
Elviro Rocha Gomes – Astros Com Luz Própria (Sobre a Irradiação do Talento) – Edição do Autor – faro – 1961.Desc.(38)Pág.Br.”Autografado” (Exemplar da Biblioteca de Lyster Franco)
Compra e Venda de Livros, Manuscritos
Elviro Rocha Gomes – Astros Com Luz Própria (Sobre a Irradiação do Talento) – Edição do Autor – faro – 1961.Desc.(38)Pág.Br.”Autografado” (Exemplar da Biblioteca de Lyster Franco)
Vicente Campinas – Praia-Mar (Poesias) – Edição de Autor / Tipografia do Carvalho – Porto – 1969.Desc.(102)Pág.Br.
José Cardoso Pires – Cartilha do Marialva ou das Negações Libertinas (Guachos de Costa Pinheiro) – Publicações Dom Quixote – Lisboa – 1989.Desc.(175)Pág.E
António Costa Pinheiro (Moura, 6 de junho de 1932 — Munique, Alemanha, 9 de outubro de 2015) foi um artista plástico / pintor português. O percurso de Costa Pinheiro dividiu-se entre Portugal e a Alemanha, onde a sua obra obteve reconhecimento, tendo sido um “pioneiro discreto de várias tendências da arte contemporânea”. Com uma obra diversificada, desenvolveu, a par da pintura, práticas consonantes com as tendências conceptuais da década de 1970. Fixou-se em Lisboa, com os pais, aos 10 anos de idade. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio, Lisboa, e a Academia de Belas Artes de Munique. Expôs individualmente pela primeira vez em 1956, na Galeria Pórtico, Lisboa. No ano seguinte partiu para Munique, onde expôs, com René Bertholo e Lourdes Castro, na Galeria 17 e na Internationales Haus. Em 1958, juntamente com René Bertholo, Lourdes Castro, João Vieira, José Escada, Gonçalo Duarte, Jan Voss e Christo, fundou o grupo KWY. Em 1960 recebeu uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian e fixou-se em Paris. Nesse mesmo ano participou na exposição do grupo KWY na Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa – exposição “que marca o início dos anos 60” na arte portuguesa. Regressou a Lisboa em 1961, ficando dois anos em prisão política, após o que regressou a Munique (1963). Em 1965 e 1966 expôs individualmente na Galeria Leonhart, Munique. No ano seguinte recebeu o prémio de Pintura (Förderpreis) da Cidade de Munique e expôs na Galeria Buchholz, Lisboa. As pinturas gestuais típicas do início da sua permanência em Paris evoluem, ao longo da primeira metade da década de 1960, para obras onde as figuras, pequenas e esparsas, dialogam com fundos indefinidos, “afirmando-se em estruturas geométricas ou identificadoras de personagens, […] geralmente homens e touros”, que revelam “a memória invuluntária do emigrante português, nascido perto da fronteira com Espanha. O artista assume então o imaginário que consigo transporta e, em 1966, realiza uma série de retratos imaginários dos Reis de Portugal […] segundo a recriação, lírica ou irónica, das lendas populares”; essas figuras ocupam lugar centralizado nas obras e apresentam a “rigidez característica da estatuária oficial”, regendo-se por traçados inspirados nos jogos de cartas tradicionais. Em 1969, depois das suas últimas exposições individuais, afasta-se da pintura, aproximando-se das práticas concetuais em projetos onde “simula brinquedos populares de madeiras coloridas com vivacidade”, que integra em “irónicos contextos de ficção científica”, como em Citymobil, ” projeto imaginário em que a cidade é permanentemente transformada pelos seus habitantes”. Na Alemanha, onde então residia, Costa Pinheiro “haveria de encontrar […] um reconhecimento e uma atenção assinaláveis. A obra que realizou pôde […] aspirar a uma ambição plástica e mesmo teórica – que o artista explicitou numa série de obras de teor concetual – que na arte portuguesa e nos seus contextos de então, […] jamais teria tido qualquer espécie de eco”. Retoma a pintura em 1976 com dois ciclos emblemáticos: La Fenêtre dans ma tête e Fernando Pessoa, onde utiliza dispositivos herdados das incursões concetuais; nesta última série realiza um levantamento imaginário “dos objetos e espaço próprios do Pessoa mítico: chapéu, óculos, caneta, gaivotas do Tejo, Lisboa…”. Ao longo das décadas de 1970, 80 e 90 expõe inúmeras vezes em Portugal e no estrangeiro (sobretudo em Munique), nomeadamente na Galeria Kunst + Kommunikation, Munique (1992, 1993, 1996-1997), no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1989), e na Casa de Serralves, Porto (1990). Em 2001 recebe o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, Amarante. “A obra de António Costa Pinheiro desenvolveu-se, ao longo de quase cinco décadas, como uma das mais corajosas, coerentes e lúcidas da segunda metade do século artístico e cultural português”, entrando em diálogo “com a restante arte sua contemporânea no plano europeu, tornando-se internacional pela escala do desafio formal e concetual que soube integrar”.
Casimiro de Brito – Um Certo País ao Sul & Outras Ficções do Estilo – Seara Nova – Lisboa – 1975.Desc.(125)Pág.Br.
Ruy Santos – Passaporte (Poemas) – Oficinas da Gráfica galdete, Lda – Santarém – 1961.Desc.(85)Pág.Br
João Roiz de Castelo-Branco, Bernardim Ribeiro, Cristóvão Falcão, Luís de Camões, Rodrigues Lobo, Bocage, Antero de Quental, Gomes Leal, Cesário Verde, António Nobre, Camilo Pessanha, Fernando Pessoa, Mário Sá-carneiro & Florbela Espanca – Poesia – Antologia (Organizada por Branquinho da Fonseca – Portugália Editora – Lisboa – 1966.Desc.(188)Pág.Br
Branquinho da Fonseca – Poeta, tradutor (Georges Duhamel, Stendhal, entre outros), autor dramático e ficcionista, filho de Tomás da Fonseca. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, exerceu a profissão de conservador de registo civil e dirigiu, desde a sua criação, o Serviço de Bibliotecas Fixas e Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian. Com Afonso Duarte, Vitorino Nemésio, António de Sousa e João Gaspar Simões, dirigiu a revista coimbrã Tríptico(1924); com José Régio e João Gaspar Simões, fundou, em 1927, a “Folha de Arte e Crítica” Presença, e, após uma dissidência com o grupo presencista, fundou com Adolfo Rocha (Miguel Torga) a efémera revista Sinal (1930). Além destas publicações, colaborou em O Diabo, Manifesto e Litoral. É nas páginas da Presença que publica os textos dramáticos A Posição de Guerra e Os Dois (posteriormente recolhidos com Curva do Céu, A Grande Estrela, Rãs e Quatro Vidas, no volume único de Teatro, publicado, em 1939, com o pseudónimo de António Madeira), numa dramaturgia que, segundo Luiz Francisco Rebello (100 Anos de Teatro Português, Porto, 1984, p. 75), combina “elementos de progénie simbolista com certas experiências surrealistas”, e que, na opinião do mesmo estudioso, prolongam, “na geração presencista, o vanguardismo de Orpheu, de que no setor dramatúrgico Almada Negreiros foi o mais lídimo representante”. Revelou-se, em 1926, com Poemas, coletânea que estabelece a continuidade com o modernismo “tanto pela aguda desconfiança a alternar com a crença desmedida nos poderes da palavra, como pelo reiterado pendor para a visão alucinatória do concreto e para a expressão aparentemente cândida do insólito.” (MOURÃO-FERREIRA, David – posfácio a O Barão, Lisboa, 1969, p. 119). Mas é sobretudo na ficção que o escritor atinge a sua maturidade, através de uma escrita espessa, que se presta a interpretações psicológicas, sociais, simbólicas, numa hábil capacidade de misturar o real e o imaginário, o fantástico e o concreto, e de que a famosa novela O Barão – amplamente traduzida – constitui um dos exemplos mais significativos.
Felix Walter – La Littérature Portugaise en Angleterre (A L’Époque Romantique) – Libraire Ancienne Honoré Champion – Paris – 1927.Desc.(150)Page.Br.
António Afonso Borregana – Análise de Os Lusíadas (Episódios Fundamentais) – Edição e Depositário de Autor – Setúbal – 1987.Desc.(129)Pág.Br.
J.Santos Stockler – Aquário do Tempo (74.º Aniversário do Autor 22 de maio de 1910) – Edição de Autor – Livrejo – Artes Gráficas – Rio Maior – 1984.Desc.(92)Pág.Br.
Rogério Silva – Contos do Barrocal – Viprensa – Soc. Editora do Algarve,Lda / Apoio Câmara Municipal de castro Marim, Olhao, Tavira / Vila Real Santo António – Olhão – 1998.Desc.(141)Pág.Br.
Francisco Miguel – Poemas – Edições “A Opinião” 3 – Porto – 1976.Desc.(49)Pág.Br.
Francisco Miguel Duarte (Baleizão, Beja, 18 de dezembro de 1907 – Almada, Almada, 21 de maio de 1988), também conhecido pela alcunha de Chico Sapateiro, por exercer essa profissão, foi um escritor, poeta e político português vinculado ao Partido Comunista Português, de que foi dirigente, autor do livro Das Prisões à Liberdade (Lisboa, Edições Avante!, 1986). Nasceu a 18 de dezembro de 1907, na chamada Aldeia Velha da freguesia de Baleizão, em Beja, parte da freguesia onde viviam os militantes políticos mais ativos da freguesia, nomeadamente comunistas. Foi batizado em Baleizão a 20 de abril de 1908, como filho de Afonso José Duarte, proprietário, natural de Beja (freguesia de São Pedro de Pomares), e de Emília da Graça, natural de Baleizão. Poeta, cujos temas principais são a revolução e o povo, tem entre os seus trabalhos mais conhecidos, um poema em honra da memória de Catarina Eufémia, sua conterrânea, já que o autor também era natural de Baleizão. Foi o dirigente do Comité Provincial do PCP no Algarve. A sua prisão em 1947conduziu ao desmantelamento daquela organização provincial. Foi o último preso político a permanecer, sozinho, por seis meses, no Campo de Concentração do Tarrafal – Colónia Penal de Cabo Verde – antes de ser transferido, de novo, para Lisboa, a 26 de janeiro de 1954, onde continuaria preso, primeiro no Aljube e depois em Caxias. Foi eleito deputado pelo círculo eleitoral de Beja nas Eleições para a Assembleia Constituinte Portuguesa de 1975. A 30 de junho de 1980, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem da Liberdade. Morreu a 21 de maio de 1988, na freguesia e concelho de Almada.
Maria das Dores Dominguez Ramirez Galhardo Palmeira (Lolita Ramirez) – Shalom (Sonetos) – (Prefácio de Teresa Sousa de Almeida) – Edição de Autor – Vila Real deSanto António – 1987.Desc.(72)Pág.Br.”Autografado”
Maria das Dores Dominguez Ramirez Galhardo Palmeira (Lolita Ramirez) nasceu em 1929 na cidade algarvia de Vila Real de Santo António – cidade na foz do rio Guadiana e fronteira da vizinha Espanha. É descendente, por parte de pai e de mãe, de família espanhola. Por este fato, se sente herdeira das duas culturas. Através de sua poesia, Lolita Ramirez, mostra-se-nos transparente, lúcida, apaixonada e devota às coisas em que acredita – o amor. Os seus amores: o marido; o pai; a mãe; a família; as crianças; a terra – Algarve; outras terras de Portugal; os amigos; a vida; a língua e a Palavra . Licenciada em Filologia Românica, curso que iniciou na Faculdade de Letras de Coimbra e que completou na Universidade de Lisboa, teve sua vida dedicada ao ensino. Aposentou-se neste ano de 1998. Os seus colegas e amigos ofereceram-lhe um jantar em sua homenagem. No presente momento, já aposentada, continua se dedicando à poesia e às artes. Tem vários presépios executados em preciosas minúcias de figuras, tamanhos e materiais diversificados. Alguns destes trabalhos foram apresentados em exposições no Casino de Monte Gordo.
M. Pinheiro Chagas – Poema da Mocidade Segundo do Anjo do Lar (Seguidos de Um Artigo de Crítica Literária pelo Antonio Feliciano de Castilho) – Livraria de A. M. Pereira – Lisboa – 1865.Desc.(XIII) + (243).Pág.Br.
Marcos Vilalva – Missangas Poéticas – Tip. ADLA – Benguela – 1972.Desc.(75)Pág.Br.
Mateus Moreno – Minha Pátria (Poema em 3 Livros e 3 Jornadas) – Livro I – Ressurgimento – Editora – Lisboa – 1923.Desc.(39)Pág.Br.Ilust
Mateus Moreno – Faro, 27/09/ 1892 – Lisboa, 05/1970 -Presidiu à Academia do Liceu de Faro, onde fez estudos preparatórios.Fundou, em Outubro 1911, o quinzenário académico A Mocidade e mais tarde a “Alma Nova, com José Guerreiro de Murta, José Dias Sancho, C. A. Lyster Franco. Em finais de 1914, Martins Moreno foi para Lisboa, para frequentar o curso de Matemáticas, da Faculdade de Ciências, mas manteve uma intensa relação com a vida algarvia, organizando o I Congresso Regional do Algarve.Em 1917, foi mobilizado para França, incorporado no C.E.P., como alferes miliciano de artilharia de campanha.Terminada a guerra Martins Moreno optou pela carreira militar, frequentando a Escola de Guerra. Em 1957, a «Casa do Algarve» promoveu um concurso de música para a criação do «Hino de Sagres», sob o alto patrocínio do empresário algarvio Libânio Correia, inserido nas pré-comemorações do V Centenário da morte do Infante D. Henrique,que Mateus Moreno venceu. A música foi feita pela pianista Elvira de Freitas.
Artur Tojal – Rebeldia (Poemas) – Edições Alvorada – Porto – 1942.Desc.(62)Pág.Br.”Autografado”
Boanerges Cunha – Poema Bucólico – Livraria Figueirinhas – Porto – 1952.Desc.(33)Pág.Br.
Morais Lopes – Caminhada (Poesias) – Oficinas d gazeta do Sul – Montijo – 1958.Desc.(61)Pág.Br.
Adosinda Providencia Torgal & Madalena Torgal Ferreira (Organização e Notas Prévias) – Encantada Coimbra (Colectânea de Poesia Sobre Coimbra) – Publicações Dom Quixote – Lisboa – 2003.Desc.(308)Pág.Br.Ilust
Guilherme de Almeida – Poetas de França – Companhia Editorial Nacional – São Paulo – 1936.Desc.(207)Pág.Br.
Guilherme de Andrade de Almeida (Campinas, 24 de julho de 1890 — São Paulo, 11 de julho de 1969) foi um poeta, cronista, jornalista, crítico de cinema, ensaísta, escritor de livros infantis, conferencista e tradutor brasileiro. É considerado um verdadeiro comunicador, tendo utilizado, sem preconceitos, quase todos os meios de comunicação disponíveis em seu tempo: livro, jornal, revista, cinema, teatro, rádio, letra de música e hinos. Guilherme de Almeida era filho de Angelina de Andrade e de Estevam de Araújo Almeida, advogado e professor de direito da Academia do Largo de São Francisco, atualmente Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Foi casado com Belkiss Barroso de Almeida, de cuja união nasceu o filho, Guy Sérgio Haroldo Estevam Zózimo Barroso de Almeida, que se casou com Marina Queirós Aranha de Almeida. Foi, com seu irmão, Tácito de Almeida (1889 – 1940), importante organizador da Semana de Arte Moderna de 22. Guilherme de Almeida publicou, em 1916, duas peças de teatro que escreveu a quatro mãos com Oswald de Andrade. Em 1917 publica seu primeiro livro de versos, Nós, que alcançou grande sucesso, sobretudo entre o público feminino. O poeta passa então a colaborar ativamente em revistas, como A Cigarra. Seus livros seguintes alcançam grande sucesso de crítica e de público, situação que se altera quando publica Meu (livro de estampas) e Raça, em 1925, considerados pelo poeta um fracasso de vendas por explorar uma linguagem mais experimental afim dos princípios modernistas. Neste mesmo ano, viaja ao Rio Grande do Sul, ao Pernambuco e ao Ceará com a intenção de divulgar a estética modernista, fazendo na capital destes estados a conferência A Revelação do Brasil pela Poesia Moderna. Em Pernambuco, Gilberto Freyre, defensor do Regionalismo, abre franca polêmica com Guilherme de Almeida. Um dos poemas de Guilherme de Almeida, “A Carta Que Eu Sei de Cor”, presente em seu livro “Era uma vez”, foi declamado na Faculdade de Letras de Coimbra, em 1930, na importante conferência “Poesia Moderníssima do Brasil” – esta conferência foi estampada na revista ‘Biblos’ (Faculdade de Letras de Coimbra), Vol. VI, n. 9-10, Coimbra, Setembro e Outubro de 1930, pp. 538 – 558; e no ‘Jornal do Commercio’, Rio de Janeiro, domingo, 11 de janeiro de 1931, página 3). Foi um dos fundadores da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, onde lecionou Ciência Política. Guilherme de Almeida foi ainda um dos fundadores da Revista Klaxon, que visava a divulgação da ideias modernistas, tendo realizado sua capa, assim como os arrojados anúncios da Lacta, para a mesma Revista. Elaborou também a capa da primeira edição do livro “Paulicéa Desvairada”, de Mário de Andrade. Os livros de Guilherme de Almeida são considerados pequenas obras-primas das artes gráficas, com capas e ilustrações realizados por artistas como Correa Dias, Di Cavalcanti, John Graz, José Wash Rodrigues e Anita Malffati. Guilherme de Almeida colaborou com diversas revistas que defendiam o modernismo, como a Terra Roxa, A Revista, Estética e Revista de Antropofagia, tendo escrito poemas-piada à moda de Oswald de Andrade, como o poema Humorismo (Meu, 1925) e outros publicados em revistas. Apesar disso, preferiu a ironia e a paródia à blague e à sátira propriamente. Defensor da democracia liberal e de uma poesia moderna e refinada, Guilherme de Almeida foi duramente atacado pelos escritores ligados ao Movimento Verde e Amarelo, de orientação proto-facista (integralismo) e que procuravam uma poesia mais “tosca” como Cassiano Ricardo. Porém, Mário de Andrade e outros escritores da época notaram que os livros de Cassiano Ricardo eram praticamente plágios da obra de Guilherme de Almeida. Ao ler Borrões de Verde e Amarelo, de Cassiano Ricardo, Mário de Andrade escreveu escandalizado “Meu Deus! O Gui [Guilherme de Almeida] é imitado em tudo neste livro!. Barbosa Campos é mais direto e acusa Cassino explicitamente de plagiar Guilherme de Almeida no artigo “O caçador Caçado – a propósito de um plágio de Guilherme de Almeida”. Sérgio Buarque de Holanda, Prudente de Moraes Neto e Oswald de Andrade também polemizaram contra Guilherme de Almeida. Estes escritores acusavam o poeta de não ser suficientemente radical, e de fazer uma poesia excessivamente inteligente e sutil. Os livros propriamente modernistas de Guilherme de Almeida são Era Uma Vez… (1922), A Frauta que Eu Perdi (1923), Meu (1925), Raça (1925) e, em parte, Encantamento (1925). Depois deste período, nota-se um arrefecimento do experimentalismo na poesia de Guilherme de Almeida. Isto porém, não o impede de produzir algumas obras-primas principalmente em seus últimos anos, quando escreve Rua (1961), Rosamor (1965) e Margem (1968, publicado postumamente em 2010). Porém, as obras do poeta mais aplaudidas pelos críticos literários são, até hoje, aquelas que compôs em sua juventude: Nós (1917), A Dança das Horas (1919), Messidor (1919 – obra que reúne as duas anteriores mais Suave Colheita) e Livro de Horas de Soror Dolorosa – Aquela que Morreu de Amor (1920, livro no qual os poemas são escritos do ponto de vista de um Eu Lírico feminino). Em muitas delas, Guilherme de Almeida já usa o humor e a paródia como forma de composição, bem como metáforas e comparações inovadoras. As obras de caráter modernista e as de sua última fase merecem uma revisão crítica, pois Guilherme de Almeida é um poeta pouco estudado. Até hoje não há edição completa de sua poesia. Foi o primeiro modernista a entrar para a Academia Brasileira de Letras (1930).Terceiro ocupante da Cadeira 15, eleito em 6 de março de 1930, na sucessão de Amadeu Amaral e recebido pelo Acadêmico Olegário Mariano em 21 de junho de 1930. Recebeu o Acadêmico Cassiano Ricardo. Em 1958, foi coroado o quarto “Príncipe dos Poetas Brasileiros” (depois de Bilac, Alberto de Oliveira e Olegário Mariano). A essência de sua poesia é o ritmo “no sentir, no pensar, no dizer”. Dominou amplamente os processos rímicos, rítmicos e verbais, bem como o verso livre, explorando os recursos da língua, a onomatopeia, as assonâncias e aliterações. Na época heroica da campanha modernista, soube seguir diretrizes muito nítidas e conscientes, sem se deixar possuir pela tendência à exaltação nacionalista. Nos poemas de Simplicidade, publicado em 1929, retornou às suas matrizes iniciais, à perfeição formal desprezada pelos outros, mas não recaiu no Parnasianismo, porque continuou privilegiando a renovação de temas e linguagem. Sobressaiu sempre o artista do verso, que o poeta Manuel Bandeira considerou o maior em língua portuguesa. Entre outras realizações, foi o responsável pela divulgação do poemeto japonês haikai no Brasil. Combatente na Revolução Constitucionalista de 1932 e exilado em Portugal, após o final da luta, foi homenageado com a Medalha da Constituição, instituída pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Sua obra maior de amor a São Paulo foi seu poema Nossa Bandeira, além do Hino dos Bandeirantes – oficializado como letra do Hino do Estado de São Paulo – e da letra do hino da Força Pública (atual Polícia Militar do Estado de São Paulo). É proclamado “O poeta da Revolução de 32”. Escreveu o poema Moeda Paulista, a pungente Oração ante a última trincheira, a letra do “Hino Constitucionalista de 1932/MMDC”, O Passo do Soldado, de autoria de Marcelo Tupinambá, com interpretação de Francisco Alves. O poema treze listras em homenagem a bandeira do estado de São Paulo, que mais tarde foi feito o dobrado (música militar) treze listras do compositor e maestro Pedro Salgado É de sua autoria a letra da Canção do Expedicionário com música de Spartaco Rossi, referente à participação dos pracinhas brasileiros na Segunda Guerra Mundial. Autor da letra do Hino da Televisão Brasileira, executado quando da primeira transmissão da Rede Tupi de Televisão, realizada por mérito de seu concunhado, o jornalista Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo.Dedicou-se ainda a outras artes e atividades, além da literatura e da poesia: desenhista amador, cultivou também a heráldica, tendo criado o brasão das cidades de São Paulo , Petrópolis (RJ), Volta Redonda (RJ), Londrina (PR), Brasília (DF), Guaxupé (MG), Caconde, Iacanga e Embu (SP). Foi presidente da Comissão Comemorativa do Quarto Centenário da cidade de São Paulo. Encontra-se sepultado no Mausoléu do Soldado Constitucionalista de 1932, no parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo, ao lado de Ibrahim de Almeida Nobre, o “Tribuno de 32”, dos despojos dos jovens conhecidos pela sigla M.M.D.C. (Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Américo Camargo de Andrade), e do caboclo Paulo Virgínio.