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    Textos e Canções (€15.00)

     

    José Afonso (Zeca Afonso)  – Textos e Canções (Organização e Notas J.H.Santos Barros) – Assírio & Alvim – Lisboa – 1983.Desc.(345)Pág.Br.Ilust.

     

     

     

    José Afonso (Zeca Afonso)

    José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Aveiro, 2 de agosto de 1929 — Setúbal, 23 de fevereiro de 1987), foi um cantor e compositor português. É também conhecido pelo diminutivo familiar de Zeca Afonso, apesar de nunca ter utilizado este nome artístico. É o autor de Grândola, Vila Morena que foi utilizada pelo Movimento das Forças Armadas para confirmar que a Revolução do 25 de Abril estava em marcha. José Afonso, que também ficou conhecido como Zeca Afonso, nasceu no dia 2 de Agosto de 1929, na freguesia da Glória no concelho de Aveiro. De uma família burguesa, era filho do juiz José Nepomuceno Afonso dos Santos, e da sua mulher, Maria das Dores Dantas Cerqueira, professora da instrução primária; ele beirão, natural do Fundão, ela minhota, de Ponte de Lima. Viveu em Aveiro até aos três anos, numa casa do Largo das Cinco Bicas, com a tia Gé e o tio Chico, bem como com seu irmão João Cerqueira Afonso dos Santos (1927), futuro advogado, pai de dois dos seus sobrinhos (João Namora Afonso dos Santos, médico, e Mário Namora Afonso dos Santos, arquitecto). Precisamente, aos três anos de vida foi levado para Angola, onde o pai havia sido colocado como delegado do Procurador da República, em 1930, e onde nasceria, em Silva Porto, a sua irmã Maria Cerqueira Afonso dos Santos, mãe de seus sobrinhos, também músicos: João Afonso Lima e António Afonso Lima. A relação física com a natureza causou-lhe uma profunda ligação ao continente africano, que se reflectirá pela sua vida fora. As trovoadas, as florestas e os grandes rios atravessados em jangadas escondiam-lhe a realidade colonial. Em 1937 regressa a Aveiro, mas parte no mesmo ano para Moçambique, onde se reencontra com os pais e os irmãos em Lourenço Marques. No ano seguinte, volta para Portugal, indo viver em Belmonte, com o tio Filomeno, que ocupava o cargo de presidente da Câmara. Completa a instrução primária nesta localidade, vivendo em pesado ambiente salazarista, em casa do tio, sendo forçado a envergar o traje da Mocidade Portuguesa. Em 1939 os seus pais foram viver para Timor, onde seriam cativos dos ocupantes japoneses durante três anos, entre 1942 e 1945. Durante esse período, Zeca Afonso não teve notícias dos pais. Frequentou o Liceu Nacional D. João III e a Faculdade de Letras de Coimbra, e integrou o Orfeon Académico de Coimbra e a Tuna Académica da Universidade de Coimbra; já nesta altura, se revelou um intérprete especialmente dotado na canção de Coimbra, tendo assimilado o ambiente de mudança que, naquela altura, se estava a começar a manifestar naquela localidade. Em 1948 completa o Curso Geral dos Liceus, após dois chumbos. Conhece Maria Amália de Oliveira, uma costureira de origem humilde, com quem vem a casar em segredo, dada a oposição da família. Continua na vida associativa, fazendo viagens com o Orfeão Académico de Coimbra e com a Tuna Académica da Universidade de Coimbra, ao mesmo tempo que integra a equipa de futebol da Académica. Em 1949 inscreve-se no curso de Ciências Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Volta a Angola e Moçambique, integrado numa comitiva do Orfeon Académico de Coimbra. Em Janeiro de 1953 nasce-lhe o primeiro filho, José Manuel. Para sustentar a sua família, Zeca Afonso dá explicações e faz revisão de textos no Diário de Coimbra. Pela mesma altura grava o seu primeiro disco, Fados de Coimbra. Tem grandes dificuldades económicas, como refere em carta enviada aos pais em Moçambique. Ainda antes de terminar o curso, é-lhe permitido leccionar no Ensino Técnico. Cumpriu, de 1953 a 1955, em Mafra e Coimbra, o Serviço Militar Obrigatório; pouco depois, começa a lecionar, passando, sucessivamente, por Mangualde, Alcobaça, Aljustrel, Lagos, e Faro.[3] Iniciou as suas funções como professor em Lagos no dia 29 de Outubro de 1957, na Escola Comercial e Industrial Vitorino Damásio. Em 1956 é colocado em Aljustrel e divorcia-se de Maria Amália. Em 1958 envia os filhos para Moçambique, que ficam ao cuidado dos avós. Entre 1958 e 1959 é professor de Francês e de História, na Escola Comercial e Industrial de Alcobaça. Apesar das exigências da sua profissão, não esqueceu as suas ligações a Coimbra, onde gravou o seu primeiro disco, em 1958.Foi influenciado pelas correntes de mudança que se faziam sentir naquela localidade, e pelo convívio com figuras como António Portugal, Flávio Rodrigues da Silva, Manuel Alegre, Louzâ Henriques, e Adriano Correia de Oliveira, que marcou especialmente a sua obra Coimbra. Participa, frequentemente em festas populares e canta em colectividades, lançando, em 1960, o seu quarto disco, Balada do Outono. Em 1962 segue atentamente a crise académica de Lisboa, convive, em Faro, com Luiza Neto Jorge, António Barahona, António Ramos Rosa e Vítor Silva. Começa a namorar com Zélia, natural da Fuzeta, com quem virá a casar. Segue-se uma nova digressão em Angola, com a Tuna Académica da Universidade de Coimbra, no mesmo ano em que vê editado o álbum Coimbra Orfeon of Portugal. Nesse disco José Afonso rompe com o acompanhamento das guitarras de Coimbra, fazendo-se acompanhar, nas canções Minha Mãe e Balada Aleixo, pelas violas de José Niza e Durval Moreirinhas (1937–2017). Segue-se um período de 6 anos, 1962 a 1968 em que Zeca inicia o seu período musicalmente mais rico, criando as primeiras músicas de intervenção. É nesse período que conhece o seu amigo e guitarrista Rui Pato, um jovem estudante de Medicina, com quem grava 49 temas e percorre todo o país em dezenas de espectáculos em colectividades operárias, associações de estudantes, cineclubes, por toda a parte onde era chamado para utilizar a sua canção como arma contra a ditadura salazarista. Durante esse período, sempre delegou o acompanhamento e os arranjos das suas músicas a Rui Pato. Em 1963 termina a licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas, com uma tese sobre Jean-Paul Sartre, intitulada Implicações substancialistas na filosofia sartriana. No mesmo ano são editados os primeiros temas de carácter vincadamente político, Os Vampiros e Menino do Bairro Negro— o primeiro contra a opressão do capitalismo, o segundo, inspirado na miséria do Bairro do Barredo, no Porto — integravam o disco Baladas de Coimbra, que viria a ser proibido pela Censura.Os Vampiros, juntamente com Trova do Vento que Passa (um poema de Manuel Alegre, musicado por António Portugal e cantado por Adriano Correia de Oliveira) viriam a tornar-se símbolos de resistência antiSalazarista da época. Realiza digressões pela Suíça, Alemanha e Suécia, integrado num grupo de fados e guitarras, na companhia de Adriano Correia de Oliveira, José Niza, Jorge Godinho, Durval Moreirinhas e ainda da fadista lisboeta Esmeralda Amoedo. Em Maio de 1964 José Afonso actua na Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, onde se inspira para fazer a canção Grândola, Vila Morena. A música viria a ser a senha do Movimento das Forças Armadas no golpe de 25 de Abril de 1974, permanecendo como uma das músicas mais significativas do período revolucionário. Ainda naquele ano são lançados os álbuns Cantares de José Afonso e Baladas e Canções. Ainda em 1964, José Afonso estabelece-se em Lourenço Marques, com Zélia, reencontrando os filhos do anterior casamento. Entre 1965 e 1967 é professor no Liceu Pêro de Anaia, na cidade da Beira, e em Lourenço Marques. Colabora com um grupo de teatro local, musicando uma peça de Bertolt Brecht, A Excepção e a Regra. Manifesta-se contra o colonialismo, o que lhe causa problemas com a PIDE, a polícia política do Estado Novo. Em Moçambique nasce a sua filha Joana, em 1965.  Residiu, entre 1964 e 1967, em Moçambique, acompanhado pelos dois filhos e pela sua companheira, Zélia, tendo ensinado na Beira, e em Lourenço Marques. Nesta altura, começa a sua carreira política, em defesa dos ideais de independência, o que lhe valeu a atenção dos agentes do governo colonial.  Quando regressa a Portugal, em 1967, é colocado como professor em Setúbal; no entanto, fica a leccionar pouco tempo, pois acaba por ser expulso do ensino oficial, depois de um período de doença. Para sobreviver, começa a dar explicações. A partir desse ano, torna-se definitivamente um símbolo da resistência democrática. Mantém contactos com a Liga de Unidade e Acção Revolucionária e o Partido Comunista Português, ainda que se mantenha independente de partidos, é preso pela PIDE. Continua a cantar e participa no I Encontro da Chanson Portugaise de Combat, em Paris, em 1969. Grava também Cantares do Andarilho, recebendo o prémio da Casa da Imprensa pelo Melhor Disco do Ano, e o prémio da Melhor Interpretação. Para que o seu nome não seja censurado, Zeca Afonso passa a ser tratado nos jornais pelo anagrama Esoj Osnofa. Em 1971 edita Cantigas do Maio, no qual surge Grândola, Vila Morena, que acaba por interpretar pela primeira vez num concerto celebrado a 10 de Maio de 1972 na residência universitária Burgo das Nações, hoje Auditório da Galiza, em Santiago de Compostela. Zeca participa em vários festivais, sendo também publicado um livro sobre ele e lança o LP Eu vou ser como a toupeira. Em 1973 canta no III Congresso da Oposição Democrática e grava o álbum Venham mais Cinco. Ao mesmo tempo, começa a dedicar-se ao canto, e apoia várias instituições populares, enquanto que continua a sua carreira política na Liga de Unidade e Acção Revolucionária. Entre Abril e Maio de 1973 esteve detido no Forte–prisão de Caxias pela PIDE/DGS. Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, acentua a sua defesa da liberdade, tendo realizado várias sessões de apoio a diversos movimentos, em Portugal e no estrangeiro; retoma, igualmente, a sua função de professor. Continuou a cantar, gravando o LP Coro dos Tribunais, ao mesmo tempo que se envolve em numerosas sessões do Canto Livre Perseguido, bem como nas campanhas de alfabetização do MFA. A sua intervenção política não para, tornando-se um admirador do período do PREC. Em 1976 declara o seu apoio à campanha presidencial de Otelo Saraiva de Carvalho. Nesse ano, foi ainda candidato autárquico, em Setúbal, pelos Grupos Dinamizadores de Unidade Popular (GDUP’s), junto com Acácio Barreiros, tendo sido eleito membro da Assembleia Municipal de Setúbal por um mandato de 4 anos. Os seus últimos espectáculos terão lugar nos coliseus de Lisboa e do Porto, em 1983, numa fase avançada da sua doença (esclerose lateral amiotrófica). No final desse mesmo ano é-lhe atribuída a Ordem da Liberdade por Ramalho Eanes, mas o cantor recusa a distinção. Em 1985, é editado o seu último álbum de originais, Galinhas do Mato, no qual, devido ao estado da doença, Zeca não consegue interpretar todas as músicas previstas. O álbum acaba por ser completado por José Mário Branco, Sérgio Godinho, Júlio Pereira, Né Ladeiras, Helena Vieira, Fausto e Luís Represas, entre outros. Em 1986 apoia a candidatura de Maria de Lourdes Pintasilgo a Presidente da República. José Afonso viveu os seus últimos anos de vida em Vila Nogueira de Azeitão, perto de Setúbal, com a sua companheira Zélia. Faleceu em 23 de fevereiro de 1987, no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, às três horas da madrugada, vítima de esclerose lateral amiotrófica. Os seus restos mortais descansam no cemitério setubalense de Nossa Senhora da Piedade. O seu funeral, em Setúbal, foi um evento massivo, onde saíram à rua perto de vinte mil pessoas para prestar tributo póstumo a essa grande figura da música portuguesa. Oriundo do fado de Coimbra, foi uma figura central do movimento de renovação da música portuguesa que se desenvolveu na década de 1960 do século XX e se prolongou na década de 70, sendo dele originárias as famosas canções de intervenção, de conteúdo de esquerda, contra o Regime. Zeca Afonso ficou indelevelmente associado ao derrube do Estado Novo, regime de ditadura Salazarista vigente em Portugal entre 1933 e 1974, uma vez que uma das suas composições, “Grândola, Vila Morena”, foi utilizada como senha pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), comandados pelos Capitães de Abril, que instaurou a democracia, em 25 de Abril de 1974. Em 1994 seria editado Filhos da Madrugada cantam José Afonso, um CD duplo em homenagem a Zeca Afonso. No final de Junho seguinte, muitas das bandas portuguesas que integraram o projecto, participaram num concerto que teve lugar no então Estádio José Alvalade. Em 24 de Abril de 1994 a CeDeCe estreia no Teatro São Luiz o bailado Dançar Zeca Afonso, com música de Zeca Afonso e coreografia de António Rodrigues, uma encomenda do Município, a propósito da Capital Europeia da Cultura. Muitas das suas canções continuam a ser gravadas por numerosos artistas portugueses e estrangeiros. Calcula-se que existam actualmente mais de 300 versões de canções suas gravadas por mais de uma centena de intérpretes, o que faz de Zeca Afonso um dos compositores portugueses mais divulgados a nível mundial. O seu trabalho é reconhecido e apreciado pelo país inteiro e Zeca Afonso, com a sua incidência política que as suas canções ganharam, representa indiscutivelmente, uma parte muito importante da cultura poética portuguesa. Colaborou na revista Arte Opinião(1978–1982).

     

     


  • A Musicológica Kamayura

    A Musicológica Kamayura (€20.00)

    Rafael José de Menezes Bastos – A Musicológica Kamayura (Para Uma Antropologia da Comunicação no Alto-Xingu) – Fundação Nacional do Índio – Departamento Geral de Planejamento Comunitário / Divisão de Estudos e Pesquisas – Brasilia – 1978.Desc.(241)Pág.Br.Ilust

     

     

     

     

    Rafael José de Menezes Bastos – Possui bacharelado em Música pela Universidade de Brasília (1968), mestrado em Antropologia Social pela Universidade de Brasília (1976) e doutorado em Ciência Social (Antropologia Social) pela Universidade de São Paulo (1990). Professor Titular do Departamento de Antropologia da Universidade Federal de Santa Catarina, onde coordena o núcleo de estudos “Arte, Cultura e Sociedade na America Latina e Caribe” (MUSA). Foi professor e/ou pesquisador visitante de várias universidades europeias (Portugal, França) e americanas (Estados Unidos, Canadá). Publicou mais de cem artigos e capítulos de livros, dois livros autorais e uma coletânea. Atua como conselheiro editorial de várias publicações no Brasil e no estrangeiro. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Etnologia e Etnomusicologia Indígenas, atuando principalmente nos seguintes temas: música nas terras baixas da América do sul, Alto Xingu, música popular, Santa Catarina e música na América Latina e Caribe. É a favor da manutenção e valorização do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação e do retorno à normalidade democrática.


  • Canções e Rondas Infantis (Voz e Piano Adaptadas do Cancioneiro Popular Português)

    Canções e Rondas Infantis (Voz e Piano Adaptadas do Cancioneiro Popular Português)(E30.00)

    Fernando Lopes Graça – Canções e Rondas Infantis (Voz e Piano Adaptadas do Cancioneiro Popular Português) / Prelo Barcarola – Lisboa – 1981.Desc.(42)Pag.Br.Ilust


  • Marchas, Danças e Canções Próprias Para Grupos Vocais ou Instrumentos Populares (Musica de Fernando Lopes Graça)

    Marchas, Danças e Canções Próprias Para Grupos Vocais ou Instrumentos Populares (Musica de Fernando Lopes Graça)(E50.00)

    Fernando Lopes Graça – Marchas, Danças e Canções Próprias Para Grupos Vocais ou Instrumentos Populares (Music de Fernando Lopes Graça) – Joao Jose Cochofel (Versos) Ronda / Jose Ferreira Monte (Versos) Clamor / Jose Gomes Ferreira (Versos) Jornada / Armindo Rodrigues (Versos) trovas da Prisão / Carlos de Oliveira (Versos) Os Burlescos e os Burlados / Mario Dionisio (Versos) Canto de Esperança / Joao Jose Cochofel (Versos) Romaria / Arquimedes da Silva Santos (Versos) Canção do Camponês / Mario Dionisio (Versos) Gafanhoto, Caracol (Roda Infantil) / Joaquim Namorado (Versos) Combate / Jose Gomes Ferreira (Versos) As Papoilas / Jose Ferreira Monte (Versos) Canção da Ceifa – Edições 1 de Outubro  / Lisboa / 1981.Desc.(47)Pag.Br.Ilust


  • Laura Alves(Êxitos de 20 Anos da Sua Carreira)

    Laura Alves(Êxitos de 20 Anos da Sua Carreira) (€30.00)

    Alice Ogando(Texto) – Laura Alves(Êxitos de 20 Anos da Sua Carreira) – Mário de Aguiar(Direcção) – José de Oliveira Cosme(Supervisão) – Bourdin de Macedo(Fotografia) – Filtro, Estudos Grágicos, Lda & Tipocromia Aguiar, Lda – Edição – Aguiar & Dias, Lda – Lisboa – 1972.Desc.(42)Pág.E.Ilust

     

     

    Laura Alves Magno (Lisboa, São Mamede, 8 de setembro de 1921 — Lisboa, São Jorge de Arroios, 6 de maio de 1986) foi uma atriz portuguesa Nascida em 1921, no número 638 da Rua de São Bento, em Lisboa. Nasceu efetivamente em 8 de setembro de 1921 (e não em 1927 ou 1923, como surge em muitos lados… ao contrário do que atestam o seu registo na escola onde estudou, a sua ficha biográfica no Teatro Nacional Dona Maria II, bem como o artigo “Laura Alves: o sorriso inesquecível”, de Maria João Duarte, na revista N 276, de Junho 2009, da Fundação INATEL). Filha de Celestino Magno (Viseu, Rio de Loba, 18 de junho de 1896 – Lisboa, Socorro, 24 de setembro de 1945) e de sua mulher Mariana Alves (Lisboa, São Miguel, 15 de dezembro de 1895 – Amadora, Reboleira, 23 de maio de 1988), frequentou a Escola Industrial Machado de Castro e a Escola de Dança do Conservatório Nacional. Avós paternos, Alexandre Magno e Encarnação de Jesus e avós maternos, Frederico António Alves e Ana Maria de Jesus Júnior. Antes da estreia profissional, já aos três anos recitava, aos cinco entrava como “o miúdo” de uma peça policial representada na Associação Recreativa Triângulo Vermelho (uma sociedade de recreio da Rua de S. Bento de que o seu pai era sócio) e aos seis representava, como amadora, no Grupo Dramático Lisbonense. Estreou-se profissionalmente em 20 de agosto de 1935, no Teatro Politeama, ainda com 13 anos, a 20 dias de fazer os catorze, contracenando logo na estreia com o grande ator Alves da Cunha, na peça “As duas garotas de Paris”. Tirou a carteira profissional logo depois, aos catorze anos, e passou do Politeama para o Teatro Nacional, onde fez duas épocas, representando ao lado de Palmira Bastos, Álvaro Benamor, Amélia Rey Colaço, Nascimento Fernandes, Maria Lalande, etc. Viu o seu talento reconhecido além-fronteiras, através da participação em diversos géneros (revista, opereta, comédia e drama), sobretudo no Teatro Monumental, onde se fixou em 1951. No cinema, salienta a sua interpretação em O Leão da Estrela, em 1947. Daí até à sua morte somou muitos sucessos. Ao longo da sua carreira interpretou cerca de quatrocentos espetáculos. Faz teatro radiofónico na RCP ao lado de nomes como Rogério Paulo, Álvaro Benamor, Isabel Wolmar, Carmen Dolores, Paulo Renato, Álvaro Benamor e Josefina e António Silva. Por tudo isto, seria muito redutor ficar registada a sua passagem pelo cinema, muito mais conhecida do que a sua carreira teatral por todos os nascidos na década de 1960 e posteriores, apenas por não haver na RTP, ou nela não passarem, registos das muitas peças que fez, e só passarem sucessivas repetições dos 3 filmes da década de 1940 em que entrou (O Pai Tirano, O Leão da Estrela, O Pátio das Cantigas). Morreu a 6 de maio de 1986, em Lisboa, vítima de uma embolia cerebral. Foi enterrada no Cemitério dos Prazeres, não longe do jazigo do grande ator António Silva, com quem partillhou rol em O Leão da Estrela. A 25 de maio de 2012, um incêndio destrói o edifício que abrigava o Teatro Laura Alves, transformado então numa pensãoRetirada dos palcos em 1982, casou-se a 25 de agosto de 1948 com Vasco Morgado e a 18 de julho de 1979 com Frederico Valério. Do primeiro casamento teve um único filho, Vasco Manuel Alves Veiga Morgado, casado primeira vez com Maria Teresa Belo Botelho Moniz (1953), de quem tem uma filha, Mafalda Cristina Botelho Moniz Morgado (Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 15 de junho de 1970), solteira e sem geração. Posteriormente teve um filho, de uma relação com Vera Mónica, chamado Vasco Lopes Morgado (31 de março de 1974), pai de dois filhos e uma filha. Casado pela segunda vez com Amanda Jaine de quem tem um filho Filipe Morgado, e casado pela terceira vez com Fernanda Morgado, de quem tem um filho João Nicolau Morgado. A 21 de março de 1966, foi agraciada com o grau de Dama da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. Em 1986 foi homenageada como o filme Laura Alves, Evocação de uma actriz, e também com a criação do Teatro Laura Alves, onde Ivone Silva atuou pela última vez. Em 2001 foi homenageada no Teatro Politeama.

     


  • Água do Meu Moinho

    Água do Meu Moinho(€30.00)

    Victor Falcâo – Água do Meu Moinho – Empresa nacional de Publicidade – Lisboa – 1946.Desc.(291)Pág.Br.


  • Os Carrilhões de Mafra

    Os Carrilhões de Mafra(€25.00)

    Pedro Quirino da Fonseca & Luís Filipe Marques da Gama(Direcção Técnica) – Os Carrilhões de Mafra – Palácio Nacional de Mafra/Direcçao-Geral dps Edifícios e Monumentos Nacionais / Instituto Português do Património Cultural – Mafra – 1989.Desc.(85)Pais. + (5)Planos dos Carrilhões. E.Ilust


  • Igor Stravinsky e Bela Bartok (Duas Grandes Figuras da Música Contemporânea)

    Igor Stravinsky e Bela Bartok (Duas Grandes Figuras da Música Contemporânea)(€15.00)

    Fernando Lopes Graça – Igor Stravinsky e Bela Bartok (Duas Grandes Figuras da Música Contemporânea) (Conferência Realizada na Sociedade Nacional de belas Artes a18 de Junho de 1959) – Separata da Gazeta Musical – tipografia Ideal – Lisboa – 1959.Desc.(24)Pág + (3)Fotogravuras.Br.Ilust


  • Amália nas Suas Palavras (Entrevista Inédita a Manuel da Fonseca em 1973)-1973

    Amália nas Suas Palavras (Entrevista Inédita a Manuel da Fonseca em 1973) (€15.00)

    Amália Rodrigues & Manuel da Fonseca – Amália nas Suas Palavras (Entrevista Inédita a Manuel da Fonseca em 1973) – Edições Nelson de Matos & Porto Editora – Lisboa/Porto – 2020.Desc.(394)Pág.Br.


  • As Vozes da Rádio (1924-1939)-1939

    As Vozes da Rádio (1924-1939) (€15.00)

    Rogério Santos – As Vozes da Rádio (1924-1939) – Editorial – Caminho – Lisboa – 2005.Desc.(366)pág.Br.Ilust

     

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    As Vozes da Rádio

    Fernando Gardelho Medeiros criou, em 1914, a Rádio Hertz, em Lisboa. Apesar de rudimentares, foram as primeiras experiências de Rádio em Portugal. A Hertz foi suspensa pouco depois e ressurgiu em 1929, continuando durante cerca de um ano. Já em finais da década de 30, deu lugar à designação Rádio Continental. Outras estações se seguiram: a Rádio Aliança, no Campo Santana, a Rádio Lisboa, na Rua Serpa Pinto, e a ORSEC, no Porto. Até 1925, as emissões são feitas em circunstâncias muito particulares. Por vezes são transmitidas a partir de um quarto ou de instalações improvisadas. Eram feitas à noite quando o entusiasta tinha disponibilidade. E dependiam do seu investimento particular nos aparelhos destinados à emissão. O início das emissões regulares As primeiras emissões regulares surgem em Lisboa a 25 de Outubro de 1925. A estação chama-se CTI AA e é propriedade de Nunes dos Santos. Mas o ano marco da história da Rádio Portuguesa é 1928: nasce na Parede o Rádio Clube da Costa do Sol, mais tarde convertido no Rádio Clube Português. Fundadores: Major Botelho Moniz e Alberto Lima Bastos. O Estado preocupa-se com a Rádio em 1930 e chama a si o monopólio dos serviços de radiotelegrafia, radiotelefonia, radiodifusão e radiotelevisão. É criada a direção-geral dos Serviços Radioelétricos. Fica na dependência dos CTT. A primeira estação do Norte nasce em 1930 e é a Rádio Sonora. Um par de anos depois surgem a Invicta e o Rádio Clube Lusitânia, também no Porto, a Rádio Luso, a Rádio Amadora e a Rádio Graça, todas em Lisboa. A Rádio Graça, de Américo Santos, manteve-se viva até 1974, tendo sido uma das quatro estações que geraram os populares Emissores Associados de Lisboa. O interesse estatal pela rádio Depois da iniciativa legislativa de 1930, o Estado volta a interessar-se pela Rádio três anos mais tarde. É o ministro das Obras Públicas Duarte Pacheco quem incentiva a criação da Emissora Nacional. A inauguração oficial ocorre a 1 de Agosto de 1935. Tal como noutros países da Europa, também o Estado Novo apercebe-se das potencialidades do novo meio. A Emissora Nacional é, durante décadas, o principal meio de comunicação pública do regime. Ainda em fase experimental, a Rádio Renascença começa a emitir em 1936. Em 1937 têm início as emissões em onda média da emissora católica. Estava assim fechado o triângulo que dominou a oferta nacional de Rádio portuguesa no séc. XX: Rádio Clube Português, Emissora Nacional, Rádio Renascença. Os anos do domínio Foi na década de cinquenta que a Rádio começou a mostrar o potencial das suas capacidades expressivas e tornou-se no meio de comunicação dominante. Em 1950, o teatro na Rádio começou a ganhar contornos mais populares e comerciais com o surgimento do famoso folhetim Tide. Dois anos depois surgiu o Rádio Comédias. A Rádio servia para distrair a população, o principal objetivo da programação era o entretenimento. À primeira fase da rádio – espetáculo, à base de emissões diretas, seguiu-se o ciclo da criação de programas de passagem de discos e de conversa entre dois locutores, assim como de programas de humor. Emissões como a Voz dos Ridículos, a Parada da Paródia e Graça com Todos, estes dos produtores Parodiantes de Lisboa, foram alguns dos programas mais famosos da rádio nacional e o folhetim de maior êxito foi A Força do Destino. Em paralelo nasceram programas de discos pedidos como o omnipresente Quando o Telefone Toca, que difundia emissões diferentes nas várias estações comerciais. O crescente impacto da Televisão, acentuado a partir do final dos anos 60, levou a Rádio a adotar novos formatos e a modernizar-se. A Rádio Universidade, que atraía jovens estudantes, foi o instrumento de formação da generalidade dos novos profissionais e dela emanou um movimento de reforma que se alastrou às principais estações portuguesas. As emissões noturnas das rádios comerciais, que começavam então a emitir 24 horas por dia, foram as primeiras a sinalizar a mudança para formatos mais informais, novas tendências musicais e apresentação de temas de interesse social. Caía o modelo do 2.º locutor. O novo locutor, que era também realizador, falava diretamente com os ouvintes e tendo por fundo o início e o final das faixas musicais que apresentava. O Rádio Clube Português começa emitir em FM Em 1954, o Rádio Clube Português inicia as emissões em Frequência Modulada. A estação separou a emissão de Frequência Modulada, primeiro apenas em Lisboa, e dedicou-a a um público jovem. Nascia o Em Órbita, de culto à música anglo-saxónica, assim como as Produções Espaço 3 P, que levaram o estúdio para a rua e para as praias. Na Rádio Renascença destacava-se o Página 1, criado em 1968, que ligava a música portuguesa de protesto aos temas sociais. Até 1974, a emissão das rádios privadas baseava-se em produções independentes. As estações alugavam a generalidade dos seus horários a produtores que realizavam e exploravam comercialmente os seus próprios programas. Nos últimos anos da década de 60, produtores independentes apostaram em formatos com conteúdos mais informativos. PBX e Tempo ZIP apostavam em vedetas da TV como Carlos Cruz e José Fialho Gouveia e jovens radialistas como Adelino Gomes, Joaquim Furtado, João Paulo Guerra e José Nuno Martins. Ao mesmo tempo, o Rádio Clube Português e a Rádio Renascença apostavam em noticiários de hora a hora, pequenos e com impacto. A rádio no 25 de abril O papel de comando da Rádio nos acontecimentos políticos de 25 de Abril de 1974 atesta exemplarmente o impacto que a mesma então tinha como meio dominante da comunicação pública portuguesa. A breve trecho veio a ser substituída nessa posição pela TV. Os caminhos da especialização Em 1998, a Rádio Comercial implantou um modelo onde a programação da rádio se faz em função do desenvolvimento de uma ideia de negócio. A noção de se fazer rádio apenas por gosto caía por terra e instituía-se o conceito de prestação de um serviço, com níveis de crescimento em termos de faturação para as empresas. A segmentação do público, nomeadamente em função de interesses específicos, fez aumentar a criação de rádios especializadas. As estações emissoras procuram, então, oferecer um produto que satisfaça estes interesses, através da criação de formatos que vão de encontro às necessidades da programação alternativa. Muitas estações de rádio adotam uma postura de especialização. Criada em 1998, a Mega FM, ao contrário da Rádio Comercial, não assume uma especialização musical. Não se pode defini-la como uma rádio com conteúdos especializados, mas antes uma estação dirigida a um determinado público. Já a Mix FM nasceu em 1999, a partir do estudo de mercado que comprovou que existia público para uma rádio de rhythmdance. O rejuvenescimento da Rádio Comercial marcou o mercado da rádio em Portugal. Não só esta estação inovou o formato e a forma de comunicação com os ouvintes, como desenvolveu uma estratégia de conquista de audiências. Com a transferência de Pedro Tojal da RFM (Grupo Renascença), para a direção da Media Capital Rádio, a Rádio Comercial afastava-se do seu projeto inicial. Paralelamente, foi criada, em 2003, a Best Rock FM, para colmatar o espaço antes preenchido pela Comercial. Contrariamente à ideia da simples cópia, da simplicidade dos formatos e da banalidade do discurso, algumas estações de rádio assumem características muito próprias, diferenciando-se das restantes. Um destes exemplos passa pela Marginal, nascida em 1987 com a designação de Rádio Kit. Apesar de algumas semelhanças na programação ao longo do dia, existem outros programas de autor que fazem a diferença e procuram cobrir todo o espectro musical que diz respeito ao rock. Por um lado, a formatação é a garantia da qualidade das emissões. Assim, a grande maioria das estações de rádio aposta num formato que regula toda a emissão, através de uma playlist com temas organizados, frases pré-definidas, jingles e publicidade estruturada. No entanto, ainda existem espaços que deixam expressar o «eu» de cada locutor. Tal como o caso da Voxx, que nasceu em 1998 das cinzas da extinta XFM, cuja programação deixa ao critério de cada autor a personalização do seu próprio programa. Sempre com o objetivo de agradar o público, a emissora dá espaço para que os autores mostrem um pouco da sua personalidade nas escolhas musicais que fazem, à medida que acompanham a evolução e apresentam as novidades. Os programas «de palavra» da Voxx provam que a rádio não se faz apenas de música, e que só a rádio pode cumprir o papel de indutora do pensamento, através da criação de novos conceitos no ouvinte. Integrada no grupo de canais do Estado, a Antena 2 é destacada para cumprir parte do serviço público de radiodifusão. Adicionalmente, e por não ter objetivos comerciais, a estação de rádio distancia-se das demais, assumindo-se como o espaço privilegiado para a cultura na rádio. As iniciativas de cariz mais erudito estão muitas vezes condenadas nas estações privadas, nomeadamente por razões económicas. Contudo, a Rádio Luna é a prova de que a música clássica pode sobreviver num emissor privado. Dirigido aos ouvintes de música clássica e jazz, a emissora, criada em 1999, deixa de fora da sua programação as conferências, o teatro radiofónico, os programas biográficos de grandes artistas, a cultura popular ou o folclore. Um aspeto comum às rádios especializadas é a tendência generalista no que toca ao tratamento editorial da informação. Por exemplo, a Best Rock FM, a Marginal, a Mega FM e a Mix FM apresentam uma componente noticiosa sobre a atualidade, complementada com rubricas e outros espaços informativos orientados em torno da temática da estação. Assim, não podem ser consideradas rádios temáticas, mas sim especializadas. A Rádio Informação A TSF é uma estação temática, de informação, mas ainda não implementou uma conceção estreita de informação, na medida em que a estrutura das suas emissões combina a música e a informação. A especialização dentro da especialização ainda está para chegar Portugal, com rádios temáticas especializadas. Este formato, que concentra a informação num só conteúdo, é muito comum nos Estados Unidos, devido à dimensão da audiência, à sofisticação do mercado e ao elevado investimento publicitário neste meio. Embora possível, ainda não existe uma organização que ofereça ao ouvinte conteúdos informativos dentro de um âmbito por ele determinado, ou serviços de informação que satisfaçam necessidades específicas. A personalização da informação já é comum nas newsletters que os ouvintes/utilizadores subscrevem nos sites de informação. No entanto, a convergência entre o sistema de comunicação analógico e o sistema digital, com o envio de mensagens escritas ou sonoras para o telemóvel, ainda não foi posto em prática em Portugal. Os programas de antena aberta e a interatividade da rádio Nos anos 30, quando foi colocada na mesa a criação da Emissora Nacional, dizia-se que a rádio podia ser o instrumento mais democrático do mundo, por educar as pessoas e por chegar a todo o lado. A verdade é que a rádio procurou a interatividade desde o seu início. Quando comparada com os outros meios, a rádio é um meio mais barato, e portanto, mais livre. Dado o facto dos custos de instalação, produção e manutenção serem menores que os de outros meios de comunicação de massa, a rádio consegue a pluralidade de opiniões e uma representação ideológica mais abrangente. No âmbito da interatividade, a rádio adotou os programas de antena aberta para atingir objetivos diferentes. Os programas de antena aberta são muito comuns no espectro radiofónico dos EUA e abrangem desde as temáticas mais polémicas, aos temas mais conservadores ou excêntricos. Existem três tipos de programas de antena aberta: «the exhibitionist phone-in», «the confessional phone-ins» e «the expressive phone-in». A tradição norte-americana aponta para o tom confessional, onde os ouvintes relatam os seus problemas pessoais e anseios. A Voz do ouvinte Em Portugal, o sucesso passa pelos programas que estabelecem a ligação entre o domínio público e o privado, permitindo a expressão das vozes dissidentes sobre assuntos públicos. O que não se pode ignorar é o facto de que, apesar de os programas de antena aberta permitirem aos ouvintes dar a sua opinião, a situação que lhes é proporcionada pela emissora obedece a regras e a uma temática pré-determinada pela estação. Ainda assim, a rádio, por dar a oportunidade aos convidados e ouvintes de trocarem ideias entre si, consegue ultrapassar os restantes media nacionais, fazendo valer o princípio igualitário da opinião. Além disso, outras experiências e opiniões válidas são confrontadas com a visão do «especialista», permitindo a pluralidade de opiniões de grupo e a manifestação de posições individuais. Torna-se importante perceber como a fórmula do «ouvinte em linha» funciona: o facto de a audiência se manter em contacto, cria a ilusão de que a rádio é um meio bidirecional da comunicação. Numa altura em que a participação da audiência estava limitada aos programas de escolha dos discos pedidos (dos quais se celebrizou o programa «Quando o Telefone Toca», na Renascença), foi «O Passageiro da Noite», na rádio Comercial, que deu início aos programas de linha aberta com tema livre em Portugal. Contudo, é de notar que as formas de participação não se ficam neste esquema da antena aberta. Assiste-se, cada vez mais, à tentativa por parte das estações em implicar os ouvintes na sua comunicação, quer através do telefone quer de mensagens enviadas através da Internet. Posteriormente, é apresentada a música mais pedida, as gravações de ouvintes que elegem «aquela» como a melhor estação, ou ainda, os inúmeros passatempos realizados. O programa «Boa Noite» da Renascença mantém este formato de antena aberta, mas assume uma vertente de companhia, para um público mais solitário. A rádio torna-se, assim, não só um veículo para alargar as possibilidades de participação democrática, mas como um instrumento que permite às pessoas estarem em contacto com outras. Este tipo de programas de antena aberta funcionam tanto como uma tribuna, para as provocações que desafiam as conceções dominantes, tanto como tribunal, para os grupos sub-representados pelos media, que desta forma conseguem dar o seu contributo nos assuntos públicos mais importantes. Na Rádio Renascença, os programas «Fórum TSF» e «Bancada Central» são bons exemplos da passagem para um modelo dialógico de comunicação que ultrapassa o sistema de receção passiva da rádio. De acordo com estudos realizados, está provado que estes programas estimulam a comunicação política e promovem a livre expressão, nomeadamente para assuntos de teor cívico e político. São programas que permitem que o cidadão usufrua de um espaço para discussão, onde o senso comum é qualificado como conhecimento autêntico, na medida em que, ao ser fundado na experiência, se diferencia do conhecimento dos especialistas. Com a finalidade de dar voz às pessoas, a rádio apresenta duas grandes vantagens: é mais ouvida do que os jornais são lidos e torna-se mais fácil pegar no telefone e ligar para a redação do que dar opinião por escrito e enviar para os jornais. Os debates mediatizados na rádio, para além de se apresentarem como um «ponto de encontro» onde o público pode trocar ideias, fornecem uma excelente base de representação social. Assumem-se como espaços de discussão nos quais as pessoas podem defender as suas ideias, constituindo um fator fulcral para a construção de uma identidade cultural.

     


  • A Canção de Câmara no Brasil

    A Canção de Câmara no Brasil (€30.00)

    Vasco Mariz – A Canção de Câmara no Brasil – Editora – Livraria Progredior – Porto – 1948.Desc.(173)Pág.B

    CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE VASCO MARIZ Mariz (Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 1921 – Rio de Janeiro, 16 de junho de 2017) foi um , musicólogo, escritor e diplomata brasileiro. Recebeu sua formação musical no Conservatório Brasileiro de Música e graduou-se em Direito pela Universidade do Brasil, turma de 1943, e dois anos depois iniciou sua carreira diplomática. Concluindo um curso de aperfeiçoamento em História Diplomática em 1947, logo foi indicado vice-cônsul no Porto, Portugal, servindo depois em diversas funções e cargos em Rosário, Nápoles, Washington, Nova Iorque, Roma, até alcançar o posto de ministro em 1967, promovido por merecimento, e embaixador em 1971, designado para representar o Brasil no Equador e sucessivamente em Israel, Peru e Alemanha Oriental, aposentando-se em 1987. Em sua carreira como diplomata antes de ser embaixador desempenhou o papel de delegado brasileiro junto a vários organismos internacionais de importância – como a ONU,FAO, a OEA, o GATT, a UNESCO – e em diversas ocasiões tais representações tinham claros propósitos culturais, desenvolvendo-se na área de história, folclore, arte e música. Foi chefe do departamento cultural do Itamaraty. Sua atuação na área da cultura é intensa; desde a publicação em 1948 do livro Figuras da música brasileira contemporâneanão cessou de dar importantes contribuições no campo da musicologia e da história do Brasil. Foi sócio-emérito do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do PEN CLUB do Brasil e da Academia Brasileira de Música(cadeira 40, presidente em 1991), membro do Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio e outras instituições nacionais e estrangeiras como o Conselho Inter-americano de Música (ex-presidente). Conselheiro do Museu Nacional de Belas Artes. Faleceu aos 96 anos no Hospital Samaritano do Rio de Janeiro vitimado por uma pneumonia

     

     

     

     

     


  • O Que Fiz e o Que Não Fiz

    O Que Fiz e o Que Não Fiz (€25.00)

    Ivo Cruz – O Que Fiz e o Que Não Fiz – Tipografia Guerra(Viseu) – Lisboa – 1985.Desc.(243) + (14) Estampas.Br.Ilus.

     

    Manuel Ivo Cruz

    Manuel Ivo Cruz (Corumbá, 19 de Maio de 1901 — Lisboa, 8 de Setembro de 1985) foi um compositor, músico e professor de música que se destacou como fundador da Orquestra Filarmónica de Lisboa (1937) e reitor do Conservatório Nacional de Lisboa(1938-1971), sucedendo neste cargo a Vianna da Motta. Foi pai do também maestro Manuel Ivo Cruz filho (Lisboa, 18 de Maio de 1935 – Porto, 25 de Dezembro de 2010), maestro-director no Teatro Nacional de São Carlos. Era filho de Manuel Pereira da Cruz e de sua mulher Palmira Machado, um casal português de origem algarvia (Olhão). Partiu ainda criança para Lisboa, cidade onde fez os seus estudos secundários, ingressando na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Direito. Iniciou os seus estudos musicais em Lisboa com António Tomás de Lima e Tomás Borba.  Preferindo a música à advocacia, depois de terminar a licenciatura em Direito, em 1925 partiu para Munique, na Alemanha, onde estuda Composição, Direcção de Orquestra, Estética e História da Música. Regressado a Lisboa, passou a trabalhar como professor do Conservatório Nacional de Lisboa, instituição então dirigida por Vianna da Motta. Nessas funções, e como compositor, cultivou o seu interesse pela música portuguesa pré-clássica, compondo novas obras integradas nesse estilo e fundando a Sociedade Coral Duarte Lobo, em 1931, especialmente voltada para executar tal repertório. Estes esforços levaram a que aquele estilo musical se tornasse conhecido do grande público e tivesse divulgação internacional. Nesse esforço promoveu as primeiras audições modernas e edições de algumas das mais notáveis obras de compositores como Carlos Seixas (1704-1742) e João de Sousa Carvalho (1745-1798). Em 1937 organizou a Orquestra Filarmónica de Lisboa, com a qual divulga o repertório musical português no país e no estrangeiro. No ano seguinte substituiu Vianna da Motta na direcção do Conservatório Nacional, cargo que manteve até 1971. Para além da sua actividade como compositor e músico, Ivo Cruz ao longo da sua vida colaborou regularmente em diversas publicações, tendo publicado uma autobiografia em 1985. Encontra-se colaboração da sua autoria nas revistas Contemporânea(1915-1926) e Música(1924-1925). Entre a sua vasta e diversificada obra musical, num estilo impressionista ao gosto português, incluem-se duas sinfonias, dois concertos para piano e múltiplas canções e peças instrumentais. A sua obra mais conhecida é talvez a Sinfonia de Amadis, estreada em Lisboa em 1953. Reuniu uma importante colecção bibliográfica de temática musical que se encontra integrada na Biblioteca Nacional de Lisboa, onde constitui a Colecção Ivo Cruz, que inclui impressos raríssimos e outros únicos, e o maior conjunto conhecido de autógrafos de João Domingos Bomtempo (1775-1842). Ivo Cruz foi uma das figuras mais relevantes nas relações culturais luso-brasileiras e da difusão da cultura musical de Portugal no Brasil e na Europa.

     


  • Musica e Músicos Alemães (Recordações, Ensaios, Criticas)

    Musica e Músicos Alemães (Recordações, Ensaios, Criticas) (40.00)

    José Vianna da Mota – Musica e Músicos Alemães (Recordações, Ensaios, Criticas) – Publicações do Instituto Alemão da Universidade de Coimbra – Coimbra – 1941.Desc.(LVII) + (323) pág.B.

     

    undefined Vianna da Motta ou Viana da Mota segundo a ortografia vigente, (São Tomé, São Tomé e Príncipe, 22 de Abril de 1868 — Lisboa, 1 de Junho de 1948) foi um pianista, compositor, maestro e musicógrafo portuguêsJosé Vianna da Motta nasceu na ex-colónia portuguesa São Tomé. Pouco tempo depois, viajou para Lisboa com os seus pais, José António da Motta, um farmacêutico, e Inês de Almeida Vianna, onde veio a estudar no Conservatório Nacional de Lisboa, então designado Conservatório Real de Lisboa. Revelou cedo uma grande proficiência para a música, particularmente para o piano, tendo composto a sua primeira peça musical com 5 anos de idade Por iniciativa do seu pai, foi levado à corte em 1874 tendo com isso obtido o patrocínio dos seus estudos pelo rei D. Fernando II e sua esposa, a Condessa de Edla. Até 1882, apresentou-se várias vezes não só em recitais privados mas também em recitais públicos, nomeadamente no Salão da Trindade. Durante esse período, compôs dezenas de obras – sobretudo para piano solo – dos mais variados géneros: valsas, mazurcas, polcas, marchas, fantasias, etc. Após concluir os seus estudos no Conservatório Nacional em 1882, partiu para Berlim, custeado pelo real mecenas, ingressando no Conservatório Scharwenka onde teve aulas de piano com Xaver Scharwenka e aulas de composição com o irmão Philipp Scharwenka. Estudou paralelamente com Carl Schaeffer, membro da Sociedade Wagneriana que exerceu grande influência em Vianna da Motta, a julgar pelo conteúdo dos seus diários. No verão de 1885, frequentou um estágio de piano de Franz Liszt em Weimar tendo por isso sido um dos últimos alunos do mestre húngaro. Parte dessa experiência é relatada por Vianna da Motta nas suas obras literárias A Vida de Liszt e Música e músicos alemães: Recordações, ensaios, críticas. Em 1887, frequentou o curso de interpretação de Hans von Bülow em Frankfurt am Main, experiência descrita por Vianna da Motta na sua correspondência e posteriormente publicada na obra literária Nachtrag zu Studien bei Hans von Büllow von Theodor Pfeiffer. Durante a sua carreira de pianista concertista, que arrancou verdadeiramente no ano de 1887, Vianna da Motta deu mais de mil concertos por todo o mundo – muitos dos quais perante presidentes, Reis e Imperadores – nomeadamente na Alemanha, em Portugal, em França, em Espanha, em Inglaterra, em Itália, na Dinamarca, no Brasil, na Argentina, no Uruguai, nos Estados Unidos, em Marrocos, na Rússia, etc. Destacou-se no quadro dos distintos pianistas da sua época sendo particularmente elogiado, pela imprensa e pela crítica, nas suas interpretações de Bach, Beethoven e Liszt. Tocou com músicos célebres da época, tais como Pablo de Sarasate, Guilhermina Suggia, Alice Barbi, Tivadar Nachéz, Enrique Fernández Arbós, Bernardo Moreira de Sá, Eugène Ysaÿe, etc. Foi amigo próximo de Ferruccio Busoni e Isidor Philipp e contactou com diversas personalidades do mundo da música, tais como Alfred Cortot. Fez parte da Maçonaria, tendo sido iniciado na Loja Ave Labor, do Porto, com o nome simbólico de Bontempo. Com o início da Primeira Guerra Mundial, Vianna da Motta viu-se obrigado a abandonar a sua residência em Berlim e, em 1915, instalou-se em Genebra. Aí dirigiu a classe de virtuosidade da Escola Superior de Música até 1917, ano em que regressou definitivamente a Portugal. À sua chegada a Lisboa, fundou a Sociedade de Concertos da qual foi o primeiro director artístico. Assumiu, em 1919, o cargo de director do Conservatório Nacional de Lisboa que manteve até ao ano de 1938. No primeiro ano do exercício dessa função, e com a colaboração de Luís de Freitas Branco, procedeu à reforma do ensino da música aí praticado modernizando os seus programas e métodos pedagógicos. Exerceu também o cargo de director musical da Orquestra Sinfónica de Lisboa entre 1918 e 1920. Realizou inúmeras primeiras audições em Portugal de obras há muito consagradas – como a integral das 32 sonatas de Beethoven, no centenário da sua morte assinalado em 1927 – e de obras de compositores seus contemporâneos. Publicou assiduamente artigos em revistas especializadas alemãs e portuguesas sobre técnica e interpretação pianísticas, assim como estudos acerca da música de Wagner e Liszt. Colaborou na revista A Arte Musical (1898-1915) e na revista Lusitânia (1924-1927). Entre os seus discípulos destacam-se os pianistas José Carlos Sequeira Costa, Maria Helena Sá e Costa, Maria Manuela Araújo, Elisa de Sousa Pedroso, Campos Coelho, Maria Cristina Lino Pimentel, Marie Antoinette Aussenac, Nella Maissa, Guilherme Fontainha, Maria da Graça Amado da Cunha, Fernando Corrêa de Oliveira, Luiz Costa, o musicólogo João de Freitas Branco e o compositor Fernando Lopes-Graça. José Vianna da Motta foi importante para a História da Música em Portugal no âmbito da “música de concerto”, por lhe caber o mérito da primeira procura e criação consciente de “música culta” de carácter nacional. São disso testemunho a sua obra mais relevante a Sinfonia “À Pátria” (que apresenta também a inovação entre nós do conceito lisztiano de música programática e em que, ao que parece, um compositor português usa pela primeira vez numa sinfonia, temas genuínos do folclore português), as suas composições pianísticas, as suas canções para canto e piano. Na Alemanha foi-lhe concedido o título de “Hofpianist” (pianista da Corte) por Carlos Eduardo de Saxe-Coburgo-Gota. Foi Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (28 de junho de 1920), Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo (19 de abril de 1930) e Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (2 de junho de 1938). Casou primeira vez com Margarethe Marie Lemke (Karlsruhe, Heidelberg, 31 de março de 1858 – Leipzig, 1900), filha de Julius Lemke (1828-1905) e de sua mulher Agnes Eckhardt (1831-1880), sem geração. Casou segunda vez com Anna Johanna Maria Harden, sem geração, e terceira vez com a actriz Berta de Bívar, de quem teve duas filhas, e de quem se divorciou. Faleceu em 1948, em Lisboa, tendo vivido os últimos anos da sua vida na residência de sua filha Inês de Bivar Vianna da Motta e do seu genro, o psiquiatra Henrique João de Barahona Fernandes. A sua outra filha, Leonor Micaela de Bivar Vianna da Motta, nascida em Buenos Aires, casou com João Apolinário Sampaio Brandão, com geração.José Vianna da Motta dedicou-se à composição desde muito cedo. A sua primeira composição, intitulada Primeira inspiração musical, data de 1873 quando tinha apenas 5 anos de idade. Durante a sua infância, até aos seus 14 anos de idade, Vianna da Motta compôs mais de cinquenta peças, sobretudo para piano solo. Estas peças de infância, compostas entre 1873 e 1883, são representativas da primeira fase criativa do compositor, fase essa que se caracteriza sobretudo pela composição de peças de baile, marchas, variações e fantasias sobre temas populares de óperas. Foi sepultado no Cemitério do Alto de São João, sendo homenageado em 1 de Outubro de 2016, com a sua trasladação para um jazigo novo no Cemitério dos Prazeres.

     


  • Danças Portuguesas

    Danças Portuguesas (€30.00)

    Pedro Homem de Mello – Danças Portuguesas – Lello Irmão – Porto – 1962.Desc.(103) pag. E.Ilust.

     

     

    Pedro Homem de Mello (1904-1984) – Correio do PortoPedro da Cunha Pimentel Homem de Mello (Porto, 6 de setembro de 1904— Porto, 5 de março de 1984) foi um poeta, professor e folclorista português. Pedro Homem de Mellonasceu no dia 6 de Setembro de 1904, na cidade do Porto, onde veio a morrer no dia 5 de Março de 1984. Era filho de António Homem de Mello de Macedo e de sua mulher, Maria do Pilar da Cunha Pimentel Homem de Vasconcelos, além de sobrinho de Manuel Homem de Mello da Câmara, 1.º Conde de Águeda. O seu pai pertenceu ao círculo íntimo do poeta António Nobre. Criado numa família que lhe incutiu ideais monárquicos, católicos e conservadores, as raízes do seu lirismo bem português mergulham na própria vivência íntima e na profunda sintonia com o povo, cuja alma se lhe abria através do folclore, tendo por cenário a paisagem do Minho. Iniciou o curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, acabando por se licenciar na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1926. Tendo iniciado a sua carreira como advogado, optou posteriormente por se dedicar ao ensino do Português em escolas técnicas do Porto (Mouzinho da Silveira e Infante D. Henrique), tendo sido diretor da Mouzinho da Silveira. Poeta da Presença, em cuja revista colaborou, foi também colaborador das revistas Altura (1945) e Prisma (1936-1941), no semanário Mundo Literário (1946-1948) e na revista Litoral (1944-1945). Apesar de reconhecida por numerosos críticos, a sua vasta obra poética, eivada de um lirismo puro e pagão, claramente influenciada por António Botto e Federico García Lorca, está injustamente votada ao esquecimento. Não obstante, permanecem até hoje muito populares os seus poemas cantados Povo que Lavas no Rio e Havemos de Ir a Viana, imortalizados na voz Amália Rodrigues, e O Rapaz da Camisola Verde, já interpretado por Amália Rodrigues, Frei Hermano da Câmara ou Sérgio Godinho. Entusiástico e estudioso do folclore português, dedicou a este campo diversos ensaios como A Poesia na Dança e nos Cantares do Povo Português, Danças Portuguesas e Danças de Portugal, além de um programa na RTP. Nesse âmbito chegou a criar e a patrocinar alguns ranchos folclóricos do Minho e colaborou com o Orfeão Universitário do Porto no âmbito de recolhas etnográficas para os seus grupos folclóricos. Foi membro dos júris dos prémios do Secretariado da Propaganda Nacional. Afife (Viana do Castelo) foi a sua terra de adoção. Ali viveu durante anos num local paradisíaco, no Convento de Cabanas, junto ao rio com o mesmo nome, onde escreveu parte da sua obra, “cantando” os costumes e as tradições de Afife e da Serra de Arga.