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  • Conceito e Sistema em Spinoza

    Conceito e Sistema em Spinoza (€35.00)

    Manuel Francisco Machado de la Feria – Conceito e Sistema em Spinoza – Dissertação Para Licenciatura em Ciências Históricas e Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, no Ano Lectivo de 1942-43) -Coimbra – 1943.Desc.(97)Pág.Br(Datilografia)

     

     

     

     

     

    Baruch (de) Espinoza (em hebraico: ברוך שפינוזה; Baruch Shpinoza, também referido como Baruch (de) Espinosa ou Baruch Spinoza; na literatura em português, também como Bento (de) Espinosa e, após o chérem de 1656, como Benedictus de Spinoza Amsterdã, 24 de novembro de 1632 – Haia, 21 de fevereiro de 1677) foi um filósofo de origem judaico-portuguesa (sefardita), nascido nos Países Baixos, filho de uma família perseguida pela inquisição portuguesa, que se refugiara na Sinagoga Portuguesa de Amsterdão.[16][17] Baruch Espinoza é famoso pela identificação de Deus como Natureza; Deus na concepção spinozista é entendido como a totalidade da realidade, também chamado de “substância única”, por ter infinitos atributos; “Deus, sive Natura” (em latim: Deus, sive Natura; lit. “Deus, ou Natureza”). Um dos primeiros pensadores do Iluminismo e da crítica bíblica moderna, incluindo das modernas concepções de si mesmo e do universo,  ele veio a ser considerado um dos grandes racionalistas da filosofia do século XVII.  Inspirado pelas ideias inovadoras de René Descartes, Spinoza se tornou uma figura filosófica importante da Idade de Ouro Holandesa. O nome de batismo de Spinoza, que significa “Bem-aventurado”, varia entre as diferentes línguas (em hebraico: ברוך; romaniz.: Broch). Na Holanda, usava o nome português (em português: Bento; romaniz.: lit. “Beatificado”). Em suas obras em latim e em holandês, usava a forma latina desse nome, Benedictus. Spinoza foi criado na comunidade luso-judaica em Amsterdã. Ele desenvolveu ideias altamente controversas a respeito da autenticidade da Bíblia Hebraica e da natureza do Divino. Autoridades religiosas judaicas emitiram um chérem (em hebraico: חרם)contra ele, levando-o a ser efetivamente expulso e repudiado pela sociedade judaica, aos 23 anos, inclusive por sua própria família. Seus livros foram posteriormente adicionados ao Índice de Livros Proibidos da Igreja Católica. Ele era frequentemente chamado de “ateu” por seus contemporâneos, embora em nenhuma parte de sua obra Espinoza argumente contra a existência de Deus. Spinoza viveu uma vida aparentemente simples como um polidor de lentes ópticas, colaborando com Christiaan Huygens nos “designs” de microscópios e lentes de telescópio. Ele recusou recompensas e homenagens ao longo de sua vida, incluindo posições de ensino de prestígio. Morreu aos 44 anos em 1677 de uma doença pulmonar, talvez tuberculose ou silicose exacerbada pela inalação de pó de vidro fino durante o polimento de lentes. Ele está enterrado no cemitério cristão de Nieuwe Kerk, em Haia. No seu magnum opus, a Ética, publicado postumamente, no mesmo ano de sua morte, Espinoza contrapôs-se ao dualismo mente-corpo de Descartes. A obra viria a tornar-se um dos marcos da filosofia ocidental. “Espinoza escreveu a última obra-prima latina indiscutível, na qual as concepções refinadas da filosofia medieval são finalmente voltadas contra si mesmas e totalmente destruídas”. Sobre ele, Hegeldiria: “O fato é que Espinoza se tornou um ponto de teste na filosofia moderna, de modo que realmente pode-se dizer: “ou você é um espinozista ou nem mesmo é um filósofo”. Suas realizações filosóficas e caráter moral levaram Gilles Deleuze a nomeá-lo “o ‘príncipe’ dos filósofos”. Um dos grandes filósofos racionalistas do século XVII, dentro da chamada Filosofia moderna, já em seu tempo apontou importantes reflexões sobre os modos de viver e os caminhos escolhidos pelos seres humanos. Esses, com seus desejos insaciáveis, seus pensamentos prepotentes e suas ausências de conexão com a natureza, estabeleceram relações que, por si mesmas, julgaram importantes para suas vidas na Terra, mas que não passam de ideias inadequadas e de uma experiência vagante; ou seja, experiência de vida que não é determinada pelo conhecimento.O filósofo recebeu dos pais, que eram judeus portugueses refugiados em Amsterdão, o nome de Bento de Espinosa.Já Baruch é uma transliteração de ברוך, que era como seu nome aparecia nos textos em hebraico daquela época, tendo ele o mesmo significado do seu nome português, isto é, bento, benzido, bendito ou abençoado. Segundo Nadler, seu mais respeitado biógrafo, na maioria dos documentos e registros contemporâneos aos anos de Espinosa dentro da comunidade judaica, o seu nome é quase sempre mencionado como Bento. Espinosa adotou, contudo, a forma correspondente latina Benedictus para assinar as suas obras, tal como o fez em seu mais famoso trabalho, a Ethica, que foi escrito em 1656, logo depois de ele ter sofrido o chérem. Filho de uma família de fugitivos da Inquisição de Portugal, foi um profundo estudioso da Bíblia, do Talmude e de obras de judeus, como Moisés ben Maimon, (aportuguesado para Maimónides), Levi ben Gershon, Ibn Ezra, Hasdai Crescas, Ibn Gabirol, Moisés Cordovero e outros. Também dedicou-se ao estudo de Sócrates, Platão, Aristóteles, Demócrito, Epicuro, Lucrécio e Giordano Bruno. Ganhou fama por suas posições opostas à superstição. A sua frase Deus sive natura (“Deus ou Natureza”) expressa um conceito filosófico e não religioso. Notabilizou-se sobretudo por sua Ética demonstrada à maneira dos geômetras, escrita à maneira de um tratado de geometria, com postulados, definições e demonstrações.Espinosa defendeu que Deus e Natureza eram dois nomes para a mesma realidade, a saber, a única substância em que consiste o universo e do qual todas as entidades menores constituem modalidades ou modificações. Ele afirmou que Deus sive Natura (“Deus ou Natureza” em latim) era um ser de infinitos atributos, entre os quais a extensão (sob o conceito atual de matéria) e o pensamento eram apenas dois conhecidos por nós. A sua visão da natureza da realidade, então, fez tratar os mundos físicos e mentais como dois mundos diferentes ou submundos paralelos que nem se sobrepõem nem interagem mas coexistem em uma coisa só que é a substância. Esta formulação é uma solução muitas vezes considerada um tipo de panteísmo e de monismo, e ainda de panenteísmo com influência cabalista, como em sua divisão da Natura naturans e Natura naturat. Espinosa era um racionalista e, por extensão, fundamentou seu sistema sobre o acompanhamento intelectual do Universo, como define ele em seu conceito de “Amor Intelectual de Deus”.Espinosa também propunha uma espécie de determinismo, segundo o qual absolutamente tudo o que acontece ocorre através da operação da necessidade, e nunca da teleologia. Para ele, até mesmo o comportamento humano seria totalmente determinado, sendo então a liberdade a nossa capacidade de saber que somos determinados e compreender por que agimos como agimos. Desse modo, a liberdade para Espinosa não é a possibilidade de dizer “não” àquilo que nos acontece, mas sim a possibilidade de dizer “sim” e compreender completamente porque as coisas deverão acontecer de determinada maneira. A filosofia de Espinosa tem muito em comum com o estoicismo, mas difere muito dos estoicos num aspecto importante: ele rejeitou fortemente a afirmação de que a razão pode dominar a emoção. Pelo contrário, defendeu que uma emoção pode ser ultrapassada apenas por uma emoção maior. A distinção crucial era, para ele, entre as emoções activas e passivas, sendo as primeiras aquelas que são compreendidas racionalmente e as outras as que não o são. Para Espinoza, a substância não possui causa fora de si, ela é causa de si mesma, ou seja, uma causa sui. Ela é singular a ponto de não poder ser concebida por outra coisa que não ela mesma. Por ser causa de si, a substância é totalmente independente, livre de qualquer outra coisa, pois sua existência basta-se em si mesma. Ou seja, a substância, para que o entendimento possa formar seu conceito, não precisa do conceito de outra coisa. A substância é absolutamente infinita, pois se não o fosse, precisaria ser limitada por outra substância da mesma natureza. Pela proposição VI da Parte I da Ética, ele afirma: “Uma substância não pode ser produzida por outra substância”, portanto, não existe nada que limite a substância, sendo ela, então, infinita. Da mesma forma, a substância é indivisível, pois, do contrário, ao ser ela dividida, ou conservaria a natureza da substância primeira, ou não. Se conservasse, então uma substância formaria outra, o que é impossível de acordo com a proposição VI; se não conservasse, então a substância primeira perderia sua natureza, logo, deixaria de existir, o que é impossível pela proposição 7, a saber: “à natureza de uma substância, pertence o existir”. Assim, a substância é indivisível. Assim, sendo da natureza da substância absolutamente infinita existir e não podendo ser dividida, ela é única, ou seja, só há uma única substância absolutamente infinita ou Deus. Apesar de ser denominado Deus, a substância de Espinoza é radicalmente diferente do Deus judaico-cristão, pois não tem vontade ou finalidade já que a substância não pode ser sem existir (se pudesse ser sem existir, haveria uma divisão e a substância seria limitada por outra, o que, para Espinoza, é absurdo, como foi explicado no parágrafo anterior). Consequentemente, o Deus de Espinoza não é alvo de preces e menos ainda exigiria uma nova religião. Baruch Espinoza viveu em um tempo onde recebeu diferentes influências, um tempo de transição, que marcava o início da modernidade. O filósofo teve que ser cauteloso na exposição de seu pensamento, porque muitos de seus colegas sofreram perseguição e foram até mortos. Para Espinoza, Deus e a natureza são uma coisa só, não havendo distinção entre eles. Essa concepção exclui ideias transcendentais e entra em choque com os que acreditam no direito divino para os reis, bem como com direitos naturais hereditários. Seu caráter naturalista exclui a ideia dualista de que haveria uma maneira natural de como as coisas deveriam ser. Muitos pensadores acreditavam que as coisas deveriam ser da maneira que são pela vontade de Deus: essa é uma diferença importante no pensamento de Espinoza. O filósofo começa a expor seu pensamento acerca da natureza humana no livro Tratado Teológico-político. Nele, o autor explica como acredita que funcionam as economias dos Afetos e Desejos e de que maneira isso afeta como vivemos. No capítulo XVI/3, encontramos um exemplo: “O direito natural e cada homem definem-se, portanto, não pela razão sã, mas pelo desejo e pela potência”. Ninguém, com efeito, está determinado a comportar-se conforme as regras e as leis da razão; ao contrário, todos nascem ignorantes de todas as coisas e a maior parte de suas vidas transcorre antes que possam conhecer a verdadeira regra da vida e adquirir o estado de virtude, mesmo que tenham sido bem educados. E eles não são menos obrigados a viver e a se conservar, nessa espera, pelo simples impulso do apetite, pois a natureza não lhes deu outra coisa, e recusou-lhes a potência atual de viver conforme a reta razão; logo, considerando submetido apenas ao império da natureza, tudo o que um indivíduo julgar como sendo-lhe útil, seja pela conduta da razão seja pela violência de suas paixões, é-lhe permitido desejar, em virtude desejar, em virtude de um soberano direito de natureza e tomar por qualquer via que seja, pela força, pela artimanha, por preces, enfim, pelo meio mais fácil que lhe pareça. Consequentemente, também ter por inimigo aquele que o quiser impedir de se satisfazer”. Mais adiante, Espinoza vai argumentar que o uso da razão viria a partir de um exercício, mas que ainda estamos longe de chegar lá devido às paixões. O autor disserta: “Mas falta muito para que todos deixem-se facilmente se conduzir apenas pela razão; cada um se deixa levar por seu prazer e, mais amiúde, a avareza, a glória, a inveja, o ódio etc. ocupam a mente, de tal sorte que a razão não tem qualquer lugar”. No ano de sua morte, Espinoza termina um outro livro, que seria uma continuação do anterior, dando sequência a seus pensamentos e sua teoria. No Tratado Político, título do novo livro, o filósofo também aborda, em diferentes momentos, a questão da natureza humana, bem como a força das paixões e os efeitos que elas produzem nos corpos. Logo no primeiro capítulo, o autor explica de que maneira ele tenta entender essas paixões e estudá-las, a fim de aplicá-las na sua teoria. O autor expõe seu pensamento com clareza acerca da sua discordância com o pensamento comum da época. Explicando o porquê de não acreditar que as pessoas agem exclusivamente através da razão: “Depois, na medida em que cada coisa se esforça, tanto quanto esta em si, por conservar o seu ser, não podemos de forma alguma duvidar de que, se estivesse tanto em nosso poder vivermos segundo os preceitos da razão como conduzidos pelo desejo cego, todos se conduziriam pela razão e organizariam sabiamente a vida, o que não acontece minimamente, pois cada um é arrastado pelo seu prazer”. Para o filósofo, as pessoas não se submetem ao estado por uma análise racional, mas por uma economia de seus desejos, sejam eles medo ou esperança. São as paixões que, em acordo com outras Paixões, encontram vontades comuns que permitem que as pessoas se agrupem em “estados” e, assim, se submetam de alguma maneira a algum sistema. Seja ele monárquico, aristocrático ou democrático. “Longe de ser fruto de uma ruptura com a natureza, o estado forma-se no âmbito dessa, mediante a dinâmica afetiva, ou passional, que associa ou põe em confronto os indivíduos”. “Por isso também, a essência do político é impossível de se confundir com uma qualquer moldura racional de onde e no interior da qual as normas de conduta fossem deduzidas, de modo a imporem-se como condição necessária e legítima da paz e da estabilidade”. Observamos que Espinoza defende uma espécie de sistema econômico de gerenciamento dos afetos, tanto por parte dos súditos, como do Soberano. Esse gerenciamento é subjetivo e acontece individualmente, com efeitos no coletivo. Cabe, aos súditos, sentirem sua Potência, a fim de preservar sua vida e maximizar sua liberdade, bem como ao soberano, de não impor sistema rígido demais que encurrale seus súditos a ponto de que esses se rebelem. O Estado mais “racional” é aquele que consegue entender as demandas da sua população e promover uma espécie de bem-estar. A paz imposta pelo medo, como ausência de guerra, é sempre temporária. O bem-estar de todos é o que ajuda a manter o Estado coeso. Esse sistema é precário e está sempre sujeito a avaliações e adequações para melhor atender a todos, defendendo, assim, até a manutenção do Estado pelo soberano. Espinoza entende o Estado como a potência da Multidão e define, no TP 2/17, os sistemas políticos que podem constituir esse Estado. O autor esclarece: “Detém-no absolutamente quem, por consensocomum, tem a incumbência da República, ou seja, de estatuir, interpretar e abolir direitos, fortificar as urbes, decidir sobre a guerra e a paz etc. E se essa incumbência pertencer a um conselho que é composto pela multidão comum, então o Estado chama-se Democracia; mas se for composto só por alguns eleitos, chama-se Aristocracia; e se, finalmente, a incumbência da República e, por conseguinte, o Estado, estiver nas mãos de um só, então chama-se Monarquia”. Com isso, podemos concluir o pensamento de Espinoza e entender como a Natureza age sobre as — e através das — potências de todos e como isso influencia o Estado e o sistema político. Os corpos individualizam-se em razão do “movimento e do repouso”, da “velocidade e lentidão” e não em função de alguma substância particular (escólio 1 da proposição 13 da parte 2 da Ética), e a identidade individual através do tempo e da mudança consiste na manutenção de uma determinada proporção de movimento e repouso das partes do corpo (proposição 13 da parte 2 da Ética). O corpo humano é um complexo de corpos individuais e é capaz de manter suas proporções de movimento e de repouso ao passar por uma ampla variedade de modificações impostas pelo movimento e repouso de outros corpos. Essas modificações são o que Espinoza chama de “afecções”. Uma afecção que aumenta a capacidade do corpo de manter suas proporções características de movimento e repouso aumenta a “potência de agir” e tem, em paralelo, na mente, uma modificação que aumenta a “potência de pensar”. A passagem de uma potência menor para uma maior é o “afeto de alegria” (definição dos afetos, parte 2 da Ética). Uma afecção que diminui a potência do corpo de manter as proporções de movimento e repouso diminui a potência de agir e tem, em paralelo, na mente, uma diminuição da potência de pensar. A passagem de uma potência maior para uma menor é o “afeto de tristeza”. Já uma afecção que ultrapassa as proporções de movimento e repouso dos corpos que compõe o corpo humano destrói o corpo humano e a mente (morte). Os indivíduos (mentes e corpos) esforçam-se em perseverar em sua existência tanto quanto podem (proposição 6 da parte 3 da Ética). Eles sempre se esforçam para ter alegria, isto é, um aumento de sua potência de agir e de pensar e eles sempre se opõem ao que lhes causa tristeza, ou seja, aquilo que diminui sua capacidade de manter as proporções de movimento e repouso características de seu corpo. O esforço por manter e aumentar a potência de agir do corpo e de pensar da mente é o que Espinoza chama de “desejo”.Morreu em um domingo, 21 de fevereiro de 1677, aos 44 anos, vitimado pela tuberculose. Morava então com a família Van den Spyck, em Haia. A família havia ido à igreja e o deixara com o amigo doutor Meyer. Ao voltarem, encontraram-no morto. Encontra-se sepultado no pátio da Nieuwe Kerk, em Haia, nos Países Baixos.

     


  • Verney e o Leibnizianismo (Um Aspecto da Europeização da Cultura Portuguesa no Séc.XVIII)

    Verney e o Leibnizianismo (Um Aspecto da Europeização da Cultura Portuguesa no Séc.XVIII) (€60.00)

    Maria Elvira de Morais Correia Barbosa – Verney e o Leibnizianismo (Um Aspecto da Europeização da Cultura Portuguesa no Séc.XVIII) – Dissertação de Licenciatura na Secção de Ciências Históricas e Filosóficas Apresentada a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em 31 de Maio de 1951) – Coimbra – 1951.Desc.(115)Pág.Br.(Datilografia

     

     

     

     

     Verney

    Luís António Verney (Lisboa, 1713 — Roma, 1792) foi um filósofo, teólogo, padre, professor e escritor português. Foi um dos maiores representantes do Iluminismo no país e um dos mais famosos estrangeirados portugueses. É o autor de “O Verdadeiro Método de Estudar” (Valença, 1746). Filho de pai francês e de mãe portuguesa. Foi cunhado do arquiteto João Frederico Ludovice. Verney estudou no Colégio de Santo Antão e na reformadora Congregação do Oratório até se formar em Teologia na Universidade de Évora. Partiu para Roma, onde alcançou o doutoramento em Teologia e Jurisprudência. O mais conhecido e activo estrangeirado português, colheu fora do país os pensamentos de renovação que então iluminavam a Europa. A pedido de João V de Portugal, Verney iniciou a sua colaboração com o processo de reforma pedagógica do reino, contribuindo incontestavelmente para uma aproximação profícua com os ventos do progresso cultural que animavam os espíritos dos europeus mais progressistas. Devido a problemas de saúde e, principalmente, devido a incompreensões por parte dos seus compatriotas, nomeadamente, os cortesãos e o Marquês de Pombal, chegando a ser condenado à morte por lhes desagradar, partiu definitivamente exilado para Roma, onde viveu até ao fim dos seus dias.

     

     


  • “De Magistro” Diálogo de Santo Agostinho (Introdução-Tradução-Notas)

    “De Magistro” Diálogo de Santo Agostinho (Introdução-Tradução-Notas)(€50.00)

    Maria Antónia Esteves Dionísio -“De Magistro” Diálogo de Santo Agostinho (Introdução-Tradução-Notas) – Dissertação Para a Licenciatura em Ciências Históricas e Filosóficas, na Faculdade de Letras na Universidade de Coimbra – Universidade de Coimbra – Coimbra – 1947.Desc.(141)Pág.Br.

     

    Aurélio Agostinho de Hipona S.Agostinho

    Aurélio Agostinho de Hipona (em latim: Aurelius Augustinus Hipponensis;Tagaste, 13 de novembro de 354 – Hipona, 28 de agosto de 430), conhecido universalmente como Santo Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos nos primeiros séculos do cristianismo, cujas obras foram muito influentes no desenvolvimento do cristianismo e filosofia ocidental. Foi bispo de Hipona, uma cidade na província romana da África. Escrevendo na era patrística, é amplamente considerado como o mais importante dos Padres da Igreja no ocidente. Suas obras-primas são De Civitate Dei (“A Cidade de Deus”) e “Confissões”, ambas ainda muito estudadas atualmente. De acordo com Jerônimo, seu contemporâneo, Agostinho “restabeleceu a antiga fé”. Em seus primeiros anos, Agostinho foi muito influenciado pelo maniqueísmo e, logo depois, pelo neoplatonismo de Plotino. Depois de se converter ao cristianismo e aceitar o batismo (387), desenvolveu uma abordagem original à filosofia e teologia, acomodando uma variedade de métodos e perspectivas de uma maneira até então desconhecida. Acreditando que a graça de Cristo era indispensável para a liberdade humana, ajudou a formular a doutrina do pecado original e deu contribuições seminais ao desenvolvimento da doutrina da guerra justa. Quando o Império Romano do Ocidente começou a ruir, Agostinho desenvolveu o conceito de “Igreja Católica” como uma “Cidade de Deus” espiritual (na obra homônima) distinta da cidade terrena e material de mesmo nome. “A Cidade de Deus” estava também intimamente ligada ao segmento da Igreja que aderiu ao conceito da Trindade como postulado pelo Concílio de Niceia e pelo Concílio de Constantinopla. Na Igreja Católica Romana e na Comunhão Anglicana, Agostinho é veneradocomo um santo, um proeminente Doutor da Igreja e o patrono dos agostinianos. Sua festa é celebrada no dia de sua morte, 28 de agosto. Muitos protestantes, especialmente os luteranos e calvinistas, consideram Agostinho como um dos “pais teológicos” da Reforma Protestante por causa de suas doutrinas sobre a salvação e graça divina. Na Igreja Ortodoxa, algumas de suas doutrinas não são aceitas, como a da cláusula Filioque,do pecado original e do monergismo. Ainda assim, apesar destas controvérsias, é considerado também um santo, sendo comemorado como “Beato Agostinho” no dia 15 de junho. Ainda assim, numerosos autores ortodoxos advogaram a favor de suas obras e de sua personalidade, como Genádio II de Constantinopla e Seraphim Rose.

     


  • Influência de Kant em Herculano

    Influência de Kant em Herculano (€50.00)

    Maria Luisa Raposo de Moura – Influência de Kant em Herculano (Dissertação de Licenciatura na Secção de Ciências Históricas a Faculdade de Letras da universidade de Coimbra) – Coimbra – 1955.Desc.(99)Pág.E.

     

    Immanuel Kant

    Immanuel Kant – Königsberg, 22 de abril de 1724 – 12 de fevereiro de 1804) ou Emanuel Kant, foi um filósofo alemão (nativo do Reino da Prússia) e um dos principais pensadores do Iluminismo. Seus abrangentes e sistemáticos trabalhos em epistemologia, metafísica, ética e estética tornaram-no uma das figuras mais influentes da filosofia ocidental moderna. Em sua doutrina do idealismo transcendental, Kant argumentou que o espaço e o tempo são meras “formas de intuição” que estruturam toda a experiência e que os objetos da experiência são meras “aparências”. A natureza das coisas como elas são em si mesmas é incognoscível para nós. Em uma tentativa de contrariar o ceticismo, ele escreveu a Crítica da Razão Pura (1781/1787), sua obra mais conhecida. Kant traçou um paralelo com a revolução copernicana em sua proposta de pensar os objetos dos sentidos em conformidade com nossas formas espaciais e temporais de intuição e as categorias de nosso entendimento, de modo que tenhamos conhecimento a priori desses objetos. Kant acreditava que a razão também é a fonte da moralidade e que a estética surge de uma faculdade de julgamento desinteressado. Ele foi um expoente da ideia de que a paz perpétua poderia ser assegurada por meio da democracia universal e da cooperação internacional, e que talvez este pudesse ser o estágio culminante da história mundial. A natureza das visões religiosas de Kant continua a ser objeto de disputa acadêmica. Também controversos são os pontos de vista de Kant sobre raça. Ele defendeu o racismo científico durante grande parte de sua carreira, mas mudou seus pontos de vista sobre raça na última década de sua vida. Kant também publicou importantes obras sobre ética, religião, direito, estética, astronomia e história durante sua vida. Estes incluem a História Natural Universal(1755), a Crítica da Razão Prática (1788), a Crítica do Poder de Julgamento (1790), a Religião nos Limites da Simples Razão (1793) e a Metafísica dos Costumes(1797).

     


  • Anti. Duhring ou a Subversão da Ciência Pelo Sr.Eugénio Duhring (Ensaio / Documento)

    Anti. Duhring ou a Subversão da Ciência Pelo Sr.Eugénio Duhring (Ensaio / Documento) (€20.00)

    Frederico Engels – Anti. Duhring ou a Subversão da Ciência Pelo Sr.Eugénio Duhring (Ensaio / Documento) (Tradução: Teresa Adão) – Edições Afrodite/ Fernando Ribeiro de Mello – Lisboa – 1971.Desc.(398)Pág.Br.


  • História da Filosofia Ocidental

    História da Filosofia Ocidental(€45.00)

    Bertrand Russell – História da Filosofia Ocidental – Vol.º 1-2-3 -(Tradução de Bruno Silveira) – Companhia Editorial Nacional – São Paulo – 1957.Desc.(XXIII) + (344) + (XIII) + (211) + (V) + (412)Pagar.Br

     

     

     

    Bertrand Arthur William Russell

    Bertrand Arthur William Russell, 3.º Conde Russell (Trelleck, País de Gales, 18 de maio de 1872 — Penrhyndeudraeth, País de Gales, 2 de fevereiro de 1970) foi um dos mais influentes matemáticos, filósofos, ensaístas, historiadores e lógicos que viveram no século XX. Em vários momentos ele se considerou um liberal, um socialista e um pacifista, mas também admitiu que nunca foi nenhuma dessas coisas em um sentido profundo.Sendo um popularizador da filosofia, Russell foi respeitado por inúmeras pessoas como uma espécie de profeta da vida racional e da criatividade. A sua postura em vários temas foi controversa. Russell nasceu em 1872, no auge do poderio económico e político do Reino Unido, e morreu em 1970, vítima de uma gripe, quando o império se tinha desmoronado e o seu poder drenado em duas guerras vitoriosas mas debilitantes. Russell foi um pacifista e defendia o anti-imperialismo. Inicialmente, ele defendeu a guerra nuclear preventiva. Ele foi para a prisão por seu pacifismo durante a Primeira Guerra Mundial.Mais tarde, Russell concluiu que a guerra contra Adolf Hitler era uma condição necessária, o ‘menor de dois males’ e também criticou o totalitarismo stalinista e condenou o envolvimento dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Recebeu o Nobel de Literatura de 1950, “em reconhecimento dos seus variados e significativos escritos, nos quais ele lutou por ideais humanitários e pela liberdade do pensamento”.

     


  • A Linhagem Cultural de São Martinho de Dume – I – Fundamentos

    A Linhagem Cultural de São Martinho de Dume – I – Fundamentos(25.00)

    Luís Ribeiro Soares – A Linhagem Cultural de São Martinho de Dume – I – Fundamentos – Dissertação de Doutoramento em Filosofia Apresentada Á Faculdade de Letras da Universidade do Porto – Porto/Lisboa – 1963.Desc.(XV) + (390)Pág.Br.

     

     

     


  • Importância Capital do Sãoskrito Como Base da Glottologia Árica e da Glottologia África no Ensino Superior Das Letras e da História

    Importância Capital do Sãoskrito Como Base da Glottologia Árica e da Glottologia África no Ensino Superior Das Letras e da História(€80.00)

    G. de Vasconcellos Abreu – Importância Capital do Sãoskrito Como Base da Glottologia Árica e da Glottologia África no Ensino Superior Das Letras e da História – Imprensa Nacional – Lisboa – 1978.Desc.(39)Pág.


  • Ensaios / Domingos de Sequeira – Na Política do Seu Tempo & George Buchanan – Uma Figura da Reforma

    Ensaios / Domingos de Sequeira – Na Política do Seu Tempo & George Buchanan – Uma Figura da Reforma (€12.00)

    Horácio de Castro Guimarães – Ensaios / Domingos de Sequeira – Na Política do Seu Tempo & George Buchanan – Uma Figura da Reforma – Separata da Revista Gil Vicente Guimarães – Guimarães – 1959.Desc.(27)Pág.Br.Ilust


  • Filosofia. História. Conhecimento. Homenagem a Vasco de Magalhães-Vilhena

    Filosofia. História. Conhecimento. Homenagem a Vasco de Magalhães-Vilhena(€15.00)

    Eduardo Chitas & Hernâni A. Resende(Coordenação) – Filosofia. História. Conhecimento. Homenagem a Vasco de Magalhães-Vilhena – Editorial Caminho – Lisboa – 1990.Desc.(340)Pág.Br.

     

     

    Vasco de Magalhães-Vilhena

    Filósofo português, Vasco Manuel de Magalhães Vilhena nasceu em 1916, em São Tomé. Depois de concluir os estudos secundários, frequentou as Faculdades de Letras de Lisboa e Coimbra, licenciando-se em Ciências Históricas e Filosóficas em 1939. Obteve, ainda enquanto estudante, o Prémio de Ensino e Crítica nos Jogos Florais Universitários de Coimbra, em 1939.
    No ano seguinte, concorreu a uma bolsa de estudo concedida pelo British Council e pelo Instituto para a Alta Cultura, com o objetivo de efetuar trabalhos de investigação filosófica na Universidade de Cambridge. Embora a bolsa de estudo lhe fosse concedida, a situação provocada pela Segunda Guerra Mundial impediu-o de a aproveitar. Em 1943 foi nomeado assistente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, tendo sido regente dos cursos de História da Filosofia Antiga e de História Moderna e Contemporânea. Foi bolseiro do Governo francês durante dois anos, sendo depois integrado no quadro de investigadores do Seminário de Filosofia Antiga de Sorbonne. Em 1949, doutorou-se nessa universidade parisiense, com excelente classificação, em Filosofia. A sua tese valeu-lhe, em 1954, o prémio da Association des Études Grecques. Intelectual sempre ativo e de notável erudição, Magalhães Vilhena colaborou em diversas revistas, como a Gazeta de Filosofia e a Revista do Porto, e realizou numerosas conferências. Publicou uma vasta obra, onde se destacam Aspetos do Pensamento Grego – A Luta pela Inteligibilidade (1935), A Arte e a Vida Social (1936), Unidade da Ciência – Introdução a um Problema (1941), Pequeno Manual de Filosofia (1942) e António Sérgio e a Filosofia(1960). Morreu em 1993.

     


  • Cristo, Sinal de Contradição (História e Crítica)

    Cristo, Sinal de Contradição (História e Crítica)(€30.00)

    Raul Machado – Cristo, Sinal de Contradição (História e Crítica) – Edições Gama – Lisboa – 1943.Desc.(318)Pág.E.Pele

     

     

    Nasceu em Mirandela, em 17.5.1894 e faleceu em Lisboa, em 1965. De 1910 a 1929 foi jesuíta.
    Doutorou-se em Filosofia (pela Univ. de Granada) e em Teologia (por Insbruch).
    Recebeu ordens sacras em 1925 e foi redactor da revista Brotéria. Licenciou se em Filologia Clássica na Faculdade de Letras de Lisboa e aí ensinou entre 1939 e 1944. Regeu as cadeiras práticas e teóricas de Língua e Literatura Grega e Latina.
    Teve na Rádio e nos começos da Televisão um programa a que chamou “Charlas Linguísticas” que teve grande projecção.
    Foi Presidente da Sociedade de Língua Portuguesa.
    Publicou, entre outras, as seguintes obras: Questões de Gramática Latina (1940 1941) em 2 volumes: Ensaio sobre o Poeta Novilatino Diogo de Paiva de Andrade, (1941); Infixação Nasal e Sonoras Aspiradas em Grego (1943); Cristo Sinal de Contradição (1943) e Que é o espiritismo (1956).

     


  • Filosofia Caseira (Pedagogias, Educações, Políticas e outras Curiosidades)

    Filosofia Caseira (Pedagogias, Educações, Políticas e outras Curiosidades)(€15.00)

    Emílio Costa – Filosofia Caseira (Pedagogias, Educações, Políticas e outras Curiosidades) – Seara Nova – Lisboa – 1947.Desc.(VIII) + (313)Pág.Br

     

     

    (Portalegre, no Alto Alentejo, 21 de fevereiro de 1877 – Lisboa, 17 de fevereiro de 1952) foi um político, escritor e professor português originário numa família oriunda da burguesia liberal. Corria o ano de 1896 chegou a Lisboa a fim de frequentar o então Instituto Industrial, onde procedeu à sua matricula no Curso Superior de Letras. Terá sido durante o período de estudante que adquiriu as preocupações sociais e intelectuais que marcariam as suas acções futuras no seio da comunidade, mas também uma experiência política e social que moldou o seu modo de actuar no futuro. Foi em 1897 que entrou de forma decisiva no mundo da política ao assinar o Manifesto Académico Republicano, tendo também na mesma altura participado fundação do Centro Académico Republicano, ambos relacionados com a Maçonaria Académica. Ainda como estudante fez corpo activo da Maçonaria Académica, passando daqui para a Carbonária Portuguesa. Foi, também, membro activo da Loja Maçónica Montanha onde chegou ao grau de mestre. Na literatura activa destacou-se entre várias actividades pela fundação do jornal “O Amigo do Povo”, que foi editado entre os anos de 1901 e 1903. Nesta publicação periódica, e sob o pseudónimo de Demétrio, defendeu as suas ideias anarquistas e libertárias.  Não tendo concluído os cursos onde se inscrevera, suspendeu a sua actividade de estudante e iniciou uma viagem por vários países da Europa, tendo viajado por França, Bélgica e Suíça, locais onde esteve por vários anos, nomeadamente entre 1903 e 1909. Quando esteve em França, foi secretário pessoal de Francisco Ferrer, tendo participado da criação da Liga Internacional para a Educação Racional da Infância. Esta actividade levou-o a ter a experiencia necessária para a quando do seu regresso a Portugal proceder a abertura de uma secção em Portugal dessa mesma liga (Liga Internacional para a Educação Racional da Infância de Portugal). Ainda durante a sua estadia em França foi colaborador activo dos jornais “Les Temps Nouveaux” e “La Révolution”. Depois do sua viagem pela Europa, e já de forma definitiva em Portugal procedeu à sua integração no grupo de propaganda tido como anarco-sindicalista denominado “Germinal”, tendo também pela mesma altura dado iniciou a uma carreira docente, tendo dado aulas no Liceu Mouzinho da Silveira, na cidade de Portalegre, entre os anos de 1911 e 1913.  Depois de sair desta estrutura de ensino deu aulas no Liceu Passos Manuel, na cidade de Lisboa entre os anos de 1915 e 1919. Daqui deu aulas no Colégio Estoril entre os anos de 1919 e 1921. A sua actividade como docente foi ainda exercida na Escola Comercial Ferreira Borges, local onde trabalhou por alguns anos, na Escola-Oficina n.º 1 e também na Escola Académica. Durante a sua vida lectiva, e relacionado com a actividade que exercia produziu vários trabalhos escritos sobre assuntos educativos, que fez publicar em diferentes jornais, nomeadamente: “A Manhã”, “Seara Nova”, “República”, “O Primeiro de Janeiro”, “A Pátria”, “A Voz do Operário”, “Educação Social”, entre várias outras publicações de referência. Também se encontra colaboração da sua autoria nas revistas Amanhã (1909), Atlântida (1915-1920) e Renovação (1925-1926) . Durante este período de tempo procedeu a várias conferências sobre assuntos relacionados com a política de ensino, relacionadas com programas em uso e às metodologias aplicadas.