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  • Maria Veleda (1871-1955) Uma Professora Feminista Republicana e Livre-Pensadora

    Maria Veleda (1871-1955) Uma Professora Feminista Republicana e Livre-Pensadora (€20.00)

    Natividade Monteiro – Maria Veleda (1871-1955) Uma Professora Feminista Republicana e Livre-Pensadora – Gente Singular Editora – Olhão – 2012.Desc.(475) pág.B

    Maria Veleda (1871-1955)

    Maria Veleda, pseudónimo de Maria Carolina Frederico Crispim (Faro, São Pedro, 26 fevereiro de 1871 – Lisboa, Santa Engrácia, 8 de abril de 1955), foi uma professora, jornalista, ativista feminista, republicana, livre pensadora, maçónica e espiritualista portuguesa. Foi pioneira na luta pela educação das crianças, dos direitos das mulheres e na propaganda dos ideais republicanos, sendo uma das mais importantes dirigentes de um dos primeiros movimentos feministas portugueses, a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas. Filha de João Diogo Frederico Crispim, responsável cultural da Sociedade Teatral de Faro, e de Carlota Perpétua da Cruz, ambos proprietários abastados, cuja fortuna foi, posteriormente, perdida, Maria Carolina Frederico Crispim nasceu a 26 de Fevereiro de 1871, na Rua da Parreira, na antiga freguesia de São Pedro, Faro, no seio de uma família tradicionalmente católica, tendo manifestado desejos, já na sua juventude, de professar. Eram seus avós paternos Diogo Frederico Crispim e Guiomar Teresa, e maternos Manuel da Cruz e Maria de Jesus.Muito cedo começou a trabalhar, dando inicialmente explicações na sua cidade natal, e, posteriormente, exercendo no ensino particular como professora primária em várias localidades do Algarve e Alentejo, a fim de ajudar a sua mãe e irmão mais novo que se encontravam numa situação económica difícil, após o inesperado falecimento de seu pai em 1882. Aos dezanove anos fez a sua estreia literária no jornal provinciano O Distrito de Farocom a publicação de poesia, contos e novelas. De início, as suas produções em prosa e em verso revestiram-se de um carácter meramente literário, contudo, rapidamente notabilizou-se pelo amadurecimento de estilo nas suas obras. A partir daí, a sua atividade literária contou com colaborações e contribuições na imprensade todo o país, tais como nas revistas e periódicos A Tradição (1899/1904), Ave Azul(1899/1900), Nova Aurora (1900/1901), O Círculo das Caldas (1901), Germinal(1901/1902), Lisboa Elegante (1902), Sociedade Futura (1902/1904), O Independente (1902/1906), O Cruzeiro do Sul (1903), O Diário Ilustrado, A Vanguarda, O Mundo, O Repórter, O Século, A Pátria de Luanda ou ainda no Almanaque das Senhoras, expandindo o seu reportório para temas de carácter feministas e educativos, adoptando e defendendo abertamente um pensamento na linha da escola moderna de Francisco Ferrer. Em 1902, publicou uma colecção de contos para crianças, intitulada «Cor-de-Rosa», dos quais saíram doze fascículos mensais que se esgotaram rapidamente, assim como o opúsculo “Emancipação Feminina”, onde exaltava os ideais republicanos e feministas. Na década de 1880 conheceu o advogado, dramaturgo e poeta algarvio Francisco Xavier Cândido Guerreiro (1871-1953), por quem se apaixonou e com quem se juntou, não querendo no entanto se casar por acreditar que um casamento se devia fazer “por amor e não por conveniências sociais”. Em 1890 adoptou Luís Frederico Viegas, com apenas 14 meses de idade, sendo filho da caseira da quinta dos seus pais que havia precocemente falecido, e em 1899, teve o seu filho biológico Cândido Guerreiro Xavier da Franca, na aldeia de Odivelas, em Ferreira do Alentejo, que foi apadrinhado pelo irmão adoptivo. Em 1902 separou-se de Francisco Cândido Guerreiro, que, em 1909, casaria com Margarida Sousa Costa, em Loulé. Com trinta e quatro anos de idade, em 1905, já sob o pseudónimo Maria Veleda, decidiu fixar-se em Lisboa, levando consigo os seus dois filhos e a sua mãe. Durante esse período inicial, trabalhou como professora num asilo e depois num colégioprivado, de onde foi despedida por desconfiarem que estivesse tuberculosa, vivendo, por um largo período, com grandes dificuldades económicas para alimentar a sua família, numa sociedade profundamente conservadora, marcada pelo preconceito face à sua condição de mulher independente e mãe solteira. Após, começou a leccionar como professora regente no Centro Escolar Republicano Dr. Afonso Costa, situado na Calçada de Arroios e dirigido pelo republicano Alves Torgo, onde criou dois cursos noturnos para mulheres, totalmente gratuitos, para ensinar a ler e escrever, e se cruzou com algumas das mais importantes figuras do idealismo republicano português que ali se reuniam à noite, ainda durante os últimos anos da Monarquia Portuguesa, tais como Magalhães Lima, Ricardo Covões, Afonso Costa, Manuel de Arriaga, Bernardino Machado, António José de Almeida, Alexandre Braga, Teófilo Braga ou ainda Ana de Castro Osório e o seu marido Paulino de Oliveira. É durante este período que começou a desvincular-se da produção literária e passou a interessar-se profundamente pelo ativismo social e pela causa feminista, começando por intervir publicamente em palestras e conferências sobre a emancipação feminina e a educação integral para ambos os sexos. Nos seguintes anos leccionou nos Centros Republicanos António José de Almeida e Boto Machado.Em 1906, aderiu ao Livre-Pensamento e foi iniciada na Maçonaria, nomeadamente na Loja Humanidade, com o nome simbólico de Angústias, tornando-se numa das maiores propagandistas da liberdade de consciência e do anticlericalismo. Um ano depois, Maria Veleda integrou a comissão organizadora do 1.º Congresso do Livre Pensamento, juntamente com José França, Augusto José Vieira, Lourenço Correia Gomes e Francisco Teixeira, e foi uma das fundadoras do Grupo Português dos Estudos Feministas. Após o regicídio, intensificou o seu papel como propagandista republicana.Em 1909, aderiu à Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, criada pela jornalista e escritora Ana de Castro Osório e as médicas Carolina Beatriz Ângeloe Adelaide Cabete, às quais se juntaram Adelaide Cunha Barradas, Amélia França Borges, Ana Maria Gonçalves Dias, Camila Sousa Lopes, Fausta Pinto da Gama, Filomena Honorina da Costa, Maria Benedita Mouzinho de Albuquerque Pinho e Rita Dantas Machado, entre muitas outras militantes feministas. Apesar de Maria Veleda ser inseparável das três primeiras dirigentes principais, não fez parte da comissão organizadora da organização, porque António José de Almeida a julgava demasiado revolucionária, e acreditava que isso poderia intimidar as mulheres mais conservadoras que nela quisessem ingressar. Mesmo assim, esta manteve-se bastante ativa dentro do movimento e fundou a iniciativa Obra Maternal, para acolher e educar crianças abandonadas ou em perigo moral, e o Grupo Dramático da LRMP, tendo escrito várias peças de teatro, assim como foi escolhida para dirigir a revista A Mulher e a Criança, em 1910, juntamente com Lenia Loyo Pequito e Ana Maria Gonçalves Dias.Com a implantação da República a 5 de Outubro de 1910, as feministas republicanas que militavam na Liga Republicana das Mulheres Portuguesasjulgaram que havia chegado o momento de apresentarem as suas reivindicações ao novo regime político, contudo esta situação veio a criar divergências no seio do movimento, sobretudo entre Maria Veleda e a dirigente Ana de Castro Osório. Tentando não criar crispações com o Governo, as conservadoras, que Maria Veleda apelidava de ‘elite’, pediram o direito ao voto apenas para as mulheres que pagassem impostos, fossem maiores de idade e que fossem instruídas. Acreditando que este facto restringia o direito ao voto feminino e assim agravava a situação de desigualdade existente entre as mulheres portuguesas, Maria Veleda argumentou que a maioria não teria sequer a oportunidade de aceder à instrução de modo a ter autonomia económica ou obter a sua total emancipação da tutela masculina. Para Maria Veleda, se se reconhecia às mulheres o direito de voto, era uma incoerência reclamá-lo só para aquelas que tivessem posses ou fossem consideradas intelectuais. Na sua opinião, devia pedir-se “tudo” e se não dessem “tudo”, não se aceitaria “nada”.Devido à crispação das duas facções, em 1911, Ana de Castro Osório demitiu-se da LRMP e Maria Veleda tomou o seu lugar na presidência da organização, com o apoio de uma larga maioria, sendo em 1912, nomeada pelo governo Delegada de Vigilância da Tutoria Central da Infância de Lisboa, órgão que precedeu os Tribunais de Família e Menores, eleita diretora do periódico feminista A Madrugada e fundadora do movimento Grupo das Treze, constituído simbolicamente por treze mulheres que pretendiam combater a ignorância e as superstições, o obscurantismo, o dogmatismo religioso e o conservadorismo que afetavam a sociedade portuguesa e impediam a emancipação das mulheres e o progresso humano.Com quarenta e quatro anos de idade, em 1915, rompeu os seus laços com a LRMP, por o movimento se ter assumido como apartidário, filiando-se a título individual no Partido Democrático, e acompanhada por um grupo de dissidentes fundou, no último trimestre desse mesmo ano, a Associação Feminina de Propaganda Democrática, com a intenção de apoiar a intervenção política de Afonso Costa, figura respeitada e admirada pela generalidade das militantes republicanas, feministas e maçónicas. Em consequência da ditadura de Joaquim Pimenta de Castro, juntou-se aos conspiradores na preparação do golpe revolucionário que destituiu o governo ditatorial e integrou o grupo de pressão que defendeu a entrada de Portugal na Primeira Grande Guerra.Por volta de 1916, a sua preocupação com o sentido da existência levou-a a tomar contacto com os conceitos do espiritualismo e do esoterismo, tal como Maria O’Neill, tendo aderido ao espiritismo filosófico, científico e experimental. Fundou o Grupo das Sete, que mais tarde se transformou no Centro Espiritualista Luz e Amor, tornou-se num dos elementos dinamizadores do I Congresso Espírita Português em 1925 e participou na fundação da Federação Espírita Portuguesa em 1926. Durante esse período fundou as revistas A Asa, O Futuro e A Vanguarda Espírita, tendo colaborado na imprensa espiritualista de todo o país, à época.Desiludida com a atuação dos governos da Primeira República Portuguesa, que não cumpriram as promessas de conceder o voto às mulheres, entre derradeiros momentos de instabilidade governativa e com muitas divergências internas, Maria Veleda decidiu abandonar o seu ativismo político em 1921, ficando bastante abalada pelos eventos da Noite Sangrenta, que originaram nos assassinatos de António Granjo, José Carlos da Maia e António Machado Santos. Após, continuou, durante alguns anos, a trabalhar como delegada de Vigilância, na Tutoria de Infância de Lisboa, e em 1950 publicou as suas “Memórias” no jornal República.Faleceu de insuficiência cardíaca aos 84 anos, onde vivia, na Avenida General Roçadas, número 5, rés-do-chão esquerdo, em Lisboa, sendo sepultada no Alto de São João. Em 1976, a Câmara Municipal de Lisboa homenageou a escritora e ativista dando o seu nome a uma rua na zona da Quinta dos Condes de Carnide, em Carnide. O seu nome também consta da toponímia de outras localidades portuguesas nomeadamente em Santo António dos Cavaleiros (Loures), Odivelas, Amadora, Alhos Vedros e Vale da Amoreira (Moita), Setúbal, Tavira, Sintra, Faro e Charneca da Caparica. A 5 de outubro de 2009, os CTT emitiram a coleção de selos Mulheres da República para homenagear as ativistas dos direitos femininos dos primeiros tempos da República, sendo representadas Maria Veleda, Ana de Castro Osório, Adelaide Cabete, Angelina Vidal, Carolina Beatriz Angelo, Carolina Michaëlis de Vasconcelos, Virgínia Quaresma e Emília de Sousa Costa.

     


  • Monumentos – Revista De Edifícios e Monumentos

  • Os Espanhóis e Portugal

    Os Espanhóis e Portugal «€30.00»

    José Freire Antunes – Os Espanhóis e Portugal – Oficina do Livro – Lisboa – 20023. Desc.[733] pág / 24 cm x 16 cm / E. Capa Original


  • O Meu Depoimento (Da Monarquia a 5 de Outubro de 1910)-1910

    O Meu Depoimento (Da Monarquia a 5 de Outubro de 1910) «€50.00»

    António Maria da Silva – O Meu Depoimento (Da Monarquia a 5 de Outubro de 1910) – (Documentos) – José Magalhães Godinho (Prefácio) – Editora Gráfica Portuguesa – Lisboa – 1974. Desc.[21 cm x 15 cm / Br.

     

     

    António Maria da Silva (1872-1950), engenheiro de minas de formação, emergiu de um passado político algo obscuro para se assumir como um dos líderes da Carbonária Portuguesa, cujo esforço conspirativo permitiu a vitória da Revolução do 5 de Outubro de 1910 e a instauração da República, fazendo dele um dos fundadores do novo regime. Durante a primeira fase da República (1910-1917), António Maria da Silva, primeiro como independente, depois como membro do Partido Republicano Português / Partido Democrático (PRP/PD), dedicou a sua atenção, sobretudo, a assuntos relacionados com o desenvolvimento económico do país, tendo liderado o Ministério do Fomento nos dois primeiros governos de Afonso Costa. Com a entrada de Portugal na Grande Guerra, integrou o governo da União Sagrada como ministro do Trabalho e Previdência Social, um cargo com uma dimensão notoriamente mais política do que o do Fomento e que lhe atribuiu responsabilidades na gestão de uma situação económico-social muito conturbada e com reflexos dramáticos nas condições básicas de vida da população.Entre meados de 1917 e meados de 1919, António Maria da Silva permaneceu afastado da ribalta, reaparecendo, depois, das cinzas do sidonismo, com desígnios políticos mais ambiciosos. Até aos inícios de 1922, conseguiu afirmar-se como a figura mais importante na elite dirigente do PRP/PD e, por consequência, como o político mais influente da República. Perante um ambiente político-social crescentemente bipolarizado entre um bloco radical e um bloco conservador, tentou transformar o seu partido – hegemónico e dominador – numa espécie de fiel da balança do regime, fazendo cedências a um e a outro, com o objetivo de garantir a estabilidade, a integridade e até mesmo a própria sobrevivência do regime republicano. Esta estratégia acabaria, porém, por não conseguir conter e gerir as tensões político-sociais do pós-Guerra, o que se revelou fatal, tanto para o seu partido, como para a República.António Maria da Silva foi presidente do Ministério por seis ocasiões, ocupou cargos ministeriais em seis governos chefiados por outros, e foi eleito deputado em todas as legislaturas da República, exceto na do período sidonista, factos que, só por si, nos dão conta da sua omnipresença na vida política da República. No entanto, António Maria da Silva não se dedicou apenas à política. Ao longo de boa parte da República, esteve à frente da Administração-Geral dos Correios e Telégrafos, onde desempenhou um papel de relevo na tentativa de construir uma rede radiotelegráfica em Portugal e que culminou no surgimento da Companhia Portuguesa Rádio Marconi, em 1925. Foi também Grão-Mestre Adjunto da Maçonaria entre dezembro de 1915 e dezembro de 1929, tendo substituído o Grão-Mestre por diversas ocasiões. Voltou a conspirar sempre que necessário: por exemplo, em 1918, durante o sidonismo, e, tudo indica, nos primeiros anos da Ditadura Militar. Contudo, foi apenas no 14 de Maio de 1915 que teve um dos papéis principais, quando integrou a Junta Revolucionária responsável pelo derrube da ditadura de Pimenta de Castro.Conspirador e hábil manobrador político, omnipresente e multifacetado, mas também mal–amado e controverso, António Maria da Silva, o “engenheiro” da República, é a complexa figura que procuramos dar a conhecer nesta obra.

  • Colecção Completa de Ramalho Ortigão / [As Farpas] + [Correio de Hoje] + [ Cronicas Portuenses] + [Folhas Soltas] + [Costumes e Perfis] + [John Bull] + [Banhos e Caldas e Águas Minerais] + [Notas de Viagem] + [Em Paris] + [A Holanda] + [Arte Portuguesa] + [Pela Terra Alheia] +[Farpas Esquecidas] + [Primeiras Prosas] + [Figuras e Questões Literárias] + [O Mistério da Estrada de Sintra] + [As Praias de Portugal] + [Contos e Paginas Dispersas] + [Ultimas Farpas]

    Colecção Completa de Ramalho Ortigão
    Colecção Completa de Ramalho Ortigão «€500.00»

    Ramalho Ortigão – [As Farpas] + [Correio de Hoje] + [ Cronicas Portuenses] + [Folhas Soltas] + [Costumes e Perfis] + [John Bull] + [Banhos e Caldas e Águas Minerais] + [Notas de Viagem] + [Em Paris] + [A Holanda] + [Arte Portuguesa] + [Pela Terra Alheia] +[Farpas Esquecidas] + [Primeiras Prosas] + [Figuras e Questões Literárias] + [O Mistério da Estrada de Sintra] + [As Praias de Portugal] + [Contos e Paginas Dispersas] + [Ultimas Farpas] – Livraria Clássica Editora – Lisboa 1943/1966. Desc.[XXXVIII + 270] + [279] + [288] + [318] + [318] + [300] + [326] + [323] + [301] + [302] + [322] + [259] +[241] + [247] + [259] + [199 + 204] + [298 + 236 + 262] + [282 + 310] + [200 + 202] + [260] + [309] + [342] + [303] + [275] + [285] + [253] + [287] + [290] + [212] + [490] + [229 + 223] + [318] + [254] / 18,5 cm x 12,5 cm / E. Pele

     

    Resultado de imagem para ramalho ortigãoJosé Duarte Ramalho Ortigão (Porto, Santo Ildefonso, Casa de Germalde, 24 de outubro de 1836 — Lisboa, Mercês, 27 de setembro de 1915) foi um escritor português. José Duarte Ramalho Ortigão nasceu no Porto, na Casa de Germalde, freguesia de Santo Ildefonso. Era o mais velho de nove irmãos, filhos do primeiro-tenente de artilharia Joaquim da Costa Ramalho Ortigão e de sua mulher D. Antónia Alves Duarte Silva. Viveu a sua infância numa quinta do Porto com a avó materna, com a educação a cargo de um tio-avô e padrinho Frei José do Sacramento. Em Coimbra, frequentou brevemente o curso de Direito. Ensinou francês e dirigiu o Colégio da Lapa no Porto, do qual seu pai havia sido diretor. Iniciou-se no jornalismo colaborando no Jornal do Porto e no jornal de cariz monárquico O Correio: Semanário Monárquico(1912-1913). Também foi colaborador em diversas publicações periódicas, em alguns casos postumamente, entre as quais se destaca: Acção realista (1924-1926); O António Maria(1879-1885;1891-1898); Branco e Negro (1896-1898); Brasil-Portugal (1899-1914); Contemporânea (1915-1926); A Esperança(1865-1866; Galeria republicana (1882-1883); Gazeta Literária do Porto (1868), Ideia Nacional  (1915), A Imprensa(1885-1891); O Occidente (1878-1915); Renascença (1878-1879?); Revista de Estudos Livres  (1883-1886), A semana de Lisboa (1893-1895); A Arte Portuguesa (1895); Tiro e Sport  (1904-1913); Serões (1901-1911); O Thalassa: semanario humoristico e de caricaturas (1913-1915). Em 24 de outubro de 1859 casou com D. Emília Isaura Vilaça de Araújo Vieira, de quem veio a ter três filhos: Vasco, Berta e Maria Feliciana. Ainda no Porto, envolveu-se na Questão Coimbrã com o folheto “Literatura de hoje”, acabando por enfrentar Antero de Quental num duelo de espadas, a quem apodou de cobarde por ter insultado o cego e velhinho António Feliciano de Castilho. Ramalho ficou fisicamente ferido no duelo travado, em 6 de fevereiro de 1866, no Jardim de Arca d’Água. No ano seguinte, em 1867, visita a Exposição Universal em Paris, de que resulta o livro Em Paris, primeiro de uma série de livros de viagens. Insatisfeito com a sua situação no Porto, muda-se para Lisboa com a família, obtendo uma vaga para oficial da Academia das Ciências de Lisboa. Reencontra em Lisboa o seu ex-aluno Eça de Queirós e com ele escreve um “romance execrável” (classificação dos autores no prefácio de 1884): O Mistério da Estrada de Sintra (1870), que marca o aparecimento do romance policial em Portugal. No mesmo ano, Ramalho Ortigão publica ainda Histórias cor-de-rosa e inicia a publicação de Correio de Hoje (1870-71). Em parceria com Eça de Queirós, surgem em 1871 os primeiros folhetos de As Farpas, de que vem a resultar a compilação em dois volumes sob o título Uma Campanha Alegre. Em finais de 1872, o seu amigo Eça de Queirós parte para Havana exercer o seu primeiro cargo consular no estrangeiro, continuando Ramalho Ortigão a redigir sozinho As Farpas. Entretanto, Ramalho Ortigão tornara-se uma das principais figuras da chamada Geração de 70. Vai acontecer com ele o que aconteceu com quase todos os membros dessa geração. Numa primeira fase, pretendiam aproximar Portugal das sociedades modernas europeias, cosmopolitas e anticlericais. Desiludidos com as luzes europeias do progresso material, porém, numa segunda fase voltaram-se para as raízes de Portugal e para o programa de um “reaportuguesamento de Portugal”. É dessa segunda fase a constituição do grupo “Os Vencidos da Vida”, do qual fizeram parte, além de Ramalho Ortigão, o Conde de Sabugosa, o Conde de Ficalho, o Marquês de Soveral, o Conde de Arnoso, Antero de Quental, Oliveira Martins, Guerra Junqueiro, Carlos Lobo de Ávila, Carlos de Lima Mayer e António Cândido. À intelectualidade proeminente da época juntava-se agora a nobreza, num último esforço para restaurar o prestígio da Monarquia, tendo o Rei D. Carlos I sido, significativamente, eleito por unanimidade “confrade suplente do grupo”. Na sequência do assassínio do Rei, em 1908, escreve D. Carlos o Martirizado. Com a implantação da República, em 1910, pede imediatamente a Teófilo Braga a demissão do cargo de bibliotecário da Real Biblioteca da Ajuda, escrevendo-lhe que se recusava a aderir à República “engrossando assim o abjecto número de percevejos que de um buraco estou vendo nojosamente cobrir o leito da governação”. Saiu em seguida para um exílio voluntário em Paris, onde vai começar a escrever as Últimas Farpas (1911-1914) contra o regime republicano. O conjunto de As Farpas, mais tarde reunidas em quinze volumes, a que há que acrescentar os dois volumes das Farpas Esquecidas, e o referido volume das Últimas Farpas, foi a obra que mais o notabilizou por estar escrita num português muito rico, com intuitos pedagógicos, sempre muito crítico e revelando fina capacidade de observação. Eça de Queirós escreveu que Ramalho Ortigão, em As Farpas, “estudou e pintou o seu país na alma e no corpo”. Regressa a Portugal em 1912 e, em 1914 dirige a célebre Carta de um velho a um novo, a João do Amaral, onde saúda o lançamento do movimento de ideias políticas denominado Integralismo Lusitano: “A orientação mental da mocidade contemporânea comparada à orientação dos rapazes do meu tempo estabelece entre as nossas respectivas cerebrações uma diferença de nível que desloca o eixo do respeito na sociedade em que vivemos obrigando a elite dos velhos a inclinar-se rendidamente à elite dos novos”. Vítima de cancro, recolheu-se na casa de saúde do Dr. Henrique de Barros, na então Praça do Rio de Janeiro, em Lisboa, vindo a falecer em 27 de setembro de 1915, na sua casa da Calçada dos Caetanos, na Freguesia da Lapa. Foi Comendador da Ordem Militar de Cristo e Comendador da Imperial Ordem da Rosa do Brasil. Além de bibliotecário na Real Biblioteca da Ajuda, foi Secretário e Oficial da Academia Nacional de Ciências, Vogal do Conselho dos Monumentos Nacionais, Membro da Sociedade Portuguesa de Geografia, da Academia das Belas Artes de Lisboa, do Grémio Literário, do Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, e da Sociedade de Concertos Clássicos do Rio de Janeiro. Em Espanha, foi-lhe atribuída a Grã-Cruz da Ordem de Isabel a Católica e foi membro da Academia de História de Madrid, da Sociedade Geográfica de Madrid, da Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, da Unión Ibero americana e da Real Academia Sevillana de Buenas Letras.Foram impressas duas notas de 50$00 Chapa 6 e 6A de Portugal com a sua imagem.


  • Igreja e Sociedade Portuguesa do Liberalismo a República

    Igreja e Sociedade Portuguesa do Liberalismo a República
    Igreja e Sociedade Portuguesa do Liberalismo a República «€20.00»

    Manuel Clemente – Igreja e Sociedade Portuguesa do Liberalismo a República – Grifo – Editores – Lisboa –  2002. Desc. 496 pág / 23 cm x 23,5 cm / Br.


  • Os Presidentes da República Portuguesa

    Os Presidentes da República Portuguesa
    Os Presidentes da República Portuguesa «€25.00»

    Rui Ramos – Manuel de Arriaga (1911-1915) / Teófilo Braga (1915) / Bernardino Machado (1915-1917 + 1925-1926) / Sidónio Pais (1918) / Canto e Castro (1918-1919) / António José de Almeida (1919-1923) / Manuel Teixeira Gomes (1923-1925) / Óscar Carmona (1926-1951) / Craveiro Lopes (1951-1958) / Américo Tomás (1958-1974) / António de Spínola (1974) / Costa Gomes (1974-1976) / Ramalho Eanes (1976-1986) / Mário Soares (1986.1996) / Jorge Sampaio (1996) – Conjunto de Notas Biográficas – Lisboa – 1999. Desc. 15 Opúsculo / 23 cm x 20 cm / Pasta


  • Os Pilares da Democracia

    Os Pilares da Democracia
    Os Pilares da Democracia «€12.50»

    Mário Saraiva –  Os Pilares da Democracia – Livraria – Livraria Clássica Editora – Lisboa – 1949. Desc. 103 pág / 18 cm x 13 cm / Br

    Mário António Caldas de Mello Saraiva  (Guimarães, 12 de Maio de 1910 – Vilar (Cadaval), 28 de Maio de 1998), médico, historiador, escritor e político. Notabilizou-se em estudos sebastiânicos e pessoanos, e sobretudo em matéria doutrinária política iniciando o Neo-Integralismo Lusitano. Filho do major José Augusto Saraiva afastado de serviço militar por ter proclamado a Monarquia do Norte (1919) .Pertenceu ao quadro de médicos civis da Força Aérea Portuguesa e antes disso, nos inícios dos anos 40, ao lado de Mário Cardia no Jornal do Médico, fez, pela primeira vez em Portugal, a defesa de um Serviço Nacional de Saúde. Acompanhou as organizações monárquicas desde os seus tempos escolares exercendo nelas vários cargos directivos, presidente da Junta Distrital de Lisboa da Causa Monárquica e membro da sua Comissão Doutrinária. Foi fundador do movimento Renovação Portuguesa e da Biblioteca do Pensamento Político. Em 1978, recebeu de D. Duarte Pio de Bragança a missão de constituir e secretariar o seu Conselho Privado que o fez até à sua morte.


  • Dicionário Enciclopédico da História de Portugal

    Dicionário Enciclopédico da História de Portugal
    Dicionário Enciclopédico da História de Portugal «€60.00»

    José  Costa  Pereira  (Coordenação) Álvaro Salema, Carlos Araújo, Helena Morbey, Maria  Helena  Porto Costa e Orlando Rocha Pinto (Equipa Redactorial) Fernando Barata (Assessor Iconográfico) – Dicionário Enciclopédico  da  História de Portugal  – Publicações Alfa – Lisboa – 1991. Desc. 498 + 497 pág / 30 cm x 23 cm / E. Ilust.


  • História da História de Portugal Sécs. XIX-XX

    História da História de Portugal Sécs. XIX-XX
    História da História de Portugal Sécs. XIX-XX «€50.00»

    Luís Reis Torgal, José Amado Mendes & Fernando Catroga – História da História de Portugal Sécs. XIX-XX – Circulo de Leitores – Lisboa – 1996. Desc. 719 pág / 27 cm x 20 cm / E. Ilust.


  • Fotobiografias Século XX

  • A Contra Revolução

    A Contra Revolução
    A Contra Revolução «€35.00»

    João Ameal – A Contra Revolução – Atlantida – Coimbra – 1928. Desc. 269 pág / 19.5 cm x 12 cm / E.

     

     

    João Francisco de Barbosa Azevedo de Sande Aires de Campos (Santa Cruz, Coimbra, 23 de Fevereiro de 1902 — Lisboa, 23 de a Setembro de 1982), conhecido com o pseudónimo literário João Ameal, foi um jornalista, escritor, politico, e historiador português. João Francisco de Barbosa Azevedo de Sande Aires de Campos ou João Ameal nasceu a 23 de Fevereiro de 1902, na freguesia de Santa Cruz, concelho de Coimbra.Era o 2.º visconde e 3.º conde do Ameal. Neto do famoso humanista e coleccionador de arte João Maria Correia Ayres de Campos, 1.º Conde do Ameal. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa.Foi membro da Junta Central da Legião Portuguesa, chegando a dirigir o seu Boletim. Foi deputado à Assembleia Nacional em 4 legislaturas (: III, IV, V e VI, 1942-1957)  Terminado o seu percurso na Assembleia Nacional foi ainda, entre 1957 e 1961, procurador à Câmara Corporativa na VII Legislatura. Como político, cedo se tinha revelado como um militante monárquico tradicionalista juntando-se, em 1923, ao chamado “Grupo dos Cinco” que, não seguindo a ruptura do Integralismo com D. Manuel II de Portugal, ajudou a criar a Acção Realista Portuguesa A sua História de Portugal, um trabalho multi-volume publicado pela primeira vez em 1941 foi galardoada com o Prémio Alexandre Herculano, em 1943. Na area da imprensa, encontra-se colaboração da sua autoria nas revistas Contemporânea  [1915]-1926, O domingo ilustrado  (1925-1927), Ilustração iniciada em 1926 e ainda na Mocidade Portuguesa Feminina: boletim mensal  (1939-1947). A 23 de Setembro de 1982, João Ameal morreu em Lisboa. Em 30 de Janeiro de 1965 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo. A investidura aconteceria no Salão Nobre do Palácio da Foz, em Lisboa. Em 30 de Junho de 1971 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. 


  • O Culto da Tradição

    O Culto da Tradição
    O Culto da Tradição «€20.00»

    Luís de Almeida Braga – O Culto da Tradição (Conferencia Realizada na Associação Católica do Porto na Noite de 26 de Março de 1916) – F. França Amado – Editora – Coimbra – 1916. Desc. 81 pág / 20 cm x 13 cm / Br. «1.ª Edição»

    Luís Carlos de Lima de Almeida Braga (Braga, 20 de Novembro de 1886 — Lisboa, 2 de Março de 1970), mais conhecido por Luís de Almeida Braga, foi um advogado, literato e político português, um dos fundadores do Integralismo Lusitano. Destacou-se no combate à Primeira  República Portuguesa e  ao Estado Novo. Ainda  muito jovem dirigiu o  semanário  monárquico de  Coimbra, Pátria  Nova  e colaborou nas revistas Atlântida (1915-1920) e Contemporânea (1915-1926). Estudou em Braga, no Colégio do Espírito Santo, e interrompeu os estudos de Direito em Coimbra para acorrer à Galiza. Para participar nas incursões monárquicas de 1911, contra a República, sob o comando de Paiva Couceiro e ao lado de Francisco Rolão Preto. Na sua passagem por Espanha, contactou o movimento carlista de Juan Vázquez de Mella, saindo depois para o exílio na Bélgica onde frequentou os círculos do sindicalismo católico. Frequentou as Universidades de Bruxelas e Gand, onde fundou a revista Alma Portuguesa (1913) e na qual cunhou a expressão “Integralismo Lusitano”, para designar um movimento estético-filosófico de renascimento católico. Em 1914, a expressão “Integralismo Lusitano” vem a designar um movimento político-cultural estabelecido em torno da revista Nação Portuguesa (Coimbra), cujo índice programático se intitulava “Monarquia tradicional, orgânica e anti-parlamentar”. Nesse ano, voltou a Portugal. Em 1916 concluiu a sua licenciatura em Direito na Universidade de Coimbra e surgiu como membro da Junta Central do Integralismo Lusitano. Em 1919, volta estar ao lado de Paiva Couceiro, desta vez como seu secretário no governo da Monarquia do Norte, sendo forçado a sair de novo para o exílio quando esta facção é derrotada. Veio a fundar e dirigir, em 1932, com Hipólito Raposo, a revista Integralismo Lusitano – Estudos Portugueses, demarcando-se da instalação do Estado Novo de Oliveira Salazar, e apoiando o Movimento Nacional-Sindicalista dirigido por Francisco Rolão Preto. Como advogado, após a morte de D. Manuel II de Portugal, ocorrida em 1932, destacou-se na defesa dos direitos de D. Duarte Nuno aos bens vinculados da Casa de Bragança, com os quais Salazar estabeleceu a Fundação da Casa de Bragança. A Causa Monárquica, em 1949, expulsou-o, bem como a Vieira de Almeida, pelo seu intransigente combate ao «Estado Novo». No ano seguinte, subscreveu o documento “Portugal restaurado pela Monarquia”, testamento político dos fundadores do Integralismo Lusitano. Após a morte de Hipólito Raposo, também líder de referência dos integralistas, Luís de Almeida Braga veio ainda combater o regime de Oliveira Salazar ao lado das jovens gerações: em 1957, esteve com a constituição do Movimento dos Monárquicos Independentes; apoiou e promoveu com Rolão Preto a candidatura do general Humberto Delgado à presidência da República, destacando-se uma vez mais como advogado, agora na defesa de Henrique Galvão (do assalto ao Paquete «Santa Maria»). Esteve depois com Francisco Rolão Preto, Mário Saraiva e Henrique Barrilaro Ruas no lançamento do movimento da “Renovação Portuguesa” e da “Biblioteca do Pensamento Político”, em torno da qual se vieram a juntar Manoel Galvão, António Jacinto Ferreira, Fernão Pacheco de Castro, Sá Perry-Vidal, entre outros. Dirigiu o Instituto Minhoto de Estudos Regionais e respectivo órgão de comunicação, a revista Mínia. Foi também presidente da Confraria do Bom Jesus do Monte.


  • Colecção de Tratados Convenções e Outros Actos Públicos Internacionais Relativos a Portugal

    Colecção de Tratados Convenções e Outros Actos Públicos Internacionais Relativos a Portugal
    Colecção de Tratados Convenções e Outros Actos Públicos Internacionais Relativos a Portugal «€60.00»

    Henrique Martins de Carvalho – Colecção de Tratados Convenções e Outros Actos Públicos Internacionais Relativos a Portugal [Vol. 1 -1914-1916] [Vol. 2 – 1917-1919] – Academia Internacional da Cultura Portuguesa – Lisboa – 1969/71. Desc. 436 + 621 pág / 23 cm x 16 cm / Br.