
João Ameal – Breve Resumo da História de Portugal – S/N – Lisboa – 1964.Desc.(129)Pág.Br.Ilust
Compra e Venda de Livros, Manuscritos
João Ameal – Breve Resumo da História de Portugal – S/N – Lisboa – 1964.Desc.(129)Pág.Br.Ilust
António Pires – Sangue Cunhama (Romance) – Agência Geral das Colónias – Lisboa – 1949.Desc.(176)Pág.Br.
António Pires (10 de novembro de 1916) foi um escritor e jornalista português. Nascido a 10 novembro de 1916, foi para Angola em 1924, com a idade incompleta de 8 anos. Em 1965 contava com quarenta e um anos de permanência naquela ex-província ultramarina portuguesa, onde constituiu família e se estabeleceu definitivamente. Aos 16 anos iniciou-se no jornalismo como um dos fundadores do jornal académico de Luanda, «O Estudante». Aos 23 anos iniciou a sua actividade como jornalista profissional, ingressando em 1938 na redacção do «Diário de Luanda», onde se manteve até 1945, ano em que deixo o Jornalismo profissional para se dedicar a outras actividades. Nunca mais, porém, deixou de escrever para os jornais. Assim, em 1954, voltou ao profissionalismo para ingressar na redacção de «A Província de Angola», primeiro como Chefe de Redacção e, passado pouco tempo, como Subdirector no exercício efectivo da Direcção, entre 1958 a 1964. Durante oito anos consecutivos, de 1948 a 1956, foi membro do conselho de Governo de Angola, com duas reeleições sucessivas, distinguindo-se por uma colaboração ativa e de relevo na discussão de numerosos problemas económicos e sociais de Angola. Participou em numerosas conferências, e em 1955 tomou parte no 1º Congresso de Economistas Portugueses realizado em Luanda, apresentando e defendendo uma tese «Aproveitamento das matérias-primas de Angola dentro do critério de unidade económica nacional». Depois de um breve interregno desde meados de 1964, sem contudo deixar nunca de colaborar na Imprensa de Angola, voltou ao profissionalismo como Editor e Director de um semanário especializado, «Actualidade Económica», de sua criação e propriedade. Aliás, foi predominantemente no sector económico que António Pires marcou sempre lugar destacado, não só no jornalismo de Angola, como mesmo na vida pública e política do território. Assim o atestam dois ensaios – «Angola e Mercado Comum Europeu» e «A Questão Cambial de Angola», publicados respectivamente em 1958 e 1959, o último dos quais galardoado com o «Prémio Angola», concedido pelo Instituto Cultural de Angola para «obras de mérito excepcional». Correspondente, também de jornais estrangeiros como o «New York Times» e de agências noticiosas como a «France Presse», «United Press» e ANI, António Pires fui sem dúvida, um dos jornalistas de Angola mais conhecido no estrangeiro naquele época, tendo visitado demoradamente o Brasil a República de África do Sul sob convites oficiais, além de viagens profissionais à antiga Rodésia, Congo ex-belga e ex-francês, e visitas rápidas a Madrid, Paris, Roma, Bruxelas e a Nova Iorque. Posteriormente realizou visitas, sob convites oficiais, à República Federal Alemã (1968 e 1973), Áustria (1968 e 1975), Estados Unidos (1974) com incidência nos setores económicos, financeiros e industriais daqueles países, e deslocações profissionais à Inglaterra, Dinamarca, Holanda, Bélgica, Noruega, França, Itália e Suíça, bem como a vários países francófonos e anglófonos da África, como a então República Popular do Congo (Brazaville), República Democrática do Zaire (Kinshasa), Gabão, Camarões e Costa do Marfim, Zâmbia, Tanzânia e Nigéria, bem como às ex-colónias portuguesas da Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Moçambique. Fez parte da caravana jornalística que acompanhou a visita do então Presidente da República Portuguesa, Marechal Craveiro Lopes, ao Brasil, em 1957, tendo voltado a este país em 1972 e 1973. Entre outras actividades estranhas ao jornalismo ou à literatura, foi Subinspector e Inspector Interino da Companhia Nacional de Navegação de Angola, e Administrador da Companhia da África Ocidental Portuguesa.
Ludovina Frias de Matos – Sombras e Clarões (Sonetos) – Livraria Civilização – Porto – 1940.Desc.(76)Pág.Br.
Ludgero Urbano – História da Mecanização e Agricultura “Algarve” – Edição de Autor – Faro – 1995.Desc.(397)Pág.Br.Ilust
Alves Redol – O Muro Branco – Publicações Europa-América – Lisboa – 1966.Desc.(334)Pág.E.Pele “1.ªEdição”
Código de Processo Civil Apovado por Carta de Lei de 8 de Novembro de 1876 – Imprensa Nacional – Lisboa – 1881.Desc.(256)Pág.E.Pele
Colecção dos Decretos Ano de 1911 Promulgados nos Termos do Artigo.º 61.º da Organização dos Serviços do Ministério e do Artigo 87.º da Constituição – Ministério das Colónias – Imprensa Nacional – Lisboa – 1912.Desc.(156)Pág.E.Pele
Manuel Angel Vazquez Medel (Dirección General de La Obra) Ana María Flores Fernandez(Coordinacíon) – Sevilla Y Su Provincia (N.º4) – Ediciones Geves – Sevilla – 1984.Desc.(383)Pág.E.ilust
Glória Marreiros – Lagos Séc.XVII e Séc.XX Recolha Onomástica dos Antropónimos e Apelidos aos Caminhos da História Local – Edição Câmara Municipal de Lagos – Lagos – 1996.Desc.(173)Pág.Br.Ilust
António Sousa Duarte – António Aleixo (O Poeta do Povo) – Ancora Editora – Lisboa – 1999.Desc.(183)Pág + (12)Fotogravuras.Br.Ilust
Padre José Gomes da Encarnação – Como é Bela a Nossa Vida, Quando a Sabemos Viver!… Tipografia “União” – Faro – 1948.Desc.(36)Pág.Br.
Candeias Nunes – O Tempo e os Sinais (Poemas) – Colecção “A Palavra” N.º6 – Tipografia Cácima – Faro – 1964.Desc.(31)Pág.Br
António Joaquim das Candeias Nunes (Portimão, Algarve, 30 de Novembro de 1935 – Portimão, 5 de Março de 2011) é um poetaportuguês. Nos anos 50 esteve ligado à criação do Cineclube de Portimão e do Grupo Amigos de Portimão. Foi um dos poetas algarvios publicados na colecção de poesia A Palavra, dirigida por Casimiro de Brito. É da sua autoria o livro O Tempo e os Sinais, nº 6 da referida colecção, publicado em 1964. Publicou ainda o livro Proémio, na Antologia Poética Luso-Hispânica, colecção de pequenos livros de poesia de poetas de expressão ibérica. No princípio dos anos 70 colaborou no Jornal do Algarve. Após o 25 de Abril de 1974, foi vogal da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Portimão. É pai de Jorge Candeias.
Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta & Maria Velho da Costa – Novas Cartas Portuguesas (Colecção Serpente) – Estudios Cor – Lisboa – 1972.Desc.(389)Pág.Br
Novas Cartas Portuguesas (NCP) é uma obra literária escrita conjuntamente por Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, entre 1971 e 1972. O livro revelou a existência de situações discriminatórias agudas num Portugalsob o Regime do Estado Novo – entre elas, a repressão ditatorial e a condição da mulher (casamento, maternidade, sexualidade). As NCP denunciaram também as injustiças praticadas nas colónias e a realidade dos portugueses enquanto colonialistas em África. A obra foi imediatamente apreendida pela censura, e as autoras levadas a julgamento por “ofensa à moral pública” – o que, paradoxalmente, expôs o autoritarismo do governo e atraiu a atenção da imprensa internacional. A situação provocou uma onda global de apoio, inédita no contexto português. O caso das Três Marias – como ficou conhecido o processo instaurado pelo Estado Português depois da publicação das NCP – foi votado em Junho de 1973, numa conferência da National Organization for Women (NOW) em Boston, como a primeira causa feminista internacional. A obra foi defendida publicamente por Simone de Beauvoir, Marguerite Duras, Christiane Rochefort, Doris Lessing, Iris Murdoch ou Stephen Spender. A sua repercussão além-fronteiras foi enorme, tendo sido quase imediata a tradução para outros idiomas. Hoje é um dos livros portugueses mais traduzidos. Em Portugal, a obra esteve mais de dez anos completamente esgotada e dezoito anos fora do mercado.Chegaria novamente às livrarias em 1998, 2001, 2010 (anotada) e 2022, pelas mãos da editora Dom Quixote.
Em 1961 eclodia um conflito que, por altura da Revolução dos Cravos, tinha mobilizado quase 150 000 homens.Com o decorrer dos anos, crescia a revolta contra a Guerra Colonial entre os militares e as suas famílias. Este livro escrito a seis mãos delinear-se-ia a partir de um encontro que teve lugar na cidade de Lisboa, em Maio de 1971, três anos antes do 25 de Abril e da consequente independência das colónias portuguesas em África. Maria Teresa Horta conheceria Maria Isabel Barreno através de uma entrevista que fez enquanto coordenava o suplemento literário do jornal A Capital, no qual esta colaborava. As duas viriam a fundar o Movimento de Libertação das Mulheres, ao lado de Madalena Barbosa, em 1972. Por sua vez, Maria Isabel Barreno havia trabalhado com Maria Velho da Costa no Instituto de Investigação Industrial. Antes das NCP, as autoras já haviam publicado individualmente alguns livros dotados de caráter político – que, nomeadamente, desafiavam os papéis sociais atribuídos às mulheres durante a ditadura. Servem de exemplo Maina Mendes(1969) de Maria Velho da Costa, Os Outros Legítimos Superiores (1970) de Maria Isabel Barreno e Minha Senhora de Mim(1971) de Maria Teresa Horta, entre outros. As NCP terão surgido como reacção à apreensão deste último livro.
Quando as três começaram a pensar escrever uma obra em torno de uma mulher portuguesa surge, num dos seus almoços, a figura de Mariana Alcoforado, que não foi logo consensual. A Soror representava a paixão, a clausura, o abuso e o abandono. Não seria a mulher a enaltecer. Porém, as NCP partiriam mesmo do romance epistolar Lettres Portugaises, publicado como obra anónima por Claude Barbin, em 1669. Este foi apresentado como sendo uma tradução, também anónima, de cinco cartas de amor escritas por uma jovem freira portuguesa, de nome Mariana Alcoforado – após esta ter sido seduzida e abandonada pelo seu amante, o cavaleiro francês Noel Bouton (Cavaleiro de Chamilly) – enclausurada no Convento da Conceição, em Beja. Nesta época, França apoiava o Reino de Portugal na Guerra da Restauração contra a Coroa de Castela e, entre 1666 e 1668, a fortificada cidade do Baixo Alentejo foi um importante local de resistência contra as forças espanholas. Hoje, a autoria das Cartas Portuguesas é ainda polémica, com a crítica a dividir-se entre Soror Mariana Alcoforado e Gabriel-Joseph de Guilleragues.As Três Marias tiveram por base a edição publicada em 1969 pela Assírio & Alvim e traduzida pelo poeta português Eugénio de Andrade. A apropriação do peso simbólico da figura de Mariana Alcoforado – a mulher suplicante e submissa cujo discurso revela uma paixão e uma devoção avassaladoras – foi uma base fundamental para a crítica levada a cabo pelas autoras durante a ditadura fascista que vigorava em Portugal. Esta importante obra construiu uma aliança entre mulheres de diferentes tempos e lugares, desde Soror Mariana Alcoforado até as mulheres portuguesas contemporâneas.
As NPC entrelaçam crítica feminista, resistência política e experimentação literária. Enquanto obra literária, NCP não é facilmente classificável. Se não se trata de um romance ou ensaio, também não se trata apenas de um manifesto feminista ou de uma colectânea de cartas. Como indica a estudiosa Darlene Sadlier, as próprias Três Marias se referem ao seu livro como “uma coisa” inclassificável – o que sugere não tanto a dificuldade, mas antes a relutância das autoras em categorizar a sua obra, rejeitando assim a lógica das formas literárias tradicionais. A sua escrita – polifónica, ensaística, poética, epistolar, paródica – torna-se lugar de libertação. As NCP reúnem 120 textos – cartas, ensaios, poemas e fragmentos de várias ordens.O livro abre com uma carta datada de 1 de Março de 1971 e termina com um fragmento escrito a 25 de Outubro de 1971. Todas surgem datados – o que aponta para uma cronologia baseada nos diálogos reais entre as autoras. Só um pequeno número de cartas é numerado, oferecendo ao leitor ou leitora uma breve fonte de ordem – sem que esta constitua, porém, uma narrativa unitária. A edição mais recente – na qual foram corrigidos erros/gralhas, bem como introduzido um índice e uma introdução, ausentes de versões anteriores – resgata um pré-prefácio e um prefácio escritos por Maria de Lourdes Pintassilgo, adicionados em 1980, pela Moraes Editores. Esta resulta de uma investigação levada a cabo por um grupo de trabalho coordenado por Ana Luísa Amaral, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Para uma geração mais nova, existem agora versões anotadas que contextualizam muitas das referências sócio-culturais ou literárias. É ainda urgente o reconhecimento nacional desta obra que desestabilizou o tecido político e social português.
Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa nunca revelaram qual delas compôs cada fragmento, mesmo depois de diversos interrogatórios levados a cabo pela Polícia Judiciária. Vários estudos académicos foram realizados na tentativa de atribuir a autoria dos diversos textos que compõem o livro a partir de sua comparação com as obras literárias posteriormente lançadas pelas autoras individualmente. Quanto ao processo de criação a três, Maria Teresa Horta destaca este exercício de co-autoria, de abdicar da assinatura e de desconstruir o processo solitário e individual da escrita. Este era pautado por regras que incluíam ler os textos em voz alta e levar cópias (em papel químico) umas às outras. Na crónica «O portuguesíssimo nome de Marias», a autora fala ainda da disciplina, do compromisso com um método de trabalho, da competição e da importância de um espaço para as divergências. As autoras encontravam-se presencialmente todas as semanas – por norma, em almoços no Treze. Maria Isabel Barreno, por sua vez, assinala o convívio criativo como forma de incentivar a escrita dos textos a sós e como a ausência de um plano restrito levaria ao cultivo de diferentes géneros literários. A primeira coisa que fizeram foi partir das cartas de Mariana Alcoforado – cada uma escreveria cinco cartas às outras duas – mas depois surgiram ensaios, poemas e f icção. Para a autora, escrever a três nunca implicou consensos, mas sim espaço para o desacordo e para discordâncias entre pontos de vista literários e políticos.
O livro é um marco crucial na evolução do pensamento feminista na literatura portuguesa. As NCP dão corpo a uma escrita que denuncia o silenciamento histórico das mulheres, mecanismos patriarcais (domésticos, legais, religiosos, coloniais) que domesticam o desejo, o corpo e o pensamento femininos, os interditos à expressão sexual e à liberdade amorosa. As NPC posicionam-se ainda como uma forte crítica ao colonialismo, ao catolicismo repressivo, ao conservadorismo e antecipam algumas discussões da segunda vaga do feminismo europeu, como a sororidade ou o corpo político. Passados mais de cinquenta anos, esta obra continua a vir ao encontro de questões prementes, como a feminização da pobreza. Marta Mascarenhas propõe ainda uma releitura desta obra – que subverte os modelos tradicionais e questiona todo o tipo de fronteiras, hierarquias e cânones – à luz da teoria queer.Para a autora, ambas assentam sob os mesmos pressupostos. Sublinha-se ainda que a criação do Movimento de Libertação das Mulheres (MLM) em Portugal está ligada ao processo das NCP e à solidariedade em torno das três escritoras. As primeiras notícias sobre a sua criação – a 7 de Maio de 1974, em Lisboa – surgem pela mão da jornalista Annie Cohen, numa crónica na revista Les Temps Modernes. Com alguns anos de atraso e por via de um conjunto de mulheres intelectuais, os ventos de uma mudança feminista chegavam finalmente a Portugal. A primeira brochura do MLM coloca como reivindicações: a declaração, a inserir na Constituição da República Portuguesa, da igualdade de direitos para os dois sexos, com condenação penal pelas discriminações sexistas; a revisão do código civil, do código penal e da legislação do trabalho; o direito de salário igual para trabalho igual e o acesso a todas as profissões em igualdade; e o reconhecimento pelo Estado Português do valor económico do trabalho doméstico. O MLM surge como o primeiro grupo feminista a exigir uma sede à Junta de Salvação Nacional, logo após o 25 de Abril. Uma cisão no MLM é noticiada um ano após a sua fundação. É criado um grupo activista com a designação de Feministas Revolucionárias. Esse novo grupo integrava Maria Teresa Horta.
A obra seria publicada na sua íntegra em 1972, pela editora Estúdios Cor, então com direcção literária de Natália Correia que, na altura, foi incentivada a não o fazer. Em entrevista, Maria Teresa Horta referiu a existência de denúncias da parte de dois tipógrafos ao editor do livro, Romeu de Melo. A coragem e cumplicidade da responsável pela organização e edição da Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica – livro de 1965, também apreendido pela PIDE/DGS e alvo de um longo processo judicial – foi assim preponderante na edição das NCP. Apenas três dias depois, esta primeira edição seria recolhida e destruída pela censura de Marcello Caetano, figura que anunciara uma maior abertura política – vindo a revelar-se superficial – face ao seu antecessor, António de Oliveira Salazar, afastado do governo em 1968, devido a um hematoma craniano que o incapacitou. Os seus textos foram considerados “imorais”, “atentatórios” e “pornográficos”, tendo sido aberto um processo do Estado Português contra as autoras e contra o editor responsável, tornando a obra e o caso internacionalmente reconhecidos. O seu julgamento iniciou-se a 25 de Outubro de 1973, no Tribunal Correcional da Boa Hora. Entretanto, este foi sendo adiado por sucessivos incidentes, e suspenso após a Revolução de 25 de Abril de 1974. Natália Correia, Urbano Tavares Rodrigues, António Quadros, David Mourão-Ferreira, Fernanda Botelho, Maria Lamas, Augusto Abelaira, Natália Nunes, José Tengarrinha, Vasco Vieira de Almeida e Carlos Jorge Correia Gago foram, entre outros, testemunhas a favor das acusadas. As autoras foram absolvidas a 7 de Maio de 1974, tendo como advogados Duarte Vidal (defendendo Maria Isabel Barreno e Maria Teresa Horta), Francisco Sousa Tavares (defendendo Maria Velho da Costa) e José Armando da Silva Ferreira (defendendo Romeu de Melo). Até ao julgamento, a solidariedade da comunidade literária e intelectual nacional e internacional manifestar-se-ia em diversos protestos e manifestações a favor da sua causa. O evento foi coberto por meios de comunicação internacionais, como é o caso dos jornais Le Monde e The New York Times.Existiram ainda acções feministas em várias embaixadas de Portugal no estrangeiro. As autoras ficariam conhecidas internacionalmente como as Três Marias.Após a obra que as uniu, estas tomaram caminhos diferentes, embora aproximadas nas causas e nas ideias. No pós-25 de Abril, teve lugar uma nova edição das NCP pela Futura, em 1974. Na sequência do seu julgamento, foi organizada uma manifestação do MLM a 13 de Janeiro 1975, no Parque Eduardo VII, em Lisboa. Esta consistiria no atear de uma fogueira, onde seriam queimados símbolos da opressão feminina. A especulação e deturpação desenvolvida por alguns órgãos de comunicação social levaram à ocorrência de incidentes fruto de atitudes provocatórias. Este tipo de iniciativa já tinha sido adoptado anteriormente noutros países, como França. Todavia, as concepções conservadoras num Portugal já democrático, fizeram-se sentir nas reacções a esta iniciativa.
Júlio Carrapato – Zagala (Poemas) – Tipografia “União” – Faro – 1964.Desc.(76)Pág.Br.
Cruz Malpique – O Homem, Centro do Mundo – Livraria Sá da Costa – Editora – Lisboa – 1936.Desc.(293)Pág.Br.
Manuela de Azevedo (Selecção, Prefácio e Notas) – Cartas Políticas a João de Barros (temas Portugueses) – Imprensa Nacional-Casa da Moeda – Lisboa – 1982.Desc.(426)Pág.Br.
Arnaldo Gama – O Segredo do Abbade – Parceria Antonio Maria Pereira – 1899.Desc.(392)Pág.E.Pele
Corte-Real Santos – Agonia e Morte a 13, 43 Graus de Latitude Sul – Publicações Imbondeiro – Sá da Bandeira – 1963.Desc.(86)Pág.Br.Ilust
Agonia e Morte a 13, 43 Graus de Latitude Sul…. Relato pormenorizado do acidente que, em 18 de Março de 1963, vitimou os pilotos Carlos Costa Fernandes e Acácio Lopes Costa, do Aero Clube do Lobito, no trajecto entre esta cidade e Benguela, onde só viriam a ser descobertos quase quatro meses depois.
Arnaldo Gama – O Genio do Mal (Romance Histórico) (Ilustrações de Manuel Macedo e Caetano Alberto) – Livraria Editora Viuva jacinto Silva & C.ª – Porto – 186…Desc.(355) + (366) + (588) + (462) + (12)Estampas. E. Pele (Colecção Completa)
Ilídio Sardoeira – Evolução (Provas) – Cruz & Cardoso, Lda – Figueira da Foz – 1955.Desc.(224)Pág.Br.Ilust
Ilídio Ribeiro Covêlo Sardoeira (Canadelo, 12 de novembro de 1915 – Vila Nova de Gaia, 28 de novembro de 1987) foi um poeta, escritor, conferencista e professor. Ilídio Ribeiro Covêlo Sardoeira nasceu no Lugar das Carvalhas, freguesia de Canadelo, concelho de Amarante, no dia 12 de novembro de 1915. Era filho de Avelino Alves Sardoeira e de Lizarda Pinto de Miranda e foi casado com Maria Isabel Marques de Andrade Sardoeira, entre 1941 e o ano em que faleceu, 1987.Não teve descendentes. Estudou nos liceus de Lamego e Vila Real. Licenciou-se em Ciências Biológicas na Universidade do Porto, instituição onde foi assistente, acabando por ser demitido pelo regime salazarista. Foi escritor, poeta, conferencista e ensaísta, pedagogo, professor de Biologia , professor metodólogo e, a partir de 25 de abril de 1974, inspetor-orientador do ensino básico. Foi detido pela PIDE em maio de 1952 devido ao seu antifascismo e esteve durante vários anos sujeito a controlo domiciliário. Ilídio Sardoeira exerceu o magistério liceal em Amarante (Colégio de S. Gonçalo), Porto (Liceu D. Manuel II), em Vila Nova de Gaia, em Ponta Delgada(Escola Secundária Antero de Quental) , em Braga, na Figueira da Foz, em Viseu e em Évora. Desde cedo, Ilídio colaborou com diversos jornais e revistas. Foi diretor dos jornais Alma Nova (1933) e Voz do Marão (1935), e colaborou também com os jornais Flor do Tâmega, O Primeiro de Janeiro e Jornal de Notícias. Quanto à sua colaboração em revistas, destacam-se títulos como Vértice, Seara Nova, Labor, Lusíada e Átomo. Em 1940, publicou A Minha Aldeia, o seu primeiro livro de poemas. O seu segundo livro poético surge apenas em 1952, com o título Poemas: Fruta Madura, Mundo Em Chamas, Menino Longe. 32 anos mais tarde, em 1984, publica Prisma, cujos poemas fazem parte do livro Poesia de Amarante (coletânea dos anos 80). Em prosa, publicou livros de divulgação de conhecimento e outros de cariz literário. O primeiro livro deste género literário foi intitulado de “A Origem da Vida” e foi publicado em 1945. No ano seguinte, surge “Cantares de Amigo ou Comentários a um Comentador”. Já em 1951, o autor edita “Pascoaes, um Poeta de Sempre” e, em 1955, publica uma separata designada “Influência do Princípio da Incerteza no Pensamento de Pascoaes”. No mesmo ano, publica “Evolução: Provas”, seguindo-se “História do Sangue”, em 1957 e, um ano mais tarde, “O Vulcão dos Capelinhos”. Finalmente, divulga uma separata cujo título é “Ciência Filosófica e Homens”. De destacar são também as suas traduções de autores estrangeiros, sendo exemplos “A Hereditariedade Humana” (da autoria de Jean Rostand) e “A Biologia do Trabalho” (escrito por O. G. Edholm). Também ajudou à elaboração de livros como “A Teixeira de Pascoaes”, organizado pela Academia de Coimbra em 1951; “Raul Brandão – Homenagem no seu Centenário” (1957) e escreveu os posfácios de “África Vivida: Memórias de um Caçador de Elefantes”, de João Teixeira de Vasconcelos (1957); “Antologia Poética”, dedicada a Teixeira de Pascoaes (1977) e “Vergílio Ferreira e Teixeira de Pascoaes” (estudos sobre Vergílio Ferreira) em 1982. Ilídio Sardoeira foi também um grande estudioso da obra literária de Teixeira de Pascoaes, tendo escrito livros e realizado uma exposição bibliográfica e iconográfica acerca do mesmo em 1951. Ainda relativamente ao mesmo autor, Ilídio fez parte do júri que atribuiu o Prémio Teixeira de Pascoaes nos anos de 1951 e 1977. Foi sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa, membro da Associação Portuguesa de Escritores e da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto. Enquanto político, foi vereador da Câmara Municipal de Amarante durante uma sessão. Foi também deputado da Assembleia Constituinte pelo Movimento Democrático Português (MDP/CDE), depois da revolução de 25 de abril de 1974 e, finalmente, em 1976, foi candidato pela FEPU à Câmara Municipal de Amarante.Faleceu na sua residência, na Rua Rocha Leão, nº 240, na freguesia de Santa Marinha, pertencente ao concelho de Vila Nova de Gaia, no dia 28 de novembro de 1987.Em 1988, um ano após a sua morte, o grupo de Amigos da Biblioteca / Museu de Amarante publicam “Poemas”, que englobou um conjunto de manuscritos não publicados de Ilídio Sardoeira. Em 1989, recebeu a Medalha de Ouro de Mérito Municipal de Vila Nova de Gaia, e em 1990, foi criado o “Prémio Literário Ilídio Sardoeira”. Hoje em dia, ainda são efetuadas homenagens ao escritor.