
José Manuel Figueiredo Santos & Eduardo Jorge Esperança – Turismo Residencial (Modo de Estar Noutro Lugar) – Edições Colibri – Lisboa – 2011.Desc.(349)Pág.Br.
Compra e Venda de Livros, Manuscritos
José Manuel Figueiredo Santos & Eduardo Jorge Esperança – Turismo Residencial (Modo de Estar Noutro Lugar) – Edições Colibri – Lisboa – 2011.Desc.(349)Pág.Br.
Ilídio Sardoeira – Evolução (Provas) – Cruz & Cardoso, Lda – Figueira da Foz – 1955.Desc.(224)Pág.Br.Ilust
Ilídio Ribeiro Covêlo Sardoeira (Canadelo, 12 de novembro de 1915 – Vila Nova de Gaia, 28 de novembro de 1987) foi um poeta, escritor, conferencista e professor. Ilídio Ribeiro Covêlo Sardoeira nasceu no Lugar das Carvalhas, freguesia de Canadelo, concelho de Amarante, no dia 12 de novembro de 1915. Era filho de Avelino Alves Sardoeira e de Lizarda Pinto de Miranda e foi casado com Maria Isabel Marques de Andrade Sardoeira, entre 1941 e o ano em que faleceu, 1987.Não teve descendentes. Estudou nos liceus de Lamego e Vila Real. Licenciou-se em Ciências Biológicas na Universidade do Porto, instituição onde foi assistente, acabando por ser demitido pelo regime salazarista. Foi escritor, poeta, conferencista e ensaísta, pedagogo, professor de Biologia , professor metodólogo e, a partir de 25 de abril de 1974, inspetor-orientador do ensino básico. Foi detido pela PIDE em maio de 1952 devido ao seu antifascismo e esteve durante vários anos sujeito a controlo domiciliário. Ilídio Sardoeira exerceu o magistério liceal em Amarante (Colégio de S. Gonçalo), Porto (Liceu D. Manuel II), em Vila Nova de Gaia, em Ponta Delgada(Escola Secundária Antero de Quental) , em Braga, na Figueira da Foz, em Viseu e em Évora. Desde cedo, Ilídio colaborou com diversos jornais e revistas. Foi diretor dos jornais Alma Nova (1933) e Voz do Marão (1935), e colaborou também com os jornais Flor do Tâmega, O Primeiro de Janeiro e Jornal de Notícias. Quanto à sua colaboração em revistas, destacam-se títulos como Vértice, Seara Nova, Labor, Lusíada e Átomo. Em 1940, publicou A Minha Aldeia, o seu primeiro livro de poemas. O seu segundo livro poético surge apenas em 1952, com o título Poemas: Fruta Madura, Mundo Em Chamas, Menino Longe. 32 anos mais tarde, em 1984, publica Prisma, cujos poemas fazem parte do livro Poesia de Amarante (coletânea dos anos 80). Em prosa, publicou livros de divulgação de conhecimento e outros de cariz literário. O primeiro livro deste género literário foi intitulado de “A Origem da Vida” e foi publicado em 1945. No ano seguinte, surge “Cantares de Amigo ou Comentários a um Comentador”. Já em 1951, o autor edita “Pascoaes, um Poeta de Sempre” e, em 1955, publica uma separata designada “Influência do Princípio da Incerteza no Pensamento de Pascoaes”. No mesmo ano, publica “Evolução: Provas”, seguindo-se “História do Sangue”, em 1957 e, um ano mais tarde, “O Vulcão dos Capelinhos”. Finalmente, divulga uma separata cujo título é “Ciência Filosófica e Homens”. De destacar são também as suas traduções de autores estrangeiros, sendo exemplos “A Hereditariedade Humana” (da autoria de Jean Rostand) e “A Biologia do Trabalho” (escrito por O. G. Edholm). Também ajudou à elaboração de livros como “A Teixeira de Pascoaes”, organizado pela Academia de Coimbra em 1951; “Raul Brandão – Homenagem no seu Centenário” (1957) e escreveu os posfácios de “África Vivida: Memórias de um Caçador de Elefantes”, de João Teixeira de Vasconcelos (1957); “Antologia Poética”, dedicada a Teixeira de Pascoaes (1977) e “Vergílio Ferreira e Teixeira de Pascoaes” (estudos sobre Vergílio Ferreira) em 1982. Ilídio Sardoeira foi também um grande estudioso da obra literária de Teixeira de Pascoaes, tendo escrito livros e realizado uma exposição bibliográfica e iconográfica acerca do mesmo em 1951. Ainda relativamente ao mesmo autor, Ilídio fez parte do júri que atribuiu o Prémio Teixeira de Pascoaes nos anos de 1951 e 1977. Foi sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa, membro da Associação Portuguesa de Escritores e da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto. Enquanto político, foi vereador da Câmara Municipal de Amarante durante uma sessão. Foi também deputado da Assembleia Constituinte pelo Movimento Democrático Português (MDP/CDE), depois da revolução de 25 de abril de 1974 e, finalmente, em 1976, foi candidato pela FEPU à Câmara Municipal de Amarante.Faleceu na sua residência, na Rua Rocha Leão, nº 240, na freguesia de Santa Marinha, pertencente ao concelho de Vila Nova de Gaia, no dia 28 de novembro de 1987.Em 1988, um ano após a sua morte, o grupo de Amigos da Biblioteca / Museu de Amarante publicam “Poemas”, que englobou um conjunto de manuscritos não publicados de Ilídio Sardoeira. Em 1989, recebeu a Medalha de Ouro de Mérito Municipal de Vila Nova de Gaia, e em 1990, foi criado o “Prémio Literário Ilídio Sardoeira”. Hoje em dia, ainda são efetuadas homenagens ao escritor.
Arnaldo Gama – A Ultima Dona de S.Nicolau (Episódio da História do Porto no Século XV) – Parceria António Maria Pereira – Lisboa – 1899.Desc.(466)Pág.E.Pele “2.ª Edição”
António Barahona da Fonseca – Impressões Digitais (Poesia) – Gráfica Progredir – Porto – 1968.Desc.(126)Pág.Br.
João Grave – O Santo – Livraria Chardron & Lello & Irmão, Lda – Porto – 1927.Desc.(234)Pág.Br.
João José Grave (Vagos, 11 de julho de 1872 — Porto, 11 de janeiro de 1934) foi um escritor e jornalista português. Autor de obras de ficção, crónica, ensaioe poesia. Como jornalista chefiou a redacção do Diário da Tarde e colaborou nos jornais Província, Século e Diário de Notícias e em vários órgãos da imprensa brasileira. Foi director da Biblioteca Municipal do Porto, dirigiu o dicionário enciclopédico Lello Universal e colaborou nas revistas Brasil-Portugal (1899-1914), Revista nova (1901-1902) e Serões (1901-1911). Nasceu na localidade de Vagos, em 1 de Junho de 1872. Concluiu os estudos liceais em Aveiro, e no Porto formou-se em Farmácia. Exerceu como jornalista, tendo trabalhado para vários jornais, incluindo o Diário da Tarde, onde foi director. Também colaborou na Livraria Lello e foi director da Biblioteca Municipal do Porto.[5] Também foi escritor, tendo estado inicialmente ligado aos naturalistas, principalmente Emile Zola, mas posteriormente começou a escrever mais na linha dos romances de costumes. A sua primeira obra publicada foi Livro de Sonhos, tendo em seguida escrito o livro Macieiras em Flor. Faleceu no Porto, em 11 de Janeiro de 1934, tendo o funeral sido realizado no dia seguinte, com um cortejo fúnebre desde a Igreja da Trindade até ao Cemitério do Prado do Repouso, acompanhado por centenas de pessoas, incluindo representantes da Universidade do Porto e da casa Lello. João Grave estava casado com a pintora Luciana Aranha Grave, e era cunhado da escritora Aurora Jardim Aranha.
Octávio Lixa Filgueiras – Algumas Cenas e Cenários Ribeirinhos de Vila Nova de Gaia em Gravuras dos Séculos XVII a XIX – gabinete de História e Arqueologia de Vila Nova de Gaia – Vila Nova de Gaia – 1984.Desc.(361-431)Pág.Br.Ilust
Amélia Vilar – Amélia Vilar (A Minha Antologia) – Edição de Autor / livraria Figurinha – Depositaria – Porto – 1966.Desc.(124)Pág + (17)Gravuras.Br.Ilust.”Autografado”
António Cardoso (Organização e Prefácio) – Marânus – Antologia de Texto Sobre Amarante: A Terra a as Gentes – Edição Câmara Municipal de Amarante – Amarante – 1979.Desc.(211)Pág.E.Ilust
Gaspar Baltar, Carlos de Passos – Cidade de Penafiel – Câmara Muncipal de Penafiel / Tip. Empresa Guedes – Penafiel – 1931.Desc.(79)Pág.Br.Ilust
Jacinto Ferreira – Quatro Anos na Assembleia Nacional – Comissões de Freguesias de Lisboa da Causa Monárquica – Lisboa – 1953.Desc.(201)pág.Br.
António Jacinto Ferreira (1906, Lisboa, Portugal – 10 de outubro de 1995, Lisboa, Portugal) foi um publicista e militante monárquico, foi fundador do jornal O Debate semanário monárquico de grande expansão de que foi director entre 1951 e 1974 tendo ocupado sucessivos cargos de relevo na Causa Monárquica. Foi Professor Catedrático da Escola Superior de Medicina Veterinária. Com vasta obra publicada de teor político e científico, pertenceu à Junta Nacional de Educação no Estado Novo e foi procurador da Câmara Corporativa na III legislatura, de 1942 a 1949 e deputado da Assembleia Nacional pelo círculo de Lisboa na IV legislatura de 1949 a 1953. Fazendo parte do Círculo de Estudos Portugueses, foi daqueles que sempre se mantiveram fiéis ao ideário do Integralismo lusitano. Foi um dos fundadores e dirigentes do Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários(SNMV), tendo cinquenta anos mais tarde, em 21 de Abril de 1994, sido o seu primeiro Sócio Honorário, assim como tinha sido o director do seu boletim.
José Horácio de Moura – Construção de Matadouros – Ministério das Obras Públicas / Direcção Geral dos Serviços de Urbanização – Centro de Estudos de Urbanismo – Coimbra – 1960.Desc.(609)Pág.Br.Ilust
Mário de Albuquerque (Texto) – Brasonário Corporativo (Na Exposição de Heráldica do Trabalho) – XX Aniversário da F.N.A.T – Fundação Nacional da Alegria do Trabalho – Lisboa – 1955.Desc.(157)Pág.Br.Ilust
Gonçalves Guimarães, José António Afonso & Raúl Solla Prata – O Foral de Gaia de 1255 (Um Texto e a Sua Época) – Gabinete de História e Arqueologia de V.N.de Gaia / Câmara Municipal de V.N.de Gaia – V.N.de Gaia – 1983.Desc.(150)Pág.Br.
António Lousada – Os Meus Fados – Edições Maranus – Porto – 1968.Desc.(S/N).Br.
António Cardoso, José-Augusto França, José Manuel Lopes Cordeiro, José Sarmento de Matos & Margarida de Magalhães Ramalho(Texto) – Porto 1865 Uma Exposição (Expo’98) – Comissariado da Exposição de Lisboa – EXPO 98 – Lisboa – 1994.Desc.(159)Pág.Br.Ilust
Amelia Vilar – Música de Silfos (Poesias) – Tipografia Costa Carregal / Depositária: Livraria Simões Lopes – Porto – 1951.Desc.(66)Pág.Br.”1.ªEdição” Autógrafo de Amélia Vilar
Simão José da Luz Soriano – História do Cerco do Porto «Precedida de Uma Extensa Noticia Sobre as Diferentes Fazes Politicas da Monarquia Desde os Mais Antigos Tempos Até ao Ano de 1820, e Desde Este Mesmo Ano Ate ao Começo do Sobre dito Cerco» – Imprensa Nacional – Lisboa – 1846 / 1849. Desc. 583 + XVI + 615 pág / 22 cm x 15 cm / E. Pele «1.º Edição»
Dá-se o nome de Cerco do Porto ao período, que durou mais de um ano — de Julho de 1832 a Agosto de 1833 —, no qual as tropas liberais de D. Pedro estiveram sitiadas pelas forças realistas fiéis a D. Miguel. A essa heróica resistência da cidade do Porto e das tropas de D. Pedro se deveu a vitória da causa liberal em Portugal. Entre outros, combateram no Cerco do Porto do lado dos liberais Almeida Garrett, Alexandre Herculano e Joaquim António de Aguiar. Entrando no Porto no dia imediato ao do desembarque do Mindelo, a 9 de Julho de 1832, o exército libertador encontrou a cidade abandonada pelas tropas realistas, cujos chefes, ignorantes do número exacto das forças liberais, tinham resolvido retirar. O general Manuel Gregório de Sousa Pereira de Sampaio, 1.º visconde de Santa Marta, comandante supremo da divisão realista que operava entre a Figueira da Foz e Vila do Conde, resolveu estabelecer-se em Vila Nova de Gaia, ordenando que, no mesmo dia da entrada dos liberais na cidade, se fizesse fogo contra os ocupantes, pelo que logo no dia 10 o almirante liberal inglês George Rose Sartorius mandou os seus barcos entrar a barra do Rio Douro e ripostar ao fogo realista, ao mesmo tempo que, protegida pela esquadra, a divisão do tenente-coronel João Schwalbach atravessou o rio e ocupou a Serra do Pilar, em Gaia, obrigando os realistas a retirar em debandada até Oliveira de Azeméis. Entretanto João Schwalbach avançou com as suas forças até ao Alto da Bandeira e postou guardas avançadas nos Carvalhos, ficando os dois exércitos em observação, sem qualquer deles ousar uma acção de envergadura. No dia 18 de Julho deu-se o primeiro ataque violento dos realistas, sem êxito, e cinco dias depois travou-se o combate de Penafiel, até onde havia seguido uma coluna liberal, que desbaratou os realistas e regressou ao Porto, depois de ter praticado numerosas brutalidades, reforçando o mau conceito em que os tinham as populações, criado pelo clero das aldeias. Do lado absolutista, dá-se a junção das forças do general Álvaro Xavier Coutinho e Póvoas com as do visconde de Santa Marta, dispondo depois os dois generais os seus exércitos de forma a rodear a cidade. D. Pedro mandou uma coluna atacar Valongo, a qual caiu numa emboscada inimiga junto de Ponte de Ferreira, o que a fez recuar até Rio Tinto, derrota que alarmou a cidade. Entretanto a Serra do Pilar era fortificada pelo major Sá Nogueira, e D. Pedro, que via a impossibilidade de ocupar o Norte do País, como inicialmente supusera, procedeu à reorganização do Exército, criando o Estado-Maior e despachando Pedro de Sousa Holstein, à época marquês de Palmela, para Londres, com o encargo de obter apoio financeiro à causa e contratar oficiais e soldados. No dia 27 travou-se violento combate ao sul de Grijó, onde Póvoas desbaratou as forças do conde de Vila Flor, que recuaram em debandada até ao Alto da Bandeira. Entretanto, as tropas realistas, devido à rivalidade entre os generais Póvoas e Santa Marta, passaram a ser superiormente comandadas pelo general Gaspar Teixeira,visconde de Peso da Régua, e iniciou-se o cerco à cidade, que ficou envolvida por uma série de fortes redutos, que começavam na Quinta da China, junto ao Rio Douro, em Campanhã, terminando nas proximidades da Senhora da Luz, à Foz do Douro, junto ao mar, toda esta linha situada ao norte do rio. Ao sul começavam as linhas no Cabedelo, em Canidelo, frente à Foz do Douro, e iam acabar à Pedra Salgada, fronteira ao monte do Seminário, postando nesse espaço quinze baterias. No dia 8 de Setembro de 1832 os realistas começaram os seus ataques em força, assaltando a Serra do Pilar, valorosa mente defendida pelos voluntários cognominados os polacos, iniciando-se no dia seguinte o bombardeamento do Porto, baptismo de fogo da cidade, que muitos outros iria suportar durante o cerco. No dia 16 os sitiados fizeram a sua primeira surtida, tendo então ocupado o Morro das Antas, na parte alta da cidade, o que veio dar-lhes ânimo. No entanto, tentando pôr finalmente cobro à insólita situação de um punhado de 7.500 homens persistir em resistir a um exército organizado de 80 mil, o general realista Gaspar Teixeira começou a preparar um assalto em força escolhendo o dia 29 de Setembro, em que a Igreja celebra o arcanjo São Miguel, epónimo do rei, para o fazer, tendo prometido aos seus soldados o saque da cidade. Efectivamente, no dia 29, a coberto dum nevoeiro cerrado, os sitiantes avançaram pelos lados de Campanhã, chegando a entrar na Rua do Prado, onde foram recebidos pelos resistentes, travando-se combate tão violento que daí recebeu a rua o nome actual de Rua do Heroísmo. Idênticos assaltos violentos ocorreram noutros pontos das linhas, durante os quais o exército sitiado praticou actos da maior bravura, de tal forma que, quando o general realista Gaspar Teixeira reconheceu a impossibilidade de esmagar a cidade e ordenou a retirada, se encontrou com mais de 4 mil baixas, a que corresponderam escassas 650 por parte dos sitiados. Esta derrota realista desmoralizou os sitiantes e o seu general, pelo que este resolveu pedir ao rei que viesse, com a sua presença, levantar o moral caído das suas tropas. D. Miguel partiu, portanto, para o Norte, fazendo-se acompanhar de um célebre e imponente canhão baptizado com o nome de «mata-malhados» e em que todos punham grandes esperanças. Antes do rei chegar, deram os sitiantes novos e furiosos assaltos à Serra do Pilar, nos dias 13 e 14 de Outubro, sendo, como até então, repelidos pelo heróico general Torres. No dia 1 de Novembro estabeleceu D. Miguel o seu quartel-general em Braga, a cidade fiel, onde foi recebido apoteoticamente, fazendo imediatamente substituir Gaspar Teixeira no comando pelo visconde de Santa Marta, que procurou apertar o cerco. No Porto declararam-se dois novos e inesperados inimigos, que iam dizimando os sitiados que as bombas poupavam: a cólera e o tifo. Na cidade começava a faltar tudo, o que colocava os sitiados ante a perspectiva de uma rendição pela fome. Por isso tentaram, ao longo do mês de Novembro, várias surtidas, todas sem grande efeito. No dia 11, os realistas submeteram a cidade a um bombardeamento ininterrupto, que se prolongou até ao cair da noite do dia 12, aniversário de D. Pedro. No entanto, estes ferozes bombardeamentos da cidade, em vez de desmoralizar, contribuíram para solidificar nos portuenses a sua identificação com os liberais e a sua determinação em resistir. No entanto, a penúria do Tesouro levou a dificuldades no pagamento às tropas mercenárias. O que, entre outros casos lamentáveis, levou à saída do almirante Sartorius com os navios da esquadra e aos distúrbios constantes dos mercenários ingleses que reclamavam os soldos atrasados. A 28 de Janeiro de 1833 chega ao Porto o general Saldanha, acompanhado de um grupo de liberais extremistas, o que vinha aumentar a dissidência no campo liberal. Para atenuar as desinteligências políticas dentro do burgo, D. Pedro e o seu governo resolveram promover Saldanha a marechal, entregando-lhe o comando da 2.ª divisão. Em começos de Fevereiro de 1833 toma o comando dos realistas o conde de S. Lourenço, continuando os ataques e os bombardeamentos à cidade. Tinham-se ali abatido todas as árvores para substituir a lenha que faltava. A situação era tão desesperada que se chegou a pensar seriamente em capitular, ao que Saldanha se opôs tenazmente. No dia 9 de Abril os sitiados, num golpe audacioso e depois de violento combate, apoderaram-se do reduto do Covelo, o que desmoralizou os sitiantes, que começaram a desertar em quantidade. Entretanto, no dia 1 de Junho de 1833, Palmela, que em Londres procurara por todos os meios salvar a causa liberal e conseguir dinheiro, com o qual comprara mais navios e contratara voluntários, à cabeça dos quais o capitão da marinha de guerra Carlos Napier, que substituiu o insubmisso Sartorius, entretanto exonerado, sendo Saldanha elevado a chefe do Estado-Maior. A conselho de Napier, deu-se corpo a um plano já antigo de ataque de surpresa por mar contra Lisboa, que depois se substituiu pelo desembarque no Algarve, que iria dar a triunfo à causa. Após a partida da esquadra, o exército realista, na crença de que a saída daquelas forças enfraquecesse a defesa da cidade, deu um vigoroso assalto a 5 de Julho, repelido com numerosas baixas, tendo Saldanha, em virtude deste triunfo, sido promovido a tenente-general. Entretanto, D. Miguel contratou o célebre marechal de Bourmont para comandante supremo, tendo este ordenado outro ataque à cidade no dia 25, o mais violento de todo o cerco. Foi nesse dia que Saldanha, à frente de 20 lanceiros apenas, comandou uma carga que o veio a tornar famoso. Vendo o seu exército batido, D. Miguel, que seguia o combate do alto do Monte de S. Gens naSenhora da Hora, atirou ao chão o óculo que empunhava, irritado com a derrota, quando contava com uma vitória estrondosa. No dia imediato, D. Pedro partiu para Lisboa, ocupada já pelas tropas do duque da Terceira, com os navios de Napier ancorados no Tejo, fincando a defesa do Porto entregue a Saldanha. No dia 9 de Agosto, D. Miguel e o seu Estado-Maior retiraram para o Sul, ao encontro das forças do duque, ficando a comandar o exército sitiante do lado de Gaia o francês conde de Almer, que, após a brilhante vitória de Saldanha no dia 18 de Agosto, obrigando os sitiantes a levantar o cerco pelo norte e leste da cidade, resolveu também retirar, não sem antes mandar incendiar os armazéns de vinhos do Porto em Gaia, em que se perderam 17.374 pipasde vinho e 533 pipas de aguardente. O prejuízo foi, na época, avaliado em mais de 2.500 contos de réis. Saldanha regressou ao Porto em triunfo no dia 20 de Agosto de 1833, após a vitória final. A cidade estava finalmente livre!
Manuel Geraldo – Por Viriato! Meu Herói Policiário (Colecção Jurídico/Policial/1) – Edições Margem – Lisboa – 1996.Desc.(283)Pág.Br.
Joaquim Silva Pinto – Política do Trabalho Factor de Desenvolvimento – Edição da Junta da Acção Social – Lisboa – 1972.Desc.(604)Pág.Br.”Autografado”
Dias da Silva Pinto (Lisboa, 6 de julho de 1935 — Lisboa, 8 de maio de 2022) foi um alto funcionário, empresário e político, ministro do último governo do Estado Novo, mas após a revolução de 25 de abril de 1974 foi deputado à Assembleia da República eleito nas listas do Partido Socialista pelo círculo eleitoral de Faro. Também se notabilizou como memorialista Licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa em 1958, iniciando funções em 1959 na delegação do Instituto Nacional do Trabalho e Previdência (INTP) em Leiria. Católico e dirigenteJuventude Universitária Católica, integrou o governo de Marcello Caetano dos 33 aos 39 anos, numa preocupação renovadora. Foi próximo de Melo e Castro e Pinto Leite e da Ala Liberal. Em 1975, passou a viver em Madrid, começando como empregado e evoluindo com sucesso nos meios empresarial e associativo. Regressado a Portugal em 1981, colaborou em grandes empresas, que apoiou na área da internacionalização. Como dirigente associativo, dentro e fora das nossas fronteiras, participou também em realizações dedicadas às problemáticas das PME e indústrias criativas. Docente universitário, especializou-se em organização empresarial. Após intervir no MASP, voltou à política activa durante cinco anos, sendo deputado à Assembleia da República e líder de bancada na Câmara Municipal de Oeiras. Veio a afastar-se do PS em oposição frontal a José Sócrates. Prossegue a sua actividade empresarial como administrador nas áreas financeira e comercial.