Fernando Ribeiro de Mello – Antologia do Humor Português – Selecção e Notas: Vergilio Martinho e Ernesto Sampaio / Prefácio. Ernesto Sampaio / Capa e Paginação: Sena da Silva / Desenhos: Carlos Ferreiro, Eduardo Batarda, João Machado & José Rodrigues – Cantigas D’Escarnho e de Mal Dizer (Século XVIII) Airas Nunes, Clérigo, Aires Pérez Vuitoron, Fernan Soárez de Quinhones, Joan Aires de Santiago & Pero da Ponte, Gil Vicente, Fernão Mendes Pinto, Gonçalo Fernandes Trancoso, Luís de Camões, Diogo do Couto, D. Tomás de Noronha, D, Francisco Manuel de Melo, António Serrão de Castro, Autor Anónimo da Arte de Furtar, Padre Manuel Bernardes, Cavaleiro de Oliveira, António José da Silva, Paulino António Cabral, Manuel Maria Barbosa do Bocage, António Lobo de Carvalho, Nicolau Tolentino de Almeida, José Augusto Macedo, Almeida Garrett, Camilo Castelo Branco, João de Deus, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Eça de Queiroz, Gomes Leal, Guerra Junqueira, Gervásio Lobato, Cesário Verde, Fialho de Almeida, Manuel Teixeira Gomes, Trindade Coelho, António Feijó, Raul Brandão, Aquilino Ribeiro, Fernando Pessoa, Mário Sá Carneiro, Almada Negreiros, Vitorino Nemésio, José Rodrigues Miguéis, Branquinho da Fonseca, António Gedeão, José de Lemos, Manuel da Fonseca, Manuel de Lima, Ruben. A, Natália Correia, Mário Henriques Leiria, Mário Cesariny de Vasconcelos, António Domingues, Fernando Luso Soares, Alexandre O’Neill, Ernesto Leal, Luiz Pacheco, Pedro Oom, António Maria Lisboa, Júlio Moreira, Manuel de Castro, Alberto Portela (Filho), José carlos Ary dos Santos, O cadáver Esquisito – Edições Afrodite – Lisboa – 1969. Desc. [XXV] + 1004 pág / 21 cm x 15 cm / E. Pele «Muito Procurado»
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Fernando Ribeiro Bento de Melo (Porto, 11 de Novembro de 1941 – Coimbra, 27 de Fevereiro de 1992), foi um editor e declamador de poesia português. Oriundo de uma família tradicional do Porto. De pequena estatura, franzino, claudicante, sempre impecavelmente vestido, o olhar intenso, bigodes revirados à Dalíe uma pera, Ribeiro de Mello destacava-se também por uma personalidade um pouco excêntrica, irreverente e donjuanesca. Em Outubro de 1964 deu brado em Lisboa, com um conturbado recital de poesia na Sociedade Nacional de Belas-Artes, em que o valor dos poemas declamados era pontuado de acordo com a duração cronometrada dos aplausos do público. Amigo de Natália Correia, Mário Cesariny, Luiz Pacheco e outros intelectuais portugueses, foi o enérgico fundador das pequenas e excelentes Edições Afrodite,em 1965, que durante os anos finais do salazarismo causaram escândalo e sensação, com a publicação de obras polémicas e proibidas, que conduziriam a diversos processos judiciais por ultraje aos bons costumes. Citem-se o Kâma-Sûtra – Manual do Erotismo Hindu (1965), a Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica (1966), de Natália Correia ou A Filosofia na Alcova (1966) do Marquês de Sade . Em 1980, teve uma breve exposição televisiva ao ter participado como membro do júri do concurso A Prata da Casa na RTP, juntamente com Alexandre O’Neill, Tomás Branquinho da Fonseca, Beatriz Costa e Maria Elisa. Eram notórias as suas intervenções enquanto jurado, marcadas pela acutilância das suas opiniões, alguma teatralidade de expressão, frequentemente pontuadas por manifestações de sarcasmo e de indignação, entrando algumas vezes em conflito com o apresentador José Fialho Gouveia. As extintas Edições Afrodite desempenharam, nessas décadas, um papel ímpar na divulgação em língua portuguesa de diversos autores fundamentais da contra-cultura (André Breton, Alfred Jarry, etc.). Ribeiro de Mello teve a inestimável colaboração de grandes tradutores e antologiadores como Ernesto Sampaio, Aníbal Fernandes, Luiza Neto Jorge, Manuel João Gomes, e ilustradores como Eduardo Batarda, Martim Avillez ou Henrique Manuel. As opções editoriais de Fernando Ribeiro de Mello (antecedidas já pela editora Contraponto de Luiz Pacheco) influenciariam outras editoras (do mesmo tipo ou não), nas décadas de 1970 a 1990, como a Editorial Estampa, a Editora Arcádia, a & etc (dirigida por Vitor Silva Tavares), a Assírio & Alvim (de Manuel Hermínio Monteiro), a Hiena Editora (de Rui Martiniano), a Fenda (de Vasco Santos), a Antígona (de Luís de Oliveira) e outras. Morreu em 1992, aos 50 anos, na sequência de uma cirurgia mal sucedida a um aneurisma.