• Le Portugal

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    Le Portugal «€35.00»

    Rui Rasquilho – Le Portugal (Tradução de Filipe Jarro) – Editions Minerva – Geneve – 1983. Desc. S/N / 32 cm x 24 cm / E Ilust.


  • Estatuária de Lisboa

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    Estatuária de Lisboa «€20.00»

    Rafael Laborde Ferreira e Victor Manuel Lopes Ferreira – Estatuária de Lisboa – Edição Amigos do Livro & Câmara de Lisboa – 1985. Desc. 447 pág / 19 cm x 13 cm / Br. Ilust.


  • Instantâneos da Minha Vida – Memorias

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    Instantâneos da Minha Vida – Memorias €25.00»

    Luis Piçarra – Instantâneos da Minha Vida – Memorias – Edição de Autor – Lisboa – 1991. Desc. 254 pág / 21 cm x 15 cm / Br . Ilust. «Autografado»

    Luís Raul Janeiro Caeiro de Aguilar Barbosa Piçarra Valdeterazzo y Ribadenayra, mais conhecido como Luís Piçarra ComIH (Santo Agostinho, Moura, 23 de junho de 1917Lisboa, 23 de setembro de 1999), foi um cantor português. Filho de Luís da Costa de Aguilar Barbosa Piçarra e Luísa Maria Caeiro. Seu pai, grande proprietário, possuía terras em Moura, Oeiras e Carcavelos onde se dedicava à produção de vinho. Pelo seu avó materno, Manuel Caeiro Gonzalez, descendia do irmão do 1º Marquês de Valdeterrazo, que foi Presidente do Conselho de Ministros de Espanha (1840-1841). Ficou conhecido principalmente por ter sido autor do segundo e atual hino não oficial do Sport Lisboa e Benfica, “Ser Benfiquista”. Frequentou os dois primeiros anos de Arquitetura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, curso que interrompeu em 1937 para se dedicar a uma carreira musical sem igual em Portugal. Ainda durante os tempos do Liceu, Luís Piçarra havia atuado nos Coros da Ópera Nacional, tendo sido, na altura aconselhado, pelo maestro italiano Alfredo Podovani a aprofundar os seus estudos na área do canto, conselho idêntico que lhe fez pouco tempo depois o maestro napolitano Francesco Codivila que dirigia os coros do Coliseu dos Recreios. E foi assim que ele chegou aos professores de canto Fernando de Almeida e Hermínia de Alargim, que foram o trampolim para a sua estreia na ópera “O Barbeiro de Sevilha” de Gioachino Rossini, levada a cena na Academia dos Amadores de Música de Lisboa, onde o cantor foi recebido com os maiores louvores da crítica especializada.Foi o ponto de partida de uma carreira de sucesso, que o levaria a cantar pelo mundo inteiro. Interpretou para além de ópera, sobretudo opereta e teatro de revista. Estreou-se no cinema em 1940 no filme “Pão Nosso”, de Armando de Miranda, onde cantou pela primeira vez “O Meu Alentejo”, um dos seus maiores êxitos, tornado-se assim numa estrela emergente no Portugal dos anos 40 do século XX. Em 1945 Luís Piçarra parte para o Brasil, onde inicia uma ascensão magnífica apresentando-se nas mais importantes salas do Rio de Janeiro. Actua igualmente no famoso Teatro Cólon de Buenos Aires. É na Argentina que conhece Tito Schippa, considerado o maior tenor do mundo, tornando-se o único aluno que o mestre ensinou. Ficou durante 2 anos no Brasil, tendo contracenado com Amália Rodrigues em “A Rosa Cantadeira”. Partiu depois numa nova digressão pela América Latina, que culminou no México. Poucos saberão, mas Luís Piçarra foi o criador da famosa “Granada”, que lhe foi oferecida pelo compositor mexicano Agustin Lara. O tenor cometeu então um erro que o privou de reconhecimento mundial ao não salvaguardar os direitos da canção… e a máquina de Hollywood lançou-a na voz de Mario Lanza. Assim, passou a ser conhecida como “a Granada do Lanza” aquela que é, na verdade, “a Granada do Piçarra”. Em 1947 tem um grande sucesso no Egito – é o começo do grande apogeu da sua carreira artística. Luís Piçarra permaneceria mais de um ano como cantor privativo do Rei Faruk, que, em 1948, lhe concedeu o título Bey, correspondente ao de conde nas cortes europeias. Actuou ainda em países como Chipre, Líbano, Síria, Grécia, Turquia e Itália. Segue depois para Paris onde em 1950 e 1951, é cabeça de cartaz da opereta ” Colorado” no principal teatro de opereta da época o Gaité-Lyrique, sob o nome artístico de “Lou Pizarra” sendo, então, muito apreciado pelo próprio General de Gaulle, presidente de França que carinhosamente o tratava como “le petit Portugais.Parte dos anos 50 é passada em Paris, com a família. Actuava duas vezes por dia na Radiodiffusion Française e mais tarde na televisão, também em França. Além de “Colorado” trabalhou em espectáculos como “La Vie en Rose” e “Andalousie”, entre outros. À margem das lides teatrais o tenor português actua também numa série de programas do show “This is Europe” organizados pela ECA, agência encarregada de aplicar o Plano Marshall, onde trabalha ao lado Edith Piaf. Os programas eram difundidos de Paris para os EUA e daí retransmitidos por centenas de Emissoras para o mundo inteiro levando a voz do português a milhões de ouvintes. Chegou ainda a gravar mais de uma vintena de programas para a cadeia norte-americana NBC. Em meados da década “Lou Pizarra” era o cantor europeu com mais discos publicados – 999, segundo dizia em jeito de graça – e era mais conhecido internacionalmente que no seu próprio país, apesar de ter sido, por mais que uma vez, eleito como “artista mais popular de Portugal”. Para além do famoso “Granada” a sua voz estreou outros temas que seriam êxitos mundiais como “Avril au Portugal” ou “Luna Lunera”. Nos anos 60, regressa a casa e divide-se entre Portugal e Angola, dando espectáculos nos mais populares casinos e salas de espectáculos. No dia 23 de abril de 1964 foi homenageado no Pavilhão dos Desportos, em Lisboa, pelos seus 25 anos de carreira. Em 1968, numa altura em que cumpria um contrato em Luanda faleceu a sua primeira esposa e mãe dos seus dois filhos, de doença súbita, apenas com 48 anos. Depois de uma curta estadia em Portugal, Luís “refugia-se” definitivamente em Luanda. Aí desempenha o papel de director do Centro de Preparação de Artistas da Rádio e é professor de canto teatral na Academia de Música durante alguns anos. É também em Angola que perde a voz, em 1969, numa emboscada da guerra colonial, quando actuava para as Forças Armadas Portuguesas. Regressaria a Portugal, definitivamente já depois do 25 de Abril de 1974. A 9 de Novembro de 1985, teve reconhecimento nacional ao ser feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique. No ano de 1987 foi lançado o livro “Luís Piçarra instantâneos da minha vida” em edição de autor. Outros dois livros foram também lançados, mais tarde. Em 1996 foi lançada uma compilação na série “Caravela” com os temas “Granada”, “Avril Au Portugal”, “Canção do Ribatejo”, “Caminho Errado”, “Anda Cá”, “Aninhas”, “Batalha”, “Guitarra da Mouraria”, “Morena da Raia”, “Santa Maria dos Mares”, “Ser Benfiquista” e “O Meu Alentejo”. Faleceu em Lisboa, a 23 de setembro de 1999, na Casa do Artista onde passou os últimos meses de vida. Em 2003 a Câmara Municipal de Lisboa homenageou o cantor dando o seu nome a uma rua no Alto do Lumiar. Tem também nome de rua nos concelhos de Gondomar e Cascais.


  • Bernardo Marques 1898 – 1962-1962

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    Bernardo Marques 1898 – 1962 «€20.00»

    Bernardo Marques 1898 – 1962 –  Marina Bairrão Ruivo – Bernardo Marques 1892 – 1962 / Rui Afonso Santos – Artes Aplicadas e Decoração / David Mourão-Ferreira – ilustração de Obras Literárias / Fernando de Azevedo – Sintra / José-Augusto França – Cem Anos Depois / Maria Helena de Freitas – a Janela do Atelier  – Museu do Chiado – Ministério da Cultura & Instituto dos Museu – Lisboa – 1998. Desc. 120 pág / 28 cm x 24 cm / Br. Ilust

    Bernardo Loureiro Marques (Silves (Portugal), 21 de Novembro de 1898 – Lisboa, 28 de Setembro de 1962) foi um pintor, ilustrador e artista gráfico português. Figura destacada da 2ª geração de pintores modernistas portugueses, Bernardo Marques participou no movimento renovador das artes em Portugal nas primeiras décadas do século XX. Foi autor de uma obra vasta e multifacetada, centrada sobretudo no desenho, artes gráficas e decoração.Bernardo Marques nasce em Silves, no Algarve, a 21 de Novembro de 1898. Frequenta o liceu de Faro e, em 1918, começa os estudos na Faculdade de Letras de Lisboa (onde conhece Ofélia Marques, sua futura mulher) que abandona em 1921. Não frequenta o ensino artístico e, tal como outros pintores da sua geração, como Mário Eloy ou Carlos Botelho, será um artista essencialmente autodidata. Devido a uma alergia aos materiais da pintura a óleo, o trabalho de Bernardo Marques desenvolver-se-á no desenho. Em 1920 expõe coletivamente pela primeira vez, participando na III Exposição dos Humoristas Portugueses, ao lado de artistas como Almada Negreiros, Emmerico Nunes ou Cristiano Cruz. Em 1929 faz uma estadia na Alemanha e, no ano seguinte, participa no I Salão dos Independentes, SNBA. Em 1921 inicia atividade gráfica, que irá ocupá-lo de modo regular ao longo da vida, trabalhando em publicidade (anúncios, cartazes), colaborando em jornais, livros e revistas. Do seu intenso trabalho como ilustrador e artista gráfico podem destacar-se as colaborações em jornais como o Diário de Notícias (onde publica a crónica Os domingos de Lisboa, 1925-1929) ou em revistas como Civilização, Imagem, Kino, Presença, ABC, ABC a rir, Revista Portuguesa, Europa, Contemporânea, O Sempre Fixe, Notícias Ilustrado, Atlântico, Variante, etc. Colabora no ETP – Estúdio Técnico de Publicidade de José Rocha. Faz ilustrações, capas e grafismo de obras literárias para editoras como Guimarães, Inquérito, Estúdios Cor, Livros do Brasil, Ática (cuja direção técnica e artística assume a partir de 1947), etc. Dirige graficamente as revistas Panorama (1941-49), Litoral (1944-45) eColóquio (a partir de 1959). A partir de 1948 Bernardo Marques terá oportunidade para se concentrar mais no desenho como atividade autónoma. Em 1931 trabalha na decoração do pavilhão de Portugal na Exposição Internacional e Colonial de Vincennes, Paris (com Fred Kradolfer, Carlos Botelho e José Rocha). A partir de 1937 integra, juntamente com Carlos Botelho, Fred Kradolfer, José Rocha, Tom, Emmerico Nunes e Paulo Ferreira, a equipa de decoradores do S.P.N. encarregues da realização dos pavilhões de Portugal nas seguintes exposições: Exposição Internacional de Artes e Técnicas, Paris, 1937; Feira Mundial de Nova Iorque, Nova Iorque, 1939; Exposição Internacional de São Francisco, Califórnia, 1939. Em 1940 integra a equipa de decoradores da Exposição do Mundo Português, Lisboa. Colabora como cenógrafo e figurinista em produções do Grupo de Bailados Portugueses Verde-Gaio (Ribatejo, 1940; O Homem do Cravo na Boca, 1941). Na década de 1950 participa em várias mostras coletivas, nomeadamente na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, 1957, onde lhe são atribuídos os prémios de desenho e de aguarela. Morre em Lisboa 28 de Setembro de 1962. O seu trabalho é apresentado postumamente em várias exposições individuais, nomeadamente na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1966, 1982, 1989, 1999). A prática artística de Bernardo Marques estende-se por um período de mais de 40 anos e abrange uma multiplicidade de áreas. Dedicou-se ao desenho, ao desenho de humor; fez ilustração (podem destacar-se as ilustrações para O Livro de Cesário Verde); trabalhou em cenografia; trabalhou como decorador nas equipas do SPN / SNI. “Foi gráfico a tempo inteiro ao longo de quatro décadas, numa produção vasta e marcada pelo ritmo acelerado das publicações periódicas. A sua obra traduz uma sensibilidade aos sucessivos gostos gráficos dos anos 20, 30, 40 e 50, e uma elegância sem esforço na gestão dos mesmos”. Essa polivalência torna difícil isolar de forma clara o seu projeto artístico autônomo durante as primeiras décadas de atividade. De personalidade reservada, a sua presença no contexto artístico nacional foi discreta e em vida não realizou uma única exposição individual. Decorador e ilustrador durante dezenas de anos, foi essa a imagem que prevaleceu até à sua morte prematura em 1962, “escondendo a do grande desenhador que ele era também”. A sua obra inicia-se na década de 1920, em sintonia com os “novos valores gráficos, dentro de um espírito modernista”. Bernardo Marques critica com humor usos e costumes, ilustra e desenha temas do quotidiano, dando-nos imagens que são “sinais de uma urbanidade nascente, que parece ter existido mais em imaginação do que na realidade” (veja-se sem título, 1922, col. CAM, FCG); a par deste mundo moderno e estilizado, inspirado na vivência da Lisboa cosmopolita e elegante, “encontramos também uma temática popular, onde se denota um profundo entendimento do povo, rural e urbano, visto não apenas como motivo etnográfico e decorativo, mas como protagonista da sociedade”. Em 1929 viaja até Berlim, destino invulgar numa época em que Paris ocupava o centro das atenções de todo o mundo da arte. A estadia na Alemanha, associada ao exemplo de Georg Grosz, altera profundamente a sua forma de pensar o desenho, tanto a nível temático como formal. “Adaptando a Lisboa o que Grosz e o expressionismo alemão lhe inspiraram”, vemos emergir temas socialmente mais intensos e uma outra atitude crítica (veja-se Sem título, c. 1930). E em novas imagens, a roçar o grotesco, “a estilização gráfica vai ser substituída por um traço mais violento”. Veremos depois a sua obra assimilar a redescoberta folclórica que se institucionaliza a partir da grande produção do Estado Novo que foi a Exposição do Mundo Português, 1940; o desvio revela-se na obra de Bernardo Marques através de inúmeras ilustrações, capas, arranjos gráficos e até publicidade. A força dos desenhos mais intensos dos anos trinta, caracterizados por linhas de contorno expressivas, encontrará contraponto em trabalhos de meados dessa mesma década onde prevalece já uma outra sensibilidade que dilui as figuras e as paisagens: “em Paris, num registo mais atmosférico, mais próximo das impressões e da poética de um espaço preenchido por sinais, as pessoas tornam-se apontamentos breves de uma multidão indiferenciada”[12]. Gradualmente, irá passar da análise dos homens à análise das coisas e concentrar-se na representação da paisagem, rural ou urbana. É esta a origem do seu modo final, da longa produção autônoma que realiza sobretudo entre 1950 e a data da sua morte. Nesse percurso solitário, nessa “descida ao interior das aparências”, irá revisitar Matisse ou Dufy em longas séries de desenhos que evocam a cidade de Lisboa ou as paisagens da Eugaria (Sintra), do Marão, Urgeiriça, Abrunhosa… ou do Algarve da sua infância, mas onde o lugar será sobretudo “o pretexto para a representação dos seus valores mais imateriais, a luz, a atmosfera, a cintilação interior que transparece nos vazios ou nos cruzamentos do preto sobre o branco”. O traço quebrado desmultiplica-se e invade o papel, num discurso fragmentário sobre o real onde os espaços nem sempre se preenchem com os contornos físicos das aparências. “São muitos os traços imaginários que desenham o rasto de uma ausência”.


  • A Casa das Porcelanas “Cerâmica Chinesa da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves”

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    A Casa das Porcelanas “Cerâmica Chinesa da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves” – 80.00 Euros

    Maria Antônia Pinto de Matos – A Casa das Porcelanas “Cerâmica Chinesa da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves” – Instituto Portuguese dos Museu e Philip Wilson Publishers – Lisboa – 1996. Desc. 287 pág / 29 cm x 24 cm / E. ilust

    A Casa de Malhoa ou Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves é uma casa-museu localizada em Lisboa na freguesia de São Sebastião da Pedreira. Foi projectada pelo arquitecto Norte Júnior nos anos 19041905. Foi construída com a finalidade de servir de habitação e atelier de trabalho, ao pintor José Malhoa. Esta edificação foi agraciada com o Prémio Valmor em 1905, devido à sua beleza arquitectural.

    A autorização para a construção da referida casa – inicialmente chamada “Oficina Pró-Arte” e depois “Casa Malhoa” – foi dada pela Câmara Municipal de Lisboa em 1904, tendo a obra ficado ao encargo do construtor Frederico Ribeiro. Tratou-se, assim, da primeira casa-de-artista da capital.O construtor escolhido Frederico Ribeiro conhecido por mestre já teria o desejo de ser o primeiro construtor autor da primeira casa de artista em Lisboa. Terá confiado a elaboração do projecto a Manuel Joaquim Norte Júnior (1978-1962) pela prova do seu talento no concurso para a pensão Valmor. É uma casa constituída na sua fachada por três corpos bem distintos, mas que se integram de uma forma harmoniosa no seu conjunto. Destaca-se na zona central um grande janelão, correspondente à zona que servia de atelier ao pintor. À esquerda desse janelão pode-se ver um pequeno alpendre sobre a escada que dá acesso à porta de entrada. O lado direito da fachada corresponde à zona da sala de jantar. A Casa Malhoa integrou-se urbanisticamente no plano de crescimento da cidade de Lisboa, o qual não enunciava princípios normativos em matéria de desenho urbano: “cada promotor, construindo para si mesmo, para venda ou arrendamento, pôde optar entre prédio ou moradia, pela ocupação de toda a frente do lote ou não, pelo isolamento do edifício ou pela disposição em banda. As cérceas não foram impostas, muito menos exigências de materiais ou de resoluções estilísticas”. Assim, Norte Júnior projetou um edifício de gaveto, isolado, com uma planta irregular, mas com uma implantação harmônica, distribuído por cave e dois pisos, incluindo espaços ajardinados e muro à volta. A decoração das fachadas assume grande importância, não só pelo cuidado com os pormenores, mas também pelo ritmo empregue, de forma coerente, entre os vários elementos empregues: “eles articulam-se com o jogo de janelas e vazamentos que pululam por todo o edifício entre elementos neo-românicos, persistências da “casa à portuguesa”.  O vitral na sala de jantar e sala anexa ao atelier do pintor é de origem francesa. De destacar também, no exterior do edifício, o portão em ferro forjado, estilo Arte Nova. No conjunto dos elementos decorativos da fachada, destacam-se o friso de azulejos que marca a passagem do primeiro para o segundo piso, embora também existam vários outros registos figurativos e florais, com predomínio das cores de fundo azul e branco (embora também exista o amarelo), que se vão articulando com uma fenestração que é irregular e variada: no corpo central do primeiro piso contam-se quatro janelas de vão retangular; no segundo piso observa-se uma ampla janela de sacada sobre mísulas, com guarda de ferro, sendo que todo o vão é preenchido por uma quadrícula de ferro e vidro. [4] Em suma, “este edifício, que lembra uma original reinterpretação da Casa Portuguesa, traduz uma síntese das correntes estéticas da época, evidenciando um ecletismo patente na utilização do vitral, do azulejo e do ferro forjado, assim como num gosto neo-românico, visível em alguns vãos, associado a uma estética Arte Nova, nomeadamente ao nível da decoração dos vitrais no interior, do ferro forjado no portão e do luxo no programa ornamental”. [5] No período de sucedeu à conclusão das obras de construção, José Malhoa realizou inúmeras viagens, acompanhado pela mulher, exibindo as suas obras nas mais conceituadas exposições de todo o mundo. Contudo, em 1917 verifica-se a morte do seu irmão, seguida pela da sua mulher em 1919, o que, segundo os historiadores, o fez mergulhar numa depressão. Ainda em 1919, o pintor resolve vender a sua casa, instalando o seu atelier na Rua do Rosário, também em Lisboa, já a partir de 1920. A Casa Malhoa foi então adquirida pelo comerciante Dionísio Vasques. Em 1932, por aquisição em hasta pública, a mesma foi comprada pelo médico oftalmologista Anastácio Gonçalves, grande colecionador de arte, que nela residiu até à sua morte, em 1965.  O Dr. Anastácio Gonçalves adquiriu a Casa de Malhoa em 1932 utilizando-a como sua residência e principalmente como arquivo da sua vasta colecção de arte. A estrutura da casa nessa altura foi alvo de algumas alterações, como a mudança da cozinha para a cave. Com o falecimento do Dr. Anastácio em 1965, a Casa-Museu passa, por vontade expressa do falecido, para o estado português em 1969. O edifício abre as suas portas ao público, já como museu, em 1980, depois de ter sofrido algumas alterações de adaptação às suas novas funções. Entretanto, devido à exiguidade de espaço para o espólio existente, sofreu novas alterações em 1996, de acordo com o projecto arquitectónico elaborado pelos arquitectos Frederico George e Pedro George, em que foi anexado ao museu a moradia que existia ao lado. Esta moradia tinha sido projectada pelo arquitecto Norte Júnior. Em 1987 já se tinham iniciado as obras de remodelação da casa António Pinto da Fonseca, como já referido também da autoria do arquitecto Norte Júnior, construída em 1908, que, sendo confinante à Casa Malhoa proporcionava a ampliação do museu. A junção desta casa veio acrescentar áreas de serviço disponibilizadas ao público, como uma loja, uma cafetaria, uma zona de recepção e algumas salas de exposição temporária. O museu reabriu em Dezembro de 1997 tal como se encontra nos dias de hoje. A Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves, está classificada pelo IGESPAR, como Imóvel de Interesse Público (Dec. 28/82 Diário da República de 26 de Fevereiro de 1982).

     


  • Instituição de Direito Civil Portuguez

    Instituição de Direito Civil Portuguez
    Instituição de Direito Civil Portuguez «€130.00»

    M. A. Coelho da Rocha – Instituição de Direito Civil Portuguez [Tomo] I & II – (Quarta Edição) – Livraria de J. Augusto Orcel – Coimbra – 1957. Desc. 835 pág / 22 cm x 14 cm / E. Pele

    Manuel António Coelho da Rocha nasceu em Covelas, no ano de 1793 e aí também faleceu em 1850. Tornou-se bacharel nas Faculdades de Leis e de Cânones, em 1815 e 1816, respectivamente. Doutorou-se em 5 de Abril de 1818 e foi ordenado sacerdote em 1820. Em 1822 começou a exercer o múnus de professor na Faculdade de Leis. Neste mesmo ano Portugal ganhava uma constituição que adotava princípios liberais, dentre eles o deslocamento da soberania do rei para a nação. O conceito de lei que traduzia a vontade do monarca é agora a “vontade dos cidadãos declarada pela unanimidade ou pluralidade dos votos de seus representantes, juntos em Corte, precedendo discussão pública”. (art. 104º da Constituição Portuguesa de 1822). Entretanto, Coelho da Rocha nessa época foi perseguido por suas ideias consideradas demasiadamente inovadoras, motivo pelo qual recolheu-se à sua cidade natal para o exercício da advocacia e da prédica. Juntamente com outros juristas, defendia, como fonte subsidiária do Direito Português a utilização de preceitos dos recém-formados códigos europeus, nota da mente o francês e o prussiano, e não as obras concernentes ao usus modernus pandectarum, como se acreditava na época. Assim como haviam preconizado vários pensadores do Direito como Coelho da Rocha, surge também em Portugal o movimento de codificação. O estímulo à codificação não visava à cúpula de leis passadas, como ocorrido na época das ordenações, mas objectivava um alicerce para o futuro, um estímulo ao novo, à invenção. Buscava-se, principalmente, a sistematização das leis civis. Apesar de esforços para conseguir um código civil, o primeiro código foi o Comercial, levado a cabo por Ferreira Borges no ano de 1833. Em 1834, quando as ideias liberais já estavam sendo amplamente adotadas, Coelho da Rocha regressou à Faculdade, onde ministrou classes de História da Jurisprudência Romana e Pátria (1834/37) e Direito Civil Português (1838/50). É importante observar que houve um decreto, de 6 de Dezembro de 1836, que reuniu as duas antigas Faculdades de Leis e Cânones em uma só, a Faculdade de Direito. No ano de 1838, encontrava-se o autor na regência da cadeira de Direito Civil na Universidade de Coimbra. Sentiu Coelho da Rocha a necessidade de escrever um manual de direito civil que pudesse substituir as célebres Institutiones Iuris Ciuilis Lusitani, cum publici, tum priuat, de Paschoal José de Mello Freire. Juntamente com Vicente Ferrer, Pais da Silva e Sousa Magalhães, em 1850, foi encarregado de revisar o projecto de Código Civil elaborado por António Luiz Seabra. No entanto, Coelho da Rocha morreu no mesmo ano, tendo sua participação nessa comissão durado pouco.


  • Exposição Colonial Portuguesa

    Exposição Colonial Portuguesa
    Exposição Colonial Portuguesa «€130.00»

    Exposição Colonial Portuguesa – C. de Melo Vieira – Colónia de Moçambique – A Agricultura / Colónia de Moçambique – Silvicultura / Colónia de Moçambique – Algodão / Colónia de Moçambique – A Bananeira / Colónia de Moçambique – Cana Sacarina / Colónia de Moçambique – Chá / Colónia de Moçambique – Citrus / Colónia de Moçambique – Coqueiros / Colónia de Moçambique – Sisal / Colónia de Moçambique – Tabaco / Jacinto Pereira Martinho – Colónia de Moçambique – A Caça / Francisco Paulo Menano – Colónia de Moçambique – Correios, Telégrafos e Telefones / A. Da E. Santos Vieira – Colónia de Moçambique – História da Expansão do Domínio Português / A. A. Pereira Cabral – Colónia de Moçambique – Indígenas da Colónia de Moçambique / A. J. de Freitas – Colónia de Moçambique – Notas Sobre a Geologia e Sobre a Industria / Joaquim Jardim Granger – Colónia de Moçambique – Breve Noticia Sobre Estradas, Navegação Fluvial e aérea / Colónia de Moçambique – Colónia de Moçambique – Serviços de Saúde e Higiene / João Botelho – Colónia de Moçambique – Serviços de Veterinária / Cristiano Alfredo Sheppard Cruz – Colónia de Moçambique – Estação Zootécnica de Chobela / A. Dos Santos Figueiredo – Colónia de Moçambique – A Vida Social / F. S. Pinto Teixeira – Colónia de Moçambique – Caminhos-de-ferro e Portos Comerciais – Edição Destinada a Exposição Colonial do Porto de 1934 – Imprensa Nacional de Lourenço Marques – Lourenço Marques – 1934. Desc .40 + 31 + 18 + 10 + 12 + 10 + 20 + 20 + 17 + 11 + 32 + 56 + 13 + 43 + 10 + 44 + 9 + 15 + 29 + 91 pág  / 24 cm x 16 cm / E. Pele


  • Purga de Angola

    Purga de Angola
    Purga de Angola «€15.00»

    Dalila Cabrita Mateus e Álvaro Mateus – Purga de Angola «Nito Alves, Sita Valles , Zé Van Dunem o 27 de Maio de 1977» – Edições Asa – Lisboa – 2007. Desc. 206 pág / 23,5 cm x 15,5 cm / Br. Ilust.