• Portugal no Congresso de Utrecht (1712 – 1715)-1715

    Portugal no Congresso de Utrecht (1712 – 1715) (€20.00)

    Eduardo Brazão – Portugal no Congresso de Utrecht (1712 – 1715) – Imprensa Lucas & C.ª – Lisboa – 1933.Desc.(144)PágBr.

     

     

    Tratado ou Paz de Utreque  (Utrecht)

    Tratado ou Paz de Utreque  (Utrecht) o acordo que, firmado na cidade de Utreque, nos Países Baixos, (1713-1715), pôs fim à guerra da sucessão espanhola (1701–1714), na qual entraram em conflito interesses de várias potências europeias. O trono da Espanha era pretendido por Filipe d’Anjou, neto do rei francês Luís XIV, e por Carlos, da casa da Áustria. As negociações se abriram em 29 de janeiro de 1712, mas só em 11 de abril de 1713 foram assinados os principais acordos, dos quais o último é de 1714. Os opositores da disputa eram, de um lado, a França, em apoio a Filipe d’Anjou; do outro, a Grande Aliança, contra Luís XIV e a favor do príncipe Carlos, formada por Grã-Bretanha, República holandesa, Prússia, Portugal e a casa de Saboia. A Grande Aliança perdeu força quando Carlos foi eleito imperador do Sacro Império Romano-Germânico, com o nome de Carlos VI da Germânia, pois para os britânicos não convinha que o príncipe austríaco centralizasse tanto poder. Após negociações entre ingleses e franceses, foi realizado um congresso em Utreque, sem a participação da Áustria, e foram assinados os tratados. O imperador austríaco Carlos VI julgou que não poderia prosseguir em sua luta sem os aliados e aceitou os termos dos tratados de Rastatt e Baden, em 1714. A questão da sucessão na Espanha foi solucionada em favor de Filipe V, que conservou a coroa da Espanha (1700-1746) e as respectivas colônias, mas renunciou ao direito de sucessão ao trono francês. A integridade do território francês foi preservada e a Inglaterra recebeu importantes bases marítimas – Gibraltar, Minorca, Terra Nova (Newfoundland), Acádia – e obteve o direito de abastecer as colônias da América Espanhola com escravos negros. A Inglaterra ganhou da França, além da Terra Nova, a baía de Hudson e St. Kitts e o reconhecimento da sucessão hanoveriana. Os Países Baixos do Sul, Milão, Nápoles e Sardenha passaram à Áustria. A França restituiu conquistas recentes, mas manteve tudo o que fora conseguido na Paz de Nimega, em 1679, além da cidade de Estrasburgo. O duque de Saboia ganhou a Sicília e aumentou as fronteiras do norte da Itália. Os holandeses asseguraram, junto ao governo austríaco, o direito de guarnecerem fortalezas nos Países Baixos do Sul. A dominação francesa encontrava-se em situação difícil, mas a França ainda era uma grande potência. A Inglaterra obteve conquistas navais, comerciais e coloniais significativas, assumindo posteriormente um papel preponderante no que diz respeito às questões de ordem mundial. As negociações conducentes à assinatura deste tratado foram iniciadas em 1712, tendo representado nelas, para Portugal, o conde de Tarouca, João Gomes da Silva, e D. Luís da Cunha. Tendo igualmente participado nelas o Doutor José da Cunha Brochado. Em 1713 foi reconhecida a soberania de Portugal sobre as terras da América Portuguesa, compreendidas entre os rios Amazonas e Oiapoque (atual região do Amapá). Em 1715 acordou-se a restituição aos portugueses da Colônia do Sacramento.

     


  • Até Amanhã Meu Filho (Contos)

    Até Amanhã Meu Filho (Contos)(€20.00)

    António Macheira – Até Amanhã Meu Filho (Contos) – (Prefácio de Dr.Joaquim Magalhães) – Edição  – José P.C.Macheira & Manuel Parreira Dias – Tip.União – Faro – 1960.Desc.(121)Pág.Br.”1.ª Edição”

     

     

     

    António Henrique da Cruz Macheira

    António Henrique da Cruz Macheira (Olhão, em 5 de Agosto de 1933 – Olhão, 14 de Dezembro de 1957) foi um escritor algarvio. Os seus pais, José Rodrigues Macheira (Natural de Querença, Loulé, gerente conserveiro) e Maria João Pinheiro da Cruz Macheira (Natural de Olhão, pianista por devoção). Ainda muito jovem (aos 12 anos de idade), teve um grave acidente que viria a modificar a sua vida. Nos 10 anos que se seguiram, fez uma vida normal embora se soubesse que o seu futuro não era nada promissor, sobretudo quando comparado com o dos seus amigos. No convívio com colegas e companheiros procurava sempre maneira de estar à altura deles, acompanhando-os nas brincadeiras, namoricos e tantas outras coisas próprias da juventude. Em casa, isolado e pensativo, lia ou deliciava-se com programas de rádio, apreciava música clássica, escrevia ou lia avidamente, como se se sentisse iluminado por uma força interior.Era um conversador exímio, autodidacta, que se dedicou de alma e coração à literatura e às humanidades, lendo e aprendendo, entusiasticamente, com Camões, Pessoa, Garrett, Tolstoi, Zola, Balzac e outros vultos famosos de escritores e poetas. A sua imaginação criativa e o amor à vida contribuíram para adquirir conhecimentos que de outro modo não era possível alcançar. Talentoso rodeado dos maiores mestres da literatura universal, que muito contribuíram para que este jovem fosse reconhecido como uma perda prometedora no mundo das letras. A azáfama marítima, as indústrias, a vida dos pescadores e as belezas das terras algarvias são narradas intensamente. A sua terra, Olhão, é descrita, principalmente, de maneira “invejável e soberba”.

     

     

     


  • Congresso Nacional do Futebol (Notícia, Teses, Conclusões & Moção)

    Congresso Nacional do Futebol (Notícia, Teses, Conclusões & Moção)(€20.00)

    Francisco Madeira Mega, João Melo de Carvalho, José Gomes da Silva, Alberto Pereira Mesquita, Afonso Lacerda, António José de Melo, Manuel José Pedro Tavares Junior & António da Silva Santos (Comissão das Bodas de Ouro) – Congresso Nacional do Futebol (Notícia, Teses, Conclusões & Moção) – Edição federação Portuguesa de Futebol – Lisboa – 1964.Desc.(265)Pág.Br.Ilust


  • Verbo Ser e Verbo Amar (Poemas)

    Verbo Ser e Verbo Amar (Poemas) (€25.00)

    António Corrêa D’Oliveira – Verbo Ser e Verbo Amar (Poemas) – Livrarias Aillaud & Bertrand – Paris/Lisboa – 1926.Desc.(224)Pág.Br.

     

     

    António Corrêa D’Oliveira


    António Corrêa D’Oliveira  (São Pedro do Sul, 30 de julho de 1879 — Belinho, Esposende, 20 de dezembro de 1960) foi um poetaportuguês. Começando no final do século XIX foi publicando as suas obras durante mais de seis décadas, tendo sido indicado para o Prémio Nobel da Literatura pela primeira vez em 1933 por vinte membros da Academia Real das Ciências e sendo o recordista nacional com um total de quinze nomeações. António Correia de Oliveira nasceu em São Pedro do Sul, no distrito de Viseu, a 30 de julho de 1879. Estudou no Seminário de Viseu, indo depois para Lisboa, onde trabalhou brevemente como jornalista no Diário Ilustrado.  Publicou a sua primeira obra aos 16 anos, Ladainha em 1897, foi companheiro de Raul Brandão e mostrou influências de Antero de Quental e de Guerra Junqueiro. Em 1912, tendo casado com uma rica proprietária minhota, fixa-se na freguesia de Antas, concelho de Esposende, indo viver para a Quinta do Belinho, Poeta neogarrettista, foi um dos cantores do Saudosismo, juntamente com Teixeira de Pascoaes e outros. Ligado aos movimentos culturais do Integralismo Lusitano e das revistas Águia, Atlântida (1915-1920), Ave Azul (1899-1900), e Seara Nova. De Correia de Oliveira também se encontram colaborações nas revistas O Occidente(1877-1915), Serões (1901-1911),Contemporânea (1915-1926), Revista de turismo iniciada em 1916, no periódico O Azeitonense (1919-1920) e ainda nas revistas Mocidade Portuguesa Feminina: boletim mensal (1939-1947) e Prisma (1936-1941). Convictamente monárquico, transforma-se num dos poetas oficiosos do Estado Novo, com inúmeros textos escolhidos para os livros únicos de língua portuguesa do sistema de ensino primário e secundário. Correia de Oliveira foi indicado para o Prémio Nobel da Literatura, pela primeira vez em 1933, sendo-o depois de também desse ano a 1940 e em 1942. A vencedora de 1945, a chilena Gabriela Mistral, que desempenhara as funções de Adida Cultural em Lisboa, declarou publicamente, no acto solene, que não merecia o prémio, estando presente o autor do Verbo Ser e Verbo Amar. Foi o terceiro português a ser indicado para o Nobel da Literatura, depois de João da Câmaraem 1901 e de João Bonança em 1907, mas é o português a quem se conhece o maior número de nomeações, ultrapassado neste valor Maria Madalena de Martel Patrício que tem catorze. Foi pai de José Gonçalo Correia de Oliveira (1921—1976), Ministro da Economia entre 1965 e 1968. António Correia de Oliveira faleceu na sua casa da freguesia de Antas, Esposende, no distrito de Braga, em 1960.

     

     


  • Canto de Abril

    Canto de Abril(€15.00)

    José Henrique dos Santos Barros – Canto de Abril – Edições Panorama – Lisboa – 1970.Desc.(55)Pág.Br.

     

     

     

     

     

    José Henrique dos Santos Barros

    José Henrique dos Santos Barros (Angra do Heroísmo, 1 de janeiro de 1946 — Mérida, Espanha, 20 de maio de 1983) foi um poeta, contista, crítico literário e animador cultural que se destacou no movimento de renovação cultural que ocorreu nos Açores nas décadas de 1960 e 1970. J. H. Santos Barros nasceu na cidade de Angra do Heroísmo, onde conclui os ensinos básico e secundário, empregando-se de seguida como funcionário público. Publicou em 1964 as suas primeiras poesias, aos 18 anos de idade, com poemas incluídos na obra Novíssima Poesia Açoriana, publicado em parceria com Gil Reis. Foi mobilizado para a Guerra Colonial, cumprindo o serviço militar obrigatório como furriel miliciano em Angola entre 1969 e 1971, regressando nesse ano à sua cidade natal. Após o seu regresso dedica-se à poesia e à literatura, à animação cultural, ao suplementarismo nos jornais locais e ao ensaio literário. Também se envolve na contestação ao Estado Novo, em boa parte através do então incipiente sindicalismo. Em pouco tempo demonstrou grande propensão para a dinamização cultural, especialmente desde a criação, por iniciativa do também poeta Carlos Faria, do suplemento Glacial no jornal angrense A União, de que foi coordenador entre 1972 e 1974. Ficaria assim associado ao movimento de renovação cultural que ocorreu nos Açores, mas em especial na cidade de Angra do Heroísmo, nas décadas de 1960 e 1970. Nesse período, J. H. Santos Barros acreditou na possibilidade de unir numa só frente uma postura de vanguarda ideológica, militante, com a ideia libertária de uma cultura popular e de grupo. Com outros intelectuais angrenses, fundou a galeria de artes plásticas Degraue liderou processos de animação cultural de cooperativas, sindicatos, rádios e jornais. Fundou e dirigiu o suplemento Cartaz (nova série, 1972-1974) e a revista A Memória da Água-Viva, editada de parceria com Urbano Bettencourt de 1978 a 1980. Após a Revolução dos Cravos, foi militante do MES – Movimento Esquerda Socialista e esteve presente no primeiro comício nacional daquele partido realizado a 21 de agosto de 1974, no Clube Atlético de Campo de Ourique, onde falou dos problemas do povo açoriano. Foi colaborador do periódico O Trabalhador, que se publicou em Angra do Heroísmo em 1974 e 1975. Entretanto, desencantado com o ambiente político e social que se vivia nos Açores após a Revolução de 25 de abril de 1974, especialmente com a perseguição aos intelectuais tidos como de esquerda movida por elementos ligados à extrema-direita e à corrente independentista liderada pela Frente de Libertação dos Açores, em 1975 foi obrigado a mudar-se para Lisboa, onde se fixou a partir de 1979, e depois para Grândola, de onde era originária a esposa, aí vivendo até falecer. António Brandão Moniz diz sobre a ida de Santos Barros para Lisboa que «sofreu a guerra colonial, o miopismo político e extremista do separatismo e o cortejo de misérias que são inerentes às do intelectual cada vez mais mecanizável mesmo quando simula o contrário». Na vertente poética, foi publicando a sua obra, muitas vezes de forma improvisada em cadernos policopiados e opúsculos, saídos a público regulamente desde 1964 até pouco antes do seu falecimento. A sua poesia, apesar dos temas insulares, conjuga a açorianidade e o tradicional como matriz e ponto de partida da alternância entre ilha e o Mundo, muitas vezes assumindo uma «poética do quotidiano». No prefácio à edição póstuma da obra poética completa de J. H. Santos Barros, Lobo Antunes aponta os poemas do final de vida do poeta como peças de primeira água pelas quais [J.H. Santos Barros] deverá ser julgado, referindo que quatro ou cinco (…) resistirão ao tempo. Como contista, foi autor de alguns contos dispersos, marcados pelos imaginários oníricos e surrealizantes. No campo do ensaio literário e da crítica, interessou-se pela conjugação da «açorianidade» com a «universalidade» da Literatura. No campo da crítica literária a sua melhor produção apareceu no suplemento Contexto, do jornal Açores (de Ponta Delgada), no qual desenvolveu um trabalho de animação e coordenação que se estenderia à crítica, à polémica literária e à ensaística. Nesse mesmo jornal protagonizou uma experiência heteronímica, subscrevendo com diversos nomes, posições e conceitos propositada e provocatoriamente contraditórios. São desse período os textos publicados no suplemento Contextosob o pseudónimo de Ricardo Ascensão, ou não assinados, a que se soma a narrativa Defoe no Corvo. Santos Barros assumiu Ricardo Ascensão como um heterónimo, para o qual escreveu uma biografia, que o dava como nascido em Lisboa, em 1950, neto de açorianos da ilha Terceira. Com este mesmo heterónimo publicou o folheto O Partido da Poesia. Usou outros heterónimos reconhecidos publicados no suplemento Contexto, incluindo poemas assinados como M.N. Duarte, como A.J. Peixoto e como A. Espírito Santo. Faleceu em Mérida, Espanha, vítima de um acidente de viação, no qual também morreu a sua mulher, a escritora Ivone Chinita. Deixou inédito um diário, intitulado O Aprendiz de Mundos, e vários poemas, os quais foram incluídos na edição póstuma da sua obra poética completa, saída a público em 2018.

     


  • A Epopeia da Planicie

    A Epopeia da Planicie (€120.00)

    António Sardinha – A Epopeia da Planicie (Poemas da Terra e do Sangue) – França Amado, Editor – Coimbra – 1915.Desc.(277)Pág.Br.”1.ªEdição”

     

     

     

     

    António Maria de Sousa Sardinha

    António Maria de Sousa Sardinha (Monforte, 9 de Setembro de 1887 – Elvas, 10 de Janeiro de 1925) foi um político, historiador e poeta português. Destacou-se como ensaísta, polemista e doutrinador, produzindo uma obra que se afirmou como a principal referência doutrinária do Integralismo Lusitano. A sua defesa da instauração de uma monarquia tradicional — orgânica, antiparlamentar ou anticonstitucional e antiliberal — serviu de inspiração a uma influente corrente do pensamento político português da primeira metade do século XX. Apesar de ter falecido prematuramente, conseguiu afirmar-se como referência incontornável dos monárquicos que recusaram condescender com o salazarismo. Afirmando-se monárquico e patriota, dizia:

    Nós não somos patriotas por sermos monárquicos. Somos antes monárquicos por sermos patriotas.

    Seus principais inspiradores, ou “pais espirituais”, de acordo com o pensador e político espanhol Ramiro de Maeztu, foram Eça de Queiroz, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, Fialho d´Almeida e, “um pouco mais atrás”, Oliveira Martins, Antero de Quental e Camilo Castelo Branco, todos eles “patriotas, tão saturados da grandeza do Reino de Portugal no passado como desesperados de sua pequenez contemporânea”. Defendia também teses racistas, lamentando a “mistura de gentes” dos Descobrimentos. António Sardinha foi um adversário da Monarquia da Carta (1834-1910) chegando, no tempo de estudante na Universidade de Coimbra, a defender a implantação de uma república em Portugal. Depois de 5 de Outubro de 1910, durante a Primeira República ficou profundamente desiludido com ela e acabou por se converter ao ideário realista da monarquia orgânica, tradicionalista, antiparlamentar do “Integralismo Lusitano”, de que foi um dos mais destacados defensores. Em 1911 já estava formado em Direito pela respectiva universidade e no final do ano de 1912, escrevia a comunicar a sua «conversão à Monarquia e ao Catolicismo — “as únicas limitações que o homem, sem perda de dignidade e orgulho, pode ainda aceitar”. E abençoava “esta República trágico-cómica que (o vacinara) a tempo pela lição da experiência…”. Imediatamente juntou-se a Hipólito Raposo, Alberto de Monsaraz, Luís de Almeida Braga e Pequito Rebelo, para fundar a revista Nação Portuguesa, publicação de filosofia política, a partir da qual foi lançado o referido movimento monárquico do Integralismo Lusitano. António Sardinha, de acordo com Fernando de Aguiar, fora trazido por Hipólito Raposo “à conversão, à Fé, à Tradição, ao municipalismo donde caminharia para a Monarquia, popular e descentralizadora, realenga e representativa dos povos”. A lusitana antiga liberdade do verso de Luís de Camões era uma referência dos integralistas, tendo no municipalismo e no sindicalismo duas palavras-chave de um ideário político que não dispensava o Rei, entendido como o Procurador do Povo e o melhor garante e defensor das liberdades republicanas. António Sardinha era anti-maçónico e anti-iberista, em 1915, tendo feito na Liga Naval de Lisboa uma conferência onde alertava para o perigo de uma absorção de Portugal por Espanha. Em vez da fusão dos estados desses dois países, propunha uma forte ligação entre todos os povos hispânicos, a lançar por intermédio de uma aliança entre eles, reconduzidos à monarquia. A Aliança Peninsular seria, na sua perspectiva, o ponto de partida para a constituição de uma ampla Comunidade Hispânica (dos povos de língua portuguesa e espanhola), a base mais firme onde assentaria a sobrevivência da civilização ocidental. Durante o breve consulado de Sidónio Pais, foi eleito deputado na lista da minoria monárquica. Após o assassinato desse presidente da República, em 1919, exilou-se em Espanha após participar na fracassada tentativa restauracionista de Monsanto e na Monarquia do Norte. Ao regressar a Portugal, 27 meses depois, tornou-se director do diário A Monarquia. Também colaborou no quinzenário A Farça (1909-1910), na revista Homens Livre (1923) e, ainda, na revista Lusitânia(1924-1927) até ao ano da sua morte. António Sardinha morreu jovem, com apenas 37 anos.

     


  • O Cadáver de Fernando Pessoa

    O Cadáver de Fernando Pessoa)(€15.00)

    Fernando Grade – O Cadáver de Fernando Pessoa (Ficções) – Edições Mic – Estoril – 1980.Desc.(70)Pág.B

     

     

     

     

    Fernando  Grade

    Fernando  Grade nasceu no Estoril a 1 de abril de 1943. Tem tido uma intensa atividade cultural como pintor, poeta, escritor, cronista, jornalista, entre muitas outras atividades. Em 1964 fundou o movimento Desintegracionista e foi diretor da Sociedade Nacional de Belas Artes, da Associação Portuguesa de Escritores e da Associação Portuguesa de Críticos. Foi também vereador da Câmara Municipal de Cascais. Tem vários trabalhos seus publicados como cronista nos jornais O Século, Diário de Notícias ou na revista Século Ilustrado. O seu primeiro livro de poesia foi editado em 1962 e desde aí publicou inúmeras obras entre as quais se destacam O Vinho dos Mortos e Saudades de Ser Índio. Tem feito várias exposições individuais e coletivas em Portugal e no estrangeiro. Recebeu também inúmeros prémios. Foi letrista de vários temas entre os quais se destaca Vamos Cantar de Pé, que Paco Bandeira interpretou no Festival da Canção 1972, com música de Pedro Osório e que se classificou em 2º lugar

     


  • O Doutor Vampiro (Romance)

    O Doutor Vampiro (Romance)(€40.00)

    Luthgarda Guimarães de Caires – O Doutor Vampiro (Romance) – Imprensa Libanio da Silva – Lisboa – 1923.Desc.(204)Pág.Br.”1.ªEdição”

     

     

     

     

    Lutegarda do Livramento Guimarães de Caires

    Lutegarda do Livramento Guimarães de Caires  (Vila Real de Santo António, 17 de novembro de 1858 — Lisboa, 30 de março de 1935), mais conhecida por Lutegarda Guimarães de Caires, foi uma escritora, poetisa e activistaportuguesa pelos direitos da mulher e da criança. Lutegarda Guimarães, nascida Eduarda Lutegarda do Livramento Guimarãe , nasceu em Vila Real de Santo António, a 17 de novembro de 1858, filha de João António Guimarães, natural da mesma cidade e de Maria Teresa de Barros, natural de Lisboa, freguesia da Lapa. O pai, aficcionado da música, rodeou os filhos de arte, ensinando-lhes harpa, violino e cítara. Lutegarda e o irmão, improvasavam, junto de primos, pequenos teatros de peças consagradas, que adaptavam e apresentavam à família. Ainda jovem, Lutegarda deixou o Algarve e fixou residência em Lisboa. Na capital portuguesa, a 10 de fevereiro de 1877, na Igreja de São José, aos 18 anos, casa-se com o tenente de Infantaria Serafim Duarte Soares Coelho, de 24 anos e natural de Soure. Nesta época, o seu pai já havia falecido e a mãe, foi testemunha do consórcio. Por motivos profissionais, o marido vai para Angola, onde falece, em Luanda, a 12 de março de 1889. No mesmo ano, conheceu e veio a casar-se, a 20 de novembro, na mesma igreja onde casara com o primeiro marido, com o advogado madeirense João de Caires, natural de Câmara de Lobos, um homem de cultura, que, além de juiz municipal em Óbidos, era escritor e fundador da Sociedade de Propaganda de Portugal, organizador, em sua casa, de serões literários muito participados. Logo no início do casamento sofreu a perda de uma filha (e provavelmente ainda de outro filho). Isto marcou-a profundamente e revelou-se na sua poesia, toda ela triste. A partir daí, decidiu dedicar-se a causas sociais, mais conhecida das quais a visita a crianças doentes do Hospital de Dona Estefânia levando-lhes roupas, brinquedos e rebuçados. Durante alguns anos, o casal Caires viveu em Óbidos e Alcobaça, onde o marido foi juiz. Foi nesta última cidade, que, em 1895, nasceria o seu filho Álvaro Guimarães de Caires, que viria a ser médico, professor na Universidade de Sevilha, escritor e investigador. Nesta sua passagem por Alcobaça, Lutegarda declamou num sarau literário junto aos túmulos de Pedro e Inês, no Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Por onde passava, Lutegarda deixava uma marca de cultura e filantropia. Mulher atenta aos problemas e injustiças do seu tempo, a partir de 1905, começa a colaborar em jornais com artigos de cariz social.  A sua primeira obra intitulou-se Glicínias e foi editada em 1910. Com a Implantação da República em Portugal, o Ministro da Justiça de então, Diogo Leote, propôs à escritora, em 1911, que fizesse um estudo da situação dos presos, principalmente das mulheres detidas, numa época em que as prisões eram mistas. Lutegarda denunciou péssimas condições em que viviam as prisioneiras, que se encontravam em situações críticas, quer a nível físico, quanto psicológico, e os seus artigos conseguiram ter o efeito de abolir a máscara nas prisões, que era forçada em presos com determinadas penas mais duras, bem como a obrigatoriedade da pena de silêncio. Conseguiu ainda que as mulheres tivessem melhores condições higiénicas nas cadeias. De regresso a Lisboa, continua a visitar as crianças doentes e sozinhas do Hospital de Dona Estefânia. Com o sucesso das suas obras, conseguiu angariar mais interessados na sua cruzada em prol dos menores.Durante dez anos, Lutegarda de Caires promoveu o evento denominado “Natal das Crianças dos Hospitais”, e que hoje apenas se chama Natal dos Hospitais, uma festa dedicada a todos os enfermos, independentemente da idade, e que é exibido anualmente poucos dias antes da festa de Natal pela RTP. Em junho de 1913, Lutegarda Guimarães, juntamente com Ana Augusta de Castilho, Beatriz Pinheiro, Maria Veleda e Joana de Almeida Nogueira, representaram a delegação portuguesa na Sétima Conferência da Aliança Internacional de Sufrágio Feminino, em Budapeste. A sua obra é principalmente poética, que dedica a figuras famosas da época, como Guerra Junqueiro, Branca de Gonta Colaço, Virgínia Quaresma, Maria Amália Vaz de Carvalho, entre outros. Em 1923, Lutegarda ganhou o 1.º prémio nos Jogos Florais Hispano-Portugueses de Ceuta, com o soneto Florinha da Rua. A autora, ausente em França naquele momento, fez-se representar pelo seu irmão, João de Deus Guimarães, numa cerimónia no Convento do Carmo, na Associação dos Arqueólogos Portugueses e onde uma delegação espanhola se deslocou propositadamente para fazer a entrega do prémio. Ativista, com os seus artigos publicados em diversos jornais como O Século, Diário de Notícias, A Capital, Brasil-Portugal, Ecos da Avenida e Correio da Manhã, lutou pela igualdade de oportunidades e dignidade para as mulheres. Feministaconvicta, insurgiu-se contra a discriminação de que eram vítimas as mulheres por não poderem dispor dos seus próprios bens, enquanto casadas. Também se encontram algumas colaborações suas na revista Serões (1901-1911). Lutegarda Guimarães faleceu aos 76 anos, na sua residência, o primeiro andar direito do número 53 da Avenida da Liberdade, freguesia de São José, em Lisboa, sendo a sua idade erroneamente declarada como 63 anos, no registo de óbito. A causa de morte é apresentada como cancro da mama e síncope cardíaca. Encontra-se sepultada em jazigo de família, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.