Revistas – O Clarim 1646-1946 – Órgão da Juventude Católica de Macau – Propriedade de J. E. C do Liceu do infante D. Henrique – Macau – 1946. Desc. 18 + 18 Ilustrações / 24 cm x 17,5 cm / Br. Ilust.
Revista “O Clarim” – Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Macau, embora não estivesse ocupado pelo Exército Japonês, estava completamente isolado do Mundo, com as suas vizinhanças ocupadas por este temível Exército invasor. A população da Cidade, principalmente os jovens, estava desinformada e debatia com interrogações de várias ordens. Estava incerta e perturbada com o futuro de Macau e da região circundante. Estava amedrontada pelos horrores cometidos pelos exércitos nipónicos por todo o Sudeste Asiático. Foi neste ambiente atribulado de incertezas e de angústias que, em Junho de 1943, o então jovem padre Manuel Teixeira publicou uma pequena revista baptizada com o nome de “Clarim”. Esta revista, devido aos temas tratados, foi ganhando prestígio e importância. Esta revista prolongou por pouco tempo, mas tornou-se a semente de um jornal que iria surgir cinco anos mais tarde. O jornal só apareceu quando um grupo de jovens católicos (composto por José Patrício Guterres, Herculano Estorninho, José Silveira Machado, Abílio Rosa, Gastão de Barros, José de Carvalho e Rego, Rui da Graça Andrade e Rolando das Chagas Alves) apresentou aos padres Fernando Leal Maciel e Júlio Augusto Massa a ideia de publicarem um jornal. Os também jovens padres apoiaram esta proposta e acharam-na uma boa, mas ousada ideia, devido às inúmeras dificuldades que os jovens iriam encontrar, sobretudo as dificuldades financeiras. Estas últimas foram ultrapassadas com a decisão do então Bispo da Diocese de Macau, D. João de Deus Ramalho, em financiar a impressão e as despesas do jornal. Assegurado o financiamento, os jovens, que concordaram em colaborar no jornal nas horas que lhes sobravam dos seus afazeres profissionais, iniciaram-se contactos e diligências respeitantes à parte técnica e tipográfica. No dia 2 de Maio de 1948, o semanário “O Clarim”, com 8 páginas, suplemento da revista com o mesmo nome, foi posto a circular, sob o lema «Por Deus, pela Pátria», e com um cabeçalho desenhado pelo pintor russo, George Smirnoff, que naquela altura vivia em Macau.