprio divertimento, e as reflexões íntimas de Jornal sem Data (1988). Sendo talvez uma das suas obras mais conhecidas, Retalhos da Vida de um Médico, foi a primeira a ser adaptada ao cinema, por intermédio do realizador Jorge Brum do Canto (em 1962, filme seleccionado para o Festival de Berlim), seguindo-se a série televisiva, da responsabilidade de Artur Ramos e Jaime Silva (1979-1980). O Trigo e o Joio foi adaptado para o cinema em 1965, por Manuel Guimarães, com Manuel da Fonseca. Do mesmo realizador, para televisão e em 1969, tem-se Fernando Namora. Domingo à Tarde (seleccionado para o Festival de Veneza), foi realizado por António de Macedo em 1965 e contou com actores como Isabel de Castro, Ruy de Carvalho e Isabel Ruth. Em 1975, surge Fernando Namora – Vida e Obra, realizado por Sérgio Ferreira. Também em 1975 Namora colaborou na publicação periódica Jornal do Caso República(1975) A Noite e a Madrugada, de 1985, deve a sua realização a Artur Ramos. Resposta a Matilde, de 1986, foi adaptado a televisão por Dinis Machado e Artur Ramos’, com a participação de Raúl Solnado e Rogério Paulo. Em 1990, regista-se O Rapaz do Tambor, curta metragem de Vítor Silva. Foi sepultado no Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.


    Resultado de imagem para júlio resendeJúlio Martins Resende da Silva Dias (Porto, 23 de Outubro de 1917 — Valbom, Gondomar, Portugal, 21 de Setembro de 2011) foi um pintor português. Nasceu no número 14 da Rua Actor João das Regras (antiga Travessa de Sá de Noronha), no Porto, juntamente com o seu irmão, o maestro Resende Dias. Diplomou-se em Pintura em 1945 pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto, onde foi discípulo de Dórdio Gomes. Fez a sua primeira aparição pública em 1944 na I Exposição dos Independentes. Em 1948 partiu para Paris recebendo formação de Duco de la Haix e de Otto Friez. O trabalho produzido em terras gaulesas é exposto em Portugal em 1949 e as propostas actualizadas que Resende demonstra são acusadas pelos artistas portugueses, definindo a sua vocação de expressionista. Assimilou algum cubismo, vai construir na sua fase alentejana, e mais tarde no Porto, uma pintura caracterizada pela plasticidade e dinâmica, de malhas triangulares ou quadrangulares, aproximando-se de forma progressiva da não figuração. Do geometrismo ao não figurativismo, do gestualismo ao neofigurativo, a sua arte desenvolve-se numa encruzilhada de pesquisas, cuja dominante será sempre expressionista e lírica. Pintor de transição entre o figurativo e o abstracto, Resende distingue-se também como professor, trazendo à escola do Porto um novo espírito aos alunos que a frequentaram na década de 1960. A obra pictórica de Júlio Resende revela que ele compreendeu a pintura europeia, porque a observou, experimentou e soube transmitir aos pintores e aos alunos que ele formou na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Morreu no dia 21 de Setembro de 2011 aos 93 anos

     

     


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    A Mulher e a Sensibilidade Portuguesa – Antologia Organizada por Ivone Maria Gabriel Pinheiro da Silva – Capa e Ilustração de Gracinda Candeias -Edição do Comissariado Provincial da Mocidade Portuguesa Feminina – Luanda – 1970. Desc.[IX] + [815] pág /