• Tag Archives Açores
  • Obras Publicas Concluídas em 1966-1966

    Obras Publicas Concluídas em 1966 «€35.00»

    Ministério das Obras Públicas – Obras Publicas Concluídas em 1966 (Anexo n.º 17 ao «Boletim do Comissariado do Desemprego» – Ministério das Obras públicas – Lisboa – 1967. Desc.[155] pág / 26 cm x 19 cm / Br. Ilust


  • Monumentos – Revista De Edifícios e Monumentos

  • Boletim Oficial do Concelho de Nobreza

  • Brasília – Revista do Instituto de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras de Coimbra

  • D. Frei Alexandre da Sagrada Família ( A Sua Espiritualidade e a Sua Poética)

    D. Frei Alexandre da Sagrada Família ( A Sua Espiritualidade e a Sua Poética) «€20.00»

    Ofélia M. Caldas Paiva Monteiro – D. Frei Alexandre da Sagrada Família ( A Sua Espiritualidade e a Sua Poética) – Acta Universitatis Conimbrigensis – Coimbra Editora / Universidade – Coimbra – 1974. Desc.[XIII] + [466] pág + [1] Fotogravura / 22 cm x 15,5 cm / Br.

     

     

    Alexandre da Sagrada Família (Vila da Horta, 22 de Maio de 1737 — Angra, 22 de abril de 1818), nascido Alexandre José da Silva Garrett (embora alguns biógrafos o denominem António Ferreira da Silva), foi o 25.º bispo da Diocese de Angra, tendo-a governado de 1816 até ao seu falecimento em 1818. Foi o primeiro bispo de Angra nascido nos Açores (no que apenas foi seguido, quase dois séculos depois por D. António de Sousa Braga). Poeta de mérito, foi tio paterno de Almeida Garrett, para cuja educação contribuiu, albergando-se em casa dos seus pais aquando da sua estadia na ilha Terceira. Alexandre José da Silva Garrett nasceu numa casa da Rua de Santa Ana da então vila da Horta, ilha do Faial, a 22 de Maio de 1737, filho primogénito do alferes José Ferreira da Silva, oriundo da paróquia de Santa Catarina do Monte Sinai de Lisboa, e de sua mulher Antónia Margarida Garrett, de Madrid, de ascendência paterna catalã e materna siciliana. Foi baptizado pelo ouvidor Domingos Pereira Cardoso, a 2 de Junho de 1737, na igreja matriz da Horta, tendo como padrinhos o Dr. Alexandre de Moura e sua mulher, D. Isabel Maria, fregueses daquela matriz. Pertencendo a uma família numerosa, era um dos dez filhos e filhas do casal. Alguns dos seus irmãos seguiram também a carreira eclesiástica, nomeadamente o Arcediago Manuel Inácio da Silva Garrett e o Cónego Inácio da Silva Garrett, ambos dignidades na Sé Catedral de Angra. Terá frequentado as aulas ministradas pelos franciscanos capuchos da estreita observância (não confundir com a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos) no Convento de Santo António da Horta, tendo como professor e orientador espiritual Frei Ivo da Cruz. Foi um estudante talentoso e diligente, tanto que os frades de Santo António declararam que estavam terminados os seus estudos “por não ter mais que ensinar”. O pai faleceu na Horta a 18 de Maio de 1753, quando Alexandre José tinha apenas 16 anos de idade. Destinado a uma carreira eclesiástica, em 1758, com 21 anos, recebeu a prima tonsura entre os franciscanos. Em 1759 já aparece como presbítero num processo em que foi testemunha na cidade da Horta. Fez parte da Maçonaria. Em 11 de Junho de 1761 ingressou como noviço no Convento de Nossa Senhora dos Anjos de Brancanes de Setúbal (depois quartel e recentemente Estabelecimento Prisional de Brancanes, extinto em 2007). A 13 de Junho de 1762 professou naquele convento, adoptando então o nome religioso de frei Alexandre da Sagrada Família (por vezes grafado como frei Alexandre da Sacra Família). Aparentemente autodidata, Alexandre José da Silva revelou-se de um intelecto excepcional, sendo reconhecido pela sua excelência nos estudos de teologia, direito canónico e civil, geografia e matemática. Obtendo uma vasta erudição, a que aliava bons dotes de oratória e uma notável eloquência, tornou-se num afamado orador sacro. Apesar disso, adoptou as regras de pobreza dos franciscanos da estrita observância a que pertencia, tendo esmolado pelo Alentejo e em Lisboa, ao mesmo tempo que ia “pregando com fruto”. Os seus dotes intelectuais levaram a que fosse escolhido, em 1776, para solicitar ao Papa Pio VI, em Roma, a separação do Convento de Brancanes da obediência à Província Franciscana do Algarve, o que conseguiu, passando aquele convento, tal como os outros com funções de seminários autónomos, a depender directamente do Geral da Ordem. Celebrizou-se também como polemista, ficando memorável a controvérsia que manteve com frei Bartolomeu Brandão em torno de questões teológicos suscitadas pelo sermão pregado em Beja por frei Alexandre na festa de Corpus Christi de 1776. Para além do seu labor sacro, frei Alexandre da Sagrada Família também se revelou um notável humanista e poeta arcádico, escrevendo sob o pseudónimo de Sílvio, inserindo-se na corrente do pseudo-classicismo francês. Frequentou os serões literários da 4.ª marquesa de Alorna, D. Leonor de Almeida Portugal de Lorena e Lencastre, a famosa Alcipe, de que foi director espiritual, atribuindo-se à sua influência o não se ter feito religiosa, como chegara a persuadir-se durante os 18 anos que passou reclusa no Convento de Chelas em consequência do processo dos Távoras. Terá produzido nesta fase da sua vida abundante poesia, que permaneceu inédita na quase totalidade, desconhecendo-se o destino dos manuscritos que os seus biógrafos afirmam terem existido à data do seu falecimento. Tendo-se notabilizado pelos seus dotes oratórios e pela sua erudição, a 24 de Outubro de 1781 foi apresentado pela rainha D. Maria I para o cargo de bispo de Malaca e Timor. Foi confirmado por bula de 16 de Dezembro de 1782, sendo sagrado na igreja do Convento da Trindade, em Lisboa, a 24 de Novembro de 1783, em cerimónia presidida por D. António Caetano Maciel Calheiros, mais conhecido por arcebispo de Lacedemónia, e com a participação dos bispos de Macau, Dom Alexandre da Silva Pedrosa Guimarães e de Goiases, Dom Vicente do Espirito Santo, O.A.D. Apesar de confirmado e sagrado bispo de Malaca, não chegou a partir para a sua diocese, tendo permanecido em Lisboa até ser nomeado como governador e administrador do bispado de São Paulo de Luanda, então com jurisdição sobre Angola e a região do Congo. Obtida confirmação papal por bula datada de 15 de Fevereiro de 1784, partiu para Luanda a 6 de Abril de 1784, onde assumiu o efectivo governo da diocese. Terá exercido uma notável acção reformadora e missionária em Angola, sendo-lhe atribuída a reconversão ao cristianismo do Rei do Congo e o processo que levou à sua aceitação da condição de súbdito do rei de Portugal e do consequente protectorado português sobre a região Quando se preparava para receber a transferência para o cargo de bispo titular da diocese de Luanda, um conflito com o capitão-general de Angola, José de Almeida e Vasconcelos, 1.º barão de Mossâmedes, fê-lo incorrer no desagrado do governo português, que, em consequência, se recusou a consentir na bula de confirmação do prelado. Ofendido, o bispo partiu secretamente para Lisboa, recolhendo-se ao Convento de Brancanes. Em reconhecimento da sua valia como poeta e como intelectual, em 1791 foi eleito sócio correspondente da Academia Real das Ciências de Lisboa. D. frei Alexandre da Sagrada Família estava em Brancanes quando em 1808 foi escolhido por Jean-Andoche Junot para integrar a delegação portuguesa que deveria ir a França saudar Napoleão Bonaparte como suserano de Portugal. Demonstrando coragem e patriotismo, recusou-se terminantemente, ripostando só reconhecer como legítimo soberano o príncipe-regente D. João e que de bom grado sacrificaria à pátria os dois ou três anos que lhe restavam de vida. No ano imediato, perante o alastrar da Guerra Peninsular, D. frei Alexandre resolve retirar-se para os Açores, fixando-se na cidade de Angra, na ilha Terceira, onde então vivia o seu irmão António Bernardo da Silva Garrett, o pai do futuro visconde de Almeida Garrett, e a respectiva família. Inicia um período de convívio com o seu sobrinho João Baptista, futuramente conhecido apenas como Almeida Garrett, com cujos dotes de inteligência se confessou maravilhado, contribuindo na orientação dos seus primeiros estudos, aparentemente orientando-o para a vida eclesiástica, chegando mesmo a solicitar um lugar na colegiada da Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Angra.[3] D. frei Alexandre terá influído fortemente na sua formação intelectual, propiciando-lhe uma sólida formação literária, de gosto clássico, a par de não poucas ideias conservadoras, que viria a rejeitar pouco depois. Esta profícua relação levou a que Almeida Garrett sempre manifestasse pelo tio bispo uma profunda veneração e dele deixasse referências na sua obra poética. Aparentemente a pedido do seu irmão António Bernardo, que pretendia obter a nomeação do filho mais velho, também chamado Alexandre, no ofício de selador da alfândega do Porto, D. frei Alexandre partiu em 1811 para o Rio de Janeiro com o objectivo de solicitar ao príncipe-regente tal mercê. Encontrando-se assim na corte do Rio de Janeiro quando chegou a notícia do falecimento, ocorrido em Ponta Delgada, de D. José Pegado de Azevedo, o 24.º bispo de Angra. Ficando vacante a Sé de Angra, a 7 de Janeiro de 1812, o príncipe-regente resolveu apresentar D. frei Alexandre para o lugar, solicitando a necessária confirmação papal. Foi assim como bispo apresentado de Angra que em 1813 D. frei Alexandre regressou aos Açores, ficando na diocese a aguardar a confirmação. Não tendo chegado a confirmação, nesse mesmo ano volta ao Rio de Janeiro, de onde regressa no ano seguinte. Ao chegar a Angra, D. frei Alexandre encontrou o cabido em guerra aberta com o núncio apostólico, Lorenzo Caleppi, Arcebispo de Nisibi, por este pretender impor a nomeação de um vigário capitular. Sendo D. frei Alexandre um reputado canonista, e para mais bispo apresentado da diocese, foi-lhe solicitado parecer sobre a querela, ao que ele respondeu por carta datada de 24 de Julho de 1813, dizendo:

    Esta igreja, jure pleno pertence à Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo, cujo Grão Mestre tem nela legítima jurisdição ordinária – per alium exercenda – como falam os jesuítas. Todos os benefícios, todos os ofícios, todos os cargos dela, do Grão-mestre dimanam e não podem, sem expressa vontade e mandamento dele ser abolidos, alterados, substituídos por alguma autoridade estranha. E depois que os Sumos Pontífices confirmando este direito à Ordem, os incorporaram todos com ela na coroa destes reinos, nem os mesmos Sumos Pontífices, podem sem ofensa da autoridade e direitos da mesma coroa, ordenar e dispor contrariamente dos ofícios, benefícios e cargos desta Igreja. Como poderá o seu Núncio por um despótico acto, o que o mesmo Sumo Pontífice não poderia?.

    Estando a aguardar confirmação papal, a qual dependia da influência do mesmo núncio, esta pouco diplomática resposta não foi deixada sem retribuição: o núncio protelou o processo e moveu influências no Vaticano para que a confirmação fosse recusada. Não o conseguiu, mas entretanto passaram quatro longos anos de espera e incerteza, durante os quais a sé permaneceu vacante, apesar da presença física do bispo na ilha. Finalmente, a 12 de Julho de 1816 foram emitidas as ansiadas Letras Apostólicas de confirmação, mas ainda assim chegaram a Angra sem o costumado exequater régio, pois tinham sido enviadas directamente, sem passaram pelo Rio de Janeiro. Perante essa falta, o bispo manteve-se na situação de residencial enquanto o cabido assumia o poder temporal e espiritual, como se fosse efectivamente sede vacante. Só quatro meses depois, a 4 de Novembro de 1816, tomou posse efectiva do bispado por intermédio do cónego José Narciso de Mendonça, seu procurador. A 15 de Dezembro desse ano realizaram-se finalmente na igreja da Misericórdia de Angra as cerimónias solenes de entrada do novo bispo. Apesar de já ter 80 anos, à época, uma idade excepcional, ainda assumiu com vigor o governo da diocese, empenhando-se na vida religiosa e civil do arquipélago. Um dos primeiros actos foi dirigir uma exortação à classe clerical a favor da colecta de esmolas para a manutenção da presença católica na Terra Santa. Encontrando-se vago o lugar de capitão-general, coube-lhe, nos termos da ordenação em vigor, exercer interinamente cargo de governador interino da Capitania Geral dos Açores, até à chegada a Angra do capitão-general Francisco António de Araújo, a quem deu solenemente posse a 14 de Maio de 1817. D. frei Alexandre da Sagrada Família faleceu a 22 de Abril de 1818, com quase oitenta e um anos de idade, sendo sepultado no hoje arruinado convento de Santo António dos Capuchos de Angra, lugar onde o prelado se deslocava a pé, para orar perante Nossa Senhora do Livramento, que ali se venerava. Diz-se de D. Alexandre, que muito escreveu e bem pouco publicou, pois terá deixado em manuscrito a maioria das suas obras. Dele apenas se sabe ter sido impressa, anonimamente, em 1782, uma obra intitulada Devoção das Dores da Virgem Mãe de Deus, por um seu devoto, reeditada em 1817. Nas Obras Poéticas da marquesa de Alorna, está inserta um poema da sua autoria, intitulado Epístola a Alcipe e assinada com o pseudónimo de Sílvio. Almeida Garrett afirma que o tio traduzira em verso a tragédia Merope, de Scipione Maffei, mas desconhece-se se foi publicada, tendo desaparecido o manuscrito. Algumas das suas pastorais são conhecidas, nomeadamente a Pastoral do bispo de Angra, dirigida à reverenda vigararia do convento de S. João Evangelista de Ponta Delgada na ilha de S. Miguel (no Investigador Português, 1817) e Pastorais ao clero da diocese de Angola e Congo (no Jornal de Coimbra, 1820). António Ferreira de Serpa (1865–1939) insere a poesia Cântico de Moisés na sua obra D. Frei Alexandre da Sagrada Família. A cidade da Horta lembra D. frei Alexandre na toponímia de uma das sua praças, o Largo do Bispo D. Alexandre.


  • D. Memórias do Marquês de Fronteira e D’Alorna

    D. Memórias do Marquês de Fronteira e D’Alorna «€250.00»

    D. José Trazimundo Mascarenhas Barreto – Memórias do Marquês de Fronteira e D’Alorna (Revistas e Coodenadas por Ernesto de Campos Andrada) – Imprensa da Universidade de Coimbra – Coimbra – 1928/1932. Desc.[Parte Primeira e Segunda (1802 a 1824) [493] pág + [30] Gravuras. Vol.(I) – [Parte Terceira e Quarta (1824 a 1833) [395] pág + [20] Gravuras. Vol.(II) – [Parte Quinta e Sexta (1833 a 1842) [378] pág + [20] Gravuras. Vol.(III) – [Parte Sexta e Oitava (1842 a 1853) [512] pág + [30] Gravuras. Vol.(IV) – Apêndice  – Documentos Oficiais e Particulares (1802 a 1881). Vol.(V) – Desc.[382] pág / 23,5 cm x 16 cm / Br. Ilust

     

    José Trasimundo Mascarenhas Barreto – 7.º Marquês de Fronteira, 8.º Conde da Torre, 8.º Conde de Coculim, Representante do Título de Marquês de Alorna e 10.º Conde de Assumar (Lisboa, 4 de janeiro de 1802 — Lisboa, 19 de fevereiro de 1881) foi um nobre, militar e político português. Filho de D. João José Mascarenhas Barreto e de D. Leonor Benedita de Oyenhausen de Almeida, filha da Marquesa de Alorna. Mal conheceu o pai, falecido em 1806, e herdou os bens da casa; o regente D. João o agraciou com os títulos e bens da Coroa, de que os seus antepassados gozavam, em portaria de 17 de maio de 1811, e suplementos de 24 de setembro de 1814 e 26 de abril de 1815. Assentou praça de cadete a 8 de maio de 1818, tendo 16 anos, na primeira companhia de granadeiros do regimento de infantaria n.º 4, sendo promovido a alferes do regimento nº 1 da mesma arma em 10 de dezembro de 1820. Casou em 14 de fevereiro de 1821 com D. Maria Constança da Câmara, dama da Ordem de Santa Isabel, depois dama de honor das rainhas D. Maria II de Portugal, D. Estefânia e D. Maria Pia; filha de D. Luís Gonçalves da Câmara Coutinho Pereira de Sande, 11.° senhor das Ilhas Desertas, de Regalados e do morgado da Taipa; alcaide-mor de Torres Vedras, e D. Maria de Noronha, filha dos 7º conde dos Arcos. Em 1820, o chefe da revolução liberal, general Sepúlveda, o nomeou seu ajudante de campo, conservando-o no seu estado-maior até à queda do governo constitucional. Não querendo anuir ao movimento da Vilafrancada em Maio de 1823, foi colocado no sétimo regimento de cavalaria, de guarnição em Torres Novas. Voltou depois a Lisboa, e foi mandado servir no regimento nº 4 da mesma arma, poucas semanas antes da revolta de 30 de abril de 1821. Esteve então preso na torre de Belém, e depois na praça de Peniche, correndo os perigos de vida, pois esteve quase a ser fuzilado. Saindo da prisão obteve licença para sair do reino, e em companhia de sua mulher percorreu parte da Europa, regressando à pátria depois de ser outorgada a Carta Constitucional em 1826. Foi eleito par do reino, por carta régia de 30 de abril de 1826, não tomando logo posse, por estar ainda na menoridade, que então se contava de 25 anos. Começando as lutas do partido do infante D. Miguel, o general conde de Vila Flor tomou o comando das armas da província do Alentejo nos fins de Novembro do referido ano de 1826, e nomeou o Marquês de Fronteira seu ajudante de campo. Tomou parte no combate de Arronches, e foi recomendado por seu comportamento, sendo o portador da participação do combate à regente, a infanta D. Isabel Maria de Bragança. O Conde de Vila Flor passou às províncias da Beira, Trás-os-Montes e Alto Douro e Entre Douro e Minho, conservando sempre o Marquês às suas ordens. Esteve na batalha de Coruche e nos combates de Ponte da Barca e do Prado. Tendo em 9 de janeiro de 1827 deposto as armas os corpos rebeldes, findou a campanha, conservando-se o Marquês no quartel general do Conde de Vila Flor, que teve a nomeação de governador das armas do partido do Porto, e nele se conservou quando o general comandou a força armada de Lisboa. Em Julho de 1827 houve tumultos na capital para obrigar a regente a nomear um ministério presidido por Saldanha. Aos miguelistas convinha acusar de cumplicidade pessoas importantes por sua hierarquia social, e por isso o intendente da polícia recebeu denúncias em que se acusava Fronteira. A esta revolução se chamou a Archotada. Na sessão da câmara dos pares de 5 de fevereiro de 1828 prestou juramento e tomou posse o Marquês de Fronteira, e logo o ministério público remeteu à câmara um processo em que o novo par estava pronunciado como cabeça de motim. Em 22 de fevereiro de 1829 ficou absolvido, quando o infante D. Miguel chegou a Lisboa. Constando-lhe que pretendiam prendê-lo, apesar de ter sido absolvido, emigrou para Inglaterra, passando a Paris. Tendo ali adoecido, não tomou parte na tentativa do vapor Belfast, onde vieram à costa do Porto, Saldanha, Palmela e o Conde de Vila Flor, mas o governo de D. Miguel, acreditando que ele fora da expedição, mandou-o processar com os outros, e sequestrou-lhe os bens. Sabendo, porém, mais tarde que o Marquês estava doente em Paris mandou suspender o processo e levantar o sequestro. O marquês declarou então no Journal des Debats, que se não tinha tomado parte na expedição de Belfast, fora por motivo da doença, e que não reconhecia outra rainha senão D. Maria II de Portugal. Esta declaração valeu-lhe um novo sequestro, ficando privado de todos os seus bens até à entrada do exército libertador na capital. Assim que o ordenaram, reuniu-se às forças que sustentavam a dinastia e a Carta nos Açores. Partiu para a Terceira, e continuou no lugar de ajudante de campo do general Conde de Vila Flor; desembarcou com ele nas praias do Mindelo, a 8 de julho de 1832, e às suas ordens entrou na batalha de Ponte Ferreira, a 23 de Julho, em que foi graduado no posto de capitão; e quando se reformou a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, foi condecorado com a medalha de Cavaleiro, com a data do dia da batalha. Assistiu também ao combate de Souto Redondo, e todo o tempo que o conde de Vila FIor comandou o exército liberal durante o cerco do Porto, esteve seu ajudante de campo. Quando D. Pedro IV de Portugal assumiu o comando em chefe, nomeou o seu oficial às ordens. Tomando o Conde de Vila Flor o comando da ala direita das linhas do Porto e da primeira divisão do exército, o Marquês voltou ao seu quartel-general. Foi também recomendado pela sua conduta no combate das Antas. Acompanhou o general, já Duque da Terceira, na expedição do Algarve, fez a campanha desta província e a do Alentejo, esteve na batalha de Cacilhas, continuando sempre às ordens daquele general durante os sítios de Lisboa e de Santarém, e acompanhou-o depois ao norte do país. Assistiu à entrada de Coimbra e à batalha de Asseiceira, onde recebeu o grau de Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito. Estava em Évora-Monte quando se deu a convenção em 27 de maio de 1834, e o Duque da Terceira lhe deu ordem de acompanhar o general Lemos aos postos avançados do exército de D. Miguel, sendo em seguida mandado como parlamentar à praça de Elvas, comunicar ao governador o resultado da convenção, e intimá-lo a render-se. Terminada a campanha da Liberdade, foi colocado no regimento de Lanceiros n.º 1 que se organizou, nomeado comandante do 3.º esquadrão. Convocadas as cortes, foi um dos 13 pares que, guardando o juramento à Carta e à dinastia, instalaram novamente a referida Câmara. A revolução de 8 de setembro de 1836 suprimiu a câmara, e em 1837 instaurou-se o congresso constituinte, em que Fronteira foi eleito deputado por Lisboa. Depois de votada a constituição de 1838, foi deputado eleito por Bragança. Em 1840 organizou o 2.° batalhão do Comércio, mas teve de abandonar o cominando para acompanhar o Duque da Terceira às províncias do Norte. Em 1842 restabeleceu-se a câmara dos pares, e nesse ano, comandando o Duque da Terceira a primeira divisão militar, realizou-se no Porto a restauração da Carta, e a junta que a proclamara, marchou sobre Coimbra; a rainha ordenou então a Fronteira o desempenho da comissão espinhosa de ir ao encontro da junta e das forças da província do Norte, comandadas pelo Barão de Santa Maria, e no regresso à capital foi elogiado pelo ministro da guerra, José Jorge Loureiro. Em 1846 rebentou a revolução da Maria da Fonte. Nomeado 4.º, 7.º e 9.º Governador Civil do Distrito de Lisboa, cargo que exerceu, com pequenas interrupções, de 12 de Maio de 1846 a 22 de Maio de 1846, de 6 de Outubro de 1846 a 15 de Novembro de 1847 e de 29 de Março de 1848 a 1 de Maio de 1851. Encarregado pelo primeiro-ministro, general Saldanha, de organizar os corpos de voluntários nacionais da capital e de tomar o cominando geral desses corpos. Antes da batalha de Torres Vedras em 23 de dezembro de 1846, Lisboa ameaçada pelas forças da Junta do Porto, ocupou as linhas da capital com os corpos, merecendo elogios do governo. Em 1847 foi elevado a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito. Conservou o comando dos corpos nacional e o cargo de governador civil até 1851, ano em que rebentou a revolta da Regeneração, tendo tentado evitar que a revolta triunfasse na capital. Nomeado presidente do conselho de ministros, o Marquês entendeu o demitir-se dos cargos que exercia. Saiu brigadeiro por antiguidade em 10 de julho de 1851, obteve a reforma no posto de marechal de campo, melhorada por um decreto de 11 de maio de 1869 do ministério Sá da Bandeira. Por ocasião do casamento de D. Pedro V de Portugal, em Maio de 1858, nomeado mordomo-mor da casa da rainha D. Estefânia até seu falecimento, em Julho de 1859. Quando morreu D. Pedro V e o infante D. João, em 1861, adoeceu o Duque de Saldanha, mordomo-mor da Casa Real, e foi substitui-lo no cargo. No casamento de D. Luís I de Portugal, em 1862, nomeado mordomo-mor da casa da rainha D. Maria Pia. Era neto pelo lado materno da Marquesa de Alorna, e este título lhe foi dado em 22 de outubro de 1839, ficando reunido ao de Fronteira, renovado em Julho de 1844. Assistiu à coroação de Carlos X de França e às festas nas Tulherias. Tinha paixão pelas artes, e em Roma viveu na convivência do pintor Domingos Sequeira. Teve apenas uma filha, D. Maria Mascarenhas Barreto. Faleceu no seu palácio, em São Domingos de Benfica, aos 79 anos de idade, sendo sepultado, por autorização do Ministério do Reino, num jazigo da Igreja de São Domingos de Benfica, em Lisboa.

     


  • Boletim – Museu Etnográfico da Graciosa

    This gallery contains 1 photographs in all as   photograph etc.

  • Archivo Historico Portuguez

    Archivo Historico Portuguez «€300.00»

    Freire Anselmo Braamcamp – Archivo Historico – (Edição Facsimile) – Câmara Municipal de Santarém – 2001/- Tip. Calçada do Cabra – Lisboa – 1903 a 1916 -Desc.[Vol. I [V] + [VII] + [474] pág + [Vol. II [530] pág + [Vol. III [528] pág + [Vol. IV [524] pág + [Vol. V [523] +[77] pág + [Vol. VI [527] pág + [Vol. VII [517] pág + [Vol. VIII [536] pág + [Vol. IX [540] pág + [Vol. X [524] pág + [Vol. XI [304] pág / 27 cm x 18,5 cm / Br.


  • Cartas de Antero de Quental (Vol. 1 & 2)-2

    Cartas de Antero de Quental (Vol. 1 & 2) «€40.00»

    Antero de Quental – Ana Maria Almeida Martins (Organização, Introdução e Notas) – Cartas I [1852] – [1881] / Cartas II [1881] – [1891] Obras Completas / Antero de Quental – Universidade dos Açores & Editorial Comunicação – Lisboa – 1989. Desc.[XXXV] + [1 ao 581] + [581 ao 1154] pág / 24 cm x 16 cm / Br. Ilust


  • Ribeira Grande: Entender a Cidade * Memórias da Ponte dos Oito Arcos da Ribeira Grande