
Vitorino Magalhães Godinho – Estrutura da Antiga Sociedade Portuguesa (Colecção Temas Portugueses) – Editora Arcádia – Lisboa – 1977.Desc.(318)Pág.Br.
Compra e Venda de Livros, Manuscritos
Vitorino Magalhães Godinho – Estrutura da Antiga Sociedade Portuguesa (Colecção Temas Portugueses) – Editora Arcádia – Lisboa – 1977.Desc.(318)Pág.Br.
Romeu de Melo – A Evolução Humana – Galeria Panorama – Lisboa – 1969.Desc.(246)Pág.Br.
Joel Serrão – Portugal Somos – Livros Horizonte – Lisboa – 1975.Desc.(289)Pág.Br.
Joel Justino Baptista Serrão – (Santo António, Funchal, 12 de dezembrode 1919 — Sesimbra, 5 de março de 2008) foi um historiador português. Joel Serrão licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 1942 foi, juntamente com Rui Grácio, director do jornal cultural Horizonteeditado pela Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. Este jornal publicava escritos de autores ligados ao Neorealismo; por esse motivo teve um período de vida relativamente curto pois aquela Faculdade, assim como outras, estavam sujeitas a vigilância constante por parte da PIDE e Joel Serrão era próximo do grupo antifascista, como se dizia então, da Faculdade de Letras. De 1948 a 1972, foi professor do liceu em Viseu, Funchal, Setúbal e Lisboa. Foi professor do Instituto Superior de Economia da Universidade Técnica de Lisboa e da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e dirigiu o Centro de Estudos de História do Atlântico (Madeira); foi membro do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian e foi também professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. A 15 de Julho de 1987 foi feito Comendador da Ordem da Liberdade.
Roberto Cardoso de Oliveira – A Sociologia do Brasil Indígena – Editora Universidad de Brasília – Rio de Janeiro – 1978.Desc.(222)Pág.Br.
Roberto da Matta – Carnavais Malandros e Heróis (Para Uma Sociologia do Dilema Brasileiro) – Zahar – Editores – Rio de Janeiro – 1983.Desc.(272)Pág.Br.
Arquipélago – Ciências Sociais – Revista da Universidade dos Açores (7-8) – Fernando Jorge Afonso Diogo – Cultura de Pobreza: Uma Abordagem Crítica da Teoria / Francisco Carmo – Religião é Cultura / José Pedro Gaspar – Projecto de Musealização de Uma Tanoaria da Vila de Lagoa / Lino Briguglio – Tourism Impact on The Environment of Small Islands With Special Reference To Malta / Manuela Lima – Biodemografia das Populações Açorianas – Uma Perspectiva Antropológica / Octavio H. Ribeiro de Medeiros – Pertença e Identidade Fragmentadas – Abordagem Sociológica ao Concelho de Povoação / Onésimo Teotónio Almeida – Marx e a Ideologia – Ou a Ideologia de Marx / Rui de Sousa Martins – A Cerâmica de Vila Franca do Campo (S.Miguel – Açores) na Produção Haliêutica – Revista da Universidade dos Açores – Universidade dos Açores – Ponta Delgada – 1992/3.Desc.(229(Pág + (23)Fotos + (2)Mapas + (19)Fig. + (59)Fotos.Br.Ilust
Teresa Maria Frota Haguette – O Mito das Estratégias de Sobrevivência “Um estudo Sobre o Trabalho Urbano e Sua Família”- Edições UFC – Universidade Federal Ceará – Fortaleza – Ceará – 1982.Desc.(161)Pág.Br.
Michel Gutelman – Estruturas e Reformas Agrárias – Edições 70 – Lisboa – 1974.Desc.(240)Pág.Br
Janaína Amado – Conflito Social no Brasil (A Revolta dos “Mucker”) Rio Grande do Sul (1868-1898) – Colecção Ensaio e Memória / Edições Símbolo – São Paulo – 1978.Desc.(303)Pág.Br
A Revolta dos Muckers ou Campanha do Morro do Ferrabrás foi um conflito armado ocorrido entre 1873–1874, entre tropas militares e integrantes de uma comunidade religiosa liderada desde 1869 pelo casal Jacobina Mentz Maurer e João Jorge Maurer (também chamado na colônia de Hansjörg Maurer), em São Leopoldo, atualmente Sapiranga, no Rio Grande do Sul. O cenário da revolta foi a linha Ferrabraz, abrangendo as atuais localidades de Campo Bom, Lomba Grande e Novo Hamburgo. Os mucker eram colonos que ocupavam o Morro Ferrabrás, na colônia chamada Padre Eterno, Fazenda Leão ou Leonerhof, no centro do triângulo balizado por Novo Hamburgo, Taquara e Gramado, área povoada por agricultores imigrantes alemães, sem esquecer de Sapiranga. Esses colonos, sem assistência médica, religiosa ou educacional, entraram num processo de decadência social e empobrecimento. Nesse quadro de abandono, despontaram as lideranças de João Maurer, um curandeiro a quem os colonos confiavam sua saúde, e sua esposa Jacobina, que na falta de padres e pastores, passou a interpretar a Bíbliae assim a desfrutar grande credibilidade entre os colonos — credibilidade que aumentou em decorrência de seus ataques epilépticos, interpretados por seus seguidores como encontros com Deus. Também desempenhou um papel importante nos acontecimentos João Jorge Klein, pastor leigo e professor, cunhado de Jacobina Maurer. No episódio da revolta dos muckers, tropas do exército foram lançadas numa operação sangrenta, fruto da inabilidade das autoridades de São Leopoldo e da Província do Rio Grande do Sul. Os muckers eram uma pequena comunidade religiosa, de cerca de 150 pessoas, estabelecida ao pé do Morro Ferrabrás, no até então município de São Leopoldo. O número de simpatizantes, porém, teria chegado entre 700 e 1000 pessoas, numa colônia com cerca de 14 mil habitantes. A região era ocupada por imigrantes alemães, que haviam chegado ao Rio Grande do Sul a partir de 1824. Eram colonos originários da região de Hunsrück, no sudoeste da Alemanha, onde, na época, predominava uma grande miséria, em consequência das guerras napoleônicas. O termo mucker geralmente é traduzido como “santarrão”, ou “falso beato”, mas Dreher (2017) considera que a origem pode ser também o verbo alemão “mucken”, relacionado ao zumbido do enxame de abelhas, que poderia simbolizar as rezas do grupo, significando assim “rezadores”. O próprio grupo, porém, não se autodenominou de nenhuma forma. Nas documentações oficiais, a denominação mucker só aparece uma vez, sendo em geral chamados de Mauristas ou Maurersekte (Seita dos Maurer). A família de Jacobina já tinha um histórico de envolvimento em contendas religiosas na Alemanha. Os avós haviam emigrado para o Brasil, fugindo de perseguições religiosas. Ambos haviam deixado a igreja evangélica e a escola, estabelecendo uma comunidade religiosa independente com mais seis ou sete famílias, o que culminou na sua perseguição. Na Alemanha os membros dessa dissidência, que se manteve por vários anos, era conhecida como pietista. Em 1824, entre os primeiros imigrantes alemães que chegaram ao Brasil, estavam os avós de Jacobina. O grupo foi recebido pelo imperador Dom Pedro I e pela imperatriz Leopoldina. Em seu encontro com a imperatriz, Libório Mentz, o avô de Jacobina, confidenciou-lhe que viera para o Brasil fugindo da repressão religiosa na Alemanha. Em resposta, a imperatriz garantiu-lhe que, no Brasil, eles teriam garantida a liberdade de culto. Em 1866, após se casar com João Maurer, a fama de Jacobina começou a crescer. A comunidade se organizou em volta do casal de agricultores Jacobina Mentz Maurer e João Jorge Maurer. João Jorge era também carpinteiro e curandeiro, atividade auxiliada por Jacobina que reunia os pacientes em cultos domésticos onde eram feitas leituras e interpretações da Bíblia. Os seguidores dos Maurer seguiam regras rígidas, tais como: não fumar, não beber e não ir às festas. Além disso, eles começaram a tirar seus filhos das escolas comunitárias. Tudo isso gerou desconfiança e rejeição, por parte dos demais colonos, aos seguidores do casal. Passaram a ser acusados de separatismo por se afastarem da igreja e da comunidade, professando uma variação mais ortodoxa da fé cristã que lembrava o pietismo dos avós em vez do alinhamento aos pastores luteranos ordenados e os padres jesuítas. Para Dreher (2017), o movimento mucker é uma reação a uma nova igreja que está se formando com a chegada de pastores vindos de universidades influenciados pelas mudanças que a Europa vivia em contraposição ao cristianismo leigo que marcara as primeiras décadas da imigração alemã. As crianças até 13 anos de idade representavam 30% dos adeptos; os adultos entre 33 e 47 anos eram 26% e formavam a liderença do grupo. 70% dos muckers adultos eram casados e 9% eram idosos com mais de 58 anos. Todos os muckers eram de origem alemã, mas 64% já eram nascidos no Brasil e, destes, 94% eram descendentes de famílias antigas, que haviam chegado ao país antes de 1830. Entre os 36% nascidos na Alemanha, mais da metade deles chegou ao Brasilquando ainda eram crianças. A maioria dos muckers só falava alemão; 57,3% eram analfabetos e 23,5% semianalfabetos (incluindo a própria Jacobina). Apenas 42,5% dos muckers eram proprietários dos seus próprios lotes e a maioria trabalhava em terras de parentes ou de terceiros. Quanto à profissão, 69% dos homens adultos eram lavradores, 13% eram artesãos-lavradores e 11% eram artesãos. No que concerne à religião, 85% dos muckers eram protestantes, sendo que 55% da população de São Leopoldopertencia a essa religião. Os seguidores de Maurer, aliás, não consideravam ter optado por outra religião, nem Jacobina a fundadora de uma nova crença, mas afirmavam professar a religião evangélica. Em maio de 1873, alguns colonos queixaram-se à polícia sobre os Mucker, o que levou a abertura de um inquérito policial. João Jorge Maurer acabou preso por 45 dias, tendo de assinar um termo concordando em não realizar mais reuniões em sua casa. Jacobina, no mesmo período, foi internada na Santa Casa de Porto Alegre para exames. Nos depoimentos, o casal Maurer é considerado incapaz de comandar o grupo, levantando suspeitas sobre João Jorge Klein, cunhado de Jacobina, que seria o mentor. Em novembro do mesmo ano, 32 frequentadores da casa dos Maurer foram presos sem acusação formal, após um atentado contra o inspetor de quarteirão João Lehn, responsável por fiscalizar o cumprimento do termo de João Maurer, que acabou preso por violá-lo. Dois outros homens foram presos, suspeitos de realizar o atentado e um terceiro perdeu a guarda de um órfão. Este menino acabou sendo assassinado em abril de 1874, na casa de seu novo tutor. Os dois homens encapuzados que teriam praticado o crime não foram identificados, mesmo assim foram acusados o antigo tutor e um companheiro seu, que posteriormente foi preso e levado a julgamento. Em seguida, a casa de Martinho Kassel, um ex-seguidor do casal, foi incendiada, tendo seus filhos e sua mulher morrido no desastre. O crime foi ligado aos mucker. Nos dias 25 e 26 de junho, sete casas, galpões e vendas foram incendiados por seguidores de Maurer. Opositores à seita foram assassinados. Também seguidores tiveram suas casas saqueadas e queimadas. Ao escurecer de 28 de junho de 1874, o coronel Genuíno ordenou um ataque sobre a casa dos Maurer esperando obter sua prisão. Mas ele teve uma surpresa. Os muckers entrincheirados em troncos de árvores e depressões de terreno que conheciam muito bem, reagiram violentamente ao custo de 4 mortos e 30 feridos. Sendo noite, o coronel Genuíno ordenou um retraimento para 10 quilômetros à retaguarda, na atual Campo Bom. Decorrido 21 dias, em 19 de julho de 1874, o coronel Genuíno, com reforços recebidos, inclusive 150 colonos alemães voluntários, atacou novamente e incendiou o reduto dos muckers — a casa do casal Maurer. No ataque, morreram 12 homens e 8 mulheres muckers. Foram presos 6 homens e 36 mulheres. Cerca de 17 muckers se retiraram para outro reduto. Eles constituíam parte das lideranças mais expressivas. Para o coronel Genuíno, a vitória parecia ter sido completa. Ao amanhecer de 20 de julho de 1874, o acampamento das tropas governistas é atingindo por tiros de tocaia, disparados de mato próximo, seguindo-se cerrado tiroteio. O coronel Genuíno foi atingido com um tiro sobre a artéria da coxa, vindo a falecer, após esvair-se em sangue, sem socorro do médico, que se deslocara para São Leopoldo com os outros feridos. Após os combates do dia 21, as tropas militares refluem para Campo Bom. O tenente-coronel Augusto César assumiu o comando. Em 21 de julho de 1874, um novo ataque ao reduto dos muckers é repelido, com 5 mortos e 6 feridos do Exército. Quatro dias depois, no dia 25, a força civil composta de colonos de Sapiranga, Taquara, Dois Irmãos e outras localidades, tentaram, sem êxito, um ataque ao reduto Mucker. Foi aí que o capitão Francisco Clementino Santiago Dantas, que participara dos ataques iniciais ao lado do coronel Genuíno ofereceu-se ao Presidente da Província para comandar o ataque final. Em 2 de agosto de 1874, decorrido 35 dias do início das operações, o capitão Santiago Dantas atacou o último reduto dos Muckers, após uma delação de prisioneiros. No renhido combate, pereceram 17 deles, dos quais 13 homem e 4 mulheres, entre elas Jacobina Maurer. João Maurer fugiu e nunca foi encontrado. Os Muckers presos antes e durante a luta, após processo em que foram condenados, apelaram e foram libertados em 1883. Os muckers sobreviventes, para fugir às perseguições dos habitantes do lugar, mudaram-se para a Terra dos Bastos, em Lajeado. Lá, no Natal de 1898, foram atacados e chacinados por colonos da Picada May, por acreditarem terem sido eles os assassinos da senhora Schroeder. Mas foi o marido que a matara para se casar com outra mulher. A verdade só veio à luz depois do linchamentodos muckers remanescentes, todos inocentes. Também na Fazenda Pirajá, em Nova Petrópolis, houve perseguição e violências contra colonos identificados com o movimento mucker. Participaram do combate aos muckers os mais tarde coronéis Carlos Teles, que será sitiado por 46 dias em Bagé, e João Cezar Sampaio, que o libertou em 8 de janeiro de 1894, à frente da Divisão do Sul. O último era genro do coronel Genuíno, morto no Ferrabraz. Ambos, Carlos Teles e Sampaio, destacar-se-iam por seus feitos na guerra de Canudos.
Produção Para o Brasil – Livraria José Olímpio Editora – Rio de Janeiro – 1956.Desc.(314)Pág + (3)Mapas.Ilust
Raymundo Faoro – Os Donos do Poder (Formação do Patronato Político Brasileiro) (Vol.º 1 & 2) – Editora Globo – 1984.Desc.(750) Pág.Br
Raimundo Faoro (na grafia arcaica, Raymundo Faoro; Vacaria, 27 de abril de 1925 – Rio de Janeiro, 15 de maio de 2003) foi um jurista, sociólogo, historiador, cientista político e escritor brasileiro. Foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), de 1977 a 1979, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). É autor do livro Os Donos do Poder, em que analisa a formação sociopolítica patrimonialista do Brasil Raymundo Faoro era filho de agricultores, Attilio Faoro e Luisa D’Ambros. A família, de imigrantes italianos originários de Arsiè, província de Belluno,mudou-se para a cidade de Caçador, Santa Catarina, após 1930. Lá, Faoro fez o curso secundário no Colégio Aurora. Formou-se em direito em 1948 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Transferiu-se em 1951, para o Rio de Janeiro, onde atuou como advogado, e em 1963 foi aprovado em concurso público para o cargo de procurador do Estado, função na qual se aposentaria. Colaborou na imprensa desde o tempo de estudante universitário. Co-fundador da Revista Quixote, em 1947, escreveu para diversos jornais do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. Integrou em 1972 o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, na condição de representante da OAB. Participou da decisão desse colegiado que por 8 votos a 1 arquivou a denúncia de tortura e morte de Stuart Edgart Angel Jones, seguindo o voto do senador Filinto Müller. Foi presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, de 1977 a 1979. Lutou pelo fim dos Atos Institucionais e ajudou a consolidar o processo de abertura democrática nos anos 70. Com ele a sede da OAB, no Rio de Janeiro, transformou-se num front de resistência pacífica contra o regime militar de 1964. Partiu de lá a primeira grande denúncia circunstanciada contra a tortura de presos políticos. No governo João Figueiredo, lutou pela anistia ampla, geral e irrestrita. Com a anistia e a retomada das liberdades políticas, a casa de Faoro em Laranjeiras tornou-se lugar de encontro de políticos como Tancredo Neves e Luiz Inácio Lula da Silva. Este propôs, sem sucesso, que Faoro entrasse na disputa presidencial em 1989, como candidato a vice-presidente. Luís Roberto Barroso narra que, no final dos anos 70, recorreu a Faoro, então recém-eleito presidente da OAB, para que este intercedesse pela segurança de membros do centro acadêmico do qual Barroso era diretor, que haviam sido convocados para depor no Departamento de Polícia Política e Social (DPPS), o que à época significava grave risco de sofrer violência. De acordo com Barroso, um telefonema de Faoro para o Departamento foi essencial para a incolumidade dos estudantes. Em 23 de novembro de 2000, Faoro foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, sucedendo ao também advogado Barbosa Lima Sobrinho na Cadeira n. 6. Foi recebido pelo acadêmico Evandro Lins e Silva em 17 de setembro de 2002. Raymundo Faoro é autor de Os Donos do Poder, obra que aponta o período colonial brasileiro como a origem da corrupçãoe burocracia no país colonizado por Portugal, então um Estado absolutista. De acordo com o autor, toda a estrutura patrimonialista foi trazida para cá. No entanto, enquanto isso foi superado em outros países, acabou sendo mantido no Brasil, tornando-se a estrutura de nossa economia política. Nesta sua concepção de Estado patrimonialista, Faoro coloca a propriedade individual como sendo concedida pelo Estado, caracterizando uma “sobrepropriedade” da coroa sobre seus súditos e também este Estado sendo regido por um soberano e seus funcionários. O autor assim nega a existência de um regime propriamente feudal nas origens do Estado brasileiro. O que caracteriza o regime feudal é a existência da vassalagem intermediando soberano e súditos e não de funcionários do estado, como pretende Faoro. Desenvolvendo seu raciocínio, Faoro conclui que o que se teve no Brasil foi um capitalismo politicamente orientado, conceito este de inspiração weberiana. Negando-se em atribuir um papel hipostasiado à economia com relação à política, Faoro vê em seu país uma forma pré-capitalista. Esta característica pré-capitalista, no entanto, ainda será entendida no interior do pensamento weberiano em que capitalismo é definido como uma aquisição racional de lucros burocraticamente organizada, diferente do capitalismo politicamente orientado em que tal aquisição será direcionada por interesses dos Estado e da sua concorrência com outros estados. Destacando-se da análise da dialética marxista, esta forma de capitalismo não irá inevitavelmente desembocar numa forma de capitalismo mais avançado, mas poderá perpetrar-se na medida em que coexiste com formas racionais de organização da produção. O capitalismo politicamente orientado atribui ao Estado patrimonial e seus funcionários características de um estamento burocrático, ainda que este impeça a consolidação de uma ordem burguesa propriamente dita no país.
“”Os Donos do Poder – Formação do Patronato Político Brasileiro é um livro de ciência política, história e sociologia do jurista e intelectual brasileiro Raimundo Faoro, publicado em 1958 pela Editora Globo. A obra faz uma análise da origem do patrimonialismo brasileiro em Portugal do século XIV e busca as raízes de uma sociedade na qual o poder público é exercido, e usado, como se fosse privado. Segundo o sociólogo Simon Schwartzman, ao fazer uso de conceitos de Max Weber já abordados por Alberto Guerreiro Ramos e Sérgio Buarque de Holanda em seu Raízes do Brasil, a obra de Faoro, por sua vez, “teve uma influência que seus antecessores não tiveram”. “Faoro foi o precursor do uso da abordagem weberiana para entender o Brasil, que se tomou cada vez mais importante, na medida em que as limitações das explicações marxistas foram se tomando óbvias.””
Jacinto Ferreira – Quatro Anos na Assembleia Nacional – Comissões de Freguesias de Lisboa da Causa Monárquica – Lisboa – 1953.Desc.(201)pág.Br.
António Jacinto Ferreira (1906, Lisboa, Portugal – 10 de outubro de 1995, Lisboa, Portugal) foi um publicista e militante monárquico, foi fundador do jornal O Debate semanário monárquico de grande expansão de que foi director entre 1951 e 1974 tendo ocupado sucessivos cargos de relevo na Causa Monárquica. Foi Professor Catedrático da Escola Superior de Medicina Veterinária. Com vasta obra publicada de teor político e científico, pertenceu à Junta Nacional de Educação no Estado Novo e foi procurador da Câmara Corporativa na III legislatura, de 1942 a 1949 e deputado da Assembleia Nacional pelo círculo de Lisboa na IV legislatura de 1949 a 1953. Fazendo parte do Círculo de Estudos Portugueses, foi daqueles que sempre se mantiveram fiéis ao ideário do Integralismo lusitano. Foi um dos fundadores e dirigentes do Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários(SNMV), tendo cinquenta anos mais tarde, em 21 de Abril de 1994, sido o seu primeiro Sócio Honorário, assim como tinha sido o director do seu boletim.
Brito Camacho – Questões Nacionais (Notas de Julião Quintinha) – Guimarães & C.ª – Editores – Lisboa – 1937.Desc.(185) + (VIII)Pág.Br.
Óscar Soares Barata – Migrações e Povoamento (Semana do Ultramar) – Sociedade de Geografia de Lisboa – 1965.Desc.(147)Pág.Br
Óscar soares Barata, Professor e Investigador, natural de Lisboa, nasceu a 27-05-1935 e faleceu a 24-08-2015. Sociólogo, Demógrafo. Tirou o Curso de Administração Ultramarina no então Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, que concluiu em 1956, tendo sido logo convidado para frequentar, como bolseiro, a Universidade de Lovaina, onde concluiu a Licenciatura em Ciências Políticas e Sociais 8Secções de Sociologia e Trabalho) em 1961, apresentando a dissertação final sobre La Race dans le Sociologique et l’Economique. Em 1964, prestou provas de Doutoramento em Ciências Sociais no Instituto, apresentando A Questão Racial, e em 1968 provas para Professor Associado em Abril e para Professor Catedrático em Dezembro. Nestas últimas provas apresentou como elemento de currículo o livro Introdução à Demografia. Foi Professor Catedrático do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e Presidente do Conselho Directivo do mesmo Instituto. Cumpriu missões em África como membro da Missão para o Estudo da Produtividade em África. Organizou as Sessões do Curso de Extensão Universitária da Universidade do Porto, em Angola e em Moçambique. Foi chamado a reuniões internacionais e estudos demográficos, sendo de salientar aqueles que executou para os planos de urbanização de Lourenço Marques, Costa da Galé e Lisboa. Dirigiu o Projecto de Investigação de Prospectiva Demográfica Portuguesa, de iniciativa do Instituto de Altos Estudos da Defesa Nacional, cujos resultados veio a publicar em diversas revistas da especialidade. É autor de mais de setenta trabalhos publicados em: Revista de Estudos Políticos e Sociais; Análise Social; Boletim da Sociedade de Geografia; Revista Militar; Revista do Centro de Estudos Demográficos do Instituto Nacional de Estatística; Boletim da Academia Internacional da Cultura Portuguesa, entre outras publicações periódicas, e nas Enciclopédia Polis e Verbo: Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura. Era membro da Direcção da Sociedade de Geografia de Lisboa desde 1975, foi vários anos Secretário-Geral da Sociedade e Director do respectivo Boletim; membro da Academia Internacional da Cultura Portuguesa. Foi agraciado com a Ordem de Grande Oficial da Ordem da Instrução Pública, em 1995.
A. Marques de Carvalho – Impressões da América (Apontamentos e Crónicas) – Porto Editora Lda – Porto – 1952.Desc.(198)Pág.Br.
Manuel Geraldo – Alentejo Marginal – Esta Terra Com Vocação Para Pátria (Colecção Ficcionistas Portugueses/5) – Edições Caso – Lisboa – 1989.Desc.(96)Pág.Br.ilust
Pedro Namorado Lancha(Director) Padre Augusto Serras (Fotografia) André Carneiro, João Cravinho(Coordenação) Gertrudes Martins, Manuel Fontaínhas(Colaboração – Olhares Guardados – Cabeço de Vide – Caderno Cultural da Câmara Municipal de Fronteira N.º4 – Fronteira – 2001.Desc.(61)Fotogravuras.Br.Ilust
Boaventura de Sousa Santos – Pela Mão de Alice (O Social e o Político na Pós-Modernidade) – Biblioteca das Ciências do Homem / Edições Afrontamento – Porto – 1994.Desc.(299)Pág.Br.
Carlos Lopes Cardoso – Do Uso da Zorra em Angola (Estudos de Antropologia Cultural) N.º5 – Junta de Investigação do Ultramar / Centro de Estudos de Antropologia Cultural – Lisboa – 1971.Desc.(41)Pág + (1)Mapas + (XLII)Estampas.Br.Ilust
Georgino Rocha – Intervenção da Igreja na Sociedade Portuguesa Contemporânea (Contributos Para a Emergência da Democracia, Leitura de Um Percurso Com Luzes e Sombras) – Gráfica de Coimbra – Coimbra – 2009.Desc.(283)pág.Br.