• Category Archives India China e Medio Oriente
  • Cartas aos Sacerdotes da Arquidiocese de Goa

    Cartas aos Sacerdotes da Arquidiocese de Goa(€50.00)

    D.José da Costa Nunes – Cartas aos Sacerdotes da Arquidiocese de Goa (Edição Comemorativa do seu Jubileu Episcopal) – Oficinas Gráficas”casa Portuguesa” – Lisboa – 1947.Desc.(342)Pág + (1)Retrato. E.Pele

     

     

     

    D.José da Costa Nunes

    José da Costa Nunes (Candelária do Pico, Açores, 15 de Março de 1880 — Roma, 29 de Novembro de 1976) foi um cardeal católico que exerceu as funções de Bispo de Macau (1920 – 1940) e Arcebispo de Goa e Damão (1940 – 1953). Foram-lhe concedidos os títulos honoríficos de Patriarca das Índias Orientaise de Primaz do Oriente (1940), sendo elevado a cardeal em 1962. Foi também professor, músico e escritor. José da Costa Nunes nasceu na freguesia rural da Candelária, no sudoeste da ilha do Pico, filho de José da Costa Nunes e Francisca Felizarda de Castro, uma família de lavradores. Depois de concluir os estudos primários na sua freguesia natal, realizou em 1892, no Liceu da Horta da vizinha ilha do Faial, o exame de admissão aos estudos liceais, sendo aprovado. Ingressou então no Seminário Episcopal de Angra (em 1893). Durante o seu percurso como seminarista colaborou em jornais e revistas, usando múltiplos pseudónimos, revelando precocemente talento para a escrita e para a oratória. A sua obra posterior, nos múltiplos artigos jornalísticos, textos de conferência, pastorais, homilias e cartas que produziu, confirmam esta característica. No Seminário Episcopal de Angra fez com brilhantismo os seus estudos, recebendo a 1 de Junho de 1901 a Prima Tonsura e Ordens Menores na Igreja de Nossa Senhora da Guia do antigo Convento de São Francisco de Angra, imóvel onde então funcionavam conjuntamente o Seminário e o Liceu de Angra do Heroísmo. Em 1902, quando frequentava o último ano de Teologia do Seminário e se preparava para a ordenação, foi convidado pelo vice-reitor daquele estabelecimento e seu conterrâneo do Pico, João Paulino de Azevedo e Castro, então eleito bispo de Macau, a acompanhá-lo como seu secretário particular. Aceitou o convite e após a sagração de D. João Paulino, conferida em Angra pelo bispo cessante de Macau D. José Manuel de Carvalho, partiu na companhia do novo prelado, chegando a Macau a 4 de Junho de 1903. Durante a viagem para Macau, acompanhou D. João Paulino nos seus contactos com as autoridades civis e eclesiásticas em Lisboa e Roma e visitou Bombaim e Singapura. Chegado a Macau e feito o exame de Teologia no Seminário Diocesano de São José de Macau, foi ordenado presbítero em 26 de Julho de 1903. Em Macau desenvolveu actividades pastorais, foi professor no Seminário de S. José (1903 – 1906), Vigário Geral da Diocese de Macau e Timor (1906 – 1913), governador do bispado (1907) e fundador do jornal Oriente (1915). Por provisão de 6 de Maio de 1915 foi nomeado vice-reitor interino do Seminário. Esteve nas missões de Malaca, Singapura e Timor (1911). Desenvolveu também actividades missionárias no Timor Português no período de 1913 a 1920. Por morte de D. João Paulino, em sessão do cabido realizada a 22 de Fevereiro de 1918 foi eleito vigário capitular, cargo que exerceu até 16 de Dezembro de 1920, data do consistório secreto que o preconizou bispo da diocese de Macau. A sua nomeação para prelado resultou do trabalho que desenvolveu como vigário capitular na recuperação das finanças e na reorganização interna da diocese de Macau. Morreu em Roma no dia 29 de Dezembro de 1976, aos 96 anos e depois de 23 anos de serviço na Cúria Romana. O seu corpo foi sepultado no cemitério Campo di Verano, Roma, e transferido posteriormente para a Igreja de Santo António dos Portugueses, também em Roma. A 27 de Junho de 1997 os restos mortais do Cardeal Costa Nunes foram solenemente trasladados para a igreja paroquial da Candelária, nos Açores. A 6 de Setembro de 1946 foi condecorado pelo governo português com a Grã-Cruz da Ordem do Império Colonial, a 29 de Agosto de 1953 com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo e, finalmente, a 23 de junho de 1962 foi com a Grande-Cruz do Infante Dom Henrique. Em Macau, um jardim de infância de língua portuguesa, operado pela Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, tem como patrono este cardeal português e ex-bispo de Macau (Jardim de Infância de D. José da Costa Nunes). O mesmo acontece com o principal estabelecimento de ensino do seu concelho natal, a Escola Básica e Secundária Cardeal Costa Nunes (Madalena do Pico).

     


  • Macau e a I Guerra do Ópio

    Macau e a I Guerra do Ópio

    Alfredo Gomes Dia – Macau e a I Guerra do Ópio – Instituto Português do Oriente – Macau – 1992.Desc.(235)Pág.Br.

     

     

    Guerra do Ópio

    Guerras do Ópio, ou Guerra Anglo-Chinesa (em chinês: chinês tradicional: 鴉片戰爭, chinês simplificado: 鸦片战争, pinyin: Yāpiàn zhànzhēng), foram conflitos armados ocorridos entre potências ocidentais (Grã-Bretanha, França, Estados Unidos e Rússia) e a China entre 1839–1842 e entre 1856–1860. Com o fim das guerras napoleônicas, as atividades comerciais europeias voltaram-se para o Extremo Oriente, traduzindo-se numa pressão constante sobre a China, que mantinha fortes restrições sobre o comércio estrangeiro. Cantão era o único porto aberto ao comércio estrangeiro. Veio a representar o choque entre a China e o Ocidente durante as chamadas Guerras do Ópio. Em meados do século XIX a Grã-Bretanha era a potência mais desenvolvida do mundo, efetuando a transição para a segunda fase da Revolução Industrial. Para tanto, demandava cada vez mais matérias-primas a baixos preços e mercados consumidores maiores para os seus produtos industrializados.A Índia e a China, países mais populosos da Ásia, despertavam grande atenção por parte da burguesia britânica. Ao passo que o mercado indiano se encontrava aberto ao comércio estrangeiro, a China, produtora de seda, porcelana e chá (os britânicos compraram 12.700 toneladas em 1720 e 360 mil toneladas em 1830; itens que alcançavam bons preços no mercado europeu), não mostrava interesse nos produtos europeus, o que acarretava défices ao comércio britânico. Apenas um produto, em particular, parecia despertar o interesse dos chineses: o ópio, uma substância entorpecente, altamente viciante, extraída da papoula que causa dependência química em seus usuários, introduzido ilegalmente na China por comerciantes ingleses e norte-americanos. Produzido na Índia, e também em partes do Império Otomano no início do século XIX, os comerciantes britânicos traficavam-no ilegalmente para a China e muitas vezes forçavam os cidadãos a consumir as drogas, provocando dependência química, auferindo grandes lucros e aumentando o volume do comércio em geralEm 1830, os ingleses obtiveram exclusividade das operações comerciais no porto de Cantão. A China exportava seda, chá e porcelana, então em moda no continente europeu, enquanto a Grã-Bretanha sofria um grande défice comercial em relação à China. Para compensar suas perdas econômicas, a Grã-Bretanha traficava o ópio indiano para o Império do Meio (China). O governo de Pequim resolveu proibir o tráfico de ópio, o que levou a coroa britânica a lançar mão de sua força militar.

     


  • Importância Capital do Sãoskrito Como Base da Glottologia Árica e da Glottologia África no Ensino Superior Das Letras e da História

    Importância Capital do Sãoskrito Como Base da Glottologia Árica e da Glottologia África no Ensino Superior Das Letras e da História(€80.00)

    G. de Vasconcellos Abreu – Importância Capital do Sãoskrito Como Base da Glottologia Árica e da Glottologia África no Ensino Superior Das Letras e da História – Imprensa Nacional – Lisboa – 1978.Desc.(39)Pág.


  • Investigação Sobre o Caracter d Civilização Área-Hindu

    Investigação Sobre o Caracter d Civilização área-Hindu(€80.00)

    G. de Vasconcellos Abreu – Investigação Sobre o Caracter d Civilização área-Hindu – Imprensa Nacional – Lisboa – 1978.Desc.(56)Pág.

     

     

     

     

    G. de Vasconcellos Abreu

    Guilherme de Vasconcelos Abreu(Coimbra, 1842 – Lisboa, 1907) Bacharel em Matemática, Guilherme Augusto de Vasconcelos Abreu estudou para ser engenheiro naval, mas foi na língua sânscrita que se distinguiu, ao ser o primeiro professor desta língua numa instituição de ensino superior em Portugal. Iniciou a sua educação em Coimbra, seguindo depois para o colégio de Alexander Grant no Porto até 1858. Após uma curta estadia no Rio de Janeiro, para onde foi enviado a fim de se dedicar ao setor comercial, ingressou na Universidade de Coimbra em 1860. Ali cursou Matemática até 1864 e travou amizade com Francisco Adolfo Coelho, estudando de forma autodidata a língua e literatura sânscritas. Tendo, entretanto, assentado praça, inscreveu-se em 1864 no primeiro ano da Escola do Exército em Lisboa, deixando por concluir o curso de Artilharia. Completou, todavia, o de Engenharia Naval, na Escola Naval, sem descurar o estudo do Sânscrito. Por ocasião da morte do pai (por volta de 1870), ocupou o lugar por ele deixado vago como tabelião em Coimbra, sendo dois anos depois transferido para Lisboa. Augusto Mendes Simões de Castro (1845-1932) e José Maria da Silva Leal (1812-1883) são alguns dos ilustres da elite cultural portuguesa que o recomendariam, em 1873, exercia então funções de escrivão, como versado na língua dos brâmanes ao arquiteto régio Joaquim Possidónio Narciso da Silva, primeiro delegado português no Congresso Internacional de Orientalistas (Paris, 1873). Em 1874, por insistência do arquiteto, Vasconcelos Abreu aceitou avançar com o projeto de constituição de uma Associação Promotora dos Estudos Orientais e Glóticos em Portugal, da qual Augusto Soromenho chegou a ser secretário e que contava, entre outros, com Cândido de Figueiredo como membro. Não se conhecem iniciativas desta Associação, excetuando a Exposição Feita perante os Membros da Commissão Nacional Portugueza do Congresso Internacional dos Orientalistas Convocados para Constituirem uma Associação Promotora dos Estudos Orientaes e Glotticos em Portugal, que Vasconcelos Abreu proferiu a 29 de dezembro de 1873. Foi a partir de 1875 que passou a dedicar-se aos Estudos Orientais de forma mais intensiva e profissional. De maio de 1875 a julho de 1877, e por intermediação do Marquês d’Ávila e de Bolama, prosseguiu estudos de filologia oriental, tanto em França como na Alemanha, com uma bolsa financiada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. Esta missão científica teria constituído a oportunidade de desenvolver estudos de mitologia comparada, que seria uma disciplina “útil para o conhecimento do estado social e moral dos indígenas das colónias” (Abreu 1878a, 5, n. 2), daqui sobressaindo uma ligação ideológica entre a política de estímulo ao intercâmbio científico e à educação e a política de administração colonial. Via, em particular, a ação colonial britânica na Índia como modelo a seguir para salvaguardar a continuidade da presença portuguesa no espaço indiano; defendia que para se conhecer, e portanto administrar, as então colónias portuguesas, em particular o Estado Português da Índia, era necessário conhecer aturadamente as suas línguas, literaturas e culturas. Dessa missão científica resultaram dois relatórios, publicados em 1878 na Imprensa Nacional; na folha de rosto do segundo, Vasconcelos Abreu subscreve-se como “Discípulo de Haug (Munique) e de Bergaigne (Paris)”.  De acordo com os relatórios, Vasconcelos Abreu chegou à capital francesa em meados de maio de 1875, onde contactou com Abel Bergaigne (1838-1888) na École de Hautes Études e com o professor e tradutor de Sânscrito Philippe-Édouard Foucaux (1811-1894) no Collège de France. Durante a sua estada em Paris, foi membro de júri na exposição do Congresso Internacional de Ciências Geográficas, que aí teve lugar de 1 a 11 de agosto de 1875, e de que foi um dos seus secretários-gerais. Terá inclusive sido agraciado com uma medalha especial pelo trabalho desenvolvido. Em finais de agosto, chegou a Munique. A 3 de setembro conheceu Martin Haug (1827-1876), antigo inspetor dos Estudos de Sânscrito na Universidade de Pune, na Índia. Com ele teve lições particulares antes de iniciar as aulas na Universidade de Munique, a 2 de novembro. Ali aperfeiçoou o seu conhecimento da obra do famoso sanscritista Max Müller (1823-1900), que era membro correspondente da Academia Real das Ciências de Lisboa desde 7 de janeiro de 1870 e cujo trabalho muito admirou e acompanhou de perto. A morte de Martin Haug levou Vasconcelos Abreu a retornar, em outubro de 1876, a Paris, onde teve diversas lições, incluindo de egiptologia com Gaston Maspero (1846-1916), de assiriologia com Julius Oppert (1825-1905) ou de antropologia com Paul Broca (1824-1880), fundador da Sociedade de Antropologia de Paris. No verão de 1877, Vasconcelos Abreu regressou a Portugal. Foi nessa altura nomeado lente do Curso de Língua e Literatura Sânscrita, Védica e Clássica, estabelecido por decreto de 15 de setembro, em anexo ao Curso Superior de Letras. Logo em 1878, foi introduzida no plano curricular do Curso a cadeira de Língua e Literatura Sânscrita, Védica e Clássica, que deixou assim de estar anexa ao Curso Superior de Letras e foi assegurada por Vasconcelos Abreu até ao final de 1906. O sanscritista entrou nesse ano para o corpo docente do Curso juntamente com o amigo Adolfo Coelho, e ambos tiveram David Lopes, Constâncio Roque da Costa e Jerónimo da Câmara Manuel, entre outros, como alunos. Entre 1880 e 1884, a doença de que padecia (diabetes) impedi-lo-ia de produzir mais no âmbito da história portuguesa da Ásia, para além de lhe dificultar a locomoção, chegando mesmo a impossibilitá-lo de sair de casa e levando-o a lecionar a partir dali. Não o impediu, porém, de participar no programa das comemorações em Lisboa do tricentenário de Camões, em 1880, ou de, entre 1881 e 1883, ser secretário do Curso Superior de Letras e responsável pela sua biblioteca. Pelo menos nessa década de 1880, esteve também ligado ao Ministério da Marinha e Ultramar, ao integrar a Comissão das Missões Ultramarinas (1882-1883) e tomar parte nas suas conferências através da Sociedade de Geografia de Lisboa, de que se tornou sócio ordinário a 28 de fevereiro de 1880. Aí integrou, por decreto de 12 de agosto desse ano, a Comissão Africana, na qualidade de vogal das Secções de Antropologia e Ciências Naturais e de Ensino Geográfico. Presidiu por diferentes períodos à sua Comissão Asiática (pelo menos em 1891-1892 e 1901), e foi vice-presidente da Sociedade em 1893 e 1894. Em 1898-1899, o seu nome surgiu, de novo, associado à Secção de Ensino Geográfico, a par dos de Luciano Cordeiro ou Gonçalves Viana. Em 1904, presidiu à Secção de Etnografia, tendo Gonçalves Viana por vice-presidente; em 1905, foi inscrito no quadro de honra da Sociedade, por perfazer 25 anos ininterruptos de sócio. Através desta agremiação, manteve-se sempre muito próximo da cena política, alinhando-se com a visão pedagógica patente nas políticas coloniais das principais potências europeias. Nesse sentido, defendeu a criação, em Lisboa, de um instrumento educativo ao serviço do Estado Português – Um Instituto Oriental e Ultramarino, promotor de uma educação científica colonial, cujo projeto apresentou no Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa em 1890. Nesse projeto toma como modelos as escolas coloniais existentes em Inglaterra, França, Holanda e Alemanha. Na década de 1890, acolheu no seu lar tertúlias que Sebastião Rodolfo Dalgado descreveu como “palestras sanscritológicas” (1917, 3), nelas reunindo, além de Dalgado, os seus discípulos Gonçalves Viana e Consiglieri Pedroso, que, ascendendo entretanto a diretor do Curso Superior de Letras, muito se empenhou na contratação do orientalista goês. Com efeito, Sebastião Dalgado sucedeu a Vasconcelos Abreu, a partir de 1907, na cadeira de Língua e Literatura Sânscrita, Clássica e Védica. Do seu círculo lisboeta de amigos orientalistas ou interessados na matéria, destacam-se ainda o tipógrafo da Imprensa Nacional José António Dias Coelho, através de cujo artifício fez entrar em Portugal os caracteres tipográficos em Sânscrito, para além de privar com Joseph Benoliel, Oliveira Martins e Antero de Quental, correspondendo-se também com o historiador Alberto Sampaio (1841-1908). Seria Reinhold Rost (1822-1896), bibliotecário-mor do India Office, em Londres, que atualizaria a secção indiana da biblioteca de Vasconcelos Abreu, remetendo-lhe para Lisboa livros publicados na Índia. Terá privado com o epigrafista austríaco G. Bühler, a quem ofereceu, em público, por ocasião do Congresso Internacional de Orientalistas em Estocolmo (1889), uma cópia de uma inscrição indiana patente na Quinta da Penha Verde, em Sintra. Há também registos de contacto epistolar mantido com o filólogo Émile Littré (1801-1881), o conde italiano Angelo De Gubernatis (1840-1913), com quem gostaria de ter tido lições de Sânscrito, e com o linguista alemão Hugo Schuchardt (1842-1927). Foi membro de diversas associações e sociedades científicas e académicas, tanto nacionais como internacionais, destacando-se como sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, para a qual foi eleito a 9 de fevereiro de 1887, do Instituto de Coimbra, a partir de 1883, e da Sociedade de Antropologia de Paris, sendo também membro subscritor da Société Asiatique e sócio da Société Académique Indo-Chinoise (Paris). Sem grande surpresa, o nome de Guilherme de Vasconcelos Abreu surge associado, em diferentes moldes, a quase todos os Congressos Internacionais de Orientalistas que decorreram no século XIX. Na sequência da realização do I Congresso (Paris, 1873), de que foi membro subscritor a convite de Possidónio Narciso da Silva, fez em Lisboa uma Exposição (1874) aos membros da comissão nacional portuguesa desse congresso, em que, por um lado, exortou à união dos países europeus de origem latina e seu alinhamento com a França para acolher os Estudos Orientais e este tipo de evento científico; sugeriu mesmo que o congresso de 1874 tivesse lugar em Roma, o de 1875 em Madrid e o de 1876 em Lisboa. Por outro lado, ciente da conjuntura histórica e da evolução científica que se estava a testemunhar na segunda metade de Oitocentos, antevia um futuro promissor para Portugal no desenvolvimento do orientalismo como área disciplinar e de investimento académico. No IV Congresso (Florença, 1878), o seu nome surge inscrito na lista de membros, embora tenha sido marcado como ausente. Também não participou no V Congresso (Berlim, 1881), apesar de, segundo Samarth (1999, 101), o orientalista alemão August Dillmann (1823-1894) ter escrito ao governo português a solicitar o envio de um delegado, chegando mesmo a propor o nome de Vasconcelos Abreu. O seu Manual para o Estudo do Sãoskrito Classico foi, no entanto, remetido para o evento e apresentado na abertura da quarta secção, dedicada à Ásia Oriental e às línguas uralo-altaicas, que foi presidida pelo sinólogo H.G. von der Gabelentz (1840-1893). Em 1883, por ocasião do VI Congresso, em Leiden, o seu nome foi incluído na lista de membros, ao lado do de Gonçalves Viana, ainda que não se tenham encontrado provas de aí ter estado presencialmente. Foi também autor de algumas das publicações oferecidas a este congresso. No VII Congresso dos Orientalistas (Viena, 1886), Vasconcelos Abreu é referenciado na lista dos delegados de Portugal, conquanto, e de novo, marcado como ausente. O testemunho que dá em Summario das Investigações em Samscritologia desde 1886 até 1891 confirma-o, porém, presente no VIII Congresso (Estocolmo e Cristiania, 1889): “Vi o 1.º vol. desta nova edição em Estockholmo em 1889, onde o sr. Max Müller o apresentou ao Congresso” (Abreu 1891, 13). Segundo o relatório de Joseph de Baye (1853-1931), Vasconcelos Abreu, membro da Academia Real das Ciências de Lisboa e delegado do governo português no evento, seria, a par de Gonçalves Viana, um dos orientalistas mais reputados de Portugal (Baye 1889, 6). Tanto um como outro participaram no congresso, mas sem qualquer intervenção oral. Poucos anos depois, Vasconcelos Abreu foi convidado a redigir um Summario das Investigações em Samscritologia desde 1886 até 1891 pela comissão organizadora do Congresso Estatutário de Londres de 1891, representada na pessoa de G.W. Leitner (1840-1899). Na sessão de abertura, a 1 de setembro, foram apresentadas 650 cópias do trabalho pelo secretário da comissão organizadora (Leitner); o seu contributo para este congresso foi reconhecido com um diploma de honra e uma medalha de mérito. Quando a direção da Sociedade de Geografia de Lisboa foi abordada por Leitner para organizar a décima sessão do Congresso de Orientalistas, Vasconcelos Abreu assumiu a vice-presidência da comissão executiva, secretariado por Gonçalves Viana. O relatório que Vasconcelos Abreu redigiu sobre a responsabilidade portuguesa na organização do X Congresso, datado de 15 de junho de 1892, anuncia o desfecho que este viria a ter – o seu cancelamento – e salvaguarda o bom nome da Sociedade de Geografia. Como contributo para o encontro, preparou o ensaio Passos dos Lusíadas Estudados à Luz da Mitolojia e do Orientalismo, que dedicou a Luciano Cordeiro. É o único trabalho por um orientalista português no âmbito destes congressos comportando no título a identificação do campo do saber a que se reporta – “orientalismo”. É também o último trabalho que o orientalista associa a estes congressos; talvez a afronta sentida por a junta de Londres, sob a orientação de Max Müller, estar a organizar, em paralelo e, portanto, em concorrência, um congresso que se reivindicava como o IX Congresso de Orientalistas, simultaneamente deslegitimando o encontro orientalista de 1891, o tenha levado a desligar-se, por completo, desta rede científica. Deixando alguns trabalhos por concluir ou publicar, Guilherme de Vasconcelos Abreu desempenhou um papel de relevo na emergência dos Estudos Orientais como área de interesse e investigação em Portugal, tendo contribuído com importantes instrumentos pedagógicos (manuais, exercícios e gramáticas) para o estudo e ensino da língua e da literatura sânscritas, que usou nas suas próprias aulas. Parte do espólio do orientalista, que, em vida, foi agraciado tanto pelo Estado Português como por governos estrangeiros, está depositado na Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (ULFL-Guilherme V. Abreu).

     


  • Memórias de Forasteiros (Aquém e Além-Mar)

    Memórias de Forasteiros (Aquém e Além-Mar)(€75.00)

    Rodrigues Cavalheiro & Eduardo Dias – Memórias de Forasteiros (Aquém e Além-Mar) – Portugal, África e Índia (Século XII-XVI) / Eduardo Dias – Memórias de Forasteiros (Aquém e Além-Mar) – Brasil (Século XVI-XVIII) (Vol-1) / Memórias de Forasteiros (Aquém e Além-Mar) – Brasil (Século XIX (Até a Independência) (Vol-2) – Livraria Clássica – Editora – Lisboa – 1945/46.Desc.(335)Pág + (8) Gravuras + (327)Pág + (8) Gravuras + (379)Pág + (6) Gravuras.Br.Ilust


  • Os Portugueses e o Mar das Índias

    Os Portugueses e o Mar das Índias
    Os Portugueses e o Mar das Índias «€100.00»

    Júlio Gonçalves «Capitão de Fragata – Os Portugueses e o Mar das Índias «da Índia Antiga e Sua História» – Livraria Lusa-Espanhola. Ldª – Lisboa – 1947. Desc. 787 pág / 20 cm x 13,5 cm / Br. Ilust. «Autografado com Dedicatória ao Prof. Damião Peres»


  • Elementos de Estudo Acerca da Possível Contribuição Portuguesa Para a Organização do Museu Histórico de Malaca

     Elementos de Estudo Acerca da Possível Contribuição Portuguesa Para a Organização do Museu Histórico de Malaca «€50.00»
    Elementos de Estudo Acerca da Possível Contribuição Portuguesa Para a Organização do Museu Histórico de Malaca «€50.00»

    Alberto Iria – Elementos de Estudo Acerca da Possível Contribuição Portuguesa Para a Organização do Museu Histórico de Malaca – Centro de Estudos Históricos Ultramarinos – Lisboa – 1960/1. Desc 47 ao 333 paginas com capa e Encadernação de Origem


  • Batalhas de Portugal

     

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  • Roteiro do Ultramar

    Roteiro do Ultramar(€50.00)

    M.Henriques Gonçalves – Roteiro do Ultramar – Gráfica Boa Nova,LDA – Lisboa – 1958.Desc.(131)Pág.Br.Ilust


  • Portugal na África Contemporânea

    Portugal na África Contemporânea
    Portugal na África Contemporânea «€90.00»

    Richard Pattee – Portugal na África Contemporânea «Apresentação de Arthur Cezar Ferreira Reis» – Escola de Sociologia e Política da Pontifícia Universidade Católica – Rio de Janeiro – 1961. Desc. 823 pág / 24,5 cm x 16,5 cm / Br.


  • Estudos Políticos e Sociais (Revista Trimestral)

  • Índia, Macau, Timor e a Língua Portuguesa, Padrões Imorredoiros de Glória, a Proclamarem Altissonante ao Mundo e as Gerações a presença e Soberania de Portugal Longos Anos no Oriente e se Mais Mundo Houvera, Lá Chegada

    Índia, Macau, Timor e a Língua Portuguesa, Padrões Imorredoiros de Glória, a Proclamarem Altissonante ao Mundo e as Gerações a presença e Soberania de Portugal Longos Anos no Oriente e se Mais Mundo Houvera, Lá Chegada «€13.00»

    Manuel Maria Variz – Índia, Macau, Timor e a Língua Portuguesa, Padrões Imorredoiros de Glória, a Proclamarem Altissonante ao Mundo e as Gerações a presença e Soberania de Portugal Longos Anos no Oriente e se Mais Mundo Houvera, Lá Chegada – Tipografia Minerva Transmontana – Vila Real – 1978. Desc.[123] pág / 21 cm x 14,5 cm / E.Ilust


  • As Grandes Religiões do Mundo

    As Grandes Religiões do Mundo «€30.00»

    Jean Delumeau (Direcção) – As Grandes Religiões do Mundo – Editorial Presença – Lisboa – 1999. Desc.[735]  pág / 23 cm x 15 cm / Br.

     

     

    Jean Delumeau, historien de la peur et de l'espéranceJean Léon Marie Delumeau (Nantes, 18 de junho de 1923 — Brest, 13 de janeiro de 2020 foi um historiador francês especializado em estudos sobre a história do Cristianismo e autor de vários trabalhos relacionados com a temática. Dedicou-se ainda ao estudo do Renascimento com qual obteve um prémio da Academia Francesa em 1967. Foi professor da Cadeira da História das Mentalidades religiosas (1975–1994) no Collège de France  (atualmente professor emérito). Foi agraciado como doutor honoris causa em 1984 pela Universidade do Porto e era membro da Académie des inscriptions et belles-lettres[.


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