• Category Archives História da Arte
  • Bernardo Marques (Obras de 1950 a 1960)-1960

    Bernardo Marques (Obras de 1950 a 1960)(€30.00)

    Dr.Francisco de Avillez (Secretariado Nacional da Informação) Prof Escultor Joaquim Correia (Instituto de Alta Cultura) Prof.Dr. Reynaldo dos Santos (Academia Nacional de Bela-Artes) Pintor Marcelino Vespeira (Sociedade Nacional de Belas-Artes) – Catalogo Bernardo Marques (Obras de 1950 a 1960) – Galeria Provisória da Fundação Calouste Gulbenkian – Lisboa – 1966.Desc.(95)Pág.Ilust.Br


  • A Cultura Artística e o Ensino em Portugal

    A Cultura Artística e o Ensino em Portugal(€50.00)

    Francisco da Cruz Vieira e Brito – A Cultura Artística e o Ensino em Portugal – Dissertação Para o Exame de estado da Escola Normal Superior – 9.º Grupo do Magistério Liceal – Coimbra – 1926.Desc.(125)Pág.Br (Datilografia)

     

     

     

    Francisco da Cruz Vieira e Brito

    Francisco da Cruz Vieira e Brito nasceu às duas horas da tarde do dia sete de Setembro de 1893, no lugar de Sobradelo, da freguesia de Redufinho, concelho da Póvoa de Lanhoso. Era filho do Dr. Bernardino Ribeiro de Vieira e Brito, facultativo do Partido da câmara municipal de Amares, oriundo da mesma freguesia de Santa Maria de Rendufinho, e de sua esposa, D. Quitéria de Jesus da Cruz de Vieira e Brito, esta natural da de São Paio de Brunhais, ambas as freguesias do concelho da Póvoa de Lanhoso. Seus pais haviam casado na igreja de Fontarcada, residindo, à época do nascimento deste primeiro filho, na freguesia de Ferreiros do concelho de Amares. O recém-nascido — neto paterno do doutor Francisco Hilário Ribeiro de Sousa e Brito e de D. Felizarda Rosa Vieira de Campos, e materno de Francisco José da Cruz e D. Emília Rosa da Silva e Sá — foi baptizado pelo reverendo José Joaquim Álvares na igreja da sua paróquia natal, aos quatro dia de Outubro do mesmo ano do nascimento. Para padrinho do pequeno Francisco foi escolhido o Senhor D. Francisco José Ribeiro de Vieira e Brito, bispo de Angra e Ilhas dos Açores o qual, não podendo estar presente, foi legalmente representado por seu bastante procurador e irmão, reverendo João Maria Ribeiro de Vieira e Brito; e para madrinha a senhora D. Conceição Cruz, no estado de solteira, proprietária, da freguesia de São Paio de Brunhais. Eram ambos tios da criança baptizada. Pouco mais de um ano passado, isto é, ao sétimo dia do mês de Dezembro de mil oitocentos e noventa e quatro, nascia na mesma casa de Sobradelo de Rendufinho seu irmão único, a quem foi dado o nome de António, o qual foi baptizado na igreja da mesma paróquia aos oito dias do mês de Janeiro de mil oitocentos e noventa e cinco, sendo celebrante da cerimónia o Senhor D. Francisco José Ribeiro de Vieira e Brito, ainda bispo de Angra e mais tarde titular da diocese de Lamego, e padrinhos o reverendo João Mara Ribeiro de Vieira e Brito e D. Antónia Bernardina Ribeiro de Vieira e Brito, solteira, proprietaria, ambos tios paternos da criança, naturais e residentes na freguesia de Santa Maria de Rendufinho. Não conseguimos descortinar, pelo menos por agora, os passos da juventude destes dois irmãos, que parecem ter sido sempre bastante unidos. Sabemos, porém, que, em 1905, era seu tutor o tio padre João Maria Ribeiro de Vieira e Brito, que por eles “e perante o notário desta comarca de Póvoa de Lanhoso, Lino António Rebelo”, assinou uma escritura, em que as crianças mutuaram a José Antonio Vieira e sua mulher, da freguesia de Friande, Póvoa de Lanhoso, “capital de quatrocentos escudos sujeito ao juro correspondente à tabela anual de cinco e meio por cento e hipoteca, que foi devidamente registada no livro treze a folhas vinte e uma verso sob o número 5.797”. No ano seguinte, em cinco de Julho, é ainda o tio padre quem por eles volta a assinar uma escritura de empréstimo de cento e sessenta escudos, dados ao juro de cinco e meio por cento a António Joaquim Fernandes, pela qual este “lhes havia feito hipoteca de vários prédios”. Seriam, nessa altura, os pequenos órfãos? A pesquisa poderá levar-nos a alguma resposta, que pelo menos por agora não existe. Mas duas coisas nos levam a pensar que assim pudesse ter sido: em primeiro lugar, por terem um tutor. E em segundo, por, meninos ainda, terem já de seu dinheiro para emprestar a juros. Seria esse dinheiro herdado de seus pais? Também ainda não conseguimos apurar, pelo menos por agora, a razão pela qual ambos os irmãos habitaram durante vários anos em Castelões, freguesia do concelho de Guimarães bastante distante da de Rendufinho. Mas sabemos que criaram ali profundas raízes, que tiveram ali propriedades, e que de tal forma a freguesia os prendeu que, pelo menos o Dr. Francisco da Cruz Vieira e Brito, veio ali a enterrar quando faleceu, em 1968. O primeiro dos irmãos, Francisco da Cruz Vieira e Brito, fez os preparatórios no liceu nacional de Braga, seguindo depois para a cidade de Coimbra, onde em 1911 se matriculou e onde se formou em medicina. Deve ter concluído a licenciatura em 1919, ano em que fez a sua matrícula para doutoramento. Entre 1921 e 1926, leccionou na UC as cadeiras de Clínica e Policlínica Médica, tendo, durante os mesmos anos, desempenhado o cargo de analista do Laboratório de Análises Clínicas da Universidade. Em Outubro de 1926 despediu-se do corpo docente da Universidade, passando a leccionar como professor agregado no Liceu José Falcão, ainda em Coimbra, a partir de 1927. Ali ficou a residir alguns anos e a exercer a sua profissão de médico durante algum tempo, pois é residente nessa cidade e na qualidade de clínico que o dá uma procuração passada ao amanuense na Póvoa de Lanhoso Guilherme José Carneiro para que este representasse ambos os irmãos numa escritura, procuração passada em Julho de 1925. Mais tarde e por largos anos, o Dr. Francisco veio residir na Avenida Central, número 131, em Braga, tendo-se tornado professor do ensino liceal na cidade, profissão com a qual se reformou[8]. É natural que em parelelo exercesse também na cidade a medicina. Mas voltemos um pouco atrás, a 1922, ano em que outorgaram a favor da sua rendeira Maria Joana Gomes, viuva e residente na mesma freguesia, a quem aqueles, sendo senhores de um foro anual de uma galinha, um frango, uma dúzia de ovos e um alqueire de milho alvo, que era obrigada a pagar-lhes esta, lhe vendem uma casa e horta junta, sitos no lugar da Devesa, através da entrega do domínio directo pelo pagamento de vinte vezes o foro acrescido do respectivo laudémio de quarentena, liquidado à face da tarifa camarária deste concelho, importância total de duzentos e trinta escudos e quarenta e sete centavos, que já receberam. Em 1924, quando, residindo “acidentalmente” em Castelões,  como é referido no documento notarial, os irmãos outorgaram uma permuta de imóveis, na mesma freguesia de Garfe, com José Baptista da Silva e mulher Esmeralda de Oliveira Peixoto, proprietários e moradores, tendo trocado entre eles leiras e matas. Os irmãos, possuiram as vastíssimas propriedades herdadas, em comum até ao ano de 1959. A oito de Agosto desse ano, fizeram perante o notário João Machado da Silva, na Póvoa de Lanhoso a partilha desses bens, nos seguintes termos. “Divisão de bens comuns: os doutores Francisco da Cruz Vieira e Brito e António da Cruz Vieira e Brito são proprietários em comum de um conjunto de prédios descritos em letra de máquina em onze meias folhas de papel selado de cinco escudos (…); o valor global dos bens comuns é de cento e sessenta e sete mil, seiscentos e trinta e quatro escudos (…), tendo o quinhão do primeiro outorgante o valor de oitenta e três mil oitocentos e dezassete escudos sendo de igual valor e o do segundo”. Que não lhes sendo conveniente continuar na “indecisão”, decidiram dividi-los entre si, criando para a partilha dois lotes, sendo o lote A e o lote B. Ao primeiro são entregues todos os prédios constantes do lote A, com suas águas e outros pertences (…), tornando aos segundos outorgantes o valor em dinheiro de mil cento e treze escudos. Refira-se, para se entender do que falamos, que os dois irmãos, Francisco e António, foram únicos e universais herdeiros do seu tio, reverendo João Mara Ribeiro de Vieira e Brito, falecido em Rendufinho, Póvoa de Lanhoso, em nove de Julho de 1954. A relação de bens herdados deste comporta 216 prédios, pelo valor matricial de 571.674$00. Não podemos deixar de dizer, contudo, que o valor matricial destas propriedades é infinitamente inferior ao valor real das propriedades, pois, como veremos já de seguida, por apenas dois campos e uma sorte de mato, pagaria o Dr. Francisco, dois anos depois, quase meia centena de contos. Certo é que Francisco da Cruz Vieira e Brito possuía, em meados da década de 1950, cerca de 200 prédios, entre urbanos ou rústicos, situados nas freguesias de Rendufinho, Garfe, Serzedelo, S. João de Rei, Oliveira e Friande[14], aos quais se juntavam outros ainda não inventariados, nomeadamente uma quinta em Porto d’Ave, freguesia de Taíde, que viria a legar à Irmandade da Senhora do Porto. Apesar do seu vastíssimo património imobiliário, o Dr. Francisco, em 1956, continuava a comprar propriedades, como aconteceu com os campos da Senra e da Leira, com água de lima e rega da poça do Verdeal, e com a sorte do mato da Volta ou do Penedo da Boca Aberta ou ainda das Trinta Carvalhas, na freguesia de Taíde, adquiridas por quarenta e cinco mil escudos a Parcídio Joaquim Fernandes Vaz, solteiro, maior, empregado comercial residente na rua do Monte Cativo, número 440, na cidade do Porto. Falta-nos apurar todas as benemerências feitas em Porto d’Ave, mas é certo que para além de doações, pagou do seu bolso várias obras feitas no santuário. O Dr. Francisco da Cruz Vieira e Brito faleceu, solteiro, na sua residência, sita à freguesia de São Victor, em Braga, em oito de Junho de 1968, depois de uma “melindrosa operação. Tinha 74 anos de idade e foi sepultado no cemitério de Castelões, concelho da Guimarães

     

     

     

     


  • A Rainha D.Leonor (Exposição no Mosteiro da Madre de Deus)

    A Rainha D.Leonor (Exposição no Mosteiro da Madre de Deus) (€13.00)

    M.Lopes de Almeida, Jorge de Moser, João Couto, Manuel Santos Esteves & Fernando da Silva Correia – A Rainha D.Leonor (Exposição no Mosteiro da Madre de Deus) – Fundação Calouste Gulbenkian – Lisboa – 1958.Desc.(82)Pág.Br.Ilust


  • Ensaios / Domingos de Sequeira – Na Política do Seu Tempo & George Buchanan – Uma Figura da Reforma

    Ensaios / Domingos de Sequeira – Na Política do Seu Tempo & George Buchanan – Uma Figura da Reforma (€12.00)

    Horácio de Castro Guimarães – Ensaios / Domingos de Sequeira – Na Política do Seu Tempo & George Buchanan – Uma Figura da Reforma – Separata da Revista Gil Vicente Guimarães – Guimarães – 1959.Desc.(27)Pág.Br.Ilust


  • Dordio Gomes (Pintor Alentejano) – Estudo Biográfico

    Dordio Gomes (Pintor Alentejano) – Estudo Biográfico(€17.00)

    Celestino David – Dordio Gomes (Pintor Alentejano) – Estudo Biográfico – Edição – Junta de Província do Alto Alentejo – Évora – 1958.Desc.(53)Pág.Br.Ilust

     

     

    Dordio Gomes

    Simão César Dórdio Gomes (ou Dordio Gomes) (Arraiolos, 26 de julhode 1890 — Porto, 12 de julho de 1976) foi um pintor modernista português Estudou na Academia Real de Belas Artes, onde foi aluno de Luciano Freire e Veloso Salgado, tendo-se formado em Pintura Histórica em 1910. Nesse ano parte para Paris, como bolseiro, frequentando a Academia Julian e as aulas de Jean-Paul Laurens, mas a bolsa é anulada em 1911 por razões a que foi totalmente alheio e Dordio Gomes volta a residir em Arraiolos. Regressa a Paris em 1921 para uma permanência de 5 anos; frequenta a Escola Nacional de Belas Artes de Paris e o ateliê de Ferdinand Cormon. Participa no Salon d’Automne de 1922 em Paris. Viaja pela Bélgica, Suíça, Holanda e faz uma estadia de 8 meses em Itália, onde o conhecimento da obra dos grandes mestres lhe desperta o interesse pela pintura a fresco (importante para o entendimento da sua obra final). A pintura de Dordio altera-se através do contacto com as novas correntes internacionais. Em conjunto com Henrique Franco, Alfredo Miguéis, Francisco Franco e Diogo de Macedo, organiza e participa na exposição Cinco Independentes, 1923, (SNBA) – em que também participam, como convidados Mily Possoz, Eduardo Viana e Almada Negreiros, que se tornará num marco importante na afirmação do modernismo na década de 1920. Em 1933 fixa-se no Porto. A partir de 1934 e até à data da sua reforma, em 1960, leciona na Escola de Belas-Artes do Porto. De “ardente e comovedora simpatia”, afável e apaixonado pela arte e pelo ensino, irá realizar “uma notável obra docente, promovendo uma geração de pintores que se distinguiu nos anos 40 e 50”. Tem colaboração artística em diversas publicações periódicas entre as quais a II série da revista Alma nova (1915-1918) e a Contemporânea. A 18 de novembro de 1960, foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. Embora tenha sido aluno de Luciano Freire e Veloso Salgado, o seu trabalho inicial está marcado pela influência do naturalismo de Malhoa mas, mais ainda, pela obra exemplar de Columbano, “o que levou os primeiros críticos a considerá-lo aluno deste grande mestre”. Ao longo da segunda permanência em Paris a sua pintura sofre um redirecionamento. Não são muitas as obras realizadas nestes 5 anos, “cerca de três dezenas de quadros, dos quais apenas uma escassa dúzia são nossos conhecidos”, mas a mudança é profunda: “são obras laboriosas, por vezes massacradas”, intensas, onde se aproxima de valores cubistas e expressionistas, como acontece em Casas de Malakoff, 1923 (coleção do Museu Nacional Soares dos Reis). Mas o efeito de longo prazo dessa estadia prende-se acima de tudo com a assimilação das descobertas de Cézanne. Em Paris, “o tímido pintor naturalista […] entendeu um novo sistema de formas através da lição de Cézanne”; as suas composições da época, “de grande solidez, com a exigência geométrica dos seus volumes, a cor sombria dos corpos, são inteiramente novas na pintura nacional”. Após o regresso a Arraiolos, em 1926, Dordio começa “uma nova fase da sua pintura”; pinta paisagens do Alentejo, sobreiros e cavalos – como em Éguas de manada, 1929 (coleção do Museu do Chiado), onde se sente talvez “a memória da originalíssima pintura de Franz Marc e do seu misticismo animalista” –, e “imagens da vida provincial, com seus labores de campo e seus trabalhadores, numa «urdidura alacre e dissonante»”. Durante quatro anos irá alternar entre obras de pequeno formato – realizadas certamente em contacto direto com o motivo, onde se sente a herança expressionista e “onde vibra a impressão direta, o domínio imediato e poderoso da natureza” –, e grandes painéis decorativos para o salão nobre dos Paços do Conselho, mais convencionais, cuja “narrativa quase afoga e suplanta o vigor da expressão plástica”. A mudança para o Porto em 1933 traduz-se numa alteração das suas opções cromáticas, e a luminosidade viva e quente das terras alentejanas cede o lugar a uma paleta de valores mais ténues e envolventes, como acontece em O rio Douro, 1935. Pintará inúmeras vezes essa cidade, o Douro e as suas pontes, em obras de poderoso efeito plástico em que por vezes se sente a reaproximação “a uma poética de cariz oitocentista”. Nas décadas finais trabalha uma enorme diversidade de temas – dos retratos de família às paisagens e gentes do norte ou do Alentejo, que continua a visitar periodicamente –, com resultados irregulares, alternando pinturas de grande solidez e obras de cariz mais convencional, quase sempre encomendas realizadas com a técnica do fresco. “As composições mitológicas, religiosas ou históricas que realizou [nos últimos anos], tradicionais ou com esforço de modernização formal […], não ajudam mais a definir a sua obra”, refletindo talvez “a influência de artistas mais novos do Porto, seus discípulos” (mas mesmo aqui, nos melhores momentos, Dordio parece aproximar-se da força de muralistas como Orozco ou Siqueiros, como acontece com a imagem dos Apóstolos no fresco da igreja dos Redentoristas, Porto).

     


  • Calouste Gulbenkian Coleccionador

    Calouste Gulbenkian Coleccionador(€35.00)

    José de Azeredo Perdigão – Calouste Gulbenkian Coleccionador – Fundação Calouste Gulbenkian – Lisboa – 1969.Desc.(237)Pág.E.Ilust


  • Henrique Pousão, Pintor Alentejano (Conferência)

    Henrique Pousão, Pintor Alentejano (Conferência)(€15.00)

    Celestino David – Henrique Pousão, Pintor Alentejano (Conferência) – Governo Civil de Évora/Gráfica Eborense – Évora – 1947.Desc.(43)Pág.Br.Ilust


  • Palavras do Tempo


  • Congresso Nacional do Algarve – Racal Clube

     

     

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  • Museu Nacional de Soares dos Reis(Pintura Portuguesa / 1850-1950)-1950

    Museu Nacional de Soares dos Reis(Pintura Portuguesa / 1850-1950) (€40.00)

    António Cardoso, Elisa Soares & Mónica Baldaque (Texto) Mónica Baldaque, Elisa Soares & Margarida Rebelo Correia(Catálogo Coordenação) – Museu Nacional de Soares dos Reis(Pintura Portuguesa / 1850-1950) – Ministério da Cultura – Instituto Português de Museus – Museu Nacional de Soares dos Reis – Lisboa – 1996.Desc.(287)Pág.E.Ilust

     

    António Manuel Soares dos Reis

    António Manuel Soares dos Reis (Mafamude, Vila Nova de Gaia, 14 de outubro de 1847 – Santa Marinha, Vila Nova de Gaia, 16 de fevereiro de 1889) foi um ilustre escultor portuense, considerado um dos maiores escultores portugueses do século XIX António Manuel Soares dos Reis nasceu a 14 de outubro de 1847, no lugar de Santo Ovídio, freguesia de Mafamude, concelho de Vila Nova de Gaia. Era filho de Manuel Soares Júnior, proprietário de uma tenda de mercearia a retalho, e de sua mulher Rita do Nascimento de Jesus. Recebeu o apelido “dos Reis”, de seu avô materno, António José dos Reis. Educado em rígida disciplina familiar, Soares dos Reis frequentou as aulas de instrução primária ao mesmo tempo que auxiliava o pai na tenda como marçano. Desde cedo se fizeram notar os seus dotes artísticos. Às escondidas do pai, talhava pequenos bonecos em madeira e modelava santinhos de barro que expunha ao Sol, no quintal. Essas figuras foram notadas pelo vizinho Diogo de Macedo e pelo pintor Resende que convenceram o pai de Soares dos Reis a enviá-lo para a Escola de Belas Artes. Foi assim que, em 1861, com apenas 14 anos, se matriculou na Academia Portuense de Belas Artes, onde foi aluno de Fonseca Pinto, tendo concluído o curso de escultura em 1866. Durante a frequência do curso colheu prémios e louvores, obtendo o 1.º prémio nas cadeiras de desenho, arquitetura e escultura. Aos 20 anos tornou-se pensionista do Estado no estrangeiro. Em 1867, tendo vencido o concurso com um busto, Firmino, com o espírito romântico que a escultura portuguesa não conhecera ainda, parte para Paris, onde frequentou o atelier de François Jouffro  e a École Imperiale et Speciale des Beaux Arts, recebendo aulas de Adolphe Yvon e de Hippolyte Taine. Também aqui Soares dos Reis alcançou a classificação de n.º 1 do curso, distinção que levou os seus colegas a batizá-lo com o epíteto de voleur des prix (ladrão de prémios). Mas a eclosão da Guerra Franco-Prussiana obrigou-o a regressar ao país. Por instâncias dos seus professores da Academia Portuense é enviado para Roma, a fim de completar o período de pensionato, sem assumir qualquer professor. Soares dos Reis chegou à Cidade Eterna em 1871 e foi aqui que executou uma das suas obras mais românticas e originais, O Desterrado, sua obra maior. Obra formalmente clássica, O Desterrado é também a nostalgia da Pátria distante uma «estátua da saudade». De inspiração classicista, a obra (na altura tida como plágio, o que iria angustiar durante muito tempo o escultor) é um notável trabalho dos volumes, permitindo jogos de luz e sombra, a acentuarem o sentido do título. A obra exerceu influência direta sobre obras da subsequente geração de escultores. Resultado do seu contacto com a escultura europeia da época, a fase seguinte da obra de Soares dos Reis, para além do virtuosismo técnico da sua execução, iria ser marcada pelos valores do realismo, patentes, em várias obras. Chegado ao Porto em 1872, Soares dos Reis foi recebido pelos seus conterrâneos com aplausos e admiração, sendo nomeado Académico de Mérito da Academia Portuense de Belas Artes, em 1873. Em 1875, é nomeado Académico de Mérito pela Academia de Belas Artes de Lisboa. E em 1878 recebe uma Menção honrosa na Exposição Universal de Paris. Até 1880, o escultor produziu, expôs e foi reconhecido por diversos trabalhos. Foi um dos fundadores do Centro Artístico Portuense, organismo que muito contribuiu para a difusão das artes plásticas no país. Contudo, Soares dos Reis será acusado de plagiar a estátua de Ares do Museu das Termas — e mais tarde dir-se-á mesmo que não era ele o autor d’O Desterrado, acusações que atingiram profundamente o artista. A obra é exposta em 1874 na Academia e em 1881 obtém uma medalha de ouro em Madrid sendo agraciado com o Grau de Cavaleiro da Ordem de Carlos III Obra revolucionária para a época, revelando qualidade e inspiração pessoal, O Desterrado é bem a expressão de uma certa ideia de Pátria a que os Vencidos da Vidase acordarão. Soares dos Reis fará posteriormente a estátua do Conde de Ferreira(1876), de D. Afonso Henriques (1887), de Brotero (1888), os retratos de Hintze Ribeiro, Correia de Barros e Fontes Pereira de Melo e os bustos da Viscondessa de Moser (1884) e «da Inglesa» (1887). Aceitou outras encomendas menores, por desespero e falta de outras — santos para confrarias, ornatos para estuques, gravuras para O Occidente, etc. Em 1881 é nomeado professor da Escola de Belas-Artes do Porto, onde pretende reformar o ensino da escultura, contando com a oposição obstinada dos seus colegas. Expõe em Paris, em 1881, na Exposição Universal. O seu ecletismo revelou-se na escultura de temática religiosa, onde também deixou uma marca naturalista (Cristo Crucificado, 1877) ou evocadora de um certo goticismo (São José e São Joaquim, peças esculpidas para a frontaria da capela da família Pestana, no Porto). A 15 de julho de 1885, casa em Mafamude, com Amélia Aguiar de Macedo, de quem teve dois filhos: Raquel Engrácia de Macedo Soares dos Reis (1886-1952) e Fernando de Macedo Soares dos Reis (1888-?), que viriam a falecer sem deixar descendência. Dedicado à divulgação da escultura, leccionou nos cursos noturnos do Centro Artístico Portuense, de sua iniciativa. Sofrendo, na sua intenção de renovar o ensino da escultura, a oposição de outras figuras ligadas às instituições da época, o escultor, de temperamento depressivo, abandona o Centro Artístico Portuense em 1887 e, dois anos depois, em 1889, suicida-se no seu atelier em Vila Nova de Gaia. É encontrado apoiado à sua mesa de trabalho. Desfechara um tiro de revólver contra a cabeça. Na parede branca atrás da cadeira onde ficou sentado, escrevera: «Sou cristão, porém, nestas condições, a vida para mim é insuportável. Peço perdão a quem ofendi injustamente, mas não perdoo a quem me fez mal». Tinha 41 anos e foi sepultado no cemitério de Mafamude, na localidade onde nascera, numa sepultura de mármore com o busto da Saudade, obra de sua autoria. Incapaz de se sobrepor à incompreensão e ao descrédito lançados contra o seu valor artístico e de enfrentar a obstrução sistemática aos seus esforços de inovação como docente, recorreu ao suicídio, deixando uma obra ímpar na escultura da segunda metade do século XIX.

    «Porto, 16 – Suicidou-se hoje às 08h00 da manhã, na sua casa da Rua de Luís de Camões, em Vila Nova de Gaia, disparando dois tiros de revólver na cabeça, o eminente estatuário Soares dos Reis, lente de escultura na Academia de Belas Artes e autor de verdadeiras obras primas. (…) São desconhecidas as causas que determinaram o suicídio.» In “Diário de Noticias”, 17 de fevereiro de 1889.

     


  • Colecção Completa de Ramalho Ortigão / [As Farpas] + [Correio de Hoje] + [ Cronicas Portuenses] + [Folhas Soltas] + [Costumes e Perfis] + [John Bull] + [Banhos e Caldas e Águas Minerais] + [Notas de Viagem] + [Em Paris] + [A Holanda] + [Arte Portuguesa] + [Pela Terra Alheia] +[Farpas Esquecidas] + [Primeiras Prosas] + [Figuras e Questões Literárias] + [O Mistério da Estrada de Sintra] + [As Praias de Portugal] + [Contos e Paginas Dispersas] + [Ultimas Farpas]

    Colecção Completa de Ramalho Ortigão
    Colecção Completa de Ramalho Ortigão «€500.00»

    Ramalho Ortigão – [As Farpas] + [Correio de Hoje] + [ Cronicas Portuenses] + [Folhas Soltas] + [Costumes e Perfis] + [John Bull] + [Banhos e Caldas e Águas Minerais] + [Notas de Viagem] + [Em Paris] + [A Holanda] + [Arte Portuguesa] + [Pela Terra Alheia] +[Farpas Esquecidas] + [Primeiras Prosas] + [Figuras e Questões Literárias] + [O Mistério da Estrada de Sintra] + [As Praias de Portugal] + [Contos e Paginas Dispersas] + [Ultimas Farpas] – Livraria Clássica Editora – Lisboa 1943/1966. Desc.[XXXVIII + 270] + [279] + [288] + [318] + [318] + [300] + [326] + [323] + [301] + [302] + [322] + [259] +[241] + [247] + [259] + [199 + 204] + [298 + 236 + 262] + [282 + 310] + [200 + 202] + [260] + [309] + [342] + [303] + [275] + [285] + [253] + [287] + [290] + [212] + [490] + [229 + 223] + [318] + [254] / 18,5 cm x 12,5 cm / E. Pele

     

    Ramalho Ortigão – Wikipédia, a enciclopédia livre
    Duarte Ramalho Ortigão

    Resultado de imagem para ramalho ortigão Duarte Ramalho Ortigão (Porto, Santo Ildefonso, Casa de Germalde, 24 de outubro de 1836 — Lisboa, Mercês, 27 de setembro de 1915) foi um escritor português. José Duarte Ramalho Ortigão nasceu no Porto, na Casa de Germalde, freguesia de Santo Ildefonso. Era o mais velho de nove irmãos, filhos do primeiro-tenente de artilharia Joaquim da Costa Ramalho Ortigão e de sua mulher D. Antónia Alves Duarte Silva. Viveu a sua infância numa quinta do Porto com a avó materna, com a educação a cargo de um tio-avô e padrinho Frei José do Sacramento. Em Coimbra, frequentou brevemente o curso de Direito. Ensinou francês e dirigiu o Colégio da Lapa no Porto, do qual seu pai havia sido diretor. Iniciou-se no jornalismo colaborando no Jornal do Porto e no jornal de cariz monárquico O Correio: Semanário Monárquico(1912-1913). Também foi colaborador em diversas publicações periódicas, em alguns casos postumamente, entre as quais se destaca: Acção realista (1924-1926); O António Maria(1879-1885;1891-1898); Branco e Negro (1896-1898); Brasil-Portugal (1899-1914); Contemporânea (1915-1926); A Esperança(1865-1866; Galeria republicana (1882-1883); Gazeta Literária do Porto (1868), Ideia Nacional  (1915), A Imprensa(1885-1891); O Occidente (1878-1915); Renascença (1878-1879?); Revista de Estudos Livres  (1883-1886), A semana de Lisboa (1893-1895); A Arte Portuguesa (1895); Tiro e Sport  (1904-1913); Serões (1901-1911); O Thalassa: semanario humoristico e de caricaturas (1913-1915). Em 24 de outubro de 1859 casou com D. Emília Isaura Vilaça de Araújo Vieira, de quem veio a ter três filhos: Vasco, Berta e Maria Feliciana. Ainda no Porto, envolveu-se na Questão Coimbrã com o folheto “Literatura de hoje”, acabando por enfrentar Antero de Quental num duelo de espadas, a quem apodou de cobarde por ter insultado o cego e velhinho António Feliciano de Castilho. Ramalho ficou fisicamente ferido no duelo travado, em 6 de fevereiro de 1866, no Jardim de Arca d’Água. No ano seguinte, em 1867, visita a Exposição Universal em Paris, de que resulta o livro Em Paris, primeiro de uma série de livros de viagens. Insatisfeito com a sua situação no Porto, muda-se para Lisboa com a família, obtendo uma vaga para oficial da Academia das Ciências de Lisboa. Reencontra em Lisboa o seu ex-aluno Eça de Queirós e com ele escreve um “romance execrável” (classificação dos autores no prefácio de 1884): O Mistério da Estrada de Sintra (1870), que marca o aparecimento do romance policial em Portugal. No mesmo ano, Ramalho Ortigão publica ainda Histórias cor-de-rosa e inicia a publicação de Correio de Hoje (1870-71). Em parceria com Eça de Queirós, surgem em 1871 os primeiros folhetos de As Farpas, de que vem a resultar a compilação em dois volumes sob o título Uma Campanha Alegre. Em finais de 1872, o seu amigo Eça de Queirós parte para Havana exercer o seu primeiro cargo consular no estrangeiro, continuando Ramalho Ortigão a redigir sozinho As Farpas. Entretanto, Ramalho Ortigão tornara-se uma das principais figuras da chamada Geração de 70. Vai acontecer com ele o que aconteceu com quase todos os membros dessa geração. Numa primeira fase, pretendiam aproximar Portugal das sociedades modernas europeias, cosmopolitas e anticlericais. Desiludidos com as luzes europeias do progresso material, porém, numa segunda fase voltaram-se para as raízes de Portugal e para o programa de um “reaportuguesamento de Portugal”. É dessa segunda fase a constituição do grupo “Os Vencidos da Vida”, do qual fizeram parte, além de Ramalho Ortigão, o Conde de Sabugosa, o Conde de Ficalho, o Marquês de Soveral, o Conde de Arnoso, Antero de Quental, Oliveira Martins, Guerra Junqueiro, Carlos Lobo de Ávila, Carlos de Lima Mayer e António Cândido. À intelectualidade proeminente da época juntava-se agora a nobreza, num último esforço para restaurar o prestígio da Monarquia, tendo o Rei D. Carlos I sido, significativamente, eleito por unanimidade “confrade suplente do grupo”. Na sequência do assassínio do Rei, em 1908, escreve D. Carlos o Martirizado. Com a implantação da República, em 1910, pede imediatamente a Teófilo Braga a demissão do cargo de bibliotecário da Real Biblioteca da Ajuda, escrevendo-lhe que se recusava a aderir à República “engrossando assim o abjecto número de percevejos que de um buraco estou vendo nojosamente cobrir o leito da governação”. Saiu em seguida para um exílio voluntário em Paris, onde vai começar a escrever as Últimas Farpas (1911-1914) contra o regime republicano. O conjunto de As Farpas, mais tarde reunidas em quinze volumes, a que há que acrescentar os dois volumes das Farpas Esquecidas, e o referido volume das Últimas Farpas, foi a obra que mais o notabilizou por estar escrita num português muito rico, com intuitos pedagógicos, sempre muito crítico e revelando fina capacidade de observação. Eça de Queirós escreveu que Ramalho Ortigão, em As Farpas, “estudou e pintou o seu país na alma e no corpo”. Regressa a Portugal em 1912 e, em 1914 dirige a célebre Carta de um velho a um novo, a João do Amaral, onde saúda o lançamento do movimento de ideias políticas denominado Integralismo Lusitano: “A orientação mental da mocidade contemporânea comparada à orientação dos rapazes do meu tempo estabelece entre as nossas respectivas cerebrações uma diferença de nível que desloca o eixo do respeito na sociedade em que vivemos obrigando a elite dos velhos a inclinar-se rendidamente à elite dos novos”. Vítima de cancro, recolheu-se na casa de saúde do Dr. Henrique de Barros, na então Praça do Rio de Janeiro, em Lisboa, vindo a falecer em 27 de setembro de 1915, na sua casa da Calçada dos Caetanos, na Freguesia da Lapa. Foi Comendador da Ordem Militar de Cristo e Comendador da Imperial Ordem da Rosa do Brasil. Além de bibliotecário na Real Biblioteca da Ajuda, foi Secretário e Oficial da Academia Nacional de Ciências, Vogal do Conselho dos Monumentos Nacionais, Membro da Sociedade Portuguesa de Geografia, da Academia das Belas Artes de Lisboa, do Grémio Literário, do Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, e da Sociedade de Concertos Clássicos do Rio de Janeiro. Em Espanha, foi-lhe atribuída a Grã-Cruz da Ordem de Isabel a Católica e foi membro da Academia de História de Madrid, da Sociedade Geográfica de Madrid, da Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, da Unión Ibero americana e da Real Academia Sevillana de Buenas Letras.Foram impressas duas notas de 50$00 Chapa 6 e 6A de Portugal com a sua imagem.


  • Alberto Lacerda(O Mundo de Um Poeta)

    Alberto Lacerda(O Mundo de Um Poeta) (€30.00)

    Luis Amorim de Sousa, Eduardo Lourenço, António Ramos Rosa & John McEwen – Alberto Lacerda)o Mundo de Um Poeta) – Fundação Calouste Gulbenkian – Lisboa – 1987.Desc.(67)pág.B.Ilust

     

    Carlos Alberto Portugal Correia de Lacerda (Ilha de Moçambique, 20 de setembro de 1928 — Londres, 26 de agosto de 2007) foi um poeta, professor ocasional de literatura, crítico de arte e coleccionador português Nascido na Ilha de Moçambique, Alberto de Lacerda veio para Lisboa em 1946. Em 1951 fixou-se em Londres trabalhando como locutor e jornalistada BBC, efectuado um notável trabalho de divulgação de poetas como Camões, Pessoa e Sena. Nos anos seguintes viajou pela Europa e esteve no Brasil em 1959 e 1960. A partir de 1967 começa a leccionar na Universidade do Texas em Austin, do Texas, EUA, onde se manteve durante cinco anos, fazendo uma breve passagem pela Universidade de Columbia, de Nova Iorque, até se fixar, em 1972, como professor de poética, na Universidade de Boston, Massachusetts. Estreou-se em Portugal com uma série de poemas publicados na revista Portucale. Foi um dos fundadores da revista de poesia Távola Redonda, juntamente com Ruy Cinatti, António Manuel Couto Viana e David Mourão-Ferreira. Os seus poemas foram traduzidos para o inglês, castelhano, alemão e holandês, entre várias outras línguas. É descrito como possuindo uma linguagem pouco adjectivada mas rica em imagística, reveladora de um mundo misterioso oculto na vulgaridade das coisas.[1]Alberto de Lacerda é também autor de colagens, tendo chegado a expor, nos anos 80, na Sociedade Nacional de Belas Artes, de Lisboa.  Faleceu em Londres a 26 de Agosto de 2007. Apesar do número relativamente pequeno de obras publicadas, Lacerda deixou um vasto espólio e de grande importância, composto, nomeadamente, por correspondência com grandes figuras da cultura, estrangeiras e portuguesas, tais como Maria Helena Vieira da Silva e o marido Árpád Szenes ou ainda Paula Rego.