Verbo – Deus Como Interrogação na Poesia Portuguesa(€10.00)
Vitorino Nemésio, Ruy Cinatti, Jorge de Sena, Sophia de Mello Breyner Andresen, Fernando Echevarría, Jose Bento, Ruy Belo, Cristovam Pavia, Pedro Tamen, Armando Silva Carvalho, Carlos Poças Falcão, Adília Lopes & Daniel Faria(Texto) José Tolentino Mendonça & Pedro Mexia(Selecção e Prefácio) – Verbo – Deus Como Interrogação na Poesia Portuguesa – Editora – Assírio & Alvim / Porto – Editora – Porto – 2014.Desc.(231)Br.
Seara Nova (Número Comemorativo do Vigésimo Quinto Aniversario) (€40.00)
Seara Nova (Número Comemorativo do Vigésimo Quinto Aniversario) )N.º 1000 – 7 – M.Rodrigues Lapa – O Muito falado e Inexistente Programa da “Seara Nova” / Sant”iagoPrezado – Diante do Poeta Morto o Respeito dos Deus – na Morte de Gomes Leal / Gago Coutinho – No N.º1000 / Barbosa de Magalhães – Propriedade Literária / José Gomes Ferreira – Sofro, Noite! (Poesia) / Ferreira de Castro – A Travessia da Serra / Prof.Dr.Francisco Romero – Para a sua Verdade Imagem / Norton de Matos – Liberdade de Comércio e Proteccionismo / Armando Cortesão – Política Colonial Internacional / J.W.Goethe (Paulo Quintela: Tradução) Cântico de Maomé / Joel Serrão – Sobre Pensamento e Acção / Afonso Duarte – Outono (Poesia) / José Ernesto de Soda – Em Defesa do Moderno / Castro Soromenho – De Um Capítulo inédito de a Maravilhosa Viagem dos Exploradores Portugueses / João José Cochofel – Deserto (Poesia) / Carvalhão Duarte – Em Marcha… / Emílio Costa – filosofia Caseira em Poucas Palavras / Ph. Lebesgue – Acima da Força / Ferreira de Mira – Deus que Morrem / João falcão – A Senhora Professora / Paul Rivet – Uma Saudação a “Seara Nova” / Duarte Leite – O V Centenário do Descobrimento da Guiné Portuguesa a Luz da Crítica Histórica por António J.Dias, O.F.M.(1946 Braga) / Augusto Casimiro – Este Amor e um eco, Recorda-se:(Poesia) / Alfredo Brochado – Redondilha (poesia) / António Sousa – Resumo (Poesia) / Avelino Cunha – Briand (Extratos Duma Conferência Intitulada Briand, o Vencido, Proferida Logo Apóps a Morte Deste estadista, há quase Duas Dezenas de Anos) / Carlos Amaro – Cabra-Cega(Final do 1.ºActo) (Teatro) / Miguel Torga – Apelo (poesia) / João Sarmento Pimentel – Aspectos e Impressões (Vida Errante) / Pedro Oom – Somente Uma Canção / Alves Diniz – A República e a “Seara Nova” / Luís jardim – A Bruxaria de Cervantes / Roberto Nobre – Noite Sem Lua / José Ribeiro dos Santos – O Intelectual e a Rua / Álvaro Marinho de Campos – Fantascópio / Raúl de Carvalho – Parábola (Poesia) / Arquimedes da Silva Santos – Dois Poemas Breves (Poesia) / Francisco Fernandes Lopes – Variações… Proprietárias / A. Lobo Vilela – A Política da”Seara Nova” / Carlos de Oliveira – Páginas de Romance / Manuel campos Lima – O Pensamento Livre e Uma Atitude dos Escritores Franceses / P.J.A.Correia – Uma Carta / Antonius – Retomando o Fio – Meios e Fins / Abel Salazar – Pousão e o Impressionismo / David Mourão Ferreira – Breve Nota Sobre os Personagens de Romance / Fernando Piteira Santos – Para a História da Cultura em Portugal (Por António José Saraiva (Edição do Centro Bibliográfico, Lisboa, 1946) / João Cartesiano – A Fé Perante o Infinito / José Bacelar – Não Haverá Guerra / Hernani Cidade – A”Seara Nova” (Contribuição Atrasada Para a Sua História) / Francisco José Tenreiro – 1619 (Poesia) / Aquilino Ribeiro – Inquisidores / António ramos de Almeida – Nota Sobre Raúl Brandão / Manuel Mendes – Gira-sol / Sebastião da Costa – O Sentimento de Saudade em Shakespeare / José Rodrigues Miguel – Quem Paga é o “Bey” de Tunis / António Miguel – Poetas Franceses Saídos da Guerra / Julião Quintinha – Crónica – Mercadores de Sonhos… / Fernando Pinto Loureiro – Uma Errada Concepção da Cultura / Jaime Brasil – Mecenato dos Medicis / António da Silveira – Sobre as Forças de Laplace em Teoria de Maxwell / Adriano Gusmão “El Escorial” – Assis Esperança – Servidão / Adolfo Casais Monteiro – Arte e Experiência / David Ferreira – A Acção Política da “Seara Nova” – Revista Seara Nova – Direcção – Câmara Reys / Editor – José Bacelar – Lisboa – 26 de Outubro e 1946.Desc.(223)Pág.Ilust.Br
J.Santos Stockler – Poemas do Meu Tempo -Edição do “Jornal do Oeste” – Rio Maior – 1967.Desc.(69)Pág.
J.Santos Stockler
J.Santos Stockler – Porches, Lagoa – 22/05/1910 – Faro, 06/1989. Filho de humildes lavradores, com apenas dois anos de idade veio para Faro onde fez a instrução primária, não prosseguindo nos estudos por dificuldades financeiras. Começou desde muito novo a escrever nos jornais e a mostrar-se um acérrimo adversário do regime salazarista, sendo por isso várias vezes detido pela PIDE em cujas prisões, do Aljube e de Caxias, cumpriu muitos meses, valendo-lhe, contudo, a glória de se haver relacionado com algumas das personalidades mais proeminentes do mundo das letras e da política portuguesa.(…)
José dos Santos Stockler, um homem simples e humilde, que fez da poesia e das colunas da imprensa uma tribuna de resistência contra a iniquidade, o autocracismo e a corrupção mental.Começou desde muito novo a escrever nos jornais e a mostrar-se um acérrimo adversário do regime salazarista, sendo por isso várias vezes detido pela PIDE em cujas prisões, do Aljube e de Caxias, cumpriu muitos meses, valendolhe, contudo, a glória de se haver relacionado com algumas das personalidades mais proeminentes do mundo das letras e da política portuguesa. (…)Relacionou-se politicamente com algumas figuras da resistência republicano, o pedagogo e emérito jornalista Carvalhão Duarte e o poeta Alfredo Guisado, emérito fundador do movimento do «Orfeu», que enquanto director-adjunto do jornal «República» lhe franqueou aquelas prestigiadas colunas à sua esclarecida colaboração.(…)
Santos Stockler criara fortes laços de amizade com imensos homens de letras, irmanados numa autêntica cruzada cultural contra o regime fascista, de entre os quais impõe-se destacar nomes notáveis, como os dos poetas José Régio, Jorge de Sena, José Gomes Ferreira, João José Cochofel, Egipto Gonçalves, Joaquim Namorado, Eugénio de Andrade, Mário Dionísio e Alexandre O’Neil; ou dos escritores Alves Redol, Adolfo Casais Monteiro, Ferreira de Castro, Fernando Namora, Carlos de Oliveira, Antunes da Silva e Manuel da Fonseca, sendo estes últimos os grandes expoentes da literatura de cenário alentejano, que Santos Stockler tanto admirava. A este valioso naipe de literatos nacionais devemos ainda acrescentar algumas figuras da literatura latino-americana, com quem igualmente estabeleceu fortes laços de amizade, nomeadamente com os poetas João Cabral de Melo Neto, Cecília Meireles, Rocha Filho, Manuel Bandeira, Pablo Neruda, ou com os escritores Jorge Amado, Dr. Pessoa de Morais (sociólogo brasileiro), Salvador Espriu, Félix Cucurrull, José Ledesma Criado, Juan Ruiz Pena, etc. Com alguns deles manteve acesa correspondência epistolar(…)De entre os algarvios, que se distinguiram nas letras pátrias, tinha especial predilecção por António Ramos Rosa e fraterna amizade pelo poeta e escritor António Vicente Campinas, que, tal como ele, fora um indefectível apoiante das ideias veiculadas pelo Partido Comunista Português. (…)
Dispersou a sua prestigiosa colaboração, como poeta e prosador, por vários órgãos de comunicação social, de entre os quais destacamos «O Diabo», «Diário de Notícias», «Diário de Lisboa», «Diário Popular», «República», «Jornal de Letras e Artes», nas revistas «Cultura» e «Voga», todos de Lisboa. Na província colaborou em «O Comércio do Porto», «Diário de Coimbra», «Notícias de Chaves», «Notícias de Guimarães», «Gazeta do Sul», «Gazeta do Montijo», «O Setubalense», «Foz do Guadiana», «Notícias do Algarve», «Jornal do Algarve» (todos Vila Real de Santo António), «Povo Algarvio» de Tavira, «Correio do Sul» e «O Algarve» ambos de Faro, «Barlavento», «Comércio de Portimão», «A Voz de Loulé», e muitos outros jornais de várias localidades, do Minho ao Alentejo(…)
Nos últimos anos de vida fundou e dirigiu, em 1-12-1984, o semanário farense «Terra Algarvia», que teve uma periodicidade difícil e algo irregular, mercê das dificuldades financeiras com que teve de se debater. Em todo o caso foi uma tribuna irreverente e combativa que se manteve sempre num plano bastante crítico em relação à partidocracia e ao clientelismo político que caracterizava, então, a nossa jovem democracia.
José G.Herculano de Carvalho – Sobre a Natureza dos Crioulos e Sua Significação Para a Linguística Geral – V colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros – Gráfica de Coimbra – Coimbra – 1966.Desc.(21)Pág.Br.(€10.00)
José Neistein – As Bases Psicológico-Culturais da Língua Portuguesa no Brasil – V colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros – Gráfica de Coimbra – Coimbra – 1966.Desc.(14)Pág.Br.(€10.00)
Fernando Namora – Retalhos da Vida de um Médico (ilustrações de Júlio Resende & Prefácio de Álvaro Salema) – Edição Comemorativa de XXV Aniversário da Publicação – Artis Editora – 1976 – Lisboa – Desc.[447] + [20 + 11 Estampas] / 22 cm x 30cm/ E. Muito Ilustrado
Fernando Gonçalves Namora (Condeixa-a-Nova, Condeixa-a-Nova, 15 de Abril de 1919 – Lisboa, 31 de Janeiro de 1989) foi um médico e escritor português, autor duma extensa obra, das mais divulgadas e traduzidas nos anos 70 e 80.Existe uma escola secundária com o seu nome em Condeixa-a-Nova. Licenciado em Medicina (1942) pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, pertenceu à geração de 40, grupo literário que reuniu personalidades marcantes como Carlos de Oliveira, Mário Dionísio, Joaquim Namorado ou João José Cochofel, moldando-o, certamente, como homem, à semelhança do exercício da profissão médica, primeiro na sua terra natal depois nas regiões da Beira Baixa e Alentejo, em locais como Tinalhas, Monsanto e Pavia, até que, em 1951, acabaria por se instalar em Lisboa – onde, curiosamente, muito jovem estudara no Liceu Camões -, como médico assistente do Instituto Português de Oncologia. O seu volume de estreia foi Relevos (1937), livro de poesia, porventura sob a influência de Afonso Duarte e do grupo da Presença. Mas já publicara em conjunto com Carlos de Oliveira e Artur Varela, um pequeno livro de contos Cabeças de Barro. Em (1938) surge o seu primeiro romance As Sete Partidas do Mundo que viria a ser galardoado com o Prémio Almeida Garrett no mesmo ano em que recebe o Prémio Mestre António Augusto Gonçalves, de artes plásticas – na categoria de pintura. Ainda estudante e com outros companheiros de geração funda a revista Altitude e envolve-se activamente no projecto do Novo Cancioneiro (1941), colecção poética de 10 volumes que se inicia com o seu livro-poema Terra, assinalandoo advento do neo-realismo, tendo esta iniciativa colectiva, nascida nas tertúlias de Coimbra, de João José Cochofel, demarcado esse ponto de viragem na literatura portuguesa. Na mesma linha estética, embora em ficção, é lançada a colecção dos Novos Prosadores (1943), pela Coimbra Editora, reunindo os romances Fogo na Noite Escura, do biografado, Casa na Duna, de Carlos de Oliveira, Onde Tudo Foi Morrendo, de Vergílio Ferreira, Nevoeiro, de Mário Braga ou O Dia Cinzento, de Mário Dionísio, entre outros. Com uma obra literária que se desenvolve ao longo de cinco décadas é de salientar a sua precoce vocação artística, de feição naturalista e poética, tal como a importância do período de formação em Coimbra, mais as suas tertúlias e movimentos estudantis. Ao dar-se o amadurecimento estético do neo-realismo e coincidente com as vivências dos anos 50, enveredaria por novos caminhos, através de uma interpretação pessoal da narrativa, que o levaria a situar-se entre a ficção e a análise social. Os muitos textos que escreveu, nos diferentes momentos ou fases da vida literária, apresentam retratos com aspectos de picaresco, observações naturalistas e algum existencialismo. Independentemente do enquadramento, Namora foi um escritor dotado de uma profunda capacidade de análise psicológica, inseparável de uma grande sensibilidade e linguagem poética.Escreveu, para além de obras de poesia e romances, contos, memórias e impressões de viagem, com destaque para os cadernos de um escritor, que proporcionam um diálogo vivo com o leitor, a abertura a outras culturas, terras e gentes, a visão de um mundo em transformação, de uma realidade emergente, expressa em Estamos no Vento (Fevereiro de 1974). Entre os muitos títulos que publica em prosa contam-se Fogo na Noite Escura (1943), Casa da Malta (1945), As Minas de S. Francisco (1946), (capítulo inédito publicado no nº 16 da revista Mundo Literário existente entre 1946 e 1948), Retalhos da Vida de um Médico (1949 e 1963), A Noite e a Madrugada (1950), O Trigo e o Joio (1954), O Homem Disfarçado (1957), Cidade Solitária (1959), Domingo à Tarde (1961, Prémio José Lins do Rego), Os Clandestinos (1972), Resposta a Matilde (1980) e O Rio Triste (1982, Prémio Fernando Chinaglia, Prémio Fialho de Almeida e Prémio D. Dinis). Ou, as biografias romanceadas de Deuses e Demónios da Medicina (1952). Além dos títulos já referidos, publicou em poesia Mar de Sargaços (1940), Marketing (1969) e Nome para uma Casa (1984) . Toda a sua produção poética seminal foi reunida numa antologia(1959) denominada As Frias Madrugadas. Escreveu ainda sobre o mundo e a sociedade em geral, na forma de narrativas romanceadas ou de anotações de viagem e reflexões críticas, sendo disso exemplo Diálogo em Setembro (1966), Um Sino na Montanha (1968), Os Adoradores do Sol (1971), Estamos no Vento (1974), A Nave de Pedra (1975), Cavalgada Cinzenta (1977), URSS, Mal Amada, Bem Amada e Sentados na Relva, ambos de (1986). Porém, foram romances como os Retalhos da Vida de um Médico, O Trigo e o Joio, Domingo à Tarde, O Homem Disfarçado ou O Rio Triste, que vieram a ser traduzidos em diversas línguas, tendo inclusive, em 1981, sido proposto para o Prémio Nobel da Literatura, pela Academia das Ciências de Lisboa e pelo PEN Clube. Se quisermos contextualizar, sistematizar a sua obra em fases distintas de criação literária, podemos identificar: (1) o ciclo de juventude, principalmente enquanto estudante em Coimbra, coincidente com o livro-poema Terra e o romance Fogo na Noite Escura; (2) o ciclo rural, entre 1943 e 1950, representado pelas novelas Casa da Malta (escrita em 8 dias) e Minas de San Francisco, ou pelos romances A Noite e a Madrugada, O Trigo e o Joio sem esquecer os Retalhos da Vida de um Médico, cuja edição espanhola (1ª tradução) apresenta o prefácio de (Gregório Marañón); (3) o ciclo urbano, coincidente com a sua vinda para Lisboa, marcado pela solidão e vivências do quotidiano, e que se terá reflectido no romance O Homem Disfarçado, em Cidade Solitária ou no Domingo à Tarde; (4) o ciclo cosmopolita, ou seja, dos cadernos de um escritor, balizado no final dos anos 60 e década de 70, explicado pelas muitas viagens que fez, nomeadamente à Escandinávia, e pela sua participação nos encontros de Genebra; (5) o ciclo final, entre a ficção contemporânea, onde se insere o romance O Rio Triste ou Resposta a Matilde, intitulado pelo próprio divertimento, e as reflexões íntimas de Jornal sem Data (1988). Sendo talvez uma das suas obras mais conhecidas, Retalhos da Vida de um Médico, foi a primeira a ser adaptada ao cinema, por intermédio do realizador Jorge Brum do Canto (em 1962, filme seleccionado para o Festival de Berlim), seguindo-se a série televisiva, da responsabilidade de Artur Ramos e Jaime Silva (1979-1980). O Trigo e o Joio foi adaptado para o cinema em 1965, por Manuel Guimarães, com Manuel da Fonseca. Do mesmo realizador, para televisão e em 1969, tem-se Fernando Namora. Domingo à Tarde (seleccionado para o Festival de Veneza), foi realizado por António de Macedo em 1965 e contou com actores como Isabel de Castro, Ruy de Carvalho e Isabel Ruth. Em 1975, surge Fernando Namora – Vida e Obra, realizado por Sérgio Ferreira. Também em 1975 Namora colaborou na publicação periódica Jornal do Caso República(1975) A Noite e a Madrugada, de 1985, deve a sua realização a Artur Ramos. Resposta a Matilde, de 1986, foi adaptado a televisão por Dinis Machado e Artur Ramos’, com a participação de Raúl Solnado e Rogério Paulo. Em 1990, regista-se O Rapaz do Tambor, curta metragem de Vítor Silva. Foi sepultado no Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
Júlio Martins Resende da Silva Dias (Porto, 23 de Outubro de 1917 — Valbom, Gondomar, Portugal, 21 de Setembro de 2011) foi um pintor português. Nasceu no número 14 da Rua Actor João das Regras (antiga Travessa de Sá de Noronha), no Porto, juntamente com o seu irmão, o maestro Resende Dias. Diplomou-se em Pintura em 1945 pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto, onde foi discípulo de Dórdio Gomes. Fez a sua primeira aparição pública em 1944 na I Exposição dos Independentes. Em 1948 partiu para Paris recebendo formação de Duco de la Haix e de Otto Friez. O trabalho produzido em terras gaulesas é exposto em Portugal em 1949 e as propostas actualizadas que Resende demonstra são acusadas pelos artistas portugueses, definindo a sua vocação de expressionista. Assimilou algum cubismo, vai construir na sua fase alentejana, e mais tarde no Porto, uma pintura caracterizada pela plasticidade e dinâmica, de malhas triangulares ou quadrangulares, aproximando-se de forma progressiva da não figuração. Do geometrismo ao não figurativismo, do gestualismo ao neofigurativo, a sua arte desenvolve-se numa encruzilhada de pesquisas, cuja dominante será sempre expressionista e lírica. Pintor de transição entre o figurativo e o abstracto, Resende distingue-se também como professor, trazendo à escola do Porto um novo espírito aos alunos que a frequentaram na década de 1960. A obra pictórica de Júlio Resende revela que ele compreendeu a pintura europeia, porque a observou, experimentou e soube transmitir aos pintores e aos alunos que ele formou na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Morreu no dia 21 de Setembro de 2011 aos 93 anos
Natália Correia – Uma Estátua Para Herodes – Edições – Arcádia – Lisboa – 1974. Desc. 141 pág / 19 cm x 12,5 cm / E «1.ª Edição»
….Natália de Oliveira Correia (Fajã de Baixo, São Miguel, 13 de Setembro de 1923 — Lisboa, 16 de Março de 19931 ) foi uma intelectual, poeta (a própria recusava ser classificada como poetisa por entender que a poesia era assexuada) e activista social açoriana, autora de extensa e variada obra publicada, com predominância para a poesia. Deputada à Assembleia da República (1980-1991), interveio politicamente ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. Autora da letra do Hino dos Açores. Juntamente com José Saramago (Prémio Nobel de Literatura, 1998), Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). A obra de Natália Correia estende-se por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio. Colaborou com frequência em diversas publicações portuguesas e estrangeiras. Foi uma figura central das tertúlias que reuniam em Lisboa nomes centrais da cultura e da literatura portuguesas nas décadas de 1950 e 1960. Ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na sua escrita. A sua obra está traduzida em várias línguas. Quando tinha apenas onze anos o pai emigra para o Brasil, fixando-se Natália com a mãe e a irmã em Lisboa, cidade onde faz estudos liceais no Liceu D. Filipa de Lencastre. Iniciou-se na literatura com a publicação de uma obra destinada ao público infanto-juvenil mas rapidamente se afirmou como poetisa. Notabilizada através de diversas vertentes da escrita, já que foi poetisa, dramaturga, romancista, ensaísta, tradutora, jornalista, guionista e editora , tornou-se conhecida na imprensa escrita e, sobretudo, na televisão, com o programa Mátria, onde advogou uma forma especial de feminismo (afastado do conceito politicamente correcto do movimento), o matricismo, identificador da mulher como arquétipo da liberdade erótica e passional e fonte matricial da humanidade; mais tarde, à noção de Pátria e de Mátria acrescenta a de Frátria. Dotada de invulgar talento oratório e grande coragem combativa, tomou parte activa nos movimentos de oposição ao Estado Novo, tendo participado no MUD (Movimento de Unidade Democrática, 1945), no apoio às candidaturas para a Presidência da República do general Norton de Matos (1949) e de Humberto Delgado(1958) e na CEUD (Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, 1969). Foi condenada a três anos de prisão, com pena suspensa, pela publicação da Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, considerada ofensiva dos costumes, (1966) e processada pela responsabilidade editorial das Novas Cartas Portuguesas de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta. Foi responsável pela coordenação da Editora Arcádia, uma das grandes editoras portuguesas do tempo. A sua intervenção política pública levou-a ao parlamento, para onde foi eleita em 19803 nas listas do PPD (Partido Popular Democrático), passando a independente. Foi autora de polémicas intervenções parlamentares, das quais ficou célebre, num debate sobre o aborto, em 1982, a réplica satírica que fez a um deputado do CDS sobre a fertilidade do mesmo. Fundou em 1971, com Isabel Meireles, Júlia Marenha e Helena Roseta, o bar Botequim, onde durante as décadas de 1970 e 1980 se reuniu grande parte da intelectualidade portuguesa. Foi amiga de António Sérgio (esteve associada ao Movimento da Filosofia Portuguesa), David Mourão-Ferreira (“a irmã que nunca tive”), José-Augusto França (“a mais linda mulher de Lisboa”) , Luiz Pacheco (“esta hierofântide do século XX”), Almada Negreiros, Mário Cesariny (“era muito mais linda que a mais bela estátua feminina do Miguel Ângelo”), Ary dos Santos (“beleza sem costura”), Amália Rodrigues, Fernando Da costa, entre muitos outros. Foi uma entusiasmada e grande impulsionadora pelo aparecimento do espectáculo de café-concerto em Portugal, na figura do polémico travesti Guida Scarllaty, o actor Carlos Ferreira, na época um jovem arquitecto de quem era grande amiga. Na sua casa, foi anfitriã de escritores famosos como Henry Miller, Graham Greene ou Ionesco. A 13 de Julho de 1981 foi feita Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. Natália Correia recebeu, em 1991, o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro Sonetos Românticos. No mesmo ano a 26 de Novembro foi feita Grande-Oficial da Ordem da Liberdade. Natália Correia casou quatro vezes. Após dois primeiros curtos casamentos, casou em Lisboa a 31 de Julho de 1953 com Alfredo Luís Machado (1904-1989), a sua grande paixão, bem mais velho do que ela e já viúvo, casamento este que durou até à morte deste, a 17 de Fevereiro de 1989. (São já notáveis as cartas de amor da jovem Natália para Alfredo Luís Machado.) Em 1990, tinha Natália 67 anos de idade, celebrou um casamento de conveniência com o seu colaborador e amigo Dórdio Guimarães.Na madrugada de 16 de Março de 1993, morreu , subitamente, com um ataque cardíaco, em sua casa, depois de regressada do Botequim. A sua morte precoce deixou um vazio na cultura portuguesa muito difícil de preencher. Legou a maioria dos seus bens à Região Autónoma dos Açores, que lhe dedicou uma exposição permanente na nova Biblioteca Pública de Ponta Delgada, instituição que tem à sua guarda parte do seu espólio literário (que partilha com a Biblioteca Nacional de Lisboa) constante de muitos volumes éditos, inéditos, documentos biográficos, iconografia e correspondência, incluindo múltiplas obras de arte e a biblioteca privada….
M.Pinheiro Chagas – A Varanda de Julieta (A Varanda de Julieta – Romance da Tia Isabel – Tempestades da Aldeia – A Visão do Precipicio – a Esposa de Felisberto – Amor de Cigana) – Livraria Simões Lopes de Domingos Barreira – Porto – 1937.Desc.(347)Pág.E
Luiz de Camões – Os Lusíadas «Quarto Centenário do Descobrimento da Índia» Prefácio por D. António Mendes Bello e Manuel Pinheiro Chagas Dirigida por Fernandes Costa – Editor – Silvestre Castanheiro – Lisboa 1898. Desc. 599 pág + 2 Retratos de Vasco da Gama e Luiz de Camões / 43 cm x 30 cm / E. Ilust.
Os Lusíadas «Quarto Centenário do Descobrimento da Índia» Prefácio por D. António Mendes Bello e Manuel Pinheiro Chagas Dirigida por Fernandes Costa
Alfredo Carvalhães – Camões – Imprensa Portuguesa – Porto – 1880.Desc.(64)Pág / A.L.Leitão – Comedias de Luiz de Camões (I. El.Rei Seleuco) (II. Os Amphitriões) (III.Filodemo) Edição Popular/Editor – A.L.Leitão – Lisboa – 1880.Desc.(99)Pag / Alberto Pimentel – A Varanda de Nathercia – Oficina Typographia da Empresa Literária de Lisboa – Lisboa – 1880.Desc.(64)Pág. / Afonso Vargas – Excertos das Obras de Luiz de Camões Publicados Por Subscrição Promovida entre a Classe Académica de Lisboa – Typographia Editora de Mattos Moreira & C.ª – Lisboa – 1880.Desc.(191)Pág.E.Pele (4 Estudos de Camões)
No Reino de Caliban (Antologia Panorâmica da Poesia Africana de Expressão Portuguesa I Cabo Verde e Guiné-Bissau)(€40.00)
Manuel Ferreira (Organização, Selecção, Prefácio e Notas) – No Reino de Caliban (Antologia Panorâmica da Poesia Africana de Expressão Portuguesa I Cabo Verde e Guiné-Bissau) – Seara Nova – Lisboa – 1975.Desc.(328)Pág.Br.Ilust
Ponson Du Terrail – Os Cavaleiros da Industria (I Cartahut ou A Barca Phantasma) / Os Cavaleiros da Industria (II O Mysterio da Passagem do Sol) / Os Cavaleiros da Industria (III O Senhor da Montanha) / Os Cavaleiros da Industria (IV A Dedicação de Joanna) – Escritório da Bibliotheca Franco-Lusa – Lisboa – 1875.Desc.(209) + (230) + (230) + (214)Pág.E.Pele
Pierre Alexis, Visconde de Ponson du Terrail
Pierre Alexis, Visconde de Ponson du Terrail (Montmaur, 8 de julho de 1829 – Bordéus, 20 de janeiro de 1871) foi um escritor francês, do gênero novelista Educado por sua família para ser membro da Marinha francesa, numa família tradicionalmente ligada ao meio militar, Ponson du Terrail se rebelou contra as determinações da família e contra os estudos, preferindo viver de literatura. Foi o autor de As proezas de Rocambole, um romance-folhetim publicado à partir de 1853, onde a personagem principal, chamado Rocambole, é um homem envolvido em trapaças, hábil em enganar as pessoas usando de disfarces diversos. O romance obteve grande sucesso no Brasil, em especial na capital, Rio de Janeiro. Durante sua carreira, escreveu simultaneamente cinco novelas diferentes, uma para cada jornal, entre eles L’Opinion nationale, La Patrie, Le Moniteur, Le Petit Journal.