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  • Capoeira

    A capoeira ou capoeiragem é uma expressão cultural brasileira que mistura arte marcial, esporte, cultura popular, dança e música.Desenvolvida no Brasil por descendentes de escravos africanos, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas, acrobacias em solo ou aéreas. Uma característica que distingue a capoeira da maioria das outras artes marciais é a sua musicalidade. Praticantes desta arte marcial brasileira aprendem não apenas a lutar e a jogar, mas também a tocar os instrumentos típicos e a cantar. Um capoeirista que ignora a musicalidade é considerado incompleto. Considera-se que a capoeira tenha surgido em fins do século XVI no Quilombo dos Palmares, situado na então Capitania de https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/19/Rugendasroda.jpgPernambuco. A Roda de Capoeira foi registrada como bem cultural pelo IPHAN no ano de 2008, com base em inventário realizado nos estados de Pernambuco, da Bahia e do Rio de Janeiro. E em novembro de 2014, recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.O lexicógrafo Antônio Geraldo da Cunha aponta como origem provável o termo homónimo capoeira, em uso em data anterior a 1583, significando tanto o galinheiro, como os cestos onde os capões e outras aves domésticas eram transportados para venda em mercados e porta a porta, tarefa muitas vezes executada por escravos antes da abolição da escravatura. Escravos bantos levados de Angola para o Brasil trouxeram com eles um tipo caraterístico de luta corporal, ainda nos tempos coloniais, com a qual se entretinham nos intervalos do trabalho nos mercados para onde transportavam as capoeiras, chamando a atenção dos assistentes, pela graça e beleza das exibições. O termo acabou ganhando igualmente uso pejorativo, documentado já em 1824, significando vadio, malandro ou malfeitor, caraterísticas que se atribuíam aos indivíduos destros nesse tipo de luta. O termo capoeira, por sua vez, é uma variação de capão, significando o galo castrado, derivado do latim vulgar. Considera-se que a capoeira tenha surgido em fins do século XVI no Quilombo dos Palmares, situado na então Capitania de Pernambuco. A partir do século XVI, Portugal começou a enviar escravos para o Brasil, provenientes primariamente da África Ocidental. Os povos mais frequentemente vendidos no Brasil faziam parte dos povos iorubá, jeje e hauçá e do grupo banto (incluindo os congos, os quimbundos e os Kasanjes), provenientes dos territórios localizados atualmente em Angola e Congo. No século XVII, era costume dos povos pastores do sul da atual Angola, na África, comemorar a iniciação dos jovens à vida adulta com uma cerimônia chamada n’golo (que significa “zebra” em quimbundo). Durante a cerimônia, os homens competiam numa luta animada pelo toque de atabaques em que ganhava quem conseguisse encostar o pé na cabeça do adversário. O vencedor tinha o direito de escolher, sem ter de pagar o dote, uma noiva entre as jovens que estavam sendo iniciadas à vida adulta. Com a chegada dos portugueses e a escravização dos povos africanos, esta luta foi introduzida no Brasil. Não tardou para que grupos de escravos fugitivos começassem a estabelecer assentamentos em áreas remotas da colônia, conhecidos como quilombos. Inicialmente assentamentos simples, alguns quilombos evoluíam atraindo mais escravos fugitivos, indígenas ou até mesmo europeus que fugiam da lei ou da repressão religiosa católica, até tornarem-se verdadeiros estados multiétnicos independentes. A vida nos quilombos oferecia liberdade e a oportunidade do resgate das culturas perdidas à causa da opressão colonial. Neste tipo de comunidade formada por diversas etnias, constantemente ameaçada pelas invasões portuguesas, a capoeira passou de uma ferramenta para a sobrevivência individual a uma arte marcial com escopo militar. O maior dos quilombos, o Quilombo dos Palmares, resistiu por mais de cem anos aos ataques das tropas coloniais. Mesmo possuindo material bélico muito aquém dos utilizados pelas tropas coloniais e, geralmente, combatendo em menor número, resistiram a pelo menos 24 ataques de grupos com até 3 000 integrantes comandados por capitães do mato. Foram necessários dezoito grandes ataques de tropas militares do governo colonial para derrotar os quilombolas. Soldados portugueses relataram ser necessário mais de um dragão (militar) para capturar um quilombola, porque se defendiam com estranha técnica de ginga e luta. O governador-geral da Capitania de Pernambuco declarou ser mais difícil derrotar os quilombolas do que os invasores holandeses. “Jogar Capoeira” ou Danse de la Guerre, de Johann Moritz Rugendas, de 1835 A capoeira ainda é motivo de controvérsia entre os estudiosos de sua história, sobretudo no que se refere ao período compreendido entre o seu surgimento e o início do século XIX, quando aparecem os primeiros registros confiáveis com descrições sobre sua prática. Hoje em dia, a capoeira se tornou não apenas uma arte ou um aspecto cultural, mas uma verdadeira exportadora da cultura brasileira para o exterior. Presente em dezenas de países em todos os continentes, todo ano a capoeira atrai ao Brasil milhares de alunos estrangeiros e, frequentemente, capoeiristas estrangeiros se esforçam em aprender a língua portuguesa em um esforço para melhor se envolver com a arte. Mestres e contra-mestres respeitados são constantemente convidados a dar aulas especiais no exterior ou até mesmo a estabelecer seu próprio grupo. Apresentações de capoeira, geralmente administradas em forma de espetáculo, acrobáticas e com pouca marcialidade, são realizadas no mundo inteiro. O aspecto marcial ainda se faz muito presente e, como nos tempos antigos, ainda é sutil e disfarçado. A malandragem é sempre presente, capoeiristas experientes raramente tiram os olhos de seus oponentes em um jogo de capoeira, já que uma queda pode chegar disfarçada até mesmo em um gesto amigável. Símbolo da cultura afro-brasileira, símbolo da miscigenação de etnias, símbolo de resistência à opressão, a capoeira mudou definitivamente sua imagem e se tornou fonte de orgulho para o povo brasileiro. Atualmente, é considerada patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.


  • O Amor Místico (Notação e Valor da Experiência Religiosa)

    O Amor Místico (Notação e Valor da Experiência Religiosa)
    O Amor Místico (Notação e Valor da Experiência Religiosa) «€60.00»

    Sílvio Lima – O Amor Místico (Notação e Valor da Experiência Religiosa) – Vol.1 [Único Publicado] – Imprensa da Universidade – Coimbra – 1935. Desc.[413] pág / 23,5 cm x 15,5 cm / Br.

     

     

    Sílvio Vieira Mendes Lima (Coimbra, 5 de Fevereiro de 1904 — Coimbra, 6 de Janeiro de 1993), mais conhecido por Sílvio Lima, foi um professor universitário, investigador da área da psicologia e das ciências da educação e tradutor português. É considerado um dos introdutores da moderna Psicologia em Portugal. Foi um dos professores universitários que em Maio de 1935 foram afastados do ensino por serem considerados oposicionistas ao recém-institucionalizado Estado Novo. Sílvio Lima realizou os seus estudos primários e secundários em Coimbra, frequentando nos últimos anos o Colégio de São Pedro. Ingressou seguidamente no curso de Medicina da Universidade de Coimbra, transferindo-se pouco depois para a Faculdade de Letras daquela Universidade, já que considerou como erro de orientação profissional a sua opção inicial, estudando aí Ciências Históricas e Filosóficas. Escreveu em 1927 a sua dissertação de licenciatura, que intitulou, “Ensaio sobre a ética de Guyau nas suas relações com a crise moral contemporânea”, versando a problemática filosófica e ética da contemporaneidade à luz do pensamento do poeta e filósofo Jean-Marie Guyau. A tese foi elaborada em França, onde frequentara cursos de férias nas Universidades de Toulouse e Paris. Licenciou-se a 9 de Julho de 1927 com aprovação final de Muito Bom com 19 valores. Foi então convidado a seguir a carreira docente universitária, tendo como proponentes os professores Joaquim de Carvalho e Gonçalves Cerejeira. Ingressado na carreira docente universitária, Sílvio Lima inicia a elaboração da sua dissertação de doutoramento na área da psicologia, área do saber então quase desconhecida em Portugal. Para tal procura orientação nas escolas dos países francófonos, estagiando na Sorbonne, onde frequenta na Faculdade de Letras vários cursos, e no Instituto Católico onde estuda a problemática da vida do inconsciente, sob a orientação do professor belga Georges Dwelshauvers. Parte de seguida para Genebra, onde no Instituto Jean-Jacques Rousseau frequentou, com Helène Antipoff, um seminário psicopedagógico realizado sobre a orientação do psicólogo Édouard Claparède (1873-1940). Depois de ter estagiado nas diversas instituições europeias onde procurou orientação, o que lhe conferiu num tempo em que a Universidade portuguesa vivia isolada uma aura de estrangeirado, regressou a Coimbra, defendendo então a sua dissertação doutoral subordinada ao tema “O problema da recognição – estudo teórico-experimental”. Realizou as provas nos dias 29 e 30 de Janeiro de 1929, obtendo a aprovação com 19 valores e recebendo as insígnias doutorais em cerimónia realizada na Sala dos Capelos a 29 de Junho de 1929. Iniciou sua careira de docente universitário como professor auxiliar de Ciências Filosóficas, regendo a partir de 1931 a cadeira de Psicologia Escolar e Medidas Mentais, na Secção de Ciências Pedagógicas. Entretanto, iniciando um processo de ruptura com o nascente regime ditatorial implantado pela Revolução Nacional, em 1930 publicou um ensaio filosófico intitulado Notas críticas ao livro do Sr. Cardeal Cerejeira «A Igreja e o pensamento contemporâneo», obra que marca a ruptura com o seu antigo protector e proponente para a carreira docente. Em 1935 publica, como dissertação para o concurso ao lugar de professor extraordinário efectivo da Universidade de Coimbra, o estudo “Amor místico – Noção e valor da experiência Religiosa”, então anunciado como o primeiro volume de uma série de que estavam previstos mais dois. Neste mesmo ano, e na sequência da operação de repressão da intelectualidade universitária levada a cabo pelo recém-implantado Portugal, que também incluiu o encerramento da Imprensa da Universidade de Coimbra, Sílvio Lima foi demitido do seu lugar de professor e considerado inapto para a docência pública. Dedica-se então à escrita e colabora em inúmeras publicações. Data deste período a escrita de algumas das suas obras mais marcantes, entre as quais “Quatro cartas sobre o Idealismo” (1936), obra dedicada a Raul Proença, uma trilogia sobre o desporto (“Ensaios sobre o desporto” (1937), “Desporto jogo e arte” (1938) e “Desportismo profissional” (1939)) e o ensaio de reflexão analítica “Serão luxos a ciência e a arte?” (1940). Neste último ensaio, onde distingue judiciosamente os conceitos de cultura e civilização e defende que a cultura é um luxo do espírito puro que exalta e dignifica a arte e a ciência, a filosofia e a justiça, distinguindo judiciosamente cultura de civilização. Esta situação de exclusão manteve-se até 1942, ano em que foi readmitido como um dos tolerados do regime, reassumindo a regência da sua anterior disciplina, a qual manteve até 1957, ano em que assumiu a regência teórica da disciplina anual de Teoria da História, criada pela reforma da Faculdade de Letras que ocorrera no ano anterior. Já depois da sua reintegração na Universidade, publica em 1943 o ensaio crítico “O determinismo, o acaso e a previsão na história”, outra das suas obras mais marcantes. A sua obra “Ensaio sobre a essência do ensaio” (1944), um estudo sobre o conceito de ensaio e o espírito ensaístico, realizada em colaboração com André Gide, foi considerado por António Sérgio, como a obra mais lúcida e de maior acerto acerca da natureza da literatura ensaística em Portugal. Em 1947 editou o ensaio “Normal, anormal e patológico”, obra que considerou como um exame analítico de microscopia conceitual, a que se seguiu em 1950 a obra “A Psicologia em Portugal”, uma análise histórica e cultural das principais correntes científicas e psicológicas em Portugal desde o início do século XIX até então. Como resultado da sua participação no curso livre de Psicologia Médica da Universidade de Lisboa, publicou em 1952 uma obra pioneira para o tempo a que deu o título de “Cérebros electrónicos e cérebros humanos: psíquico, psicológico e cibernético”, a que se segui-o “Reflexões sobre a consciência saudosa” (1955). Em 1957, integrando-se nas celebrações do centenário da morte de Augusto Comte, publica a obra “Comte, o positivismo e a Psicologia”. Foi um professor de raras qualidades pedagógicas, com um raro espírito crítico e científico em que primava a exigência de rigor e o respeito pelos factos. Marcou de forma decisiva o desenvolvimento do ensino das ciências sociais no panorama universitário português.


  • A Nossa Vida Sexual

    A Nossa Vida Sexual
    A Nossa Vida Sexual «€40.00»

    Dr. Fritz Kahn – A Nossa Vida Sexual «Guia e Conselheiro para Todos com Respostas e Todas as Questões» – Editora Civilização Brasileira S/A – Rio de Janeiro – 1958. Desc. 335 pág / 22 cm x 16 cm / E. Pele

     

     

    Fritz Kahn (Halle, 29 de Setembro de 1888 — Lugano, Suíça, 14 de Janeiro de 1968) foi um médico ginecologista judeu alemão, autor de livros sobre ciências, especialmente sobre o corpo humano. Fritz Kahn iniciou seus estudos em Halle, Alemanha, tendo completado sua formação em Berlim no Sophien-Gymnasium, em 1907. Formou-se em Medicina, também em Berlim, em 1912. Nessa cidade iniciou carreira como ginecologista, tendo casado com Irmã Glogau. Seus primeiros trabalhos, artigos escritos, foram sobre Astronomia e Aviação A partir de 1914 serviu no exército durante a Primeira Grande Guerra e suas experiências no conflito ficaram bem evidenciadas ao longo de sua obra. Em 1933, pouco antes da ascensão de Adolf Hitler, Kahn foi para a Palestina, de onde não regressou por força da situação política em seu país. Fixando-se em Jerusalém, tornou-se cidadão palestino. Ficou no Oriente até 1939, indo daí para Portugal, depois França, de onde emigrou para Nova Iorque, em 1941. Teve apoio de Albert Einstein e Varian Fry , uma jornalista americana que ajudou a refugiar muitos judeus perseguidos pelo Nazismo. Na América teve uma carreira produtiva, obtendo muita popularidade como escritor de obras sobre Medicina e Biologia, que foram traduzidas para diversos idiomas. Ministrou conferências e aulas para diversas escolas e universidades, assim como em programas radiofónicos onde apresentava questões médicas e científicas. Faleceu em Lugano, Suíça, em 1968.


  • Indicadores de Civilização

    Indicadores de Civilização
    Indicadores de Civilização «€20.00»

    Manuel Antunes – Indicadores de Civilização – Editorial Verbo – Lisboa – 1972. Desc. XXIII + 295 pág / 20 cm x 15 cm / Br.

     

     

    Manuel Antunes  (Sertã, em 3 de Novembro de 1918 — Lisboa em 18 de Janeiro de 1985) foi um professor universitário e ensaísta português. Destacou-se pela sua erudição e capacidade de comunicação e pedagogia.Filho de uma família deveras humilde. Aos 14 anos, deu entrada num Seminário Menor da Companhia de Jesus, em Guimarães. Com 18 anos tornou-se jesuíta; mais tarde doutora-se em Filosofia e Teologia, com a tese “Panorama da Filosofia Existencial de Kierkegaard a Heidegger”, na Faculdade de Teologia de Granada, em Espanha. Em 1949, com 31 anos, torna-se sacerdote e professor de História da Literatura Grega e de História da Literatura Latina na Sociedade de Jesus. Em 1957, a convite de Vitorino Nemésio, torna-se professor da Faculdade de Letras daUniversidade de Lisboa, onde leccionou várias disciplinas do curso de Filologia Clássica, com realce para a História da Cultura Clássica, onde se manteve até1983. Em 1981 foi-lhe conferido, pela Faculdade de Letras de Lisboa, o grau de doutor honoris causa. Os seus primeiros escritos são publicados na revista Brotéria -Revista de Cristianismo e Cultura, de cuja redacção passa a fazer parte em 1955, e cuja direcção assumirá mais tarde, durante cerca de 20 anos. A sua obra escrita abrange temas literários, filosóficos e culturais, muito deles publicados com 124 pseudónimos. Colaborou igualmente na Revista Portuguesa de Filosofia e na Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura. Era um grande amigo de António Sérgio, Vitorino Nemésio, José Régio, de Jorge de Sena e Almada Negreiros. Dele, terá Almada Negreiros dito um dia: “Este homem é só espírito”. Foi um mestre excepcional que marcou para a vida toda milhares de estudantes que, ao longo de mais de um quarto de século, passaram pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa desde 1957. A sua memória continuou viva a iluminar o caminho de muitos. O professor, cuja competência, sentido humanista e abertura à actualidade atraíram o interesse e admiração dos alunos, também estendeu a mais vastos públicos o seu magistério, graças aos inúmeros artigos que foi publicando.Mais tarde, foi conselheiro do presidente da República, Ramalho Eanes. Foi condecorado como grande-oficial da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, em 3 de Agosto de 1983. Manuel Antunes está imortalizado numa estátua na Sertã, da autoria de Vasco Berardo, inaugurada em 24 de Junho de 2005.


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