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  • V Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros

  • Uma Estátua Para Herodes

    Uma Estátua Para Herodes
    Uma Estátua Para Herodes «€35.00»

    Natália Correia – Uma Estátua Para Herodes – Edições – Arcádia – Lisboa – 1974. Desc. 141 pág / 19 cm x 12,5 cm / E «1.ª Edição»

     

    ….Natália de Oliveira Correia  (Fajã de Baixo, São Miguel, 13 de Setembro de 1923 — Lisboa, 16 de Março de 19931 ) foi uma intelectual, poeta (a própria recusava ser classificada como poetisa por entender que a poesia era assexuada) e activista social açoriana, autora de extensa e variada obra publicada, com predominância para a poesia. Deputada à Assembleia da República (1980-1991), interveio politicamente ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. Autora da letra do Hino dos Açores. Juntamente com José Saramago (Prémio Nobel de Literatura, 1998), Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). A obra de Natália Correia estende-se por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio. Colaborou com frequência em diversas publicações portuguesas e estrangeiras. Foi uma figura central das tertúlias que reuniam em Lisboa nomes centrais da cultura e da literatura portuguesas nas décadas de 1950 e 1960. Ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na sua escrita. A sua obra está traduzida em várias línguas. Quando tinha apenas onze anos o pai emigra para o Brasil, fixando-se Natália com a mãe e a irmã em Lisboa, cidade onde faz estudos liceais no Liceu D. Filipa de Lencastre. Iniciou-se na literatura com a publicação de uma obra destinada ao público infanto-juvenil mas rapidamente se afirmou como poetisa. Notabilizada através de diversas vertentes da escrita, já que foi poetisa, dramaturga, romancista, ensaísta, tradutora, jornalista, guionista e editora , tornou-se conhecida na imprensa escrita e, sobretudo, na televisão, com o programa Mátria, onde advogou uma forma especial de feminismo (afastado do conceito politicamente correcto do movimento), o matricismo, identificador da mulher como arquétipo da liberdade erótica e passional e fonte matricial da humanidade; mais tarde, à noção de Pátria e de Mátria acrescenta a de Frátria. Dotada de invulgar talento oratório e grande coragem combativa, tomou parte activa nos movimentos de oposição ao Estado Novo, tendo participado no MUD (Movimento de Unidade Democrática, 1945), no apoio às candidaturas para a Presidência da República do general Norton de Matos (1949) e de Humberto Delgado(1958) e na CEUD (Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, 1969). Foi condenada a três anos de prisão, com pena suspensa, pela publicação da Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, considerada ofensiva dos costumes, (1966) e processada pela responsabilidade editorial das Novas Cartas Portuguesas de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta. Foi responsável pela coordenação da Editora Arcádia, uma das grandes editoras portuguesas do tempo. A sua intervenção política pública levou-a ao parlamento, para onde foi eleita em 19803 nas listas do PPD (Partido Popular Democrático), passando a independente. Foi autora de polémicas intervenções parlamentares, das quais ficou célebre, num debate sobre o aborto, em 1982, a réplica satírica que fez a um deputado do CDS sobre a fertilidade do mesmo. Fundou em 1971, com Isabel Meireles, Júlia Marenha e Helena Roseta, o bar Botequim, onde durante as décadas de 1970 e 1980 se reuniu grande parte da intelectualidade portuguesa. Foi amiga de António Sérgio (esteve associada ao Movimento da Filosofia Portuguesa), David Mourão-Ferreira (“a irmã que nunca tive”), José-Augusto França (“a mais linda mulher de Lisboa”) , Luiz Pacheco (“esta hierofântide do século XX”), Almada Negreiros, Mário Cesariny (“era muito mais linda que a mais bela estátua feminina do Miguel Ângelo”), Ary dos Santos (“beleza sem costura”), Amália Rodrigues, Fernando Da costa, entre muitos outros. Foi uma entusiasmada e grande impulsionadora pelo aparecimento do espectáculo de café-concerto em Portugal, na figura do polémico travesti Guida Scarllaty, o actor Carlos Ferreira, na época um jovem arquitecto de quem era grande amiga. Na sua casa, foi anfitriã de escritores famosos como Henry Miller, Graham Greene ou Ionesco. A 13 de Julho de 1981 foi feita Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. Natália Correia recebeu, em 1991, o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro Sonetos Românticos. No mesmo ano a 26 de Novembro foi feita Grande-Oficial da Ordem da Liberdade. Natália Correia casou quatro vezes. Após dois primeiros curtos casamentos, casou em Lisboa a 31 de Julho de 1953 com Alfredo Luís Machado (1904-1989), a sua grande paixão, bem mais velho do que ela e já viúvo, casamento este que durou até à morte deste, a 17 de Fevereiro de 1989. (São já notáveis as cartas de amor da jovem Natália para Alfredo Luís Machado.) Em 1990, tinha Natália 67 anos de idade, celebrou um casamento de conveniência com o seu colaborador e amigo Dórdio Guimarães.Na madrugada de 16 de Março de 1993, morreu , subitamente, com um ataque cardíaco, em sua casa, depois de regressada do Botequim. A sua morte precoce deixou um vazio na cultura portuguesa muito difícil de preencher. Legou a maioria dos seus bens à Região Autónoma dos Açores, que lhe dedicou uma exposição permanente na nova Biblioteca Pública de Ponta Delgada, instituição que tem à sua guarda parte do seu espólio literário (que partilha com a Biblioteca Nacional de Lisboa) constante de muitos volumes éditos, inéditos, documentos biográficos, iconografia e correspondência, incluindo múltiplas obras de arte e a biblioteca privada….


  • Os Lusíadas «Quarto Centenário do Descobrimento da Índia»

    Os Lusiadas
    Os Lusíadas «€500.00»

    Luiz de Camões – Os Lusíadas «Quarto Centenário do Descobrimento da Índia» Prefácio por D. António Mendes Bello e  Manuel Pinheiro Chagas Dirigida por Fernandes Costa – Editor – Silvestre Castanheiro – Lisboa  1898. Desc. 599 pág + 2 Retratos de Vasco da Gama e Luiz de Camões / 43 cm x 30 cm / E. Ilust.

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    Os Lusíadas «Quarto Centenário do Descobrimento da Índia» Prefácio por D. António Mendes Bello e  Manuel Pinheiro Chagas Dirigida por Fernandes Costa

  • Camões – Miscelânea do Centenário

    Camões – Miscelânea do Centenário(€90.00)

    Alfredo Carvalhães – Camões – Imprensa Portuguesa – Porto – 1880.Desc.(64)Pág / A.L.Leitão – Comedias de Luiz de Camões (I. El.Rei Seleuco) (II. Os Amphitriões) (III.Filodemo) Edição Popular/Editor – A.L.Leitão – Lisboa – 1880.Desc.(99)Pag / Alberto Pimentel – A Varanda de Nathercia – Oficina Typographia da Empresa Literária de Lisboa – Lisboa – 1880.Desc.(64)Pág. / Afonso Vargas – Excertos das Obras de Luiz de Camões Publicados Por Subscrição Promovida entre a Classe Académica de Lisboa – Typographia Editora de Mattos Moreira & C.ª – Lisboa – 1880.Desc.(191)Pág.E.Pele (4 Estudos de Camões)


  • No Reino de Caliban (Antologia Panorâmica da Poesia Africana de Expressão Portuguesa I Cabo Verde e Guiné-Bissau)

    No Reino de Caliban (Antologia Panorâmica da Poesia Africana de Expressão Portuguesa I Cabo Verde e Guiné-Bissau)(€40.00)

    Manuel Ferreira (Organização, Selecção, Prefácio e Notas) – No Reino de Caliban (Antologia Panorâmica da Poesia Africana de Expressão Portuguesa I Cabo Verde e Guiné-Bissau) – Seara Nova – Lisboa – 1975.Desc.(328)Pág.Br.Ilust


  • Água do Meu Moinho

    Água do Meu Moinho(€30.00)

    Victor Falcâo – Água do Meu Moinho – Empresa nacional de Publicidade – Lisboa – 1946.Desc.(291)Pág.Br.


  • Os Cavaleiros da Industria

    Os Cavaleiros da Industria(€50.00)

    Ponson Du Terrail – Os Cavaleiros da Industria (I Cartahut ou A Barca Phantasma) / Os Cavaleiros da Industria (II O Mysterio da Passagem do Sol) / Os Cavaleiros da Industria (III O Senhor da Montanha) / Os Cavaleiros da Industria (IV A Dedicação de Joanna) – Escritório da Bibliotheca Franco-Lusa – Lisboa – 1875.Desc.(209) + (230) + (230) + (214)Pág.E.Pele

     

     

    Pierre Alexis, Visconde de Ponson du Terrail

    Pierre Alexis, Visconde de Ponson du Terrail (Montmaur, 8 de julho de 1829 – Bordéus, 20 de janeiro de 1871foi um escritor francês, do gênero novelista Educado por sua família para ser membro da Marinha francesa, numa família tradicionalmente ligada ao meio militar, Ponson du Terrail se rebelou contra as determinações da família e contra os estudos, preferindo viver de literatura. Foi o autor de As proezas de Rocambole, um romance-folhetim publicado à partir de 1853, onde a personagem principal, chamado Rocambole, é um homem envolvido em trapaças, hábil em enganar as pessoas usando de disfarces diversos. O romance obteve grande sucesso no Brasil, em especial na capital, Rio de Janeiro. Durante sua carreira, escreveu simultaneamente cinco novelas diferentes, uma para cada jornal, entre eles L’Opinion nationale, La Patrie, Le Moniteur, Le Petit Journal.

     


  • Catorze Ensaios Sobre José Régio(Seguidos de Uma Biobibliografia Essencial)

    Catorze Ensaios Sobre José Régio(Seguidos de Uma Biobibliografia Essencial)(€15.00)

    Maria Aliete Galhoz – Catorze Ensaios Sobre José Régio(Seguidos de Uma Biobibliografia Essencial) – Edições Cosmos – Lisboa – 1996.Desc.(150)Pág.


  • Descoberta (Poesia)

    Descoberta (Poesia)(€35.00)

    João José Cochofel – Descoberta (Poesia) – Coimbra  Editora Lda – Coimbra – 1945.Desc.(112)Pág.E.Tela

     

    João José Cochofel

    João José de Melo Cochofel Aires de Campos (Coimbra, 17 de julho de 1919 – Lisboa, 14 de março de 1982), foi um poeta, ensaísta e críticoliterário e musicalportuguês João José Cochofel licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Fez parte do movimento neorrealista português tendo sido um dos organizadores do Novo Cancioneir, ajudando a fundar e colaborando ativamente nas revistas, ligadas àquele movimento, Altitude (1939) e Vértice (1942), ou, mais tarde, na direção da Gazeta Musical e de Todas as Artes. Também se encontra colaboração da sua autoria no semanário Mundo Literári (1946-1948). A 10 de junho de 1990, foi agraciado, a título póstumo, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique Para se compreender o contexto cultural, o contributo de João José Cochofel para a geração que, em Coimbra, sucedeu ao grupo da Presença (1927-1940), é fundamental conhecer a sua participação nas publicações que, à época, serviam de suporte às polémicas, eram o espaço de crítica literária, sem esquecer, naturalmente, as tertúlias, inclusive pelas iniciativas que então surgiram, até porque foi o anfitrião de uma das mais relevantes, pelo menos entre os jovens intelectuais e artistas, fossem estes de letras, das artes plásticas ou amantes da música, que se realizava no seu palacete, à Rua do Loureiro, onde hoje é a Casa da Escrita. Para enquadrar Cochofel e outros da sua geração, tenhamos em consideração os apontamentos do Prof. Arquimedes da Silva Santos.

    Ainda em 1937, inicia-se no Porto a publicação do quinzenário Sol Nascente. Inicialmente marcado pela referência à obra gigantesca de Abel Salazar, teoricamente marcada pelo positivismo lógico, Sol Nascente transforma-se a breve prazo numa publicação central do aparelho ideológico neorrealista. É nas suas páginas que se desenrola a famosa polémica de António Sérgio com Jofre Amaral Nogueira, ou seja, do idealismo crítico com o marxismo. Mário Dionísio, Joaquim Namorado, Manuel da Fonseca, João José Cochofel, Álvaro Feijó, Políbio Gomes dos Santos publicam em Sol Nascente. As premissas ideológicas do neorrealismo, que ainda não fora batizado, estavam definidas.
    Em 1938, Fernando Namora dá à estampa o livro Relevos e o romance As Sete Partidas do Mundo e, em 1939, ano da publicação de Gaibéus de Alves Redol, é lançada a revista Altitude, juntamente com João José Cochofel e Coriolano Ferreira, co-diretores.
    Em 1940 são extintos o Sol Nascente e O Diabo. As consequências políticas do profundo trabalho de reconstrução cultural que nelas se exprimia, eram inaceitáveis pelo regime. Na cena artística coimbrã, cuja relevância nacional era decisiva, Fernando Namora ocupava um lugar central. Num curioso documento, muito provavelmente o texto de uma conferência pronunciada no estrangeiro, não assinado mas possivelmente da autoria de Fernando Namora, depois de se afirmar que: «A minha geração nasceu em Coimbra», pode ler-se: «O grupo presencista (…), degenerado numa análise psicológica por assim dizer voluptuosa, caindo numa espécie de culto por certas zonas irracionais, patológicas ou instintivas do humano, já não podia corresponder de modo nenhum às inquietações do presente. Os problemas sociais, do homem integrado na colectividade, o problema do homem em competição com a sociedade capitalista, atingiam uma agudeza progressiva. Vivíamos os anos febris que precederam a guerra. – O homem da rua, o homem sem aqueles abismos psicológicos que saturavam a literatura da época, já não aceitava o fatalismo das desventuras e injustiças sociais. Começava a tomar consciência dos seus direitos e da sua força para os fazer cumprir. A literatura não podia desconhecê-lo por mais tempo. E foi assim que surgiu um novo realismo». E prossegue: «O nosso grupo de Coimbra, embora homogeneizado por uma estreita camaradagem, a que se juntaram alguns jovens que, do Porto e de Lisboa, eram atraídos por uma necessidade combativa de construir uma frente unida – o nosso grupo, dizia eu, não lograra desde logo uma expressão desenraízada das influências das gerações anteriores. Os primeiros livros desse grupo, de João José Cochofel e um outro meu, acusavam ainda acentuadas ressonâncias presencistas, embora revelassem já uma tendência, mais espontânea do que deliberada, de encarar objectivamente a realidade. A viragem corporizou-se sobretudo a partir de uma colecção de obras poéticas, a que se demos o título de Novo Cancioneiro. Ao autor deste texto não pareceu irrelevante, contudo, uma precisão: «o Novo Cancioneiro, que me orgulho de ter partido da minha iniciativa…». Não sabemos do autor, o texto não está assinado. Mas este elemento conjuga-se com a informação colhida numa carta de Fernando Namora, ainda inédita:

    «o Novo Cancioneiro, em grande medida, nasceu do espírito sempre rejuvenescido e, portanto, renovador, de Afonso Duarte. Ainda receoso ou hesitante, expus-lhe a ideia, e foi tal o ânimo que ele nos deu, tal o fervor que nos contagiou, que sem demora concretizámos o projecto».
    Note-se, em primeiro lugar, a referência ao velho poeta Afonso Duarte. Desde há muito que, na cena cultural coimbrã, Afonso Duarte era uma figura, digamos, tutelar. Carregava um complexo passado de independente proximidade com o panteísmo e o movimento da Renascença Portuguesa. Mas, nesse passado submetido à decisiva eficácia da história cultural e política, transporta a possibilidade de um outro futuro. Sob a chancela da Presença publica a revisão geral da sua obra poética, Os Sete Poemas Líricos (1929); na revista colabora com poemas e, ainda pela maior parte desvalorizados senão desconhecidos, alguns importantes textos de índole ensaística; mas é na coleção Sob o signo do Galo, da iniciativa de Cochofel, Carlos de Oliveira e Joaquim Namorado que publica uma das suas obras máximas, Post-scriptum de um combatente.
    Mas a carta de Fernando Namora justifica ainda que se sublinhe a oscilação entre o ‘eu’ e o ‘nós’; «expus-lhe a ideia», «o ânimo que ele nos deu». É claro: o Novo Cancioneiro é a expressão estética de uma movimentação ideológica que excede muito o círculo da intelectualidade coimbrã.