Almasor – Revista de Cultura – n.º 4 – 2.º Série – 2005 – Jorge Fonseca (Coordenação) – Luis Filipe Maçarico – Aldrabas e Batentes de Montemor-o-Novo: Um Olhar Antropológico / Rui Fontes Ferreira e Catarina Oliveira – Subsídio para o Estudo da Moagem Tradicional no Concelho de Montemor-o -Novo: O Conjunto de Moinhos de castelos Velhos e Mocho / Oleiros de Montemor-o-Novo: Contributo Para o Seu Estudo / Manuela Pereira, Ana Nóbrega, Artur Henriques & Herminia Santos – Silos do Castelo de Montemor-o-Novo: O Espólio Cerâmico / Vitor Serrão & Luís Urbano Fonseca -Os frescos da Igreja de Santo Aleixo (1531), Uma Obra-Prima do Renascimento Português / Pedro Sameiro – As Pinturas e Elementos Heráldicos Decorativos da Igreja de Nossa Senhora da Purificação da Represa / José Subtil – Os Juizes Fora de Montemos-o-Novo (1640-1834) / Teresa Fonseca – Conflitualidade Política e Laboral em Montemor-o-Novo, Épocas Moderna e Contemporânea / João Baptista Malta – Família Lopes Tavares: De Proença-a-Nova Para Montemor-o-Novo / Celina Silva – Projecto de Programa de Trabalho Para o Castelo – Edição & Propriedades da Câmara Municipal de Montemor-o-Nova – 2005.Desc.(302)Pág.Br.Ilust
Olhar o Monte Alentejano a Pretexto de Alqueva (€20.00)
Olhar o Monte Alentejano a Pretexto de Alqueva (Coordenação Editorial: Maria João Lança) (3) – J.A.Capela e Silva – Memórias – Memórias Alentejanas / António Carlos Silva – Uma Perspectiva Arqueologia – O Monte Alentejano – Alguns Contributos Para Uma Perspectiva Arqueológica / Filipa Themudo Barata & Joaquim de Carvalho – On Monstes e Outras Marcas na Paisagem – Reflexões Sobre a Estrutura das Paisagens do Nordeste Alenetejano a Partir de Uma Fonte de Inícios do Século XIX / Victor Mestre – Evolução e Transformação do Monte – O Monte Alentejano Uma Identidade de Raízes Ancestrais: Contributos Para o seu Conhecimento e Permanência / Victor Mestre & Sofia Aleixo – Os Motes da Luz Antes da Submersão – Levantamentos Arquitectónicos de Montes Alentejanos a Aldeia da Luz / Benjamim Pereira – Montes com Gente da Aldeia da Luz – Conversas à Mesa da Memória do Museu da Luz: os Montes da Luz / Pedro Pacheco & Marie Clément – Um Caso de Novos Usos: A Musealização do Monte dos Pássaros – …Os Montes Crescem… – Edição / Museu da Luz – Beja – 2007.Desc.(164)Pág.Br.Ilust
Museu da Cortiça da Fábrica do Inglês ( Exposição Permanente – Estudos * Catálogo ) (€50.00)
Museu da Cortiça da Fábrica do Inglês ( Exposição Permanente – Estudos * Catálogo ) – (Parte I – Texto) – Jorge Custódio – introdução ao Museu da Cortiça da Fábrica do Inglês / Manuel F. Castelo Ramos – Silves do Último Quartel do Séc. XIX aos Finais do Séc. XX – Síntese / Manuel F. Castelo Ramos – Da Produção de Cortiça á Industria: – Em Silves / Manuel F. Castelo Ramos – A Fábrica Avern, Sons & Barris (1884-1995) Apontamentos Para a Sua Compreensão / Deolinda Folgado – edificação e Arquitectura da Indústria. O Caso da Fábrica de Cortiça do “Inglês” / Jorge Custódio – Tecnologia e Maquinismo na AVERN, Sons & Barris de Silves / O Universo do Produto Corticeira na AVERN, SONS & BARRIS: Texto e Documentos / João Madeira – Os Corticeiros de Silves e o Movimento Social / Graça Filipe & Fátima Afonso – Trabalhadores Algarvios na MUNDET (1906-1989): Fontes de Estudo e Primeiras Notas Associadas a Uma Pesquisa Sobre Trabalho e Saber Corticeiros / Margarida Simões Gomes – Recuperação e Reablitação da Fábrica do Inglês: projecto Arquitectónico / José António Silva – Papel do Empresariado da Preservação do Património Industrial / (Parte II – Catálogo) – Museu da Cortiça / Edição Fábrica do Inglês, S. A – Silves – 1999.Des.(254)Pág.Br.Ilust
Museu da Cortiça da Fábrica do Inglês
AFábrica do Inglês é um edifício histórico na cidade de Silves, na região do Algarve, em Portugal. Foi construído em 1894, como um centro industrial de transformação da cortiça, tendo funcionado até 1995. Na sequência do seu encerramento, foram lançados vários programas para a recuperação e reaproveitamento do imóvel, que incluíam a instalação de um museu e de vários espaços culturais e de restauração. O Museu da Cortiça foi inaugurado em 1999, tendo o complexo da Fábrica do Inglês alcançado um grande sucesso junto do público, tendo-se afirmado como um pólo cultural na região. Porém, apenas alguns anos depois o seu proprietário, o grupo Alisuper/Alicoop, começou a sofrer de graves problemas financeiros, levando ao encerramento da Fábrica do Inglês em 2010. O complexo esteve depois no centro de uma polémica entre a autarquia, a Caixa Geral de Depósitos, que possuía os edifícios, e o grupo empresarial Nogueira, que adquiriu o acervo do museu em 2014. A autarquia classificou os edifícios como Imóvel de Interesse Municipal, mas foi impedida de fazer o mesmo com o acervo devido à oposição do Grupo Nogueira, tendo em 2016 sido iniciado o processo para a classificação de todo o património móvel e imóvel como de Interesse Público. Estas diligências foram feitas no sentido de reaproveitar o complexo e reabrir o museu, cujas instalações já estavam a entrar em processo de degradação, tendo por exemplo avançado, em 2019, com uma proposta para a sua transformação num estabelecimento hoteleiro. O complexo está situado nas imediações da Avenida Marginal de Silves. Consiste numa antiga fábrica de cortiça, cujos volumes formavam um conjunto de forma sensivelmente rectangular, encerrando um espaço interior com jardins, e onde se encontra um pequeno chalet no centro, de planta em forma de cruz. Os edifícios em redor possuem poucas janelas para o exterior, sendo originalmente o acesso feito por três portões metálicos. Após o programa de reabilitação levado a cabo nos finais da década de 1990, o imóvel passou a ser ocupado pelo Museu da Cortiça, que era considerado como o ex-libris da Fábrica do Inglês, e por vários espaços comerciais, como cervejarias, restaurantes e salas de espectáculos. Também incluía um salão de chá, em alusão ao costume britânico de tomar o chá às cinco horas da tarde, e que foi introduzido em Silves pelo empresário britânico Victor George Sadler. Durante o plano de requalificação, tentou respeitar-se ao máximo a traça original dos edifícios, no sentido de aliar a utilização turística à preservação do património construído. O Museu da Cortiça encerrava um valioso espólio sobre a indústria corticeira, incluindo máquinas e equipamentos, além de um valioso conjunto documental desde 1870, encerrando por exemplo importantes informações sobre a presença britânica no Algarve, e as lutas laborais em Silves durante o período da ditadura. A Fábrica do Inglês não é o único espaço cultural associado ao antigo complexo fabril, já que em 1909 foi instalado o Teatro Mascarenhas Gregório, situado nas imediações, e que em 2005 foi recuperado pela autarquia.
Construção e Funcionamento da fábrica
Museu da Cortiça da Fábrica do Inglês
A unidade industrial começou a ser construída em 1894, sendo então conhecida como Fábrica Avern, Sons & Barris & Gregório Nunes Mascarenhas,Esta sociedade tinha sido formada em 1893 pela empresa londrina Avern, Sons & Barris, e por um industrial corticeiro de Silves, Nunes Mascarenhas. Foi uma das obras promovidas pelo presidente da Câmara Municipal de Silves, Gregório Mascarenhas, que foi responsável pela construção de vários edifícios públicos no concelho. Segundo Rosa Palma, presidente da Câmara Municipal de Silves, a Fábrica do Inglês recebia cortiça a partir de várias unidades de tratamento espalhadas pelo concelho, sendo o transporte desta mercadoria feita por burros.
Durante grande parte do seu funcionamento, foi gerida por um cidadão britânico, Victor George Sadler, que era conhecido como Senhor Inglês pelos trabalhadores, motivo pelo qual passou a ser conhecida como Fábrica do Inglês. Victor Sadler teve um grande impacto na vila de Silves, tendo por exemplo sido sócio benemérito no corpo local de bombeiros. Sob a gestão inglesa, a fábrica marcou uma geração da indústria corticeira, tendo exportado rolhas um pouco para todo o mundo. Em 1938, uma terceira parte da fábrica foi vendida à empresa londrina Henry Bucknall & Sons, e desde então passou por vários proprietários, tanto portugueses como britânicos. Entre as décadas de 1940 e 1950, a zona oriental da fábrica foi demolida, sendo o espaço ocupado por edifícios residenciais. Em 1962, passou a ser propriedade de José Alexandre Estrelo e da sua irmã Ana Cristina Estrelo, tendo permanecido na sua posse até ao encerramento da fábrica, em 1995, ou em 1997. Esta foi a última unidade de cortiça a laborar na vila de Silves e a que empregou mais trabalhadores, sendo por estes dois motivos considerado de grande importância para a população local.
Transformação no Museu da Cortiça
No Plano Director Municipal de Silves, de 4 de Dezembro de 1995, o antigo complexo da Fábrica do Inglês foi considerado como de Valor Concelhio. Por volta de 1997, foi licenciado um grande plano urbanístico, que previa a edificação de blocos residenciais na zona oriental, e a reabilitação dos antigos pavilhões da fábrica, que iriam ser convertidos numa unidade museológica, o Museu Etnográfico de Silves ou o Museu da Indústria Corticeira. Este espaço tinha como finalidade preservar e demonstrar o rico património associado à cortiça, e recordar a sua importância na economia de Silves, que no passado chegou a ser um dos principais centros corticeiros no país. Além disso, também servia como centro de promoção da cortiça como uma alternativa mais ecológica em relação a outros materiais. Além deste museu, o conjunto da fábrica também iria albergar outros serviços de lazer, dedicados em grande parte a turistas. Desta forma, criava-se um novo núcleo de turismo no interior da região, fornecendo uma alternativa aos segmentos tradicionais de mercado do sol e praia.Este empreendimento foi de especial interesse por ser de iniciativa privada, e por conciliar, de forma original, as vertentes de preservação do património industrial e de promoção turística. Em 1998, tanto o antigo complexo como o seu recheio foram comprados pela Sociedade Fábrica do Inglês, S. A., com a finalidade de o converter num parque temático e num museu. Os trabalhos iniciaram-se em 1 de Setembro desse ano, e em 3 de Julho de 1999 foram oficialmente concluídas, com a inauguração do Museu da Cortiça. O museu envolveu um investimento de cerca de 12,5 milhões de Euros, por parte de empresários locais de Silves. Em 2001, este museu recebeu o prémio Luigi Micheletti, para o melhor museu industrial da Europa. Aquando da sua inauguração, previa-se que o museu iria-se impor como uma referência a nível turístico no Algarve. Com efeito, durante cerca de dois anos conseguiu afirmar-se como um dos principais centros de entretenimento na região, tendo em 2001 chegado a ter 103 mil visitantes. De acordo com o último director do museu, Manuel Castelo Ramos, «Houve momentos em que este museu foi o mais visitado do Sul do país». Ao longo do seu período de funcionamento, a Fábrica do Inglês foi palco de diversos tipos de eventos, incluindo um espectáculo pelo comediante Herman José, e uma exposição de bonecas Barbie, ambos em 2005. Porém, depois começou a sofrer de problemas financeiros, apesar do apoio de um milhão de euros a fundo perdido. Esta situação deveu-se principalmente à falência do grupo Alicoop/Alisuper, accionista maioritário da Fábrica do Inglês, que tinha 28% do capital da sociedade. Apesar desta situação, o museu continuou a ter muita procura, tendo atingido, nos seus três últimos anos, uma média anual de 90 mil entradas.
Encerramento do Museu
Assim, em finais de 2009 o empreendimento estava em risco de encerrar, encontrando-se então em falência técnica, com uma dívida de cerca de 6,5 milhões de euros. Com efeito, o presidente do conselho de administração, José António Silva, classificou a situação de «preocupante», e afirmou que «todas as tentativas para salvar a empresa falharam», pelo que a única solução possível era a sua aquisição por parte da autarquia. Apontou como uma das principais causas desta situação a concorrência dos municípios vizinhos, como Monchique e Albufeira, que organizaram vários eventos culturais e de animação a título gratuito. Desta forma, avançou-se uma proposta de arrendamento do museu à autarquia, por um valor mensal de onze mil Euros. Porém, esta solução foi criticada pelos representantes locais do Partido Socialista, uma vez que levaria à utilização de fundos públicos para apoiar um empreendimento privado, tendo afirmado que «Reconhecemos a importância a nível pessoal, mas estão em causa dinheiros públicos e há que ter muito cuidado nas soluções a tomar», além que a autarquia tinha recentemente contraído um empréstimo para pagar despesas próprias, deixando-a numa situação demasiado precária para este género de investimentos. Em contraste, a vereadora da Coligação Democrática Unitária, Rosa Palma, argumentou em defesa da Fábrica do Inglês, principalmente o Museu da Cortiça, espaço que considerou como de interesse cultural para o concelho. A manutenção do museu também foi defendida por Joaquim Lima, director-geral da Associação Portuguesa de Cortiça, que classificou como um «projecto de interesse nacional», e acrescentou que o seu encerramento iria piorar a imagem do país como produtor de cortiça, nos mercados internacionais: «Se se souber que há em Portugal um museu da cortiça que faliu, vai ser usado desfavoravelmente para denegrir a cortiça». Porém, a proposta de arrendamento por parte da autarquia falhou, devido à oposição partidária, embora o vice-presidente, Rogério Pinto, tenha revelado à Agência Lusa que ainda existia algum interesse em comprar a propriedade: «Todas as possibilidades estão a ser estudadas, nomeadamente a possibilidade de intervirmos com o Ministério da Cultura, com os credores ou com grupos privados interessados na preservação daquele espaço ligado à industria da cortiça, mas a verdade é que não temos capacidade financeira para avançarmos sozinhos, é impensável». Porém, apesar destes esforços, o espaço museológico acabou por encerrar oficialmente em 18 de Maio de 2010. Esta situação foi criticada por Manuel Castelo Ramos, que afirmou que «custa ver o mais importante museu português na área da cortiça de portas fechadas», e alertou que os edifícios já estavam a começar a degradar-se, existindo a possibilidade do recheio do museu, incluindo as máquinas e «o maior acervo documental do mundo sobre a história da indústria da cortiça», serem «desmembrados pelos credores». Em Junho desse ano, já se previa que o plano para a viabilização da Alicoop iria ser rejeitado, pelo que a autarquia classificou o empreendimento da Fábrica do Inglês como de Interesse Municipal, e pediu ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico para reconhecer esta decisão, no sentido de impedir que o edifício fosse vendido a interesses mobiliários. Em Julho, o Bloco de Esquerda propôs à Assembleia da República que o governo tomasse medidas para preservar o Museu da Cortiça e classificar a Fábrica do Inglês, no sentido de «garantir a protecção legal do valioso núcleo museológico nele contido». O partido classificou o encerramento do imóvel como «inaceitável», uma vez que iria ser «uma perda para a história, para a cultura, para a indústria corticeira». Em Maio de 2012, o arquivo histórico do museu foi transferido para o Arquivo Distrital de Faro, na sequência de um acordo entre a administração da Fábrica do Inglês, a Secretaria de Estado da Cultura e a Direcção-Geral de Arquivos, no sentido de «salvaguardar a integridade daquele importante fundo arquivístico, num momento em que poderá estar iminente a declaração de insolvência da Fábrica do Inglês», explicou Manuel Castelo Ramos. Acrescentou que «o arquivo, cuja documentação remonta ao século XIX, foi encontrado em 1998 numa cave por debaixo do Chalet onde funcionava a administração da velha fábrica, precisando atualmente de cuidados urgentes de conservação e dum trabalho aprofundado de classificação e organização», tendo a transferência para Faro sido «o primeiro passo para assegurar a sua integridade e conservação, e assim preservar uma das mais importantes reservas documentais sobre a memória corticeira silvense e não só». Em 30 de Maio de 2014, foi organizado o leilão da propriedade da Fábrica do Inglês, tendo o conjunto dos edifícios em si, incluindo o do museu, sido adquirido pela Caixa Geral de Depósitos, enquanto que o espólio do museu foi ganho pelo Grupo Nogueira, que já em 2012 tinha comprado a rede de supermercados da Alisuper. Porém, o processo de venda foi criticado pela autarquia, que tinha igualmente um dos concorrentes no leilão, e em Julho desse ano fez uma proposta no sentido de classificar o acervo do museu como de interesse municipal. Desta forma, impedir-se-ia que o património móvel e imóvel se separassem, já que tinham sido adquiridos por entidades diferentes, e apenas a parte imóvel é que estava protegida como de interesse municipal. No entanto, a classificação do espólio foi travada pelo Grupo Nogueira, que negou-se a dar a sua autorização. João Nogueira, filho do fundador daquele grupo, explicou que «não demos o aval a esta classificação enquanto não ficarem definidas todas as posições referentes ao Museu. Eu tenho que ter a garantia que depois me deixam lá entrar e visitar o que é meu. Não autorizo agora, mas sou o primeiro a dar autorização logo que sejam clarificadas todas as posições». O processo de insolvência também foi contestado pelo Banco Comercial Português, que levou o caso a tribunal. Em Fevereiro de 2016, o director do Serviço de Bens Culturais da Direção Regional de Cultura do Algarve, Rui Parreira, anunciou que tinha sido enviada uma proposta à Direcção-Geral do Património Cultural, para a classificação da Fábrica do Inglês como Imóvel de Interesse Público. Esta declaração foi feita durante o colóquio «O Futuro do Museu da Cortiça», organizado pela Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial e a Associação Portuguesa de Museologia, no Teatro Mascarenhas Gregório, em Silves. Rui Parreira explicou que caso avançasse, a classificação da Fábrica do Inglês iria abranger não só o património construído, mas também o acervo do museu, e ao contrário da classificação municipal, não poderia ser impedida pelo Grupo Nogueira, uma vez que não necessitaria da autorização do proprietário para avançar.Entretanto, as instalações da Fábrica do Inglês entraram num profundo processo de degradação, tendo Rui Parreira denunciado a presença de «portas escancaradas, instalações vandalizadas, lixo acumulado, ervas a crescer por todo o lado, com as raízes a estragar o bem cultural». A situação também foi criticada pela autarquia, que exigiu à Caixa Geral de Depósitos, proprietária do imóvel, que o mantivesse em condições de segurança e limpeza. Em 2017, Rosa Palma afirmou que o município estava «a tentar resolver a situação do edifício» com a Caixa Geral de Depósitos, que se tinha tornado a proprietária de todo o edifício, ter sido resolvida a questão com o Banco Português de Investimento, que «tinha impugnado a [aquisição pela] Caixa Geral de Depósitos, devido à forma como decorreu o procedimento». Porém, explicou que «a Câmara Municipal de Silves não tem disponibilidade financeira para comprar o edifício no seu todo», pelo que tentou chegar a «um entendimento» ou a aquisição total do imóvel «dentro das nossas condições e não da CGD», uma vez que teria de ser por um montante inferior.
Planeada reconversão num hotel
Numa entrevista de 2019 ao jornal Portugal Resident, a presidente da Câmara Municipal de Silves, Rosa Palma, revelou um plano para converter a antiga Fábrica do Inglês num hotel de cinco estrelas.O complexo hoteleiro iria incluir apartamentos, um spa, piscinas, um restaurante e serviços de saúde, além do Museu da Cortiça, que iria voltar a receber visitantes.Segundo a autarca, o município já tinha autorizado a instalação deste empreendimento, estando então um grupo de investidores em negociações com a Caixa Geral de Depósitos, que ainda era a proprietária da Fábrica do Inglês. Caso tivesse avançado, teria feito parte de um grande conjunto de empreendimentos que então estavam a ser planeados no concelho de Silves. Em 2020, a Fábrica do Inglês já tinha sido sido alvo de obras de recuperação, tendo nesse ano recebido o evento Algarve Trade Experience, dedicado às bebidas alcoólicas, principalmente o vinho.Em 11 de Fevereiro de 2022, a Direcção–Geral do Património Cultural publicou um despacho acerca do projecto de decisão sobre a classificação do imóvel como Monumento de Interesse Público, tendo afirmado a sua intenção de fazer uma proposta neste sentido junto da secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural. Em 2024, a Unidade de Cultura da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve instruiu os processos para a classificação de vários monumentos na região, incluindo o Espólio Móvel do Museu da Cortiça da Fábrica do Inglês, no Grau de Interesse Municipal.
Manuel Angel Vazquez Medel (Dirección General de La Obra) Ana María Flores Fernandez(Coordinacíon) – Sevilla Y Su Provincia (N.º4) – Ediciones Geves – Sevilla – 1984.Desc.(383)Pág.E.ilust
A Arquitectura Religiosa do Alto Alentejo na Segunda Metade do Século XVI e nos Séculos XVII e XVIII (€35.00)
Humberto Reis & Mária Tavares Chicó – A Arquitectura Religiosa do Alto Alentejo na Segunda Metade do Século XVI e nos Séculos XVII e XVIII (Colecção Presenças) – Imprensa Nacional-Casa da Moeda – Lisboa – 1982.Desc.(347)Pág. Br.Ilust
Cláudio Torres & Luís Alves da Silva – Mértola Vila Museu – Edição do Campo Arqueologia de Mértola Com o Apoio da Câmara Municipal de Mértola e da Associação de Defesa do Património de Mértola – Mértola – 1989.Desc.(155)Pág + (1)Mapa. Br.Ilust
O Edifício Chiado em Coimbra (1910) – Actas (€15.00)
O Edifício Chiado em Coimbra (1910) – Actas (Caminho e Identidade da Modernidade) – Rui Jorge Garcia Ramos – Ser Moderno em 1900: A Arquiectura de Ventura Terra e Raul Lino / Raquel Henriques da Silva – A Pintura em Portugal na Década de 1910 / Julien bastões – La “Patrisianité” des grands Magasins, Conbribution a I’ étude de son interprétions Architecturale / Paulo Peixoto – A Cidade e a Cultura do Consumo: Dos Grandes Armazéns aos Centros Comerciais / Maria Calado – Os Grandes Armazéns no Contexto da Herança Cultural do Século XX: Os Exemplos Lisboetas – processo e Intervenientes / Ana Cardoso de matos, Paulo Simões Rodrigues & João Marca Pereira – O Edifício dos Armazéns do Chiado de Évora: Da Afirmação da Modernidade ao Regresso a Tradição / José Amado Mendes – Coimbra Rumo a Industrialização, 1888-1926 / Regina Anacleto – Coimbra Entre os Séculos XIX e XX – Ruptura Urbana e Inovação Arquitectónica / Raquel Magalhães – edifício Chiado: Uma das Curiosidades de Coimbra / Teresa Freitas & Teresa Quinta – Edifício Chiado – Obra de Conservação e Reabilitação – Edição Câmara Municipal de Coimbra – Coimbra – 2010.Desc.(245)Pág.Br.Ilust
Museu de Mértola – A Necrópole e a Ermida da Achada de S.Sebastião (€50.00)
Joaquim Boiça e Virgílio Lopes (Coordenação) / Alicia Andón Morales, Joaquim Boiça, José Luís de Matos, M.ª de Fátima Rombouts de Barros, Rui Mateus & Virgílio Lopes (Texto) – Museu de Mértola – A Necrópole e a Ermida da Achada deS. Sebastião – Edição Escola Profissional Bento Jesus Caraças & Campo de Arqueologia de Mertola – Mertola – 1999.Desc.(197)Pág + (2)Mapas.Br.Ilust
A Ermida e Necrópole de São Sebastião, igualmente conhecida como Necrópole e Ermida da Achada de São Sebastião, é um edifício histórico e um sítio arqueológico na vila de Mértola, na região do Baixo Alentejo, em Portugal. O conjunto é formado por um ermida dedicada a São Sebastião e um grande cemitério da época romana, situados no interior da Escola Bento de Jesus Caraça, numa zona junto ao Rio Guadiana, a Norte da vila de Mértola, tendo acesso pela Achada de São Sebastião. Durante o período romano, esta área situava-se fora do perímetro amuralhado da cidade. Segundo a obra Memória das Antiguidades de Mértola, publicada em 1880 pelo arqueólogo Estácio da Veiga, as sepulturas romanas estavam maioritariamente orientadas «quasi perpendiculares ao rio», com uma cobertura em «lages delgadas de marmore granolamellar, umas com superficie polida, lisa, sem epitaphios nem ornatos, e outras sem trabalho apreciavel». Referiu igualmente que foram encontrados «uns abatimentos de configuração proximamente circular, de um dos quaes se diz ter-se extrahido uma ola ossaria, ou antes uma urna cineraria, que o distincto medico da villa, o dr. Antonio Xavier de Brito, teve a condescendencia de me offerecer, trazendo esta urna ainda alguns fragmentos de ossos calcinados e terra queimada, como se podem verificar». Descreveu também algumas peças que tinham sido descobertas pelos habitantes locais, incluindo «um fundo de amphora, em que houve deposito cinerario, […] um tijolo inteiro, um pedaço de telhão horisontal de bordos salientes, um fragmento de cimento com mescla de tijolo triturado e dois dos marmores que cobriam as sepulturas». As sepulturas estavam escavadas no solo rochoso, em xisto, e algumas tinham também uma cobertura em lajes do mesmo material, colocadas de forma transversal em relação ao comprimento da caixa. A capela é formada pela nave, capela-mor e sacristia, com muros de alvenaria de pedra e argamassa. O núcleo museológico também é utilizado em exposições, tendo por exemplo albergado, em 2022, a mostra Mértola está na Moda da designer Alexandra Cabral. A necrópole romana terá sido utilizada durante um vasto período, principalmente entre os séculos I e III d.C., com destaque para este último. A ermida é muito posterior, tendo sido construída no século XV ou XVI. Estácio da Veiga refere que o edifício foi destruído por uma cheia em 1876, embora a imagem tenha sido salva por um habitante da vila. Neste período a área onde se situava a ermida era conhecida como Cerca de São Sebastião, consistindo em terrenos aráveis com árvores e casas, que foram também arrasados. A cheia deixou à vista as antigas sepulturas romanas, embora Estácio da Veiga tenha sido impedido de estudar o local pelo proprietário, que receou que trabalhos arqueológicos estragassem ainda mais os terrenos, que já tinham sido recentemente duramente atingidos pela cheia. Na década de 1980 este local foi escolhido para a construção de uma escola, motivo pelo qual foram feitos extensos trabalhos arqueológicos, durante os quais foi preservado um grande número de sepulturas e reconstruído o edifício da ermida. Em 1992 foi feita a identificação de 183 sepulturas, embora grande parte delas tenham sido sacrificadas devido à construção da escola. Em 2003 foi inaugurado o Núcleo Museológico de Ermida e necrópole de S. Sebastião. O conjunto situa-se no Parque Natural do Vale do Guadiana e no Plano Sectorial da Rede Natura 2000, classificado como Sítio de Interesse Comunitário Guadiana.
Leceia – Resultados das Escavações Realizadas (1983-1988)(€25.00)
João Luis Cardoso – Leceia – Resultados das Escavações Realizadas (1983-1988) – Câmara Municipal de Oeiras – Oeiras – 1989.Desc.(146)Pág +(2)Mapas.Br.Ilust
Colóquio de Arqueologia do Noroeste Peninsular – Proto-História, Romanização, Idade Média (€20.00)
Vitor Oliveira Jorge(Coordenação) – Colóquio de Arqueologia do Noroeste Peninsular – Actas – Vol. II – Proto-História, Romanização, Idade Média / Trabalhos de Antropologia e Etnografia – Vol. XXXVIII – Fasc. 3-4 – Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnografia – Porto 1988.Desc.(359)Pág.Br.Ilust
O Castelo de Monsanto da Beira (Cesto de Gávea em Nave de Pedra)(€15.00)
António Lopes Pires Nunes – O Castelo de Monsanto da Beira (Cesto de Gávea em Nave de Pedra) – Cadernos de Património Cultural da Beira Baixa – Associação Defesa do Património Cultural e Natural Penha Garcia – Idanha-a-Nova – 2003.Desc.(73)Pág.Br.Ilust
Cadernos Vianenses (Notícia do Passado e do Presente da Região de Viana do Castelo) Tomo VI – Dr.Francisco Cyne de Castro – Bento Maciel Parente (Uma Anotação ao Portugal Antigo e Moderno) / Felipe Fernandes – Elogio dos Famosos Estucadores de Viana / Severino Costa – Alberto de Sousa Machado / Adelino Tito de Morais – Notas Históricas Sobre Ponte de Lima / Afonso do Paço – Evocando Um Vianense Notável / Maria Emília Sena de Vasconcelos – Pequena Nota Sobre o Advento do Automóvel em Viana / Maria Augusta Eça D’Alpuim – Transferência da Paróquia de Nossa Senhora de Monserrate / Dr.António de Matos Reis – O Museu de Viana do Castelo / Dr. José Crespo – Arte. Etnografia. História. memórias de Tempos Vividos pelourinhos. Cruzeiros. Forcas. / Dr. João Baptista Gonçalves da Silva – Arquétipos da Vivência Minhota (Análise psicológica dos Ditados Populares) / Matias de Barros – Ponte Lima – Vila Histórica, Vila Bela do Alto Minhoto / Maria Vaz Pereira – O Batalhão de Caçadores 9 (Breve Resenha) / Dr.jaime Cepa Machado – Documentação… Quinta e Torre da Silva – Valença / Francisco José Carneiro Fernandes – Capelas de Viana / Tiago Augusto de Almeida – Cinco Médicos de Viana Que Foram Notáveis Fora de Viana / Amadeu Costa – Coisas da Nossa Ribeira – O Senhor dos Passos da Matriz – Lendas e Não Só… / Dr. A. de Almeida Fernandes – toponímia Vianense – Edição do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal – Viana do Castelo – !981.Desc.(348)Pág.Br.Ilust
Memória Histórica e Descritiva da Igreja Matriz de Vila Verde de Ficalho (€10.00)
Francisco Valente Machado – Memória Histórica e Descritiva da Igreja Matriz de Vila Verde de Ficalho – Edição Da Biblioteca – Museu de Vila Verde de Ficalho – Serpa – 1978.Desc.(45)Pág.Br.Ilust
Confraria de N.ª Sr.ª da Paz da Constantina (Ansião) – Século XVII a XIX – (€15.00)
Manuel Augusto Dias – Confraria de N.ª Sr.ª da Paz da Constantina (Ansião) – Século XVII a XIX – Edição – Confraria de Nossa Senhora da Paz / Câmara Municipal de Ansião – Ansião – 1996.Desc.(163) + (XLIII)pág.Br.Ilust
A Confraria de N.ª Senhora da Paz da Constantina foi o título do meu 1.º livro, publicado há quase 13 anos. O prefácio é subscrito pelo ilustre ansianense, entretanto falecido, Dr. Vítor Faveiro. Trata, obviamente, dessa Irmandade que ainda hoje sobrevive, graças ao esforço abnegado de cerca de 40 confrades, que assim continuam a dar vida a uma das mais antigas instituições do concelho de Ansião (no distrito de Leiria – Portugal). É uma confraria secular ou laica, porquanto os oficiais da mesma tinham que, por força dos Estatutos, sujeitar todas as contas à aprovação do Provedor da Comarca. Instituída no dia 17 de Outubro de 1623, a Confraria de N.ª Senhora da Paz assumiu características muito especiais, que fizeram dela uma das mais conhecidas e com maior número de confrades da região centro do País. Isto, porque se tratou de uma confraria que nasceu da necessidade de organizar o culto a N.ª Senhora da Paz e de arrecadar, convenientemente, as avultadas esmolas, que eram oferecidas por grande número de peregrinos que acorriam à Constantina, durante todo o ano, a cumprir suas promessas, devidas por milagres obtidos pela intercessão daquela Senhora. De facto, estamos perante uma associação de culto que tinha a seu cargo um pequeno santuário mariano, constituído por uma linda capela seiscentista, com um rossio espaçoso para o lado Norte do templo, onde todos os anos, a 24 de Janeiro e a 2 de Julho, tinham lugar feiras francas. A Confraria encarregava-se, para além do que é costume em todas as instituições congéneres (e que tem a ver com as obrigações que decorrem do Compromisso, designadamente deveres de ordem religiosa, como sejam a celebração de missas por ocasião do óbito dos seus irmãos, ou a organização do culto à padroeira ou padroeiro, ou de ordem administrativa, como seja velar pelo património da confraria), da manutenção da Capela, da organização das feiras, e da contratação ou eleição de um capelão que celebrasse as missas das festividades, as missas dos domingos e dias santos e dos doze apóstolos. A Irmandade de N.ª Senhora da Paz foi erigida numa conjuntura particularmente difícil, como foi a do século XVII (tempo de guerras, fomes e pestes), e é, quase sempre, em momentos de grande sofrimento que a religião, a fé e os milagres assumem particular relevância na mentalidade e comportamento populares. Aliás, a religiosidade popular da época, conhecia um florescimento do culto mariano, não só em Portugal, como em Espanha e na França. Um pouco por todo o País, o culto a Nossa Senhora ia-se generalizando em torno de pequeninos templos que veneravam N.ª Senhora, sob diversas invocações. O nome de Maria, que chegou a ser evitado no baptismo por escrúpulo, começou a ser adoptado como homenagem à Mãe de Deus, por especial devoção das pessoas mais dedicadas ao seu culto. Em 1623, precisamente na data em que se erigiu a Confraria de Nossa Senhora da Paz da Constantina, o Papa Urbano VIII, confirmou a Instituição da Ordem Militar da Conceição da Virgem Imaculada que, 17 anos mais tarde, a 8 de Dezembro de 1640, D. João IV coroaria Rainha de Portugal e se tornou, também, a padroeira da paróquia de Ansião. Assim se compreende melhor, a expansão que esta Confraria conheceu no século XVII, tendo como confrades inscritos, pessoas de toda a região centro, mormente da área demarcada pelo rio Mondego ao Norte, e pelo rio Tejo ao Sul, se bem que haja também pessoas, embora em muito menor número, de terras do Alentejo, e de localidades a Norte de Coimbra. Em torno da devoção a N.ª Senhora da Paz, milhares de pessoas foram em peregrinação à Constantina, ao longo dos séculos XVII, XVIII e XIX. Nos finais do século XIX, com a retirada das feiras pela Câmara de Ansião, que as transferiu para a vila (sede do concelho); e, na segunda década do século XX, com o fenómeno de Fátima – a escassos 40 Km de Ansião – o santuário mariano da Constantina entrou em decadência acelerada, perdendo quase toda a resplandecência de outrora. Hoje, a capela mantém a imponência dos tempos idos, mas a Confraria é pobre, sobrevivendo da cotização dos seus membros; dos superavits que resultam das festas que os mesários da Confraria continuam a organizar, anualmente, à Senhora da Paz e a Santo António; do dinheiro que cobra pelo acompanhamento dos funerais daqueles que não são seus confrades ou das respectivas famílias; e de uma ou outra iniciativa, de entretenimento ou afim, levada a cabo exactamente com o objectivo de angariar alguns fundos.
Património e Educação (Estudo Aplicado à Aldeia da Pena no Sítio Classificado da Rocha da Pena)(€15.00)
Maria Eugénia Infante Costa Horta – Património e Educação (Estudo Aplicado à Aldeia da Pena no Sítio Classificado da Rocha da Pena) – Edição Câmara Municipal de Loulé – Loulé – 1996.Desc.(217)Pág. + (4) Mapas.Br.Ilust
A Rocha da Pena (479 m) constitui uma das elevações do Barrocal, e localiza-se nas freguesias de Salir e Benafim, concelho de Loulé. Apresenta uma cornija calcária com cerca de 50 metros de altura, cujo planalto atinge aproximadamente 2 quilómetros de comprimento. A acção erosiva da água sobre o calcário deu origem a formações cársicas como a gruta do Algar dos Mouros, que de acordo com a lenda terá sido um local de refúgio dos mouros após a conquista de Salir por D. Paio Peres Correia. A sua importância geológica, arqueológica, ambiental e paisagística determinou a atribuição do estatuto de Sítio Classificado. A geologia consiste em arenitos do Triásico superior com Metoposauruse calcários do Jurássico, que forma o penhasco. A Rocha da Pena é um afloramento rochoso notável do barrocal algarvio. A sua orografia particular propicia a existência de uma notável diversidade de fauna e flora numa área relativamente pequena. Bosques mistos de alfarrobeira, zambujeiro e azinheira revestem as vertentes do afloramento; aqui crescem plantas raríssimas como a Doronicum tournefortii, à sombra das azinheiras, ou a Narcissus calcícola e a Bellevalia hackelii em terreno aberto. Neste local avista-se o ondulado da Serra do Caldeirão para norte. Nas imediações encontra-se o Algar dos Mouros, uma das mais extensas galerias cársicas do Algarve. Conta a lenda que os mouros se refugiaram aqui durante a reconquista de Salir por D. Paio Peres Correia, em meados do século XIII. Mas são espécies como o morcego-de peluche e o morcego-rato-pequeno, considerados em perigo de extinção, que habitam atualmente as galerias, constituindo colónias relevantes para a conservação destas espécies. No planalto dominam os matagais endémicos de zimbro e carrasco; quando se abrem clareiras surgem aromáticas como o rosmaninho, o alecrim, o funcho e o tomilho, e observam-se as fuçadas dos javalis em busca de rizomas e bolbos. O percurso cruza aqui dois interessantes amuralhamentos rochosos cuja origem remonta à Idade do Ferro. No Talefe, a 479 metros de altitude, contemplam-se os contornos suaves do barrocal até ao mar. Com sorte avistam-se aves de rapina, algumas de passagem, durante as migrações, como o grifo, a águia-calçada ou a águia-de-Bonelli, e outras residentes, como o búteo-comum e o bufo-real. A descida faz-se passando pela tradicional aldeia da Penina, seguindo o caminho até à Rocha e ao longo do qual se pode contemplar a rocha nua da escarpa sul.
Marânus – Antologia de Texto Sobre Amarante: A Terra a as Gentes
António Cardoso (Organização e Prefácio) – Marânus – Antologia de Texto Sobre Amarante: A Terra a as Gentes – Edição Câmara Municipal de Amarante – Amarante – 1979.Desc.(211)Pág.E.Ilust
Jorge Augusto Miranda & João Carlos Viegas – Moinhos de Vento no Concelho de Oeiras – Edição Câmara Municipal de Oeiras – Oeiras – 1992.Desc.(140)Pág.Br.Ilust
Pela Biblioteca Pública de Évora (Defesa de Uma Instituição Cultural)(€13.00)
Celestino Froes David & Marcial Rodrigues – Pela Biblioteca Pública de Évora (Defesa de Uma Instituição Cultural) – Edições – Grupo Pro-Évora – Évora – 2001.Desc.(123)Pág.Br.Ilust