Albertino Alves Pardinhas e Agostinho Manuel da Silva – Língua Portuguesa – Leituras para o Ensino Técnico Profissional – Editora Educação Nacional – Lisboa – 1974. Desc. 322 pág / 21,5 cm x 16 cm / Br.
João Gaspar Simões – Vida e Obra de Eça de Queirós – Livraria Bertrand – Lisboa – 1973. Desc. 746 pág / 22 cm x 16 cm / Br.
João Gaspar Simões – (Figueira da Foz, 25 de Fevereiro de 1903 — Lisboa, 6 de Janeiro de 1987) foi um novelista, dramaturgo, biógrafo, historiador da literatura portuguesa, ensaísta, memorialista, crítico literário, editor e tradutor português. Filho de João Simões, negociante e de Constança Neto Gaspar, doméstica, foi baptizado a 18 de Julho de 1903. Fez a instrução básica na sua terra natal, a Figueira da Foz e a partir dos 11 anos frequentou como interno o Colégio Lyceu Figueirense (1914), terminando o ensino liceal em Coimbra, no Liceu José Falcão. Em 1921 matriculou-se na Faculdade de Direito de Coimbra mas interrompeu por diversas vezes o curso, que só concluiu no ano de 1932. Nunca exerceu profissão na área jurídica, mas tinha o sonho de ser diplomata.1 Durante os seus anos de estudo fundou algumas revistas literárias de grande importância para a cultura portuguesa: de 1924 a 1925 a revista Tríptico, com Branquinho da Fonseca (seu condiscípulo dos tempos do liceu) e Vitorino Nemésio, entre outros; nos seus 9 números colaboraram também Aquilino Ribeiro,José Régio, Alberto de Serpa, Raul Brandão e Teixeira de Pascoaes; e de 1927 a 1940 fundou e dirigiu até ao seu último número (56) a revista Presença, em parceria com José Régio, Adolfo Casais Monteiro e Branquinho da Fonseca, que estaria na origem do movimento literário do mesmo nome, também chamado Segundo Modernismo, que viria a ter enorme influência na literatura portuguesa. Foram colaboradores doutrinários do “presencismo”, entre outros, Delfim Santos, Alberto de Serpa, Luís de Montalvor, Mário Sa, Raul Leal e António Botto. A acção dos ‘presencistas’ foi fundamental para o estudo e valorização do Primeiro Modernismo de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros. Foi Presidente da Associação Académica de Coimbra em 1930-31. A partir de 1935 foi revisor da Imprensa Nacional passando para a Biblioteca desta instituição em 1940. Entre 1942 e 1945 dirigiu o programa de traduções da casa editora Portugália, em Lisboa. Uma das facetas mais importantes da sua obra de crítico e de editor foi a de ter sido o primeiro biógrafo e também o primeiro editor (com Luís de Montalvor) de Fernando Pessoa, de quem tinha sido amigo e correspondente. No domínio da literatura estrangeira divulgou e traduziu vários autores russos e anglófonos, entre eles Dostoiévski, Liev Tolstói, George Eliot, Jane Austen e Elizabeth Gaskell (novelista também celebrizada por ter sido a biógrafa de Charlotte Brontë e cuja obra foi publicada por sua iniciativa na Portugália), combatendo o “francesismo” então reinante e contribuindo para a ampliação dos horizontes literários e estéticos do mundo lusófono e a europeização da então muito provinciana cultura portuguesa. A partir de 1946 finalizou a sua carreira de romancista para iniciar a sua produção dramatúrgica. A sua obra crítica é respeitada pelo seu vasto espírito enciclopédico e pela pertinência dos seus julgamentos, ainda que por vezes fosse julgada demasiado dependente do historicismo e biografismo. Alguma da sua crítica destinava-se a divulgar e valorizar autores estrangeiros que também traduzia, ou fazia traduzir e publicava nas colecções que dirigia. Ao longo de décadas foi incansável a sua actividade de recensão nas páginas literárias de diversos jornais, entre eles o Diário de Lisboa, o Diário de Notícias, o Diário Popular, O Primeiro de Janeiro e o Mundo Literário. Manteve sempre fortes ligações ao mundo da imprensa, que lhe atribuiu os 3 prémios que o distinguiram em Portugal, e foi o último director do jornal O Século. Proferiu numerosas conferências sobre literatura em Portugal e no Brasil e em várias cidades europeias, tendo participado como orador convidado no First International Symposium on Fernando Pessoa realizado em 1977 na Brown University, Providence, USA, e no Second International Symposium on Fernando Pessoa em 1983, na Vanderbilt University, Nashville, USA. Em 1981 foi-lhe atribuído o grau de Grande Oficial da Ordem de Santiago da Espada. Foi sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras e colaborador da Enciclopédia Britânica. Durante vários anos foi sua companheira de vida e de trabalhos literários a escritora Isabel da Nóbrega. Em homenagem à importância da sua obra foi o seu nome atribuído a diversas ruas em Portugal: na Figueira da Foz onde nasceu e em Foros de Amora (Seixal), na Aldeia de Juzo (Cascais), em Leça da Palmeira (Matosinhos) e em Albufeira (Algarve); e no Brasil, no Bairro Diadema, distrito de Jabaquara, cidade de São Paulo
António Ferro – D. Manuel II «O Desventurado» – livraria Bertrand – Lisboa – 1954. Desc. 229 pág / 19 cm x 12,5 cm / Br. «1 edição»
António Joaquim Tavares Ferro (Lisboa, 17 de Agosto de 1895 — 11 de Novembro de 1956), conhecido por António Ferro, foi um escritor, jornalista e político português. Com apenas 19 anos, foi oficialmente o editor da revista Orpheu, para o que foi escolhido pelo seu amigo Mário de Sá Carneiro, precisamente por ser ainda menor. Foi redactor-principal do diário O Jornal 1919 (órgão do Partido Republicano Conservador), jornalista de O Século e do Diário de Lisboa, director durante alguns meses da revista Ilustração Portugueza e repórter internacional do Diário de Notícias, para o qual entrevistou numerosas celebridades nacionais e estrangeiras. Teve colaboração, em verso e em prosa, nas revistas Alma Nova (Faro, 1914), Exílio (1915) e na segunda série de Contemporânea (1922-1924). Em 1921 publicou o manifesto modernista Nós. Em livro, publicou conferências, reportagens, entrevistas, contos, o livro de aforismos e paradoxos Teoria da Indiferença (1920) e o “romance fragmentário” Leviana (1921). Tendo começado como simpatizante do Partido Republicano, António Ferro evoluiu para sidonista, republicano conservador (próximo de Filomeno da Câmara) e simpatizante do fascismo e dos regimes autoritários da época, como também ficou patente na sua colectânea de entrevistas Viagem à Volta das Ditaduras (1927). Foi um admirador, em especial, de Benito Mussolini, que entrevistou três vezes em Roma (na última entrevista, Mussolini ofereceu a Ferro dois retratos seus com dedicatória, um deles destinado a Salazar, que o ditador português colocou emoldurado sobre a sua secretária). Também Hitler concedeu uma breve entrevista a Ferro, bem como o ditador espanhol Primo de Rivera. Sob o Estado Novo, António Ferro abraçou a carreira política, tendo dirigido o Secretariado da Propaganda Nacional (SPN), sob a tutela da presidência do Conselho de Ministros. Foi ele quem sugeriu a Salazar em 1932 a criação de um organismo que fizesse propaganda aos feitos do regime e foi dele, também, a formulação doutrinária, a partir desse ano, da chamada Política do Espírito, nome que teve em Portugal a política de fomento cultural subordinada aos fins políticos do regime. Depois de em Dezembro de 1932 ter publicado no Diário de Notícias uma série de entrevistas com o ditador, reunidas em livro em 1933 (Salazar, o Homem e a Obra), Ferro foi chamado a assumir, como director do SPN, criado em Outubro de 1933, as funções simultâneas de chefe da propaganda e de responsável pela política cultural do Estado Novo. O organismo manteve o nome até final da II Guerra Mundial, quando passou a designar-se Secretariado Nacional de Informação (SNI). Ferro foi o seu director até 1949, quando partiu para a legação portuguesa em Berna. Desenvolveu grande actividade nas áreas da propaganda interna e externa, edição, radiodifusão, cinema, teatro, bailado, jornalismo, turismo e actividades culturais em geral. Foi comissário-geral das exposições internacionais de Paris (1935) e de Nova Iorque (1938), fundador do Museu de Arte Popular, do Grupo de Bailado Verde Gaio e presidente da Emissora Nacional (1941). No plano do turismo, foi por sua iniciativa que foram criadas as Pousadas a partir de 1941-1942. Foi também fundador, em 1941, da revista de arte e turismo Panorama. Como homem de cultura desde sempre muito ligado aos meios artísticos, Ferro serviu-se do organismo que dirigiu para defender e divulgar alguns dos artistas mais arrojados do seu tempo. Travou lutas com os conservadores do regime em defesa da arte moderna, mas pessoalmente renegou o “modernismo” literário da sua juventude. António Ferro foi casado com a poetisa Fernanda de Castro, pai do escritor António Quadros e avô da escritora Rita Ferro.
Urbano Rodrigues – Sonho em Pompeia – Parceria António Maria Pereira – Lisboa 1943.Desc.231 pág / 19 cm x 13 cm / Br. «1 Edição»
Urbano da Palma Rodrigues (Serpa, 1888 — Lisboa, 1971) foi um dramaturgo e romancista português.Nascido em Serpa, passou em Moura a infância e parte da adolescência. Tendo o seu pai emigrado para África e depois para o Brasil, cedo começou a trabalhar como repórter. Aos dezassete anos, idade com que publica a sua primeira peça de teatro, Caminho da Ventura (1905), matricula-se no Curso Superior de Letras, onde se torna amigo de Teófilo Braga. Participa na agitação e propaganda republicana e é eleito Deputado, pelo Círculo de Beja, à Assembleia Constituinte.Como dramaturgo, viu representadas várias das suas obras, que valem, sobretudo Maria da Graça (1910, em colaboração com Vítor Mendes), pela sensibilidade, pela naturalidade do diálogo e pelo pitoresco alentejano, além da intuição que demonstram da carpintaria cénica. Mas foi especialmente no romance que Urbano Rodrigues obteve os melhores resultados, fazendo a sátira do novo-riquismo burguês em A Duquesa da Baeta (1918). Certa influência de escritores franceses então em voga (como Claude Farrère, Pierre Loti,Pierre Louÿs ou Paul Morand) e do esteticismo decadentista de Gabriele D’Annunzio manifestam-se em Coração (novela, 1917), O Ídolo de Carne (1929), Cinco Aventuras Sem Importância (1934) e Viagem Através de Uns Olhos Verdes (1940). O Alentejo, que surgira já nas páginas da novela Novo Paraíso, da colectânea Sonho em Pompeia (1943), torna-se o cenário ao mesmo tempo quieto e exaltante de O Castigo de Dom João (1948), que lhe vale o Prémio Ricardo Malheiros, da Academia das Ciências de Lisboa.Preso na Penitenciária durante o sidonismo, foi secretário e chefe do gabinete de Afonso Costa. Mais tarde, já director de O Mundo, apoiou a campanha do seu amigo Manuel Teixeira Gomes à Presidência da República, e escreveu a seu respeito um curioso livro de memórias próximo da biografia, A Vida Romanesca de Teixeira-Gomes (1946). Após o encerramento d’ O Mundo, em 1926, retirou-se para o seu monte alentejano, perto de Moura. Regressaria ao jornalismo, como redactor principal do Diário de Notícias.Os seus três filhos (Urbano Tavares Rodrigues, Miguel Urbano Rodrigues e Jorge Tavares Rodrigues), todos eles homens de letras, passaram pelo jornalismo, sendo os dois primeiros figuras da resistência antifascista e escritores reconhecidos.
Marizabel Xavier de Fogaça – Katia Cigana ou Princesa? – Edição Bolsa Cultura – Lisboa – S/D.Desc.179 pág / 18 cm x 11,5 cm / Br. «1 Edição»
Marizabel Xavier de Fogaça (1914-1985) – Escritora bastante profícua e extremamente popular durante três décadas, com uma obra que ronda os quarenta títulos, Maria Isabel Xavier Fogaça, de seu nome de baptismo, nasceu na freguesia da Mexilhoeira Grande, concelho de Portimão, a 15 de Novembro de 1914. Fez as primeiras letras na sua aldeia natal e em Portimão e o curso liceal em Faro. Foi seguidamente professora regente do Ensino Primário, onde se manteve pouco tempo, passando depois para funcionária da Caixa de Previdência dos Funcionários do Comércio, até 1956, altura em que se mudou para uma firma comercial de Luanda.Nos anos que viveu na capital angolana, conciliou a sua actividade profissional com a obra que ia escrevendo e publicando, e colaborando em jornais como A Província de Angola e mantendo actividade radiofónica no Rádio Clube de Angola. Regressada à metrópole em 1959, fixou-se em Lisboa. Ao contrário do que se pensa, Marizabel Xavier de Fogaça não foi apenas uma escritora do chamado romance cor-de-rosa, pois repartiu a sua criação literária também pela literatura juvenil, a poesia, a crónica, o ensaio e a colaboração jornalística. O seu romance de estreia, A Plebeia com Alma de Rainha, seria publicado em 1942 pela Livraria «Progredior», do Porto, casa que editaria depois grande parte da sua obra. A este seguiram-se pelo menos mais 26 romances, fruto de um labor incansável e poucas vezes igualado, quase todos eles arrumados na prateleira da literatura folhetinista, que geralmente eram incluídos pelos editores na «Biblioteca Feminina». Era uma literatura de género popular e algo nacionalista, destinada a emocionar e a enternecer as mentes românticas das mulheres do seu tempo, sobretudo das mais jovens. Os temas ia buscá-los aos dramas de todos os tempos e às preocupações do quotidiano do ante e pós-guerra.
Agustina Bessa Luís – O Mosteiro – Guimarães & C.ª Editora – Lisboa – 1980.Desc.332 pág / 21 cm x 15 cm / Br. «1 Edição»
Agustina Bessa-Luís, pseudónimo literário de Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa (Vila Meã, 15 de Outubro de 1922) é uma escritora portuguesa. Descendente, pelo lado de seu pai, Artur Teixeira de Bessa, de uma família de raízes rurais de Entre Douro e Minho, desde muito nova que se interessou por livros, começando por ler alguns da biblioteca do avô materno, Lourenço Guedes Ferreira. Foi através destas primeiras leituras que tomou contacto com alguns dos melhores escritores franceses e ingleses, os quais lhe despertaram a arte narrativa. Em 1932 vai para o Porto estudar, onde passa parte da adolescência, mudando-se para Coimbra em 1945, e, a partir de 1950 fixa definitivamente a sua residência no Porto. Estreou-se como romancista em 1948, ao publicar a novela Mundo Fechado, mas seria o romance A Sibila, publicado em 1954 que constituiu um enorme sucesso e lhe trouxe imediato reconhecimento geral. E é com A Sibila que Bessa-Luís atinge a total maturidade do seu originalíssimo processo criador. É também conhecido o seu interesse pela vida e obra de um dos grandes expoentes da escola romântica, Camilo Castelo Branco, cuja herança se faz sentir quer a nível temático (inúmeras obras de Agustina se relacionam com a sociedade de Entre Douro e Minho), quer a nível da técnica narrativa (explorou ficcional mente a própria vida de Camilo). Essa filiação associa Agustina à corrente neo-romântica, como defende Eduardo Lourenço.3 Além da actividade literária, a escritora envolveu-se em diversos projectos. Foi membro do Conselho Directivo da Comunitá Europea degli Scrittori (Roma) (1961-1962). Colaborou em várias publicações periódicas, tendo sido entre 1986 e 1987 directora do diário O Primeiro de Janeiro (Porto). Entre 1990 e 1993 assumiu a direcção do Teatro Nacional de D. Maria II (Lisboa) e foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social. É ainda membro da Academie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres (Paris), daAcademia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa (Classe de Letras), tendo já sido distinguida com a Ordem de Sant’Iago da Espada (1980), a Medalha de Honra da Cidade do Porto (1988) e o grau de Officier de l’Ordre des Arts et des Lettres atribuído pelo governo francês (1989). Vários dos seus romances foram já adaptados ao cinema pelo realizador Manuel de Oliveira, de quem é amiga e com quem tem trabalhado e colaborado de perto. Exemplos desta parceria são Fanny Owen (Francisca, 1981), Vale Abraão (filme homónimo, 1933), As Terras do Risco (O Convento, 1995) ou A Mãe de um Rio (Inquietude, 1998). É também autora de peças de teatro e guiões para televisão, tendo o seu romance As Fúrias sido adaptado para teatro e encenado por Filipe La Féria, (Teatro Nacional D. Maria II, 1995). A sua criação é extremamente fértil e variada. A autora escreveu até o momento mais de cinquenta obras, entre romances, contos, peças de teatro, biografias romanceadas, crónicas de viagem, ensaios e livros infantis. Foi traduzida para Alemão, Castelhano, Dinamarquês, Francês, Grego, Italiano e Romeno. O seu livro-emblema, A Sibila, já atingiu a vigésima quinta edição.Em 2004, aos 81 anos, recebeu o mais importante prémio literário da língua portuguesa: o Prémio Camões. Na acta do júri da XVI edição do Prémio, pode ler-se que «o júri tomou em consideração que a obra de Agustina Bessa-Luís traduz a criação de um universo romanesco de riqueza incomparável que é servido pelas suas excepcionais qualidades de prosadora, assim contribuindo para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum». Em 2005 foi feita dr.ª h.c. pela Universidade do Porto / Faculdade de Letras.
Rita Ciotta Neves – Italo Calvino «Lições de Modernidade» – Edições da Universidade Lusófona – Lisboa – 2007.Desc.263 págs. / 24cm x 16,5cm / Br.
Escritor italiano (15/10/1923-19/9/1985). Conhecido pela narrativa fantástica e simbólica dos contos reunidos em Nossos Antepassados, dos anos 50. Nasce na cidade de Santiago de Las Vegas, em Cuba, em uma família italiana e se muda em seguida com ela para San Remo, na Itália. Durante a II Guerra Mundial abandona os estudos para lutar na resistência contra a ditadura fascista de Benito Mussolini e as tropas nazistas alemãs. Entra nessa época para o Partido Comunista, no qual permanece até 1956. Após a guerra vive em Turim, onde conclui o curso de literatura e trabalha para o jornal do Partido Comunista, L’Unità. Com base na experiência da guerrilha, escreve O Caminho para os Ninhos de Aranha (1947), livro de tendência realista que o torna conhecido em toda a Itália. Experimenta, em seguida, novos caminhos literários em Contos (1958), ao empregar uma narrativa de caráter simbólico e fantasioso. Ganha fama internacional nessa década com o mesmo estilo de narrativa de Nossos Antepassados, obra de três volumes: O Visconde Partido ao Meio (1952), O Barão nas Árvores (1952) e O Cavaleiro Inexistente (1952). Seu trabalho literário reúne estilos diversos, como a denúncia em O Dia de um Mesário Eleitoral (1962), a paródia existencial em As Cosmicômicas (1965) e o lirismo fantástico em As Cidades Invisíveis (1972). Morre em Siena.
Julio Dinis – Obras de Julio Dinis – Vol.1 e 2 – As Pupilas do Senhor Reitor – A Morgadinha dos Canaviais – Uma Familia Inglesa – Os Fidalgos da Casa Mourisca – Serões da Provincia – Poesisas – Inéditos e Esparsos – Teatro – Lello & Irmão – Editores – Porto – S/D .Desc.1232 + 1338 + 11 Gravuras / 19,5cm x 13cm / Encadernação Original de Pele
Joaquim Guilherme Gomes Coelho (Porto, 14 de novembro de 1839 — Porto, 12 de setembro de 1871) foi um médico eescritor português. Joaquim Guilherme Gomes Coelho, que no período mais brilhante da sua carreira literária usou o pseudónimo de Júlio Dinis, nasceu no Porto, na antiga Rua do Reguinho, a 14 de novembro de 1839, e faleceu na mesma cidade, na Rua Costa Cabral, numa casa que já não existe, a 12 de setembro de 1871. Júlio Dinis era filho de José Joaquim Gomes Coelho, cirurgião, natural de Ovar, e de Ana Constança Potter Pereira Gomes Coelho, de ascendência anglo-irlandesa, e vitimada pela tuberculose quando Júlio Dinis contava apenas seis anos de idade. Frequentou a escola primária em Miragaia. Aos catorze anos de idade (1853), concluiu o curso preparatório do liceu. Matriculou-se na Escola Politécnica, tendo, em seguida, transitado para a Escola Médico-Cirúrgica do Porto, cujo curso completou a 27 de julho de 1861, com alta classificação. Posteriormente a sua saúde foi-se agravando, pelo que foi obrigado a recolher-se em Ovar e depois para a Madeira e a interromper a possibilidade de exercer a sua profissão.Durante esses tempos dedica-se à literatura. Mais tarde (1867), foi incluído como demonstrador e lente substituto no corpo docente desta mesma Escola. Já então sofria da doença da tuberculose pelo que, esperançado em encontrar cura no ambiente mais salutar da província, se transferiu temporariamente para Grijó e posteriormente para Ovar, para casa de uma sua tia, Rosa Zagalo Gomes Coelho, que vivia no Largo dos Campos. E foi ainda esperançado numa cura de ares, que esteve duas vezes na ilha da Madeira, além de outras peregrinações que terá feito através do país. Simplesmente, o mal de Júlio Dinis não tinha cura. E com quase trinta e dois anos apenas, morria aquele que foi o mais «suave e terno romancista português, cronista de afectos puros, paixões simples, prosa limpa». De resto, essa terrível doença, que já havia vitimado a mãe, em 1845, foi a causa da morte de todos os seus oito irmãos. O romance «As Pupilas do Senhor Reitor» foi publicado em 1869, tendo sido representado, cinematizado e publicado em folhetins do Jornal do Porto. Um ano antes, tinha sido dado a público «Uma Família Inglesa» e, em 1870, veio a público «Serões da Província». No ano do seu falecimento, 1871 (com apenas 32 anos de idade), publicou-se o romance «Os Fidalgos da Casa Mourisca». Só depois da sua morte se publicaram «Inéditos» e «Esparsos», em dois volumes, assim como as suas «Poesias», dadas à estampa entre 1873 e 1874. Encontra-se sepultado num jazigo de família com o n.º 58, no cemitério privado da Ordem Terceira de S. Francisco, em Agramonte. Foi o criador do romance campesino e as suas personagens, tiradas, na sua maioria, de pessoas com quem viveu ou contactou na vida real, estão imbuídas de tanta naturalidade que muitas delas nos são ainda hoje familiares. É o caso da tia Doroteia, de «A Morgadinha dos Canaviais», inspirada por sua tia, em casa de quem viveu, quando se refugiou em Ovar, ou de Jenny, para a qual recebeu inspiração da sua prima e madrinha, Rita de Cássia Pinto Coelho. Júlio Dinis viu sempre o mundo pelo prisma da fraternidade, do optimismo, dos sentimentos sadios do amor e da esperança. Quanto à forma, é considerado um escritor de transição entre o romantismo e o realismo. Além deste pseudónimo, Júlio Dinis usou também o de Diana de Aveleda, com que assinou pequenas narrativas ingénuas como «Os Novelos da Tia Filomena» e o «Espólio do Senhor Cipriano», publicados em 1862 e 1863, respectivamente. Foi com este pseudónimo que se iniciou nas andanças das letras, tendo, com ele, assinado também pequenas crónicas no Diário do Porto. A casa onde Júlio Dinis nasceu, foi demolida com a abertura da Rua Nova da Alfândega, e aquela onde morreu, deu lugar à construção de uma casa de espectáculos cinematográficos.
Jean Paul Mestas – Reflexos da Poesia Contemporânea do Brasil, França, Itália e Portugal – Universitária Editora – Lisboa – 2000. Desc. 504 pági / 24 cm x 17 cm / E.
Maurice Sandoz – Recordações Fantásticas e Três Histórias Singulares «Ilustrações de Salvador Dalí» – Editorial Organizações, Lda – Lisboa – 1955. Desc. 216 Pagi + 7 Gravuras / 24 cm x 17c m / Brochado
Maurice Sandoz, filho do fundador da famosa empresa farmacêutica homónima, suicidou-se em 1958 aos 66 anos, em Lausanne, a pouco mais de 100 quilómetros da sua cidade natal, Basileia. Apesar desta aparentestasis geográfica, Sandoz foi um viajante compulsivo, além de demonstrar talento na química e na música. Mas foi como escritor no género fantástico que o seu nome ganhou notoriedade, para a qual as colaborações de Salvador Dali na ilustração de alguns dos seus livros terão tido certamente papel de grande relevo. Hoje em dia, o nome de Sandoz está no orgulhoso panteão dos escritores esquecidos, e são precisamente os desenhos de Dali que poderão atrair a ele leitores incautos.Acontece que Sandoz teve três livros seus publicados em Portugal, todos pela mesma editora, uma certa Editorial Organizações: O Labirinto (1954), Recordações Fantásticas e Três Histórias Singulares (1957) e O Limite (1957). O Labirinto tinha sido adaptado ao cinema porWilliam Cameron Menzies (o grande director de arte de Gone With the Wind e realizador do clássico de Ficção Científica Invaders from Mars) um ano antes da primeira edição portuguesa, mas terá sido certamente a ligação de Salvador Dali (então no auge da sua fama americana) com estes textos a determinar e a justificar a sua tradução e publicação. De resto, nada, nem um prefácio, nem uma introdução nestas edições nacionais nos informa sobre esse súbito interesse em Sandoz, que se esfumou de seguida e até hoje.Apesar da impressão em “papel especial, de fabrico português” (o que permitiu imprimir texto e imagens no mesmo papel, abolindo assim a diferença táctil entre texto e extra-texto), a reprodução das capas que Dali tinha feito para as edições originais americanas da Doubleday (Prova A, B e C), com a sua tipografia desenhada e minuciosamente interligada com o desenho, foi uma impossibilidade óbvia (apenas a edição de O Limite ostenta, e apenas na página contígua à folha de rosto, a parte superior da ilustração de capa da edição americana de On The Verge, de 1950, devido à separação do bloco tipográfico). Estas edições portuguesas carecem assim do impacto flamejante das capas americanas, mas isso são significa propriamente uma perda: o excesso visual dessas capas não condiz, de facto, com o estilo sereno, coloquial, intimista do autor, um herdeiro sofisticado e levemente irónico das histórias de fantasmas de século XIX, muitas delas situadas nas pacatas vilas e cidades suíças (como “A Aparição”, história de Recordações Fantásticas, em que o narrador se cruza com o fantasma de Goethe em Zurique). Alguns dos desenhos de Recordações Fantásticas, ainda assim, a tinta-da-china e plenos de contrastes, parecem-me perfeitos no tom de inquietação que acrescentam aos textos, sobretudo a cabeça cortada que ilustra “Um crime ao retardador”, a mão peluda que ilustra o conto homónimo (um dos melhores deste livro) ou a fabulosa múmia para o conto “A Recordação de Hammam Meskoutine”.
António Manuel Couto Viana – Tesouros da Literatura Popular Portuguesa «Ilustrção de Júlio Gil» – Editorial Verbo – Lisboa – 1985:Desc. 385 Pagi/ 29cm x 22cm/ Encadernação Original
Obras de Maximo Gorki – Biografia – A Vida de matvei kozhemyakine – A Firma Artomonov – Fomá Gordyéeff – A Trindade – Mãe – O Espião – Makar Chudra – O Meu Companheiro de Jornada – Chelkash – A Velha Izergil – Uma Noite de Outono – Konovalov – para espantar o Tédio – Vinte Seis Homens e Uma Rapariga – Os Rastejantes – Primeiro Amor – Na Jangada – Malva – A Canção do Petrel – Camarada – O Nove de Janeiro – Um Romântico – A rapariga Mordvia – Como de Compôs Uma Canção – O Pinga-Amor – O Patrão – Uma História Bizarra – a Cidade de Okurov – Confissão – Contos de Italia – Através da Russia – A Vida de Clim Samgine – Contos Escolhidos – Século XIX – Século XX – Teatro -Esboço Biograficos – Cartas – «Tradução de manuel Gonçalves » ivraria Civilização Editora – Lisboa – 1973.Desc.639 + 603 + 721 + 676 + 758 + 644 + 721 + 883 + 794 + 755 + 594 + 618 Pagi / 22cm x 16cm / Encadernação Original «Completa»
Máximo Gorki (Максим Горький), pseudônimo de Aleksei Maksimovich Peshkov (em russo: Алексей Максимович Пешков;Nijni Nóvgorod, 28 de março de 1868 – Moscovo, 18 de junho de 1936), foi um escritor, romancista, dramaturgo, contista e ativista político russo. Gorki foi escritor de escola naturalista que formou uma espécie de ponte entre as gerações de Tchekhov e Tolstoi, e a nova geração de escritores soviéticos.Gorki nasceu em um meio social pobre, em Nizhny Novgorod, cidade que em 1932 passou a se chamar Gorki por ordem de Stalin. O nome da cidade foi revertido para o nome original em 1991. Órfão de pai foi criado pelo avô materno que era tintureiro. Em 1878 quando sua mãe faleceu teve que deixar a casa do avô para ir trabalhar. Foi sapateiro, desenhista, lavador de pratos num navio que percorria o Volga, onde teve contato com alguns livros emprestados pelo cozinheiro, o que acabou despertando sua consciência política. Em 1883, com apenas 15 anos, publica dois romances,Romá Gordieieve Os Três; aos 16 anos, muda-se para Kazan, onde tenta cursar gratuitamente a universidade, porém, não consegue e, frustrado, vai trabalhar como vigia num teatro para sobreviver. Mais tarde torna-se pescador no mar Cáspio e vendedor de frutas em Astrakan. Como a situação não melhorava, decide ir em busca de melhores oportunidades, e viaja para Odessa com um grupo de marginais nômades que iam de cidade em cidade à procura de emprego. Assim, ele exerce várias profissões, sofre com a miséria, a fome e o frio. Aos 19 anos volta a morar em Kazan, onde, desesperado com a situação e sem vontade de continuar vivendo, tenta o suicídio com um tiro, o qual atinge um dos pulmões, mas sobrevive e para piorar mais a situação, adquire tuberculose. Mas essa experiência fatídica resultará anos depois em dois escritos:Um incidente na vida de Makar, escrito em 1892, e, Como aprendi a escrever, publicado, muito mais tarde, em 1912. A partir da frustrada tentativa contra sua vida, engaja-se na vida política, lê Marx e segue os passos de Lênin. Em 1890 é preso em Nijni-Nóvgorod, acusado de exercer atividades subversivas; pouco tempo depois, foi posto em liberdade e volta a viajar sem destino acompanhado de indigentes miseráveis. Publica seu primeiro conto em 1892, intitulado Makar Tchudra, e, para desviar a atenção das autoridades, que o vigiavam, adota o pseudônimo Máximo Gorki, o que lhe facilitou um emprego no jornal de Samara, o Saramarskaia Gazieta. Assim, consegue grande alcance, tanto como jornalista quanto como escritor. Logo a seguir, Gorki aderiu novamente ao marxismo e militou em inúmeros grupos revolucionários, o que lhe resultou em mais uma temporada na prisão. Após sair da prisão em 1901, começa a escrever para teatro, escreve Pequenos Burgueses, peça teatral, a qual, segundo críticos atuais, se Gorki escrevesse hoje, não mudaria uma única palavra. O texto foi concebido em 1900, quando ainda se encontrava preso, e Gorki trabalhou algum tempo na peça, até que ela atingisse uma forma satisfatória. No início tinha o título de: Cenas em Casa dos Bessemov, Esboço Dramático em Quatro Atos. Na verdade, a peça não segue uma linha de ação única, mas é antes um mosaico de situações e personagens representativas da vida russa da época. As personagens de Pequenos Burgueses vivem num meio mesquinho, revelando-se quase sempre impotentes para vencer as barreiras desse meio. A impotência, em vários níveis, é o único elemento comum a todas elas. Cada um por seus motivos não consegue romper o asfixiante círculo familiar. A peça mostra o conflito entre os membros de uma família de comerciantes, dominada pela figura do pai autoritário que reprime os impulsos do filho intelectual e da filha deprimida. O único insurgente é o filho adotivo, o ferroviário Nill, que Gorki elege como uma espécie de operário do ano, isto é, um herói que vai conduzir a Rússia à revolução. Ainda em 1901, em julho, escreve Ralé, peça em que a fala é menos pronunciável e os gestos reconstituídos que o intangível fluxo de almas humanas no interminável e escorregadio contato de uma com as outras. A peça reúne suas cambiantes sobre um foco definido e sua conclusão tem uma firmeza clássica. Em 1902 acontece a estréia de Pequenos Burgueses no Teatro de Arte de Moscou, e a peça obtém um grande sucesso, mesmo com os cortes impostos pela censura.Toma parte, em 1905, na primeira revolução que pretendia derrubar o Czar Nicolau II da Rússia, e após o fracasso da intentona, acabou preso por subversão na cadeia de São Pedro e São Paulo, em São Petersburgo. No ano seguinte, porém, com a ajuda de outros intelectuais e sob fortíssima pressão da comunidade internacional, as autoridades russas foram obrigadas a libertá-lo. Organiza, a seguir, o jornal Nóvaia Jizni (Vida Nova), mas é obrigado a abandonar a Rússia. Vai para os Estados Unidos, mas sua permanência é dificultada pelo embaixador russo, e, é vigiado pelo dono de um jornal de grande alcance, que o acusa de imoralidade pública já que ele se casara pela terceira vez. Juntamente com sua mulher Maria Budberg, se refugia em Staten Island, viaja então para a Itália e, em 1906 fixa sua residência em Capri, onde cria uma escola para imigrantes revolucionários que vai até 1914. Lá, escreve em 1906, Os Bárbaros, a peça de teatro, Os Inimigos, e o romance Mãe em 1907. Durante esse tempo de tranqüilidade em Capri escreve, Os Últimos em 1908, Gente Esquisita em 1910, Vassa Alheleznova em 1911, Os Kykov em 1912, e a trilogia autobiográfica: Infância, Ganhando meu pão e Minhas Universidades em 1912-13. Mas a sua obra-prima seria mesmo A Confissão, escrita em 1908.Com o início da Grande Guerra em 1914, Gorki retorna a Rússia, dirige um jornal mensal Liétopis (crônica). Acompanha a revolução sem entretanto ir ao front, e torna-se grande amigo de Lênin. Em 1921 adoece gravemente dos pulmões e volta para a Itália, em busca de um clima melhor, permanecendo em Sorrento durante vários anos. Ali escreve Recordações sobre Lênin em 1924, Os Artamonov em 1925 e A vida de Klim Samgin em 1927-36. Apesar de sua amizade com Lênin, o escritor só retornou definitivamente à Rússia em 1928, quando então, Gorki decide estabelecer-se definitivamente na União Soviética, apesar de sua saúde precária, transformando-se de imediato na maior figura literária do regime comunista. Escreve então Yegor Bolychov, retratando o fim da classe média por meio da história de um comerciante. Em 1933, funda com o apoio de Stálin, o Instituto de Literatura Máximo Gorki, uma incrível iniciativa de um célebre escritor, que não chegara a terminar o ensino secundário e sempre sonhara em tirar um curso superior.Ainda estava escrevendo A vida de Klim Samgin, quando morreu de pneumonia, em 18 de junho de 1936. Foi sepultado com todas as honras oficiais e seu féretro acompanhado por Stálin e Molotov. Entretanto, em 1938, Leon Trotski, tenta com o artigo Quatro médicos que sabiam demais, escrito para o New York Times acusar Stálin de ter envenenado Gorki.
Coordenado Por E.A. e V.A. – Direcção Artistica de Saavedra Machada – In Memoriam de Camillo – Casa Ventura Abrantes – Livraria Editora – Lisboa – 1925.Desc.851 Pagi + 27 Estampas/ 34cm x 23cm / Encadernação de Pele
Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco (Lisboa, Encarnação, 16 de Março de 1825 — Vila Nova de Famalicão, São Miguel de Seide, 1 de Junho de 1890) foi um escritor português, romancista, cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor. Foi ainda o 1.º visconde de Correia Botelho, título concedido pelo rei D. Luís.Camilo Castelo Branco foi um dos escritores mais prolíferos e marcantes da literatura portuguesa.Há quem diga que, em 1846, foi iniciado na Maçonaria do Norte, o que é muito estranho ou algo contraditório, pois há indicações de que, pela mesma altura, na Revolta da Maria da Fonte, lutava a favor dos Miguelistas, que criaram a Ordem de São Miguel da Alaprecisamente para combater a Maçonaria. Do mesmo modo, muita da sua literatura demonstra defender os ideais legitimistas econservadores ou tradicionais, desaprovando os que lhe são contrários.Teve uma vida atribulada, que lhe serviu muitas vezes de inspiração para as suas novelas. Foi o primeiro escritor de língua portuguesaa viver exclusivamente dos seus escritos literários. Apesar de ter de escrever para o público, sujeitando-se assim aos ditames damoda, conseguiu manter uma escrita muito original.Desde 1865 que Camilo começara a sofrer de graves problemas visuais (diplopia e cegueira nocturna). Era um dos sintomas da temida neurosífilis, o estado terciário da sífilis(“venéreo inveterado”, como escreveu em 1866 a José Barbosa e Silva), que além de outros problemas neurológicos lhe provocava uma cegueira, aflitivamente progressiva e crescente, que lhe ia atrofiando o nervo óptico, impedindo-o de ler e de trabalhar capazmente, mergulhando-o cada vez mais nas trevas e num desespero suicidário. Ao longo dos anos, Camilo consultou os melhores especialistas em busca de uma cura, mas em vão. A 21 de Maio de 1890, dita esta carta ao então famoso oftalmologista aveirense, Dr. Edmundo de Magalhães Machado:
Muiguel de Cervantes Saavedra – Dom Quixote de La Mancha «Tradução de Viscondes de Castilho e de Azevedo» Com Desenhos de Gustavo Doré» – Lello & Irmão – Editores – Porto – 1962.Desc.1008 Pagi/ 27,5cm x 21cm/ Papel Biblico e Encadernação Original de Pele
Obras de Vitor Hugo – Han de Islândia – Bug-Jargal – O Ultimo Dia de Um Condenado – Nossa Senhora de Paris – Cláudio Guex – os Homens do Mar – O Homem Que Ri – os meserâveis – Noventa e Três – História de Um Crime – Hello & Irmão – Editores – Porto – S/D. Desc.1774 + 1960 Pagi/19cm x 13cm / Compilação em Papel Biblico e Encadernação Original de Pele (Completa)
Obras de Luís de Camões – Sonetos – Canções – Sextinas – Odes – Oitavas – Elegias – Écologas – Redondilhas – Autos – Cartas – Os Lusíadas – Lello & Irmão – Editores – Porto – 1970. Desc. 1459 + X Pagi / 19 cm x 13 cm / Obra em Compilação e Encadernação de Origem de Pele