
Alberto Marques da Silva – Meu Coração Vai Falar… – Tip. do Jornal “O Algarve” – Faro – 1956. Desc. 71 + XI / 21,5 cm x 15 cm / Br. Ilust. «1.ª Edição – Autografado»
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Alberto Marques da Silva – Meu Coração Vai Falar… – Tip. do Jornal “O Algarve” – Faro – 1956. Desc. 71 + XI / 21,5 cm x 15 cm / Br. Ilust. «1.ª Edição – Autografado»
Alberto Marques da Silva – Rosas do Meu Jardim – Tip. Do Jornal “O Algarve” – Faro – 1958. Desc. 76 + IX / 21,5 cm x 15 cm / Br. Ilust. «1.ª Edição Autografado»
Alberto Marques da Silva – Janela Azul – Tipografia Cácima – Faro – 1963. Desc. 138 + XVII / 21,5 cm x 15 cm / Br. Ilust. Capa de Arquitecto – Hermínio de Oliveira Retrato do Autor – Estúdio Matos e Desenho do Pintor -Américo Marinho.«1.ª Edição Autografado»
Alberto Marques da Silva – Nasceu a 9 de Julho de 1898, em Chaves e faleceu em Lisboa a 9 de Outubro de 1977, embora tenha sido sepultado em Faro e ter deixado viúva, D. Adelina Fonseca, professora primária. Aliás, D. Adelina Fonseca, foi professora da esposa do signatário deste texto, na escola então existente no Beco do Xixo. Alberto Marques da Silva, que os farenses tratavam carinhosamente por “Marmelada”, veio ainda em criança para Faro, pois o seu pai tinha sido nomeado director de finanças da nossa cidade. Estudou no liceu de Faro e fez vida militar. Mais tarde, desempenhou funções como empresário na Companhia do Cine-Teatro Farense, de onde se reformou ainda em funções.
B. Xavier Coutinho – Camões e as Artes Plásticas «Subsídio para a Iconografia Camoneana – Livraria Figueirinha – Porto – 1946/49. Desc. 466 + 478 Pág / 26 cm x 19 cm / Br. Ilust.
João Grave – Memórias dos Dias Findos – Livraria Chardron de Lello & Irmão, Lda – Porto – 1926. Desc. 297 pág / 19 cm x 12 cm / Br. «1.ª Edição»
João Grave (Vagos, 11 de Julho de 1872 – Porto, 1934) foi um escritor e jornalista português. Autor de obras de ficção, crónica, ensaio e poesia. Como jornalista chefiou a redacção do Diário da Tarde e colaborou nos jornais Província, Século e Diário de Notícias e em vários órgãos da imprensa brasileira. Foi director da Biblioteca Municipal do Porto e dirigiu o dicionário enciclopédico Lello Universal.
António José Saraiva e Óscar Lopes – História Ilustrada das Grandes Literaturas «Literatura Portuguesa» Vol. I e II – Estúdios Cor – Lisboa – 1966/73. Desc. 911 + XVI + 170 Fotos / 25 cm x 19 cm / E . Ilust.
António José Saraiva (Leiria, 31 de Dezembro de 1917 — Lisboa, 17 de Março de 1993 ) foi um professor e historiador de literatura portuguesa. Segundo dos sete filhos de José Leonardo Venâncio Saraiva e de Maria da Ressurreição Baptista, foi criado em Leiria até aos quinze anos. Estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se doutorou em Filologia Românica, em 1942, com a tese Gil Vicente e o Fim do Teatro Medieval. Em Lisboa conhece Óscar Lopes, com quem escreverá, em com autoria, a História da Literatura Portuguesa, publicada pela 1.ª vez em 19552. Opositor ao Salazarismo, foi militante do Partido Comunista Português, de que saiu em ruptura, depois de uma viagem à URSS. Apoiou a candidatura do general Norton de Matos à Presidência da República, em 1949. Nesse ano foi preso e impedido de ensinar. Durante os anos seguintes, viveu exclusivamente das suas publicações e da colaboração em jornais e revistas. Exilou-se na França em 1960, tendo em seguida ido viver para os Países Baixos, onde leccionou na Universidade de Amesterdão. Regressado a Portugal, após o 25 de Abril, tornou-se professor catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. António José Saraiva publicou uma vastíssima e importante obra, considerada uma referência nos domínios da história da literatura e da história da cultura portuguesas, amadurecida quer na edição de obras e no estudo de autores individualizados (Camões, Correia Garção, Cristóvão Falcão, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Fernão Lopes,Fernão Mendes Pinto, Gil Vicente, Eça de Queirós, Oliveira Martins), quer através da publicação de obras de grande fôlego como a História da Cultura em Portugal ou, de parceria com Óscar Lopes, a História da Literatura Portuguesa. É pai do jornalista José António Saraiva e irmão do historiador José Hermano Saraiva, do qual sempre foi muito próximo. Foi também sobrinho, pelo lado da mãe, de José Maria Hermano Baptista, militar centenário, (1895 – 2002, viveu até aos 107 anos) o último veterano português sobrevivente, que combateu na Primeira Guerra Mundial.
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Óscar Luso de Freitas Lopes (Leça da Palmeira, 2 de Outubro de 1917 – Matosinhos, 22 de Março de 2013) foi um professor português que desenvolveu a sua actividade docente e de investigação nas áreas da literatura e da linguística. Óscar Lopes era filho do folclorista Armando Lopes e da violoncelista Irene Freitas. Sua irmã Maria Mécia de Freitas Lopes (Leça) foi esposa de Jorge de Sena e organizadora do espólio literário deste. Óscar Lopes foi um homem bom. E foi um homem humilde como só os homens sábios sabem ser. Humilde no saber, nas certezas, sempre pronto a rever-se e a ensaiar novas soluções para o mar de interrogações por onde navegava procurando persistentemente respostas, sem que isso implicasse perda de um norte ideológico que toda a vida procurou com perseverança, estudo e abertura de espírito. A vida desafiava-o quotidianamente e todos os planos da realidade o interpelavam, por isso nunca se fechou numa única área do saber, nunca foi rato de biblioteca, embora tivesse sido um leitor compulsivo, nunca se fechou ao chamamento do mundo, quer o mundo fosse a sua escola, a sua cidade, o seu partido, o seu país, o planeta, o cosmos. Tudo o interessava e por isso era tão fascinante ouvi-lo, sempre apaixonado pelo ato de pensar, falar, quer da história duma palavra, como da de um longínquo astro, quer de uma qualquer estrutura linguística, como de um verso de Camilo Pessanha, quer da música que tanto amava, como do último problema de lógica com que se debatia. Amava a humanidade e o mundo tão agreste em que lhe foi dado viver. A curiosidade intelectual insaciável faz dele, jovem professor de português nos liceus, já com duas licenciaturas feitas, um incansável estudioso da literatura e da língua. Começa por se dedicar à historiografia literária, publicando abundantemente já nos anos 40, mas, depois, a crítica literária da produção contemporânea atrai-o e torna-se um brilhante ensaísta, que publica nas páginas do Comércio do Porto, durante as décadas de 50 e 60, uma crítica extremamente original, atenta à materialidade formal do texto literário, na qual vai construindo o seu conceito singular de “realismo problemático ou dialético”, um realismo longínquo da tradição oitocentista e heterodoxo relativamente ao neorrealismo imperante, que se manifesta sempre que a literatura resiste ao senso comum e produz um alargamento de mundos. Através desse exercício crítico vai afinando o seu conceito de que a leitura tem sempre um carácter provisório. Ler é fazer tentativas, é ensaiar sínteses, pontos de equilíbrio num palco de conflitos que um texto sempre constitui. Por isso, para Óscar Lopes, a leitura de um texto literário constitui um desafio para quem lê: “compreender, realmente, uma obra é compreender-se melhor.” Esta tentativa de ler com propriedade e instrumentos tão rigorosos quanto possível leva-o a mergulhar mais no estudo da língua. Nos anos 60, num clima intelectualmente adverso, impedido até, por algum tempo, de ensinar, controlado nos contactos, movimentos, correspondência, em clima de grande solidão intelectual, Óscar Lopes torna-se um investigador de ponta no campo da linguística. Escreve, como bolseiro da Fundação Gulbenkian, a inovadora Gramática Simbólica do Português, a partir das experiências que faz com os seus estudantes adolescentes, cruzando formalmente o ensino do português com o da matemática. Quando, com o 25 de Abril, vê finalmente abrirem-se-lhe as portas da Universidade, será no campo da linguística que exercerá o seu magistério. Eu, então jovem assistente universitária, recordo o pasmo com que assisti a algumas das aulas de Linguística Matemática e Computacional que dava nos intervalos que a gestão da Faculdade de Letras do Porto, em quotidiano processo de mudança e democratização lhe permitiam, gestão que ele abraçou com o entusiasmo que punha em tudo. Claro que todos o lembramos por essa obra fundadora de uma historiografia literária nova, arredada da historiografia positivista imperante, que escreveu a duas mãos com o amigo de sempre, António José Saraiva, a História da Literatura Portuguesa, a qual, com cerca de 20 edições, formou gerações de estudantes em Portugal, no Brasil e um pouco por todo o mundo onde se estuda a literatura portuguesa. Mas ela é apenas a parte com mais visibilidade da obra muito mais vasta e complexa, até muito tarde desconhecida, deste homem do norte. A bondade já evocada de Óscar Lopes, fruto evidentemente da sua elevada dimensão ética, também decorre em grande medida do ensaísmo que sempre praticou em todos os domínios – ensaísmo no seu sentido etimológico de ensaiar, tentar, encontrar soluções e tentar de novo novas hipóteses. A sua bondade manifestava-se neste espírito de abertura ao conhecimento e ao diálogo com o outro. Das coisas de que mais gostava era de trocar, debater, defender ideias e por isso ouvia o outro com uma disponibilidade sem limites: do aluno principiante ao intelectual ou ao criador de maior renome. Ouvia-os com um interesse genuinamente idêntico conjugando ao máximo os seus próprios preconceitos ou pressupostos ideológicos. O membro do Comité Central do PCP que também foi durante algum tempo não adotava qualquer ortodoxia nas suas opções ideológicas ou epistemológicas. Um dia, em 1992, Óscar Lopes escrevia a um António José Saraiva doente e desalentado: “Só o enfraquecimento da convicção é que nos pode dar a obsessão da morte. Lembra-te do verso de Pessoa, no poema Iniciação: «Neófito, a morte não existe»(sic). Cada um de nós é muito mais (e muitos mais) do que aquele que se vê. (…) «Neófito, a morte não existe»(sic), a não ser na falta de convicção de verdade ou de valor». Era assim Óscar Lopes, não acreditando na morte e perseguindo sentidos de verdade para a vida no pensamento.
Samuel Maia – Luz Perpétua – Portugal-Brasil, Lda – Lisboa – 1923. Desc. 229 pág / 19 cm x 12,5 cm / Br. «1.º edição»
Samuel Maia Ribafeira, Viseu, 1874/Lisboa, 1951 Século XIX-XX Romancista, poeta e dramaturgo, Samuel Domingos Maia de Loureiro, de seu nome completo, licenciou-se em Medicina, tendo exercido em várias regiões do país. Como médico publicou diversos opúsculo e um livro dedicado ao vinho que vendeu mais de 30 mil exemplares nos anos 30 do século XX. Colaborou em publicações periódicas como «O Século», «Jornal de Notícias», «Diário Popular» e «Ilustração», tendo a sua estreia no romance ocorrido em 1923 com «Luz Perpétua» (romance). No entanto, antes dessa obra, já publicara diversos livros de poesia,entre os quais «Livro de Alma», em 1894. De entre as suas obras destacam-se o romance histórico «História Maravilhosa de Dom Sebastião Imperador do Atlântico» e «O Diabo da Meia-Noite». O estilo na generalidade da sua ficção reflecte uma evolução da tradição naturalista para a narrativa regionalista, centrada no contexto social e geográfico beirão.
(1) – Ramalho Ortigão – Arte Portuguesa – Vol. I – II – III – Obras Completas – Livraria Clássica Editora – Lisboa – 1943/1947. Desc. 299 + 297 + 262 pág / 19 cm x 12.5 cm / Br. «€40.00»
(2) – Ramalho Ortigão – A Holanda – Vol. I – II – Obras Completas – Livraria Clássica Editora – Lisboa – 1947. Desc. 254 + 245 pág / 19 cm x 12.5 cm / Br. «€20.00»
(3)- Ramalho Ortigão – Pelas Terras Alheias – Vol. I – II – Obras Completas – Livraria Clássica Editora – Lisboa – 1949. Desc. 199 + 200 pág / 19 cm x 12.5 cm / Br. «€30.00»
(4) – Ramalho Ortigão – Figuras e Questões Literárias – Vol. I – II – Obras Completas – Livraria Clássica Editora – Lisboa – 1943/1945. Desc. 297 + 310 pág / 19 cm x 12.5 cm / Br.«€25.00»
(5) – Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão – O Mistério da Estrada de Sintra – Livraria Clássica Editora – Lisboa – 1947. Desc. 260 pág / 19 cm x 12.5 cm / Br. «€12.00»
(6) – Ramalho Ortigão – Contos e Páginas Dispersas – Obras Completas – Livraria Clássica Editora – Lisboa – 1945. Desc. 285 pág / 19 cm x 12.5 cm / Br. «€12.00»
(7) – Ramalho Ortigão – Jonh Bull – Obras Completas – Livraria Clássica Editora – Lisboa – 1943. Desc. 333 pág / 19 cm x 12.5 cm / Br. «€12.00»
(8) – Ramalho Ortigão – Em Paris – Obras Completas – Livraria Clássica Editora – Lisboa – 1943. Desc. 295 pág / 19 cm x 12.5 cm / Br. «€12.00»
(10) – Ramalho Ortigão – Costumes e Perfis – Obras Completas – Livraria Clássica Editora – Lisboa – 1944. Desc. 303 pág / 19 cm x 12.5 cm / Br. «€12.00»
(11) – Ramalho Ortigão – Notas de Viagem – Obras Completas – Livraria Clássica Editora – Lisboa – 1945. Desc. 290 pág / 19 cm x 12.5 cm / Br. «€15.00»
Luís de Camões « Leitura, Prefácio e Notas de Álvaro Júlio da Costa Pimpão – Os Lusíadas de Luís de Camões – Edição Comemorativa do IV Centenário da Publicação de “Os Lusíadas” – Instituto de Alta Cultura – Lisboa – 1972. Desc. LIV + 561 pág / 24 cm x 15.5 cm / E.
Pauline Réage – História de O «Tradução de Guilherme Azeredo» – Edições Delfos – 1973. Desc. 229 pág / 25 cm x 19 cm / Br.
A História de O (em francês: Histoire d’O) é um romance erótico escrito por Anne Desclos sob o pseudónimo Pauline Réage e publicado na França em 1954.”O” é uma mulher livre e independente, que é levada por seu amante René a um castelo situado em Roissy, perto de Paris, onde ela se torna uma escrava de René e outros homens. Após esse período em Roissy é entregue ao Sr. Stefan que compartilha os direitos de tê-la como escrava com René, aos poucos René se afasta e ela vai sendo apenas do Sr. Stefan que agora submeterá ela aos cuidados de Marie em sua casa, “O” é marcada a ferro quente com as iniciais de seu novo mestre Sr. Stefan e é submetida, por sua própria vontade e consentimento, a uma variedade de práticas sexuais sadomasoquismos. A “O”, uma fotógrafa de moda parisiense bem sucedida, se deixa levar sem resistência por seu amante René ao isolado castelo de Roissy. Roissy é uma propriedade particular; no seu interior muitas mulheres são educadas para serem submissas à vontade dos homens. “O” deixa-se ensinar para ser uma perfeita submissa e aprende ser uma escrava. Como parte de seu treinamento, ela é amarrada, chicoteada e aprende a ser a qualquer momento e para todos sexualmente disponível. Depois de completar sua formação, ela, como mais uma prova do amor, concorda com o pedido de René para viver temporariamente com um amigo paternal dele, Sir Stephen, e se submete incondicionalmente aos desejos dele. Sir Stephen revela-se ainda mais dominante que René, por isso O apaixona-se por ele. Como prova final de seu amor, ela passa por um treinamento ainda mais rigoroso, em um lugar habitado e gerenciado exclusivamente por mulheres, denominada Samois. Lá, ela concorda em obter uma marca de ferrete e um piercing em forma de anéis na vagina, como o sinal definitivo de sua submissão. Tudo é descrito na perspectiva da heroína, cuja vida interior é retratado de uma maneira subtil, sem ser avaliada moralmente ou psicologicamente. É famosa uma cena de violação e tortura em que ela repara que os chinelos de seu amante são gastos e ela teria na próxima oportunidade adquirir novos. Na linguagem e estilo, a obra fica na tradição da literatura clássica francesa. Apesar da temática o livro é escrito sem palavras obscenas.
António de Matos Pacheco – Entre Lágrimas e Sorrisos – Minerva Central – Lourenço Marques – 1956. Desc. 125 pág / 21 cm x 14 cm / Br. «1.º Edição»
Arthur Lambert da Fonseca – O II Cerco do Dio – Grádio – Lisboa – 1971. Desc. 209 pág / 21 cm x 15 cm / E.
Vitorino Nemésio – Ondas Médias – Livraria Bertrand – Lisboa – 1945. Desc. 360 pág / 19 cm x 112 cm / Br. «1.ª edição« Rubricado pelo Autor
Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva (Praia da Vitória, 19 de Dezembro de 1901 — Lisboa, 20 de Fevereiro de 1978) foi um poeta, escritor e intelectual de origem açoriana que se destacou como romancista, autor de Mau Tempo no Canal, e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Filho de Vitorino Gomes da Silva e Maria da Glória Mendes Pinheiro, na infância a vida não lhe correu bem em termos de sucesso escolar, uma vez que foi expulso do Liceu de Angra, e reprovou o 5.º ano, fato que o levou a sentir-se incompreendido pelos professores. Do período do Liceu de Angra, apenas guardou boas recordações de Manuel António Ferreira Deus dado, professor de História, que o introduziu na vida das Letras. Com 16 anos de idade, Nemésio desembarcou pela primeira vez na cidade da Horta para se apresentar a exames, como aluno externo do Liceu Nacional da Horta. Acabou por concluir o Curso Geral dos Liceus, em 16 de Julho de 1918, com a qualificação de dez valores. A sua estadia na Horta foi curta, de Maio a Agosto de 1918. A 13 de Agosto o jornal O Telégrafo dava notícia de que Nemésio, apesar de ser um fedelho, um ano antes de chegar à Horta, havia enviado um exemplar de Canto Matinal, o seu primeiro livro de poesia (publicado em 1916), ao director de O Telégrafo, Manuel Emídio. Apesar da tenra idade, Nemésio chegou à Horta já imbuído de alguns ideais republicanos, pois em Angra do Heroísmo já havia participado em reuniões literárias, republicanas e anarco-sindicalistas, tendo sido influenciado pelo seu amigo Jaime Brasil, cinco anos mais velho (primeiro mentor intelectual que o marcou para sempre) e por outras pessoas tal como Luís da Silva Ribeiro, advogado, e Gervásio Lima, escritor e bibliotecário. Em 1918, ao final da Primeira Guerra Mundial, a Horta possuía um intenso comércio marítimo e uma impressionante animação nocturna, uma vez que se constituía em porto de escala obrigatória, local de reabastecimento de frotas e de repouso da marinhagem. Na Horta estavam instaladas as companhias dos Cabos Telegráficos Submarinos, que convertiam a cidade num “nó de comunicações” mundiais. Esse ambiente cosmopolita contribuiu, decisivamente, para que ele viesse, mais tarde a escrever uma obra mítica que dá pelo nome de Mau Tempo no Canal, trabalhada desde 1939 e publicada em 1944, cuja acção decorre nas ilhas Faial, Pico, São Jorge e Terceira, sendo que o núcleo da intriga se desenvolve na Horta. Este romance evoca um período (1917-1919) que coincide em parte com a sua permanência na ilha do Faial e nele aparecem pessoas tais como o Dr. José Machado de Serpa, senador da República e estudioso, o padre Nunes da Rosa, contista e professor do Liceu da Horta, e Osório Goulart, poeta. Em 1919 iniciou o serviço militar, como voluntário na arma de Infantaria, o que lhe proporcionou a primeira viagem para fora do arquipélago. Concluiu o liceu em Coimbra (1921) e inscreve-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Três anos mais tarde, Nemésio trocou esse curso pelo de Ciências Histórico Filosóficas, da Faculdade de Letras de Coimbra, e, em 1925, matriculou-se no curso de Filologia Românica. Na primeira viagem que faz a Espanha, com o Orfeão Académico, em 1923, conhece Miguel Unamuno, escritor e filósofo espanhol (1864-1936), intelectual republicano, e teórico do humanismo revolucionário antifranquista, com quem trocará correspondência anos mais tarde. A 12 de Fevereiro de 1926 desposou, em Coimbra, Gabriela Monjardino de Azevedo Gomes, com quem teve quatro filhos: Georgina (Novembro de 1926), Jorge (Abril de 1929), Manuel (Julho de 1930) e Ana Paula (Dezembro de 1931). Em 1930 transferiu-se para a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa onde, no ano seguinte, concluiu o curso de Filologia Românica, com elevadas classificações, começando desde logo a leccionar literatura italiana. A partir de 1931 deu inicio à carreira académica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde leccionou Literatura Italiana e, mais tarde, Literatura Espanhola. Em 1934 doutorou-se em Letras pela Universidade de Lisboa com a tese A Mocidade de Herculano até à Volta do Exílio. Entre 1937 e 1939 leccionou na Universidade Livre de Bruxelas, tendo regressado, neste último ano, ao ensino na Faculdade de Letras de Lisboa. Em 1958 leccionou no Brasil. A 19 de Julho de 1961 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e a 17 de Abril de 1967 Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. A 12 de Setembro de 1971, atingido pelo limite legal de idade para exercício de funções públicas, profere a sua última lição na Faculdade de Letras de Lisboa, onde ensinara durante quase quatro décadas. Foi autor e apresentador do programa televisivo Se bem me lembro, que muito contribuiu para popularizar a sua figura e dirigiu ainda o jornal O Dia entre 11 de Dezembro de 1975 a 25 de Outubro de 1976. Foi um dos grandes escritores portugueses do século XX, tendo recebido em 1965, o Prémio Nacional da Literatura e, em 1974, o Prémio Montaigne. Faleceu a 20 de Fevereiro de 1978, em Lisboa, no Hospital da CUF, e foi sepultado em Coimbra. Pouco antes de morrer, pediu ao filho para ser sepultado no cemitério de Santo António dos Olivais, em Coimbra. Mas pediu mais: que os sinos tocassem o Aleluia em vez do dobre a finados. O seu pedido foi respeitado. A 30 de Agosto de 1978 foi elevado a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada a título póstumo.
José Agostinho – Affonso de Albuquerque – Casa Editora de A. Figueirinha, Lda – Porto – 1924 Desc. 23 cm x 16 cm / E.
Miguel Torga – Diário XIII – Gráfica de Coimbra – Coimbra – 1983. Desc. 206 pág / 19,5 cm x 14 cm / Br.«1.ª Edição»
Sant’anna Dionísio – Alto Douro Ignoto – Lello & Irmão – Editores – Porto – 1973. Desc. 246 pág / 19,5 cm x 13 cm / Br.
Sant’ana Dionísio – Ares de Trás-os -Montes – Lello & Irmão – Editores – Porto – 1977. Desc. 328 pág / 19,5 cm x 13 cm / Br.
Raul da Silva Pereira, Albino António de Melo, António Alberto Rodrigues….Etc – Livro de Curso 1945-1949 – Instituto Superior de Ciencias Económicas e Financeiras – Papelaria Fernandes – Lisboa – 1949 – Desc. 244 pág / 25 cm x 19 cm / Br.
Obs: Compilação de Poesia e Ilutrasões dos Alunos do Instituto de Ciências Económicas e Financeiras 1945-1949
José Saramago – As Intermitências da Morte – Caminho – Lisboa – 2005. Desc. 214 pág / 21 cm x 14 cm / Br. «1.ª Edição»
As Intermitências da Morte é um livro do escritor português José Saramago publicado em 2005. Sua frase inicial “No dia seguinte ninguém morreu” é ponto de partida para ampla divagação sobre a vida, a morte, o amor e o sentido, ou a falta dele, da nossa existência. Fiel ao seu estilo e ainda mais sarcástico e irónico, Saramago vai além de reflexões existenciais, fazendo uma dura crítica a sociedade moderna (o país da obra é fictício) ao relatar as reacções da Igreja, do Governo, do Clero, dos repórteres, dos filósofos, dos economistas, das funerárias, casas de pensão, hospitais, seguradoras, das famílias com um moribundo em casa, da máphia, etc. Pode-se dividir a obra em três partes. A primeira é a intermitência da morte, uma visão panorâmica dos fatos a partir do dia 1º de Janeiro, quando ninguém mais morreu naquele país. Aqui são abordados os paradoxos da ausência da morte, conflitos, discussões e soluções para o problema dos que não morrem nem podem voltar a viver, os moribundos.No sétimo capítulo há uma carta encaminhada pela morte a uma emissora de televisão, para que seja levada a público a notícia de seu retorno. Contudo, o retorno dar-se-á sob novas regras: “a partir da meia-noite de hoje se voltará a morrer tal como sucedia, sem protestos notórios (…) ofereci uma pequena amostra do que para eles seria viver para sempre (…) a partir de agora toda a gente passará a ser prevenida por igual e terá um prazo de uma semana para pôr em dia o que ainda lhe resta na vida”. Para cada um a quem estivesse a chegar a temida hora da partida sem volta, o tal prazo de sete dias seria precedido pelo recebimento de uma carta, de autoria da morte, anunciando-lhe a “rescisão deste contrato temporário a que chamamos vida”. Este novo sistema de anunciação e a reacção das pessoas – também calamitoso – tomará os próximos três capítulos. No décimo capítulo, uma dessas cartas – que deveria ser recebida por um violoncelista – é devolvida à remetente (tal como o pode ocorrer em autênticas correspondências postais), e a partir daí há uma narração mais clássica com personagens (a morte e o músico), espaço e conflitos bem definidos. Nesta parte a morte é humanizada, para muitos o ponto alto do livro. Gabriel Perisséu, escritor e crítico, afirma que “importa saborear a sabedoria com que o autor aborda a personificação da morte e a necessidade que esta sente (feminina ela se apresenta) de ser amada”.
José Saramago – Ensaio Sobre a Lucidez – Caminho – Lisboa – 2004. Desc. 239 pág / 21 cm x 13,5 cm / Br. «1.ª Edição»
Ensaio sobre a lucidez é um romance de José Saramago editado em 2004. O romance faz par com Ensaio Sobre a Cegueira e Saramago não esconde sua intenção alegórica, fazendo o jogo de claro-escuro penetrar em impasses contemporâneos. Num país qualquer, num dia chuvoso, poucos eleitores compareceram para votar, durante a manhã. As autoridades eleitorais, preocupadas, chegaram a supor que haveria uma abstenção gigantesca. À tarde, quase no encerramento da votação, centenas de milhares de eleitores compareceram aos locais de votação. Formaram-se filas quilométricos, e tudo pareceu normal. Mas, para desespero das autoridades eleitorais, houve quase setenta por cento de votos em branco. Uma catástrofe. Evidentemente que as instituições, partidos políticos e autoridades, haviam perdido a credibilidade da população. O voto em branco fora uma manifestação inocente, um desabafo, a indignação pelo descalabro praticado por políticos pertencentes aos partidos da direita, da esquerda e do meio. Políticos de partidos diferentes, mas de actuações iguais, usufruindo de privilégios que afrontavam a população. Os eleitores estavam cansados, revoltados. Os governantes, sentindo-se ameaçados, trataram de agir em nome da ordem, perseguindo, prendendo, maltratando, eliminando. Alguns que viveram os horrores da cegueira branca, novamente sofreram. Os governantes, preocupados em salvar a própria pele, em garantir o poder, não perceberam que a cegueira branca de outrora, demonstrativo de que há muito o homem estava cego, tinham paralelo com o voto branco de agora, indicativo de que a população não perdera a lucidez. Estranhamente, não houve uma mobilização para o facto. A partir daqui desenvolve-se a trama do livro: o governo e as autoridades deixam a cidade entregue a si própria, abandonando-a e isolando-a. Acabarão por entrar em cena os mesmos personagens da obra Ensaio sobre a cegueira, pelo que se aconselha o leitor a fazer uma leitura desta obra antes de proceder à leitura de Ensaio sobre a Lucidez. Neste livro, Saramago desenvolve uma crítica mordaz às instituições do poder político: sob a democracia podem estar vectores de natureza autoritária – lúcido é quem os enxerga. Nas eleições legislativas de 2005 em Portugal, algumas organizações apelaram ao voto em branco, aparentemente na sequência da ideia de Saramago.