Edward Mc Nall Burns – História da Civilização Ocidental do Homem das Cavernas Até a Bomba Atómica Vol. I e II – Editora Globo – Porto Alegre – 1971. Desc. 1052 pág + 5 Mapas /22 cm x 15 cm / Br.Ilust
Raul Rego e João Gomes – Relações Igreja-Estado «Entrevista Com o Bispo do Porto» – Cadernos Republica – Editora Gráfica Portuguesa, Lda – Lisboa – 1973. Desc. 94 pág / 18,5 cm x 12,5 cm / Br.
General Norton de Mattos – Mais Quatro Meses da Minha Candidatura a Presidência da República – Edição de Autor – Porto – 1949. Desc. 173 pág / 20 cm x 13,5 cm / Br.
José Maria Mendes Ribeiro Norton de Matos (Ponte de Lima, Ponte de Lima, Rua do Pinheiro, 23 de Março de 1867 — Ponte de Lima, na sua casa de família, 2 ou 3 de Janeiro de 1955) foi um general e político português. Era filho de Tomás Mendes Norton, comerciante e Cônsul da Grã Bretanha e Irlanda em Viana do Castelo (afilhado de baptismo de Rodrigo da Fonseca Magalhães) e de Emília de Matos Prego e Sousa, neto paterno de José Mendes Ribeiro, da burguesia de Viana do Castelo, e materno de Manuel José de Matos Prego e Sousa, Doutor em Direito, da fidalguia de Ponte de Lima (Casa do Bárrio). Depois de frequentar o colégio em Braga foi, em 1880, para a Escola Académica, em Lisboa. Quatro anos depois iniciou o seu curso na Faculdade de Matemática em Coimbra. Fez o curso da Escola do Exército e, em 1898, partiu para a Índia Portuguesa, onde organizou os cadastros das terras. Começou aí a sua carreira na administração colonial, como director dos Serviços de Agrimensura. Acabada a sua comissão, viajou por Macau e pela China em missão diplomática. O seu regresso a Portugal coincidiu com a proclamação da República portuguesa. Dispondo-se a servir o novo regime, Norton de Matos foi chefe do estado-maior da 5.ª divisão militar. A 17 de Maio de 1912 é iniciado Maçon na Loja Pátria e Liberdade, N.º 332, de Lisboa (Rito Escocês Antigo e Aceite), sob os auspícios do Grande Oriente Lusitano Unido, com o nome simbólico de Danton. Nesse mesmo ano tomou posse como governador-geral de Angola. A sua actuação na colónia revelou-se extremamente importante, na medida em que impulsionou fortemente o seu desenvolvimento, protegendo-a, de certa forma, da ameaça contínua que pairava sobre o domínio colonial português, por parte de potências como a Inglaterra, a Alemanha e a França. Fundou a cidade do Huambo. A 27 de Janeiro de 1913 é elevado ao Grau 2 (Companheiro) e a 18 de Abril de 1914 é elevado ao Grau 3 (Mestre). Em Outubro desse ano dá-se a cisão da Maçonaria Portuguesa: a Loja Pátria e Liberdade, N.º 332 desliga-se da obediência do Grande Oriente Lusitano Foi demitido do cargo em 1915, como consequência da nova situação política que se vivia em Portugal durante a Primeira Guerra Mundial. Foi depois chamado, de novo, ao Governo, ocupando o cargo de ministro das Colónias, embora por pouco tempo. A 12 de Maio de 1916 reentra na obediência do Grande Oriente Lusitano Unido, filiando-se na Loja Acácia, de Lisboa (Rito Francês), e a 19 de Setembro de 1916 é elevado ao Grau 4 (Eleito) do Rito Francês. Em 1917, um novo golpe revolucionário obrigou-o a exilar-se em Londres, por divergências com o novo governo. A 16 de Fevereiro de 1918 é elevado ao Grau 5 (Escocês) do Rito Francês e a 31 de Outubro de 1918 é elevado ao Grau 6 (Cavaleiro do Oriente ou da Espada) do Rito Francês. Regressou à pátria e foi delegado de Portugal à Conferência da Paz, em 1919. Mais tarde, foi promovido a general por distinção e nomeado Alto Comissário da República em Angola. Na Primavera de 1919, foi delegado português à Conferência da Paz. A 31 de Outubro de 1919 é elevado ao Grau 7 e último (Príncipe Rosa Cruz) do Rito Francês. Em Junho de 1924, exerceu as funções de embaixador de Portugal em Londres, cargo de que foi afastado aquando da instauração da Ditadura Militar. A 6 de Novembro de 1928 a Loja Acácia, de que é membro, propõe, pela primeira vez, a sua candidatura ao cargo de Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente Lusitano Unido. A 7 de Dezembro de 1928 morre Sebastião de Magalhães Lima, 10.º Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano Unido, e a 31 de Outubro de 1929 morre António José de Almeida, 12.º Grão-Mestre eleito do Grande Oriente Lusitano Unido. Foi, a 31 de Dezembro de 1929, eleito 14.º Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano Unido para os anos de 1930 e 1931, cargo que ocupou entre 1930 e 1935. A 30 de Abril de 1930 toma posse do cargo de Grão-Mestre, dirigindo uma mensagem aos Maçons Portugueses. A 17 de Setembro parte para Antuérpia, a fim de participar na Semana Portuguesa e na Convenção Maçónica Internacional. De 25 a 30 de Setembro toma parte na Convenção da Association Maçonnique Internationale (A.M.I.), reunida em Bruxelas. Em Dezembro, devido ao período decrescente em que decorrem os trabalhos maçónicos em Portugal, é decidido suspendê-los nas lojas de Lisboa, convidando estas à imediata triangulação. Em Março de 1931 dirige uma importante mensagem à Grande Dieta e em Dezembro é reeleito Grão-Mestre. A 5 de Julho de 1932 Salazar ascende a Presidente do Conselho. A 31 de Janeiro de 1935 protesta, junto do Presidente da Assembleia Nacional, José Alberto dos Reis, contra o projecto de lei que proíbe as associações secretas. A 14 de Maio é emitida uma Resolução do Conselho de Ministros exonerando e / ou passando à reforma uma série de funcionários que oferecem poucas garantias de fidelidade ao regime, entre os quais Norton de Matos. A 21 de Maio dá-se a Publicação da Lei N.º 1.091 que proíbe as associações secretas. Norton de Matos demite-se do cargo de Grão-Mestre, para que pudesse ser eleito alguém desconhecido do Governo. Em 1948, participou nas eleições presidenciais de 1949, reivindicando a liberdade de propaganda e uma melhor fiscalização dos votos. O regime de Salazarrecusou-se a satisfazer estas exigências. Obteve vastos apoios populares e apoio de membros da oposição. Devido à falta de liberdade no acto eleitoral, e prevendo fraudes eleitorais, ele acabou por desistir depois de participar em comícios e outras manifestações de massas.
A. H. de Oliveira Marques – Discursos Parlamentares 1900/1910 «Obras de Afonso Costa» – Vol. 1 – Publicações Europa-América – Lisboa – 1973. Desc. 617 pág / 21 cm x 14 cm / Br. Ilust.
Louis Fischer – Gandhi «Tradução de Ricardo Tavares» – Editorial Aster – Lisboa – 1950. Desc. 432 pág / 20,5 cm x 14 cm / Br. Ilust.
Louis Fischer (29 de Fevereiro de 1896 – 15 Janeiro 1970) foi um jornalista e escritor judeu -americano. Entre as suas obras consta uma contribuição para o livro O Deus que Falhou, e a obra A vida de Lenin, que ganhou em 1965 o National Book Award em História e Biografia, bem como uma biografia de Mahatma Gandhi intitulada A Vida de Mahatma Gandhi. Este livro foi utilizado em 1982 como base para o filme Gandhi, vencedor de 8 Oscars, inclusive como o de melhor filme e melhor roteiro origimal. Sua esposa, Markoosha Fischer, era também uma escritora.
Álvaro Lins – Missão em Portugal – Centro do Livro Brasileiro – Lisboa – 1974. Desc. 534 pág / 21 cm x 14,5 cm / Br.
Álvaro de Barros Lins (Caruaru, 14 de Dezembro de 1912 — Rio de Janeiro, 4 de Junho de 1970) foi um advogado, jornalista,professor e crítico literário brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras. Foi casado com Heloísa Ramos Lins, com quem teve dois filhos. Filho de Pedro Alexandrino Lins e de Francisca de Barros Lins, Álvaro Lins fez o curso primário em sua cidade natal, mudando-se para cursar o secundário no Colégio Salesiano e no Ginásio Padre Félix, ambos no Recife. Ali ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Recife em 1931, bacharelando-se em 1935. Aos 20 anos, como representante do Directório de Estudantes, produziu seu primeiro trabalho cultural, chamado A universidade como escola de homens públicos. No período de 1932 a 1940, foi também professor de Geografia Geral e de História da Civilização em várias escolas da cidade. Em Outubro de 1934, convidado pelo então interventor e, mais tarde, governador de Pernambuco, Carlos de Lima Cavalcanti, assumiu o cargo de Secretário do Governo Estadual. Fez parte, em 1936, da chapa do Partido Social Democrático (PSD) de Pernambuco, para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. Contudo, o golpe que instaurou o Estado Novo interrompeu as eleições e Álvaro Lins deixou a Secretaria do Estado em Novembro de 1937 e esqueceu seus planos políticos. Firmou-se, a partir daí, no jornalismo, exercendo-o no Diário da Manhã de Pernambuco, no período de 1937 a 1940, onde foi redactor e director. Transferindo-se para o Rio de Janeiro, iniciou a fazer crítica literária, género que lhe deu fama nacional. Ali, foi jornalista do Diário de Notícias, Diários Associados, entre 1939 e 1940, e redactor-chefe do Correio da Manhã, de 1940 a 1956. Em 1952, partiu para Portugal para leccionar a disciplina Estudos Brasileiros na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Lisboa. Regressando ao Brasil em Agosto de 1954, por causa da crise desencadeada pelo suicídio de Getúlio Vargas, reassumiu o jornalismo e a cátedra de Literatura Brasileira no Colégio Pedro II.Em 5 de Abril de 1955, aos 42 anos, foi eleito por unanimidade para se tornar o quarto ocupante da cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras, vaga após a morte de Edgar Roquette-Pinto, sendo recebido pelo académico João Neves da Fontoura em 7 de Julho de 1956. Como jornalista, participou activamente da luta para garantir a posse de Juscelino Kubitschek na presidência da República, em 1956. Nesta época, trabalhando ainda no Correio da Manhã, deixou de lado a crítica literária para assumir a direcção política do jornal. Convidado por Juscelino, chefiou a Casa Civil do presidente entre Janeiro e Novembro de 1956, saindo do cargo para se tornar embaixador do Brasil em Portugal. Ainda nesse ano, recebeu a maior condecoração brasileira: a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito. Em 1957, recebeu a maior condecoração portuguesa, a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, e conduzido a se tornar membro da Academia das Ciências de Lisboa. Algum tempo após a chegada de Álvaro Lins a Lisboa, o presidente de Portugal Francisco Higino Craveiro Lopes realizou uma visita ao Brasil, estabelecendo os termos dos actos de regulamentação do Tratado de Amizade e Consulta entre Brasil e Portugal. Considerando o acordo “lesivo aos interesses do Brasil”, sua posição entrou em choque contra a ditadura Salazarista e a defesa do colonialismo por ela. O impasse se tornou insustentável no início de 1959, na ocasião da aceitação do asilo político por parte do Itamaraty do líder oposicionista português, general Humberto Delgado, ato que não foi reconhecido pelo governo de Portugal, um “flagrante desacato”, nas palavras de Álvaro Lins, ao próprio Juscelino Kubitschek. Com a sensação de ter sido abandonado pelo seu presidente, sem poder contar com ele “para desagravá-lo e desafrontar a representação do Brasil em Lisboa”, o embaixador Álvaro Lins protestou ainda mais veementemente quando Juscelino aceitou o convite de uma comissão portuguesa que desembarcou no Brasil para participar dos festejos henriquinos na condição de co-anfitrião e co-chefe de Estado português, e solicitou que Portugal concedesse asilo ao refugiado ditador Fulgêncio Batista, deposto na revolução cubana de 1959. Algum tempo depois, enviou uma carta rompendo política e pessoalmente com o presidente Juscelino Kunbtschek, acusando-o de “cumplicidade com as ditaduras, de maneira particular com a de Portugal, a do Paraguai e a da República Dominicana” e repudiando seu “compromisso com a ditadura salazarista”. Em Outubro de 1959, Álvaro Lins foi desonerado da embaixada de Portugal, devolvendo antes de deixar o posto em Lisboa a comenda da Grã-Cruz da Ordem de Cristo que havia recebido três anos antes.Álvaro Lins foi o presidente da 1ª Conferência Inter-americana da Anistia para os Exilados e Presos Políticos da Espanha e de Portugal, sediada na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1960, e director do Suplemento Literário do Diário de Notícias entre Março de 1961 e junho de 1964. Em 1962, chefiou a delegação brasileira ao Congresso Mundial da Paz, ocorrido em Moscou. Aposentando-se do jornal em 1964, Álvaro Lins dedicou seus últimos anos a escrever livros.
Vital Fontes – Servidor de Reis e de Presidentes (Da Monarquia à Republica do Sr. D. Luís ao Sr. General Carmona) – Editorial Marítimo-Colonial, Lda – Lisboa – 1945. Desc. 177 pág / 19 cm x 13 cm 7 Br. Ilust.
Fulbert Youlou – Acuso a China «Ex-Presidente do Congo-Brazzaville» – Editorial Verbo – Lisboa – 1966. Desc. 180 pág / 20 cm x 14 cm / Br. Ilust.
Fulbert Youlou (Madibou, 9 de Julho, de 1917 – Madrid, 6 de maio de 1972) foi um padre, líder nacionalista e político do Congo. Tornou-se o primeiro presidente daquele país, forçado a deixar o governo por uma revolta, em 1963. Youlou nasce próximo de Brazzaville, sendo membro da tribo Lari, que é um subgrupo do grupo étnico Bakongos. Entrou no Seminário Menor de Brazzaville em 1929, indo posteriormente para o Seminário Maior de Yaoundé, no Camarões, para cursar Filosofia. Ensinou por um tempo no Seminário de Mbamou e em seguida foi para Libreville, no Gabão, para cursar Teologia. Foi ordenado sacerdote em 9 de Junho de 1946. Foi pároco em Brazzaville, acumulando a função de capelão do hospital e do presídio locais. Por causa de seu interesse pela política, se candidatando desde 1947 a cargos políticos, foi advertido várias vezes pela hierarquia da Igreja Católica. O estopim de sua crise com a Igreja foi em 1956, quando tentou um cargo na Assembleia Nacional Francesa. Suspenso pela Igreja, continuou usando a batina, contrariando o clero local. Isso o fortaleceu politicamente, pois foi visto pelos seus compatriotas como sendo uma vítima de discriminação, sendo a Igreja vista como manipulada por interesses europeus brancos. Fundou em 1956 a Union Démocratique pour la Défense des Intérêts Africains (UDDIA – União Democrática pela Defesa dos Interesses Africanos). Em 18 de Novembro de 1956 foi eleito prefeito de Brazzaville. Em maio de 1957, foi nomeado Ministro da Agricultura e deputado à Assembleia Legislativa provisória do Congo pelo Primeiro-Ministro Jacques Opangault. O UDDIA finalmente conseguiu a maioria na Assembleia Legislativa do Congo no ano seguinte. Opangault e Youlou clamaram uma maior autonomia política no Médio Congo, e o presidente francês Charles de Gaulle considerou a região a abandonar a Comunidade Francesa. Isso resultou na formação de um governo provisório chefiado por Youlou em 8 de Dezembro de 1958. O Congo conseguiu sua independência da França em 15 de Agosto de 1960, e Youlou é confirmado como Presidente da República.
Carlos Ferrão – A Obra da República – Reformas de Instrução, Defesa do Ultramar, Perfis de Republicanos – Editorial “O Século” – Lisboa – 1966. Desc. 323 pág / 20 cm x 12.5 cm / Br.
Luis Derouet – Duas Pátrias o que Foi a Visita do Sr. Dr. António José de Almeida ao Brasil «Impressões, Artigos de Jornais, Discursos, Notas de «Repórter» enviado Especial de o Mundo ao Brasil» – Sociedade Editora «O Mundo» – Lisboa – 1923. Desc. XXIII – 372 pags / 30 cm x 21 cm / Br.
Álvaro Seiça Neves, Ferreira de Castro, Cunha Leal, Elina Guimarães, Rodrigues Lapa, José Rodrigues, José Esteves, César Anjo, J. Simões, Fernando Mouga, José Alberto Rodrigues, Manuela Azevedo, José Tengarrinha, Augusto da Costa Dias, António Macedo, Santos Simões, Raul Rego, Veiga Pires, Veloso Pinho, J. E. Anção Regala, Orlando de Carvalho, Vasco da Gama Fernandes, Virgínia Moura, Lobão Vital, M. da Costa e Melo, F. Abranches Ferrão, Limdim Ramos, Salgado Zenha, Duarte Vidal, Raul de Castro, Eduardo Ribeiro, José Rabaça, Rogério Fernandes, Flávio Martins, Alberto Pedroso, José Gaspar Teixeira, Luís Francisco Rebelo, José Magalhães Godinho, A. Marcelino Mesquita, Vitor Sá, Armando de Castro, M. Dinis Jacinto, Urbano Tavares Rodrigues, Vitorino Magalhães Godinho, Armando Bacelar, José Henriques Varela, Óscar Lopes, Marta Cristina Araújo, Edito Gonçalves, Mário Soares, Sottomaior Cardia, Marcelo Campos, Blasco Hugo Fernandes, Manuel Augusto Araújo, Sérgio Ribeiro, Júlio Almeida Carrapato, Emídio Santana, Humberto Lopes, Aida Loureiro Magro, Álvaro Salema, Manuel Rodrigues Lapa, Rui Luís Gomes, José Morgado, Maria Lamas, F. Ramos da Costa, Flausino Torres, António Borges Coutinho, Augusto César Araújo, Manuel Sertório, Joaquim de Matos Pinheiro, Joaquim Mestre, Rui José Nobre Teixeira Filho, Manuel Teixeira Ruela – Teses e Documentos – II Congressos Republicano de Aveiro – Seara Nova – 1969. Desc. 526 + 359 pág / Br.
A. H. de Oliveira Marques – Afonso Costa – Editora Arcádia – Lisboa – 1972. Desc. 429 pág / 20 cm x 14,5 cm / Br. Ilust.
Afonso Augusto da Costa (Seia, 6 de Março de 1871 — Paris, 11 de Maio de 1937), conhecido apenas por Afonso Costa, foi um advogado, professor universitário, político republicano e estadista português. Foi um dos principais obreiros da implantação da República em Portugal e uma das figuras dominantes da Primeira República. Em 1883 realizou, na Guarda, os primeiros exames secundários, ingressando no Liceu da Guarda em Outubro desse mesmo ano. A partir de 1886 frequentou o Colégio de Nossa Senhora da Glória, no Porto, para aí concluir o ensino secundário. Matriculou-se no curso de Direito da Universidade de Coimbra no ano de 1888. Aluno distinto, foi premiado nos 4.º e 5.º anos, tendo concluído a sua formatura em 1894, tomando o grau de licenciado em 17 de Janeiro de 1895. Nesse mesmo ano fez acto de conclusões magnas em 24 e 25 de Maio, doutorando-se a 9 de Junho com a dissertação A Igreja e a questão social, obra em que ataca violentamente a então recente encíclica Rerum novarum. Nomeado docente da Universidade de Coimbra em Abril de 1896, logo em Agosto de 1900 foi nomeado lente. O Doutor Afonso Costa, nome por que é mais vulgarmente conhecido, foi considerado como um dos académicos mais notáveis do seu curso, e, quando nomeado lente, era o mais novo de todo o corpo catedrático. No exercício da advocacia revelou-se sempre como um dos mais brilhantes ornamentos do foro. Rapidamente se distinguiu pelas suas ideias políticas, cedo se afirmando como republicano. Notabilizou-se em1897 no protesto contra o plano do governo progressista de alienar as linhas-férreas do Estado. No comício que se realizou em 13 de Junho desse ano no Porto, na rua do Bonjardim, o Doutor Afonso Costa foi um dos oradores mais fluentes, apresentando-se pela primeira vez publicamente; e foram tão convincentes as suas palavras, que desde logo ficou considerado um dos mais valiosos vultos do Partido Republicano Português. Quando no Verão de 1899 se declarou no Porto uma epidemia de peste bubónica, as medidas preventivas a que a cidade foi submetida, por ordem do governo progressista, causaram o descontentamento geral da população. Aproveitando essas circunstâncias, o Partido Republicano apresentou no Porto, apoiado pelo jornal republicano Voz Pública, as candidaturas do Doutor Afonso Costa, de Xavier Esteves e de Paulo Falcão. Extremamente disputadas entre monárquicos e republicanos, as eleições realizaram-se a 16 de Novembro, ficando eleitos os três candidatos republicanos. Contudo, o governo conseguiu que esta eleição fosse anulada arbitrariamente no tribunal de verificação de poderes, o que ainda exaltou mais os ânimos.Marcada a repetição da eleição, os três candidatos eram novamente apresentados ao sufrágio, agora apoiados pelo jornal republicano O Norte, cujo primeiro número saiu a 21 de Janeiro de 1900. O acto eleitoral realizou-se a 18 de Fevereiro, e a despeito de todas as pressões, o Porto tornou a eleger os três deputados republicanos, facto que causou a maior impressão no país e que fez com que ficassem conhecidos como os deputados da peste, já que a sua eleição foi atribuída ao descontentamento criado pelas medidas impostas pelo governo para controlo da epidemia de peste bubónica no Porto. Caindo o ministério progressista, e subindo ao poder o Partido Regenerador, procedeu-se à eleição de deputados em 25 de Novembro do referido ano de 1900, e o Partido Republicano Português apresentou novamente os três candidatos, mas desta vez não foram reeleitos. De feitio truculento, agrediu Sampaio Bruno em 1902 numa disputa célebre (em Junho de 1914 desafiaria António José de Almeida para um duelo). Foi iniciado na maçonaria em 1905. Foi deputado republicano durante a monarquia constitucional em 1899 (deputado da peste), 1906-1907, 1908 e 1910. Afonso Costa revelou-se um distinto parlamentar e um dos mais temíveis inimigos das instituições monárquicas. Orador fluente, os seus discursos eram atentamente escutados.