• Category Archives Arte Contemporânea
  • Guernica – Legado Picasso

    Guernica – Legado Picasso (€50.00)

    J. Miró, J. Renau, J. L. sert, J.Tusell & H. Chipp. (Textos) – Guernica – Legado Picasso – Museo Del Prado / Cason Del Buen Retiro – Ministerio de Cultura – Direccional General de Bellas Artes – Archivos y Bibliotecas – Madrid – 1981.Desc.(173)Pág.Br.Ilust


  • Almada Negreiros (Exposição Fundação Calouste Gulbenkian / Centro de Arte Moderna) 1984-1984

    Almada Negreiros (Exposição Fundação Calouste Gulbenkian / Centro de Arte Moderna) 1984 (€80.00)

    José Sommer Ribeiro, Isabel Guedes & Alice Guerra (Programação, Organização e Selecção) Margarida Acciaiuoli (Programação, Organização do Catálogo) Margarida Acciaiuoli, Maria Helena de Freitas & Raquel Henriques da Silva (Investigação e Documentação) – Almada Negreiros (Exposição Fundação Calouste Gulbenkian / Centro de Arte Moderna) 1984 – Edição Fundação Calouste Gulbenkian – Lisboa – 1984.Desc.(S/D)Pág.Br.Ilust


  • Catálogo 34 Pinturas de vieira da Silva – Galeria São Mamede / Lisboa

    Catálogo 34 Pinturas de Vieira da Silva – Galeria São Mamede / Lisboa (€35.00)

    Mário Cesariny (Coordenação) – Catálogo 34 Pinturas de vieira da Silva – Galeria São Mamede / Lisboa – Junho / 1970 – Tipografia Lito-Offset Inona – Porto – 1970.Desc.(91)Pág.E.Ilust


  • Cartilha do Marialva ou das Negações Libertinas

    Cartilha do Marialva ou das Negações Libertinas (€25.00)

    José Cardoso Pires – Cartilha do Marialva ou das Negações Libertinas (Guachos de Costa Pinheiro) – Publicações Dom Quixote – Lisboa – 1989.Desc.(175)Pág.E

     

     

     

    António Costa Pinheiro

    António Costa Pinheiro (Moura, 6 de junho de 1932 — Munique, Alemanha, 9 de outubro de 2015) foi um artista plástico / pintor português. O percurso de Costa Pinheiro dividiu-se entre Portugal e a Alemanha, onde a sua obra obteve reconhecimento, tendo sido um “pioneiro discreto de várias tendências da arte contemporânea”. Com uma obra diversificada, desenvolveu, a par da pintura, práticas consonantes com as tendências conceptuais da década de 1970. Fixou-se em Lisboa, com os pais, aos 10 anos de idade. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio, Lisboa, e a Academia de Belas Artes de Munique. Expôs individualmente pela primeira vez em 1956, na Galeria Pórtico, Lisboa. No ano seguinte partiu para Munique, onde expôs, com René Bertholo e Lourdes Castro, na Galeria 17 e na Internationales Haus. Em 1958, juntamente com René Bertholo, Lourdes Castro, João Vieira, José Escada, Gonçalo Duarte, Jan Voss e Christo, fundou o grupo KWY. Em 1960 recebeu uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian e fixou-se em Paris. Nesse mesmo ano participou na exposição do grupo KWY na Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa – exposição “que marca o início dos anos 60”  na arte portuguesa. Regressou a Lisboa em 1961, ficando dois anos em prisão política, após o que regressou a Munique (1963). Em 1965 e 1966 expôs individualmente na Galeria Leonhart, Munique. No ano seguinte recebeu o prémio de Pintura (Förderpreis) da Cidade de Munique e expôs na Galeria Buchholz, Lisboa. As pinturas gestuais típicas do início da sua permanência em Paris evoluem, ao longo da primeira metade da década de 1960, para obras onde as figuras, pequenas e esparsas, dialogam com fundos indefinidos, “afirmando-se em estruturas geométricas ou identificadoras de personagens, […] geralmente homens e touros”, que revelam “a memória invuluntária do emigrante português, nascido perto da fronteira com Espanha. O artista assume então o imaginário que consigo transporta e, em 1966, realiza uma série de retratos imaginários dos Reis de Portugal […] segundo a recriação, lírica ou irónica, das lendas populares”; essas figuras ocupam lugar centralizado nas obras e apresentam a “rigidez característica da estatuária oficial”, regendo-se por traçados inspirados nos jogos de cartas tradicionais. Em 1969, depois das suas últimas exposições individuais, afasta-se da pintura, aproximando-se das práticas concetuais em projetos onde “simula brinquedos populares de madeiras coloridas com vivacidade”, que integra em “irónicos contextos de ficção científica”, como em Citymobil, ” projeto imaginário em que a cidade é permanentemente transformada pelos seus habitantes”. Na Alemanha, onde então residia, Costa Pinheiro “haveria de encontrar […] um reconhecimento e uma atenção assinaláveis. A obra que realizou pôde […] aspirar a uma ambição plástica e mesmo teórica – que o artista explicitou numa série de obras de teor concetual – que na arte portuguesa e nos seus contextos de então, […] jamais teria tido qualquer espécie de eco”. Retoma a pintura em 1976 com dois ciclos emblemáticos: La Fenêtre dans ma tête e Fernando Pessoa, onde utiliza dispositivos herdados das incursões concetuais; nesta última série realiza um levantamento imaginário “dos objetos e espaço próprios do Pessoa mítico: chapéu, óculos, caneta, gaivotas do Tejo, Lisboa…”. Ao longo das décadas de 1970, 80 e 90 expõe inúmeras vezes em Portugal e no estrangeiro (sobretudo em Munique), nomeadamente na Galeria Kunst + Kommunikation, Munique (1992, 1993, 1996-1997), no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1989), e na Casa de Serralves, Porto (1990). Em 2001 recebe o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, Amarante. “A obra de António Costa Pinheiro desenvolveu-se, ao longo de quase cinco décadas, como uma das mais corajosas, coerentes e lúcidas da segunda metade do século artístico e cultural português”, entrando em diálogo “com a restante arte sua contemporânea no plano europeu, tornando-se internacional pela escala do desafio formal e concetual que soube integrar”.

     

     

     

     


  • Bernardo Marques (Obras de 1950 a 1960)-1960

    Bernardo Marques (Obras de 1950 a 1960)(€30.00)

    Dr.Francisco de Avillez (Secretariado Nacional da Informação) Prof Escultor Joaquim Correia (Instituto de Alta Cultura) Prof.Dr. Reynaldo dos Santos (Academia Nacional de Bela-Artes) Pintor Marcelino Vespeira (Sociedade Nacional de Belas-Artes) – Catalogo Bernardo Marques (Obras de 1950 a 1960) – Galeria Provisória da Fundação Calouste Gulbenkian – Lisboa – 1966.Desc.(95)Pág.Ilust.Br


  • A Cultura Artística e o Ensino em Portugal

    A Cultura Artística e o Ensino em Portugal(€50.00)

    Francisco da Cruz Vieira e Brito – A Cultura Artística e o Ensino em Portugal – Dissertação Para o Exame de estado da Escola Normal Superior – 9.º Grupo do Magistério Liceal – Coimbra – 1926.Desc.(125)Pág.Br (Datilografia)

     

     

     

    Francisco da Cruz Vieira e Brito

    Francisco da Cruz Vieira e Brito nasceu às duas horas da tarde do dia sete de Setembro de 1893, no lugar de Sobradelo, da freguesia de Redufinho, concelho da Póvoa de Lanhoso. Era filho do Dr. Bernardino Ribeiro de Vieira e Brito, facultativo do Partido da câmara municipal de Amares, oriundo da mesma freguesia de Santa Maria de Rendufinho, e de sua esposa, D. Quitéria de Jesus da Cruz de Vieira e Brito, esta natural da de São Paio de Brunhais, ambas as freguesias do concelho da Póvoa de Lanhoso. Seus pais haviam casado na igreja de Fontarcada, residindo, à época do nascimento deste primeiro filho, na freguesia de Ferreiros do concelho de Amares. O recém-nascido — neto paterno do doutor Francisco Hilário Ribeiro de Sousa e Brito e de D. Felizarda Rosa Vieira de Campos, e materno de Francisco José da Cruz e D. Emília Rosa da Silva e Sá — foi baptizado pelo reverendo José Joaquim Álvares na igreja da sua paróquia natal, aos quatro dia de Outubro do mesmo ano do nascimento. Para padrinho do pequeno Francisco foi escolhido o Senhor D. Francisco José Ribeiro de Vieira e Brito, bispo de Angra e Ilhas dos Açores o qual, não podendo estar presente, foi legalmente representado por seu bastante procurador e irmão, reverendo João Maria Ribeiro de Vieira e Brito; e para madrinha a senhora D. Conceição Cruz, no estado de solteira, proprietária, da freguesia de São Paio de Brunhais. Eram ambos tios da criança baptizada. Pouco mais de um ano passado, isto é, ao sétimo dia do mês de Dezembro de mil oitocentos e noventa e quatro, nascia na mesma casa de Sobradelo de Rendufinho seu irmão único, a quem foi dado o nome de António, o qual foi baptizado na igreja da mesma paróquia aos oito dias do mês de Janeiro de mil oitocentos e noventa e cinco, sendo celebrante da cerimónia o Senhor D. Francisco José Ribeiro de Vieira e Brito, ainda bispo de Angra e mais tarde titular da diocese de Lamego, e padrinhos o reverendo João Mara Ribeiro de Vieira e Brito e D. Antónia Bernardina Ribeiro de Vieira e Brito, solteira, proprietaria, ambos tios paternos da criança, naturais e residentes na freguesia de Santa Maria de Rendufinho. Não conseguimos descortinar, pelo menos por agora, os passos da juventude destes dois irmãos, que parecem ter sido sempre bastante unidos. Sabemos, porém, que, em 1905, era seu tutor o tio padre João Maria Ribeiro de Vieira e Brito, que por eles “e perante o notário desta comarca de Póvoa de Lanhoso, Lino António Rebelo”, assinou uma escritura, em que as crianças mutuaram a José Antonio Vieira e sua mulher, da freguesia de Friande, Póvoa de Lanhoso, “capital de quatrocentos escudos sujeito ao juro correspondente à tabela anual de cinco e meio por cento e hipoteca, que foi devidamente registada no livro treze a folhas vinte e uma verso sob o número 5.797”. No ano seguinte, em cinco de Julho, é ainda o tio padre quem por eles volta a assinar uma escritura de empréstimo de cento e sessenta escudos, dados ao juro de cinco e meio por cento a António Joaquim Fernandes, pela qual este “lhes havia feito hipoteca de vários prédios”. Seriam, nessa altura, os pequenos órfãos? A pesquisa poderá levar-nos a alguma resposta, que pelo menos por agora não existe. Mas duas coisas nos levam a pensar que assim pudesse ter sido: em primeiro lugar, por terem um tutor. E em segundo, por, meninos ainda, terem já de seu dinheiro para emprestar a juros. Seria esse dinheiro herdado de seus pais? Também ainda não conseguimos apurar, pelo menos por agora, a razão pela qual ambos os irmãos habitaram durante vários anos em Castelões, freguesia do concelho de Guimarães bastante distante da de Rendufinho. Mas sabemos que criaram ali profundas raízes, que tiveram ali propriedades, e que de tal forma a freguesia os prendeu que, pelo menos o Dr. Francisco da Cruz Vieira e Brito, veio ali a enterrar quando faleceu, em 1968. O primeiro dos irmãos, Francisco da Cruz Vieira e Brito, fez os preparatórios no liceu nacional de Braga, seguindo depois para a cidade de Coimbra, onde em 1911 se matriculou e onde se formou em medicina. Deve ter concluído a licenciatura em 1919, ano em que fez a sua matrícula para doutoramento. Entre 1921 e 1926, leccionou na UC as cadeiras de Clínica e Policlínica Médica, tendo, durante os mesmos anos, desempenhado o cargo de analista do Laboratório de Análises Clínicas da Universidade. Em Outubro de 1926 despediu-se do corpo docente da Universidade, passando a leccionar como professor agregado no Liceu José Falcão, ainda em Coimbra, a partir de 1927. Ali ficou a residir alguns anos e a exercer a sua profissão de médico durante algum tempo, pois é residente nessa cidade e na qualidade de clínico que o dá uma procuração passada ao amanuense na Póvoa de Lanhoso Guilherme José Carneiro para que este representasse ambos os irmãos numa escritura, procuração passada em Julho de 1925. Mais tarde e por largos anos, o Dr. Francisco veio residir na Avenida Central, número 131, em Braga, tendo-se tornado professor do ensino liceal na cidade, profissão com a qual se reformou[8]. É natural que em parelelo exercesse também na cidade a medicina. Mas voltemos um pouco atrás, a 1922, ano em que outorgaram a favor da sua rendeira Maria Joana Gomes, viuva e residente na mesma freguesia, a quem aqueles, sendo senhores de um foro anual de uma galinha, um frango, uma dúzia de ovos e um alqueire de milho alvo, que era obrigada a pagar-lhes esta, lhe vendem uma casa e horta junta, sitos no lugar da Devesa, através da entrega do domínio directo pelo pagamento de vinte vezes o foro acrescido do respectivo laudémio de quarentena, liquidado à face da tarifa camarária deste concelho, importância total de duzentos e trinta escudos e quarenta e sete centavos, que já receberam. Em 1924, quando, residindo “acidentalmente” em Castelões,  como é referido no documento notarial, os irmãos outorgaram uma permuta de imóveis, na mesma freguesia de Garfe, com José Baptista da Silva e mulher Esmeralda de Oliveira Peixoto, proprietários e moradores, tendo trocado entre eles leiras e matas. Os irmãos, possuiram as vastíssimas propriedades herdadas, em comum até ao ano de 1959. A oito de Agosto desse ano, fizeram perante o notário João Machado da Silva, na Póvoa de Lanhoso a partilha desses bens, nos seguintes termos. “Divisão de bens comuns: os doutores Francisco da Cruz Vieira e Brito e António da Cruz Vieira e Brito são proprietários em comum de um conjunto de prédios descritos em letra de máquina em onze meias folhas de papel selado de cinco escudos (…); o valor global dos bens comuns é de cento e sessenta e sete mil, seiscentos e trinta e quatro escudos (…), tendo o quinhão do primeiro outorgante o valor de oitenta e três mil oitocentos e dezassete escudos sendo de igual valor e o do segundo”. Que não lhes sendo conveniente continuar na “indecisão”, decidiram dividi-los entre si, criando para a partilha dois lotes, sendo o lote A e o lote B. Ao primeiro são entregues todos os prédios constantes do lote A, com suas águas e outros pertences (…), tornando aos segundos outorgantes o valor em dinheiro de mil cento e treze escudos. Refira-se, para se entender do que falamos, que os dois irmãos, Francisco e António, foram únicos e universais herdeiros do seu tio, reverendo João Mara Ribeiro de Vieira e Brito, falecido em Rendufinho, Póvoa de Lanhoso, em nove de Julho de 1954. A relação de bens herdados deste comporta 216 prédios, pelo valor matricial de 571.674$00. Não podemos deixar de dizer, contudo, que o valor matricial destas propriedades é infinitamente inferior ao valor real das propriedades, pois, como veremos já de seguida, por apenas dois campos e uma sorte de mato, pagaria o Dr. Francisco, dois anos depois, quase meia centena de contos. Certo é que Francisco da Cruz Vieira e Brito possuía, em meados da década de 1950, cerca de 200 prédios, entre urbanos ou rústicos, situados nas freguesias de Rendufinho, Garfe, Serzedelo, S. João de Rei, Oliveira e Friande[14], aos quais se juntavam outros ainda não inventariados, nomeadamente uma quinta em Porto d’Ave, freguesia de Taíde, que viria a legar à Irmandade da Senhora do Porto. Apesar do seu vastíssimo património imobiliário, o Dr. Francisco, em 1956, continuava a comprar propriedades, como aconteceu com os campos da Senra e da Leira, com água de lima e rega da poça do Verdeal, e com a sorte do mato da Volta ou do Penedo da Boca Aberta ou ainda das Trinta Carvalhas, na freguesia de Taíde, adquiridas por quarenta e cinco mil escudos a Parcídio Joaquim Fernandes Vaz, solteiro, maior, empregado comercial residente na rua do Monte Cativo, número 440, na cidade do Porto. Falta-nos apurar todas as benemerências feitas em Porto d’Ave, mas é certo que para além de doações, pagou do seu bolso várias obras feitas no santuário. O Dr. Francisco da Cruz Vieira e Brito faleceu, solteiro, na sua residência, sita à freguesia de São Victor, em Braga, em oito de Junho de 1968, depois de uma “melindrosa operação. Tinha 74 anos de idade e foi sepultado no cemitério de Castelões, concelho da Guimarães

     

     

     

     


  • S. josé – Coimbra – 75 Anos de Uma Paróquia Viva

    S. josé – Coimbra – 75 Anos de Uma Paróquia Viva(€15.00)

    João Castelhano, Mário Nunes & João José Rebelo – S. José – Coimbra – 75 Anos de Uma Paróquia Viva (Comemorações das Bodas de Diamantes 1932-2007) – Diocese de Coimbra – Paróquia de S.José – Coimbra – 2008.Desc.(191)Pág.Br.Ilust


  • Longos Dias Têm Cem Anos Presença de Vieira da Silva

    Longos Dias Têm Cem Anos Presença de Vieira da Silva(€25.00)

    Agustina Bessa-luís – Longos Dias Têm Cem Anos Presença de Vieira da Silva – Colecção Arte e Artistas / Imprensa Nacional-casada Moeda – Lisboa – 1982.Desc.(116)Pág + (9)gravuras.Br.Ilust


  • Dordio Gomes (Pintor Alentejano) – Estudo Biográfico

    Dordio Gomes (Pintor Alentejano) – Estudo Biográfico(€17.00)

    Celestino David – Dordio Gomes (Pintor Alentejano) – Estudo Biográfico – Edição – Junta de Província do Alto Alentejo – Évora – 1958.Desc.(53)Pág.Br.Ilust

     

     

    Dordio Gomes

    Simão César Dórdio Gomes (ou Dordio Gomes) (Arraiolos, 26 de julhode 1890 — Porto, 12 de julho de 1976) foi um pintor modernista português Estudou na Academia Real de Belas Artes, onde foi aluno de Luciano Freire e Veloso Salgado, tendo-se formado em Pintura Histórica em 1910. Nesse ano parte para Paris, como bolseiro, frequentando a Academia Julian e as aulas de Jean-Paul Laurens, mas a bolsa é anulada em 1911 por razões a que foi totalmente alheio e Dordio Gomes volta a residir em Arraiolos. Regressa a Paris em 1921 para uma permanência de 5 anos; frequenta a Escola Nacional de Belas Artes de Paris e o ateliê de Ferdinand Cormon. Participa no Salon d’Automne de 1922 em Paris. Viaja pela Bélgica, Suíça, Holanda e faz uma estadia de 8 meses em Itália, onde o conhecimento da obra dos grandes mestres lhe desperta o interesse pela pintura a fresco (importante para o entendimento da sua obra final). A pintura de Dordio altera-se através do contacto com as novas correntes internacionais. Em conjunto com Henrique Franco, Alfredo Miguéis, Francisco Franco e Diogo de Macedo, organiza e participa na exposição Cinco Independentes, 1923, (SNBA) – em que também participam, como convidados Mily Possoz, Eduardo Viana e Almada Negreiros, que se tornará num marco importante na afirmação do modernismo na década de 1920. Em 1933 fixa-se no Porto. A partir de 1934 e até à data da sua reforma, em 1960, leciona na Escola de Belas-Artes do Porto. De “ardente e comovedora simpatia”, afável e apaixonado pela arte e pelo ensino, irá realizar “uma notável obra docente, promovendo uma geração de pintores que se distinguiu nos anos 40 e 50”. Tem colaboração artística em diversas publicações periódicas entre as quais a II série da revista Alma nova (1915-1918) e a Contemporânea. A 18 de novembro de 1960, foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. Embora tenha sido aluno de Luciano Freire e Veloso Salgado, o seu trabalho inicial está marcado pela influência do naturalismo de Malhoa mas, mais ainda, pela obra exemplar de Columbano, “o que levou os primeiros críticos a considerá-lo aluno deste grande mestre”. Ao longo da segunda permanência em Paris a sua pintura sofre um redirecionamento. Não são muitas as obras realizadas nestes 5 anos, “cerca de três dezenas de quadros, dos quais apenas uma escassa dúzia são nossos conhecidos”, mas a mudança é profunda: “são obras laboriosas, por vezes massacradas”, intensas, onde se aproxima de valores cubistas e expressionistas, como acontece em Casas de Malakoff, 1923 (coleção do Museu Nacional Soares dos Reis). Mas o efeito de longo prazo dessa estadia prende-se acima de tudo com a assimilação das descobertas de Cézanne. Em Paris, “o tímido pintor naturalista […] entendeu um novo sistema de formas através da lição de Cézanne”; as suas composições da época, “de grande solidez, com a exigência geométrica dos seus volumes, a cor sombria dos corpos, são inteiramente novas na pintura nacional”. Após o regresso a Arraiolos, em 1926, Dordio começa “uma nova fase da sua pintura”; pinta paisagens do Alentejo, sobreiros e cavalos – como em Éguas de manada, 1929 (coleção do Museu do Chiado), onde se sente talvez “a memória da originalíssima pintura de Franz Marc e do seu misticismo animalista” –, e “imagens da vida provincial, com seus labores de campo e seus trabalhadores, numa «urdidura alacre e dissonante»”. Durante quatro anos irá alternar entre obras de pequeno formato – realizadas certamente em contacto direto com o motivo, onde se sente a herança expressionista e “onde vibra a impressão direta, o domínio imediato e poderoso da natureza” –, e grandes painéis decorativos para o salão nobre dos Paços do Conselho, mais convencionais, cuja “narrativa quase afoga e suplanta o vigor da expressão plástica”. A mudança para o Porto em 1933 traduz-se numa alteração das suas opções cromáticas, e a luminosidade viva e quente das terras alentejanas cede o lugar a uma paleta de valores mais ténues e envolventes, como acontece em O rio Douro, 1935. Pintará inúmeras vezes essa cidade, o Douro e as suas pontes, em obras de poderoso efeito plástico em que por vezes se sente a reaproximação “a uma poética de cariz oitocentista”. Nas décadas finais trabalha uma enorme diversidade de temas – dos retratos de família às paisagens e gentes do norte ou do Alentejo, que continua a visitar periodicamente –, com resultados irregulares, alternando pinturas de grande solidez e obras de cariz mais convencional, quase sempre encomendas realizadas com a técnica do fresco. “As composições mitológicas, religiosas ou históricas que realizou [nos últimos anos], tradicionais ou com esforço de modernização formal […], não ajudam mais a definir a sua obra”, refletindo talvez “a influência de artistas mais novos do Porto, seus discípulos” (mas mesmo aqui, nos melhores momentos, Dordio parece aproximar-se da força de muralistas como Orozco ou Siqueiros, como acontece com a imagem dos Apóstolos no fresco da igreja dos Redentoristas, Porto).

     


  • Retalhos da Vida de um Médico

    Retalhos da Vida de um Médico «€120.00»

    Fernando Namora – Retalhos da Vida de um Médico (ilustrações de Júlio Resende & Prefácio de Álvaro Salema) – Edição Comemorativa de XXV Aniversário da Publicação – Artis Editora – 1976 – Lisboa – Desc.[447] + [20 + 11 Estampas] / 22 cm x 30cm/ E. Muito Ilustrado

     

     

     

    Fernando Gonçalves Namora (Condeixa-a-Nova, Condeixa-a-Nova, 15 de Abril de 1919 – Lisboa, 31 de Janeiro de 1989) foi um médico e escritor português, autor duma extensa obra, das mais divulgadas e traduzidas nos anos 70 e 80.Existe uma escola secundária com o seu nome em Condeixa-a-Nova. Licenciado em Medicina (1942) pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, pertenceu à geração de 40, grupo literário que reuniu personalidades marcantes como Carlos de Oliveira, Mário Dionísio, Joaquim Namorado ou João José Cochofel, moldando-o, certamente, como homem, à semelhança do exercício da profissão médica, primeiro na sua terra natal depois nas regiões da Beira Baixa e Alentejo, em locais como Tinalhas, Monsanto e Pavia, até que, em 1951, acabaria por se instalar em Lisboa – onde, curiosamente, muito jovem estudara no Liceu Camões -, como médico assistente do Instituto Português de Oncologia. O seu volume de estreia foi Relevos (1937), livro de poesia, porventura sob a influência de Afonso Duarte e do grupo da Presença. Mas já publicara em conjunto com Carlos de Oliveira e Artur Varela, um pequeno livro de contos Cabeças de Barro. Em (1938) surge o seu primeiro romance As Sete Partidas do Mundo que viria a ser galardoado com o Prémio Almeida Garrett no mesmo ano em que recebe o Prémio Mestre António Augusto Gonçalves, de artes plásticas – na categoria de pintura. Ainda estudante e com outros companheiros de geração funda a revista Altitude e envolve-se activamente no projecto do Novo Cancioneiro (1941), colecção poética de 10 volumes que se inicia com o seu livro-poema Terra, assinalando o advento do neo-realismo, tendo esta iniciativa colectiva, nascida nas tertúlias de Coimbra, de João José Cochofel, demarcado esse ponto de viragem na literatura portuguesa. Na mesma linha estética, embora em ficção, é lançada a colecção dos Novos Prosadores (1943), pela Coimbra Editora, reunindo os romances Fogo na Noite Escura, do biografado, Casa na Duna, de Carlos de Oliveira, Onde Tudo Foi Morrendo, de Vergílio Ferreira, Nevoeiro, de Mário Braga ou O Dia Cinzento, de Mário Dionísio, entre outros. Com uma obra literária que se desenvolve ao longo de cinco décadas é de salientar a sua precoce vocação artística, de feição naturalista e poética, tal como a importância do período de formação em Coimbra, mais as suas tertúlias e movimentos estudantis. Ao dar-se o amadurecimento estético do neo-realismo e coincidente com as vivências dos anos 50, enveredaria por novos caminhos, através de uma interpretação pessoal da narrativa, que o levaria a situar-se entre a ficção e a análise social. Os muitos textos que escreveu, nos diferentes momentos ou fases da vida literária, apresentam retratos com aspectos de picaresco, observações naturalistas e algum existencialismo. Independentemente do enquadramento, Namora foi um escritor dotado de uma profunda capacidade de análise psicológica, inseparável de uma grande sensibilidade e linguagem poética. Escreveu, para além de obras de poesia e romances, contos, memórias e impressões de viagem, com destaque para os cadernos de um escritor, que proporcionam um diálogo vivo com o leitor, a abertura a outras culturas, terras e gentes, a visão de um mundo em transformação, de uma realidade emergente, expressa em Estamos no Vento (Fevereiro de 1974). Entre os muitos títulos que publica em prosa contam-se Fogo na Noite Escura (1943), Casa da Malta (1945), As Minas de S. Francisco (1946), (capítulo inédito publicado no nº 16 da revista Mundo Literário existente entre 1946 e 1948), Retalhos da Vida de um Médico (1949 e 1963), A Noite e a Madrugada (1950), O Trigo e o Joio (1954), O Homem Disfarçado (1957), Cidade Solitária (1959), Domingo à Tarde (1961, Prémio José Lins do Rego), Os Clandestinos (1972), Resposta a Matilde (1980) e O Rio Triste (1982, Prémio Fernando Chinaglia, Prémio Fialho de Almeida e Prémio D. Dinis). Ou, as biografias romanceadas de Deuses e Demónios da Medicina (1952). Além dos títulos já referidos, publicou em poesia Mar de Sargaços (1940), Marketing (1969) e Nome para uma Casa (1984) . Toda a sua produção poética seminal foi reunida numa antologia(1959) denominada As Frias Madrugadas. Escreveu ainda sobre o mundo e a sociedade em geral, na forma de narrativas romanceadas ou de anotações de viagem e reflexões críticas, sendo disso exemplo Diálogo em Setembro (1966), Um Sino na Montanha (1968), Os Adoradores do Sol (1971), Estamos no Vento (1974), A Nave de Pedra (1975), Cavalgada Cinzenta (1977), URSS, Mal Amada, Bem Amada e Sentados na Relva, ambos de (1986). Porém, foram romances como os Retalhos da Vida de um Médico, O Trigo e o Joio, Domingo à Tarde, O Homem Disfarçado ou O Rio Triste, que vieram a ser traduzidos em diversas línguas, tendo inclusive, em 1981, sido proposto para o Prémio Nobel da Literatura, pela Academia das Ciências de Lisboa e pelo PEN Clube. Se quisermos contextualizar, sistematizar a sua obra em fases distintas de criação literária, podemos identificar: (1) o ciclo de juventude, principalmente enquanto estudante em Coimbra, coincidente com o livro-poema Terra e o romance Fogo na Noite Escura; (2) o ciclo rural, entre 1943 e 1950, representado pelas novelas Casa da Malta (escrita em 8 dias) e Minas de San Francisco, ou pelos romances A Noite e a Madrugada, O Trigo e o Joio sem esquecer os Retalhos da Vida de um Médico, cuja edição espanhola (1ª tradução) apresenta o prefácio de (Gregório Marañón); (3) o ciclo urbano, coincidente com a sua vinda para Lisboa, marcado pela solidão e vivências do quotidiano, e que se terá reflectido no romance O Homem Disfarçado, em Cidade Solitária ou no Domingo à Tarde; (4) o ciclo cosmopolita, ou seja, dos cadernos de um escritor, balizado no final dos anos 60 e década de 70, explicado pelas muitas viagens que fez, nomeadamente à Escandinávia, e pela sua participação nos encontros de Genebra; (5) o ciclo final, entre a ficção contemporânea, onde se insere o romance O Rio Triste ou Resposta a Matilde, intitulado pelo próprio divertimento, e as reflexões íntimas de Jornal sem Data (1988). Sendo talvez uma das suas obras mais conhecidas, Retalhos da Vida de um Médico, foi a primeira a ser adaptada ao cinema, por intermédio do realizador Jorge Brum do Canto (em 1962, filme seleccionado para o Festival de Berlim), seguindo-se a série televisiva, da responsabilidade de Artur Ramos e Jaime Silva (1979-1980). O Trigo e o Joio foi adaptado para o cinema em 1965, por Manuel Guimarães, com Manuel da Fonseca. Do mesmo realizador, para televisão e em 1969, tem-se Fernando Namora. Domingo à Tarde (seleccionado para o Festival de Veneza), foi realizado por António de Macedo em 1965 e contou com actores como Isabel de Castro, Ruy de Carvalho e Isabel Ruth. Em 1975, surge Fernando Namora – Vida e Obra, realizado por Sérgio Ferreira. Também em 1975 Namora colaborou na publicação periódica Jornal do Caso República(1975) A Noite e a Madrugada, de 1985, deve a sua realização a Artur Ramos. Resposta a Matilde, de 1986, foi adaptado a televisão por Dinis Machado e Artur Ramos’, com a participação de Raúl Solnado e Rogério Paulo. Em 1990, regista-se O Rapaz do Tambor, curta metragem de Vítor Silva. Foi sepultado no Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.


    Resultado de imagem para júlio resendeJúlio Martins Resende da Silva Dias (Porto, 23 de Outubro de 1917 — Valbom, Gondomar, Portugal, 21 de Setembro de 2011) foi um pintor português. Nasceu no número 14 da Rua Actor João das Regras (antiga Travessa de Sá de Noronha), no Porto, juntamente com o seu irmão, o maestro Resende Dias. Diplomou-se em Pintura em 1945 pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto, onde foi discípulo de Dórdio Gomes. Fez a sua primeira aparição pública em 1944 na I Exposição dos Independentes. Em 1948 partiu para Paris recebendo formação de Duco de la Haix e de Otto Friez. O trabalho produzido em terras gaulesas é exposto em Portugal em 1949 e as propostas actualizadas que Resende demonstra são acusadas pelos artistas portugueses, definindo a sua vocação de expressionista. Assimilou algum cubismo, vai construir na sua fase alentejana, e mais tarde no Porto, uma pintura caracterizada pela plasticidade e dinâmica, de malhas triangulares ou quadrangulares, aproximando-se de forma progressiva da não figuração. Do geometrismo ao não figurativismo, do gestualismo ao neofigurativo, a sua arte desenvolve-se numa encruzilhada de pesquisas, cuja dominante será sempre expressionista e lírica. Pintor de transição entre o figurativo e o abstracto, Resende distingue-se também como professor, trazendo à escola do Porto um novo espírito aos alunos que a frequentaram na década de 1960. A obra pictórica de Júlio Resende revela que ele compreendeu a pintura europeia, porque a observou, experimentou e soube transmitir aos pintores e aos alunos que ele formou na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Morreu no dia 21 de Setembro de 2011 aos 93 anos

     

     


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