Noventa Minutos Em Entebe – Operação Uganda-

Noventa Minutos Em Entebe - Operação Uganda-
Noventa Minutos Em Entebe – Operação Uganda- «€20.00»

william Stevenson – Noventa Minutos Em Entebe – Operação Uganda- – Livraria Bertand  – Lisboa – 1977. Desc.269 Pagi / 21,5cm x 16,5cm / Encadernação de Origem

Operação Entebe é o nome pelo qual ficou conhecida uma espetacular operação militar, levada a cabo pelas forças de segurança de Israel, em julho de 1976, para libertação de mais de 200 pessoas, sequestradas durante um vôo comercial, cujo avião fora desviado para o aeroporto de Entebe, situado nos arredores de Kampala, capital de Uganda (África), à época governada por Idi Amin Dada. A manobra foi originariamente denominada de “Operação Thunderball”, depois, foi rebatizada como “Operação Yonatan”, em homenagem ao comandante da força-tarefa, o tenente-coronel Yonatan Netanyahu (irmão do ex-premier israeliano Benjamin Netanyahu), único militar israelense morto durante a acção  Porém, ficou mundial e popularmente conhecida como “Operação Entebbe” (nome do aeroporto, onde se sucederam os fatos) e já foi tema de inúmeros filmes e livros. É considerada por muitos especialistas como a missão de resgate mais complexa e perfeita de todos os tempos. Essa foi a missão mais famosa da unidade Sayeret Matkal, cujas actividades consistem, em tempos de paz, em desenvolver constantemente táticas e treinamentos para outros grupos especiais antiterroristas e de mesmo nível, como oSAS (Reino Unido) e GSG 9 (Alemanha), dentre outros. O drama dos reféns começou, no dia 27 de Junho de 1976, com o sequestro de um Airbus A300 da Air France, que fazia a rota Tel Aviv-Paris, com escala em Atenas (Grécia), e 258 pessoas a bordo. Pilotado pelo comandante Michel Bacos, o avião francês decolou do Aeroporto Internacional Ben Gurion às 8h59, chegando em Atenas às 11h30. Desembarcaram 38 passageiros e embarcaram outros 58, entre os quais, os quatro sequestradores. O total a bordo era, então, de 246 pessoas, mais a tripulaçãoVinte minutos após o meio-dia, o avião já cruza os céus novamente rumo ao seu destino final, Paris. Oito minutos após a decolagem, enquanto as aeromoças preparam-se para servir o almoço, os terroristas assumem o controle do avião. Eram quatro, dois dos quais possuíam passaportes de países árabes, um do Peru com o nome de A. Garcia (na verdade,Wilfried Böse) e uma mulher do Equador de nome Ortega (na verdade, Brigitte Kuhlmann), estes dois últimos, posterioremente identificados como membros de uma das Revolutionäre Zellen ou Células Revolucionárias – rede de grupos militantes armados da Alemanha Ocidental, sendo que o mais conhecido desses grupos foi o Baader-Meinhof. Os quatro terroristas haviam vindo do Kuwait pelo voo 763 da Singapore Airlines e iam com destino a Bahrein. Entretanto, ao desembarcar em trânsito (na Grécia), os quatro dirigiram-se ao check-in do vôo da Air France. As autoridades aeroportuárias em Israel e a estação de controle da Air France percebem que perderam contato com o vôo AF 139, alguns minutos após a descolagem em Atenas. Os ministros de Transporte e da Defesa, que participam da reunião semanal do gabinete com o primeiro-ministro Yitzhak Rabin, são imediatamente informados. Apesar de não saber ainda o que acontecia a bordo, o sector de operações das Forças de Defesa de Israel (FDI) prepara-se para um eventual pouso da aeronave em Lod, onde situava-se oAeroporto Internacional Ben Gurion. Por volta das 14 horas do dia 27 de junho, o Airbus comunica-se com a torre de controle do aeroporto de Bengazi, na Líbia, solicitando combustível suficiente para mais quatro horas de voo, além de pedir que o representante local da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) fosse encaminhado ao local. Na verdade, uma parte dos sequestradores era ligada a uma dissidência da FPLP baseada no Yemene liderada pelo Dr. Wadie Haddad. Às 15 horas, a aeronave aterra em Bengazi e apenas uma mulher é libertada. Ela consegue convencer os terroristas e um médico líbio que está grávida e sob risco de aborto. Na verdade, está indo para o enterro de sua mãe em Manchester,Inglaterra. Em Israel, terminada a reunião, o primeiro-ministro convoca ao seu gabinete alguns ministros – Shimon Peres, da Defesa; Yigal Allon, das Relações Exteriores; Gad Yaakobi, dos Transportes; e Zamir Zadok, da Justiça. Fosse qual fosse o desfecho da história, esses homens teriam que tomar decisões e estavam-se preparando para isso, pois já sabiam que dentre os passageiros havia 77 com passaporte israelense. Rígida censura é imposta aos meios de comunicação para que não divulguem listas de passageiros e para impedir a veiculação de informações que possam, de alguma maneira, ajudar os sequestradores. Iniciam-se, também, contratos com os familiares dos viajantes. Em Bengazi o aviãopermanece seis horas e meia, durante as quais é reabastecido – “por preocupação humanitária do governo líbio para com os passageiros”, segundo o coronel Muamar Kadafi, presidente da Líbia. Às 21 horas e 50 minutos, o Airbus parte de Bengazi, voando à noite em direção ao sul, sobre o Saara líbio e o Sudão, afastando-se cada vez mais do Oriente Médio, e chegando ao aeroporto de Entebbe, por volta das três da manhã do dia 28 de junho. Os reféns foram então conduzidos para o prédio do antigo terminal do aeroporto. Em Israel, as unidades da FDI, em alerta no aeroporto, recebem ordens para retornar às suas bases. O que aconteceria dali em diante não exigiria medidas especiais em território israelense.