Índice Analítico do Vocabulário Os Lusíadas – «Preparado« por Aísa Poggi de Assis, Alice Martins de Carvalho, António Gomes Filho, Carlos Salvador Monteiro, Carlos Tucci, Conceição Pinheiro, Consuelo Salgueiro Sousa,Gilda da Costa Pinto, Lêda Aurora Wang Freaza, Luís Fernando Tini, Margarida Ribeiro Dinis, Maria Cecília Niemeyer Scatena, Maria Conceição Drumond, Maria José Couto de Abreu, Osvaldo de Paula, Ronaldo Menegaz, Sílvio Batista Pereira, Vitor Cardoso da Silva e Zulmira Taveiros Passos Guimarães, A. G. Cunha – Índice Analítico do Vocabulário Os Lusíadas – Instituto Nacional do Livro / Ministério da Educação e Cultura – Rio de Janeiro – 1966. Desc. 372 + 450 + 442 pág / 21 cm x 14 cm / Br.
Luís de Camões – Rimas «Texto Estabelecido e Prefacio por Álvaro Júlio da Costa Pimpão» – Atlântida Editora – Coimbra – 1973. Desc. 429 pág / 23 cm x 16,5 cm / Br.
Maria Isabel S. Ferreira da Cruz – Novos Subsídios Para Uma Edição Crítica da Lírica de Camões «Os Cancioneiros Inéditos de Madrid e do Escorial» – Centro de Estudos Humanísticos _ Faculdade de Letras da Universidade do Porto – Porto – 1971. Desc. 204 pág / 24 cm x 17,5 cm / Br.
A Biblioteca Cosmos, criada em 1941 sob a direcção de Bento Jesus Caraça, é um marco da história da cultura em Portugal do século XX. Bento Jesus Caraça procura com a Biblioteca Cosmos promover a divulgação cultural e a formação e das massas populares e estimular entre os jovens um conjunto de interesses que o Estado recusava. Como o próprio refere, o objectivo da colecção é prestar “reais serviços aos seus leitores e, através deles, a uma causa pela qual lutamos há muitos anos: – a criação de uma mentalidade livre e de tonalidade científica entre os cidadãos portugueses.» (CARAÇA, 1947).Ao apresentar a colecção, no momento em que a Biblioteca Cosmos abre as portas, Caraça escreve “…A que vem a Biblioteca Cosmos?”…Quando acabar a tarefa dos homens que descem das nuvens a despejar explosivos, começará outra tarefa – a dos homens que pacientemente, conscientemente, procurarão organizar-se de tal modo que não seja mais possível a obra destruidora daqueles. Então, com o estabelecimento de novas relações e de novas estruturas, o homem achar-se-á no centro da sociedade, numa posição diferente, com outros direitos, outras responsabilidades. É toda uma vida nova a construir dominada por um humanismo novo. Há, em suma, que dar ao homem uma visão optimista de si próprio; o homem desiludido e pessimista é um ser inerte sujeito a todas as renúncias, a todas as derrotas – e derrotas só existem aquelas que se aceitam. Quando acima falamos num humanismo novo, entendemos como um dos seus constituintes essenciais este elemento de valorização – que o homem, sentindo que a cultura é de todos participe, por ela, no conjunto de valores colectivos que há-de levar à criação da Cidade Nova. A Biblioteca Cosmos pretende ser uma pequena pedra desse edifício luminoso que está por construir…” A Biblioteca Cosmos publicou 114 títulos, algumas compostas por mais de um volume, sobre os mais diversos ramos do saber. A colecção era composta por sete secções: 1ª Secção – Ciências e Técnicas; 2ª Secção – Artes e Letras; 3ª Secção – Filosofia e Religiões; 4ª Secção – Povos e Civilizações; 5ª Secção – Biografias; 6ª Secção – Epopeias Humanas; e 7ª Secção – Problemas do Nosso Tempo.
Biblioteca «Cosmos» – 1.ª Secção – “Ciência e Técnica”
Cosmos (2) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 1 – Matemática e Cosmografia – Conceitos Fundamentais da Matemática – Vol. 1.ª – Bento Jesus Caraça – Edição Cosmos – Lisboa – 1941. Desc. 126 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (8) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 2 – O Problema do Cancro – Instituto Português de Oncologia – Edição Cosmos – Lisboa – 1941. Desc. 107 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (10) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 3 – Bases da Alimentação racional – Ferreira de Mira – Edição Cosmos – Lisboa – 1941. Desc. 126 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (14) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 5 – O Sr. Tompkins no País das Maravilhas – G. Gamow – Edição Cosmos – Lisboa – 1942. Desc. 126 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (16) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 6 – Introdução Geológica – Carlos Torre de Assunção – Edição Cosmos – Lisboa – 1942. Desc. 126 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (18) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 7 – Conceitos Fundamentais da Matemática – Vol. 2.ª – Bento Jesus Caraça – Edição Cosmos – Lisboa – 1941. Desc. 129 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (20) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 8 – Organização da Matéria Viva – Luiz Ernani Dias Amado – Edição Cosmos – Lisboa – 1942. Desc. 93 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (23) -1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 10 – Os Segredos do Mar (Iniciação Oceanográfica) – Alberto Candeias – Edição Cosmos – Lisboa – 1942. Desc. 143 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (25) -1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 11 – Os Fundamentos Científicos da Sexualidade – A. Quintanilha – Edição Cosmos – Lisboa – 1942. Desc. 1418pág /Br. «€5.00»
Cosmos (27) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 12 – O Sincretismo Infantil (Uma Experiência Pedagógica) – J. Dias Agudo – Edição Cosmos – Lisboa – 1942. Desc. 114 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (28) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 13 – Técnica da Publicidade – A. Araújo Pereira – Edição Cosmos – Lisboa – 1942. Desc. 118 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (30) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 14 – Introdução a Sismologia – Raul de Miranda – Edição Cosmos – Lisboa – 1942. Desc. 124 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (33) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 15 – Um Povo Miúdo – As Abelhas – Eduardo Sousa de Almeida – Edição Cosmos – Lisboa – 1943. Desc. 105 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (36) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 16 – Vitaminas – M. Ferreira de Mira – Edição Cosmos – Lisboa – 1943. Desc. 103 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (37/40) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 17 /40 – A Vida e o Seus Problemas. Vol. I/II – Jean Rostand – Edição Cosmos – Lisboa – 1943. Desc. 100 + 106 pág /Br. «€10.00»
Cosmos (44) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 19 – Algumas Considerações Sobre a Psicologia dos Adolescentes – José Neiva – Edição Cosmos – Lisboa – 1943. Desc. 152 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (45) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 20 – Introdução a Lógica – Edmundo Curvelo – Edição Cosmos – Lisboa – 1943. Desc. 158 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (48/49) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 21/22 – A Arte de Navegar – Jaime do Inso – Edição Cosmos – Lisboa – 1943. Desc. 196 pág /Br. «€10.00»
Cosmos (51/54/66/67) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 24 – O Corpo Humano – A. Celestino da Costa – Edição Cosmos – Lisboa – 1943. Desc. 160 + 157 + 195 pág /Br. «€20.00»
Cosmos (53) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 24 – Poesia da Natureza – Animais Migradores – António de Oliveira Matos – Edição Cosmos – Lisboa – 1944. Desc. 125 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (55) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 26 – O problema do Crime – Álvaro Soares – Edição Cosmos – Lisboa – 1944. Desc. 127 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (59) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 28 – Poesia da Natureza – Vegetais Maravilhosos – António de Oliveira Matos – Edição Cosmos – Lisboa – 1944. Desc. 127 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (60) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 29 – Como se Forma Uma Inteligência – Dr. Toulouse – Edição Cosmos – Lisboa – 1944. Desc. 135 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (62) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 30 – A Organização Fundamental dos Seres Vivos – Luiz Ernani Dias-Amado – Edição Cosmos – Lisboa – 1944. Desc. 122 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (63) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 31 – A Descoberta do Mundo Vegetal – Alberto Miranda – Edição Cosmos – Lisboa – 1944. Desc. 1138 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (66/67) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 32/33 – o Corpo Humano Sistema Nervoso – A. Celestino da Costa – Edição Cosmos – Lisboa – 1944. Desc. 195 pág /Br. «€10.00»
Cosmos (68/69) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 34/35 – Defendamo-nos da Electrocussão – Carlos de Almeida – Edição Cosmos – Lisboa – 1944. Desc. 243 pág /Br. «€10.00»
Cosmos (73) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 36 – O Problema das Quinas – Aloísio Fernandes Costa – Edição Cosmos – Lisboa – 1944. Desc. 140 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (74/75) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 37/38 – O Sistema Solar – Eugénio Conceição Silva – Edição Cosmos – Lisboa – 1944. Desc. 194 pág + 12 Ilust. /Br. «€5.00»
Cosmos (78/79) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 41/42 – A Origem da Vida – Ilídio Sardoeira – Edição Cosmos – Lisboa – 1945. Desc. 210 pág + 12 Ilust. /Br. «€10.00»
Cosmos (83) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 43 – O Bacilo de Koch e o Homem – Ladislau Patrício – Edição Cosmos – Lisboa – 1945. Desc. 121 pág + 12 Ilust. /Br. «€5.00»
Cosmos (89) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 44 – Os Rios «Evolução e Vida dos Cursos de água – Raúl Miranda – Edição Cosmos – Lisboa – 1945. Desc. 142 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (111) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 53 – Pequenas Bibliotecas (Como as Organizar Modernamente e Como Utiliza-las) – Ema Quintas Alves – Edição Cosmos – Lisboa – 1946. Desc. 145 pág + 8 Ilust. /Br. «€5.00»
Cosmos (127/133) – 1.ª Secção – Ciência e Técnica N.º 58/59 – A Geometria ao Alcance de Toda a Gente / Parte I – Iniciação Geométrica – Vol. I/II – A. A. Ferreira de Macedo – Edição Cosmos – Lisboa – 1943. Desc. 140 + 144 pág /Br. «€10.00»
Biblioteca «Cosmos» – 2.ª Secção – “Artes e Letras”
Cosmos (4) – 2.ª Secção – Artes e Letras N.º 1 – Pequena História da Poesia Portuguesa – João de Barros – Edição Cosmos – Lisboa – 1941. Desc. 121 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (9) – 2.ª Secção – Artes e Letras N.º 2 – Actividade Dramática de Gil Vicente & «Farsa de Inês Pereira» (Anotada) – Marques de Braga – Edição Cosmos – Lisboa – 1941. Desc. 127 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (15) – 2.ª Secção – Artes e Letras N.º 4 – A Arquitectura e a Vida – Francisco Keil Amaral – Edição Cosmos – Lisboa – 1942. Desc. 124 pág + 15 Ilust. /Br. «€5.00»
Cosmos (22) – 2.ª Secção – Artes e Letras N.º 5 – Introdução à Musica Moderna – Fernando Lopes Graça – Edição Cosmos – Lisboa – 1942. Desc. 127 pág + 15 Ilust. /Br. «€5.00»
Cosmos (34/35) – 2.ª Secção – Artes e Letras N.º 6/7 – História Popular da Musica – Luiz de Freitas Branco – Edição Cosmos – Lisboa – 1943. Desc. 292 pág /Br. «€15.00»
Cosmos (61) – 2.ª Secção – Artes e Letras N.º 10 – Bases Teóricas da Musica – Fernando Lopes Graça – Edição Cosmos – Lisboa – 1944. Desc. 127 pág + 16 Ilust. /Br. «€5.00»
Cosmos (64/65) – 2.ª Secção – Artes e Letras N.º 11/12 – História do Teatro Italiano – Gino Saviotti – Edição Cosmos – Lisboa – 1944. Desc. 192 pág + 16 Ilust. /Br. «€10.00»
Cosmos (70/71) – 2.ª Secção – Artes e Letras N.º 13/14 – História do Teatro Italiano (Século XVIII) Metastasio – Goldoni – Alfieri – Grazia Maria Saviotti – Edição Cosmos – Lisboa – 1944. Desc. 197 pág + 16 Ilust. /Br. «€10.00»
Cosmos (112/113) – 2.ª Secção – Artes e Letras N.º 27/28 – A Arte e a Sociedade – Herbert Read – Edição Cosmos – Lisboa – 1944. Desc. 214 pág + 66 Estampas/Br. Ilust «€10.00»
Biblioteca «Cosmos» – 3.ª Secção – “Filosofia e Religiões”
Cosmos (7) – 3.ª Secção – Filosofia e Religiões N.º 1 – O Cristianismo e a Mensagem Evangélica – P.ª J. Alves Correia – Edição Cosmos – Lisboa – 1941. Desc. 122 pág + 15 Ilust. /Br. «€5.00»
Cosmos (24/26) – 3.ª Secção – Filosofia e Religiões N.º 2/3 – Os Sistemas Filosóficos – André Cresson – Edição Cosmos – Lisboa – 1941. Desc. 127 + 114 pág /Br. «€10.00»
Biblioteca «Cosmos» – 4.ª Secção – “Povos e Civilizações”
Cosmos (5) – 4.ª Secção – Povos e Civilizações N.º 1 – A China Antiga e Moderna – José de Freitas – Edição Cosmos – Lisboa – 1941. Desc. 113 pág + 15 Ilust. /Br. «€5.00»
Cosmos (5) – 4.ª Secção – Povos e Civilizações N.º 2 – A Crise da Europa – Abel Salazar – Edição Cosmos – Lisboa – 1942. Desc. 142 pág + 15 Ilust. /Br. «€5.00»
Cosmos (72) – 4.ª Secção – Povos e Civilizações N.º 5 – O Imperialismo Japonês – José de Freitas – Edição Cosmos – Lisboa – 1944. Desc. 124 pág + 15 Ilust. /Br. «€5.00»
Cosmos (130/131) – 4.ª Secção – Povos e Civilizações N.º 8/9 – Introdução ao Estudo da Economia Portuguesa (Fim do Séc. XVIII a Princípios do Séc.xx) – Armando Castro – Edição Cosmos – Lisboa – 1947. Desc. 269 pág /Br. «€10.00»
Biblioteca «Cosmos» – 5.ª Secção – “Biografias”
Cosmos (6) – 5.ª Secção – Artes e Letras N.º 1 – A Vida e a Obra de Darwin – Alberto Candeias – Edição Cosmos – Lisboa – 1941. Desc. 127 pág + 15 Ilust. /Br. «€5.00»
Cosmos (13) – 5.ª Secção – Artes e Letras N.º 2 – Machado Castro – Manuel Mendes – Edição Cosmos – Lisboa – 1942. Desc. 109 pág + 15 Ilust. /Br. «€5.00»
Cosmos (13) – 5.ª Secção – Artes e Letras N.º 3 – Antero de Quental – Manuel Mendes – Edição Cosmos – Lisboa – 1942. Desc. 133 pág + 15 Ilust. /Br. «€5.00»
Cosmos (50) – 5.ª Secção – Artes e Letras N.º 4 – A Vida de Beethoven – Luiz de Freitas Branco – Edição Cosmos – Lisboa – 1943. Desc. 124 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (1) – 1.ª Secção – Epopeias Humanas N.º 1 – O Homem e o Livro – Edição Cosmos – Lisboa – 1941. Desc. 121 pág /Br. «€5.00»
Biblioteca «Cosmos» – 7.ª Secção – “Problemas do Nosso Tempo”
Cosmos (3) – 7.ª Secção – Problemas do Nosso Tempo N.º 1 – O Problema do Trigo – Henrique de Barros – Edição Cosmos – Lisboa – 1941. Desc. 127 pág + 15 Ilust. /Br. «€5.00»
Cosmos (19) – 7.ª Secção – Problemas do Nosso Tempo N.º 2 – o Problema do Ouro – António Carlos de Sousa – Edição Cosmos – Lisboa – 1942. Desc. 113 pág + 15 Ilust. /Br. «€5.00»
Cosmos (29) – 7.ª Secção – Problemas do Nosso Tempo N.º 3 – Aspectos Sociais da Orientação profissional – Emílio Costa – Edição Cosmos – Lisboa – 1942. Desc. 111 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (32) – 7.ª Secção – Problemas do Nosso Tempo N.º 4 – A Ciência e a Ordem Mundial (Selecção das Teses Aprovadas na Conferência de Londres de 1941) – A. Sá da Costa e j Rémy Freire – Edição Cosmos – Lisboa – 1943. Desc. 129 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (38/39) – 7.ª Secção – Problemas do Nosso Tempo N.º 5/6 – O Problema do Mediterrâneo – Jorge Alarcão – Edição Cosmos – Lisboa – 1943. Desc. 303 pág /Br. «€10.00»
Cosmos (41) – 7.ª Secção – Problemas do Nosso Tempo N.º 7 – O Problema do Nilo – F. Marques da Silva – Edição Cosmos – Lisboa – 1943. Desc. 124 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (52/123) – 7.ª Secção – Problemas do Nosso Tempo N.º 8/19 – Quadro Económico do Mundo – Vol. I/II – Amaro Guerreiro – Edição Cosmos – Lisboa – 1943/47. Desc. 148 + 158 pág /Br. «€10.00»
Cosmos (82) – 7.ª Secção – Problemas do Nosso Tempo N.º 9 – Conceito Actual da Ciência Veterinária – Joaquim Fiadeiro – Edição Cosmos – Lisboa – 1945. Desc. 115 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (88) – 7.ª Secção – Problemas do Nosso Tempo N.º 12 – Os Derivados do Leite na Alimentação e na Industria – F. Vieira de Sá – Edição Cosmos – Lisboa – 1945. Desc. 132 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (97) – 7.ª Secção – Problemas do Nosso Tempo N.º 14 – Os Parasitas e a Economia Pecuária – Edição Cosmos – Lisboa – 1945. Desc. 122 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (123) – 7.ª Secção – Problemas do Nosso Tempo N.º 19 – Quadro Económico do Mundo Vol. II – Edição Cosmos – Lisboa – 1947. Desc. 158 pág /Br. «€5.00»
Cosmos (134/135) – 7.ª Secção – Problemas do Nosso Tempo N.º 23/24 – A Fiscalização da Energia Atómica – Nuno Fidelino e Figueiredo – Edição Cosmos – Lisboa – 1947. Desc. 194 pág /Br. «€10.00»
José Calvet de Magalhães – “Os Lusíadas” e a Defesa E Expansão da Europa «Conferência Proferida pelo Embaixador José Calvet de Magalhães, na Southeastern Massachusset Univertsity, em North Dartmouth, U. S. A em 10 de Junho de 1972» – Comissão Executiva do IV Centenário da Republica de «Os Lusíadas» – Lisboa – 1972. Desc. 25 pág / 24 cm x 16,5 cm / Br.
Luís Forjaz Trigueiros – Visão Sócio-Política dos Séculos XV e XVI na Europa«Aula Inaugural Proferida por Luíz Forjaz Trigueiros na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Porto-Alegre), na Semana de Estudos Camonianos, em 22 de Maio de 1972» – Comissão Executiva do IV Centenário da Republica de «Os Lusíadas» – Lisboa – 1972. Desc. 43 pág / 24 cm x 16,5 cm / Br.
Ricardo Averini – Inês de Castro (Episódio de “Os Lusíadas” de Luís de Camões) «Com Tradução em Versos Italianos» – Comissão Executiva do IV Centenário da Republica de «Os Lusíadas» – Lisboa – 1972. Desc. 22 pág / 24 cm x 16,5 cm / Br.
Dr. Carlos Estorninho – A Contribuição Inglesa Para a Camoniana – Comissão Executiva do IV Centenário da Republica de «Os Lusíadas» – Lisboa – 1972. Desc. 27 pág / 24 cm x 16,5 cm / Br.
José Joaquim Nunes – Cantigas de Amor dos Travadores Galego Portugueses – Centro de Livros Brasileiros – Lisboa – Porto – Luanda – 1972. Desc. L + 562 pág / 21,5 cm x 15 cm / Br.
José Joaquim Nunes (Portimão, 4 de Dezembro de 1859 — Lisboa, 20 de Julho de 1932) foi um sacerdote católico (embora tenha depois abandonado o sacerdócio e casado) e professor universitário, que se destacou pelos seus trabalhos de lexicografia dialectal e histórica, pertencendo à geração pioneira da linguística portuguesa. Foi sócio da Academia das Ciências de Lisboa. José Joaquim Nunes nasceu na então Vila Nova de Portimão, filho de Joaquim Nunes do Carmo e Maria Francisca Francesa, uma família de poucas posses. Realizou os seus estudos básicos em Portimão, com a ajuda do «escrivão da Câmara» Aires António de Azevedo e do padre José Baptista Pereira. Terminada a instrução primária, ingressou no Seminário de Faro, onde concluiu o curso teológico, sendo sido ordenado sacerdote em 1882. Como jovem sacerdote, paroquiou em Estoi, Martim Longo, Castro Marim e Alferce, freguesia onde se manteve, como pároco encomendado entre 1886 e 1888. Foi neste período de vivência numa comunidade serrana algarvia que se iniciou na actividade literária, publicando a obra Contos ao Lar (1888) com o pseudónimo deJúlio Ventura. Os contos incluídos são inspirados em lendas algarvias, predominantemente monchiquenses, como a conhecida Louca dos Pisões. Também neste período iniciou a sua participação na imprensa, tendo sido colaborador de O Patriota, influente órgão da imprensa local dirigido por António Lobo de Almada Negreiros, o pai de Almada Negreiros. Manteria esta colaboração por muitos anos, sendo posteriormente correspondente do jornal em Lagos. Tem ainda colaboração na revista algarvia Alma nova : revista ilustrada (começada a editar em Faro em 1914, disponível na Hemeroteca Digital4 ). Entretanto, já com um importante envolvimento na actividade intelectual algarvia, sentia-se atraído pelo ensino em detrimento da actividade pastoral. Solicitou então ao prelado a sua transferência para um lugar de professor no Seminário de São José, em Faro, o que não lhe foi concedido. Perante a recusa, resolveu concorrer a um lugar de capelão militar, sendo colocado em 1889 como capelão do Regimento de Infantaria n.º 15, de Lagos. Durante os anos em que esteve colocado em Lagos, manteve uma intensa actividade social e cultural, criando uma escola particular para estudos liceais, de que foi professor, e fundando, em 1891, o jornal O Lacobrigense, que dirigiu e editou. Naquele jornal publicou vários trabalhos relacionados com a cultura algarvia, pois dedicou-se ao estudo de temas da etnografia algarvia, sobre a qual publicou diversos artigos em vários periódicos. A sua carreira de capelão militar levou a que fosse transferido de Lagos para Santarém, continuando paralelamente a dedicar-se ao ensino particular e aos estudos de filologia. Foi assim que também leccionou em escolas particulares de Santarém. Colocado depois no Regimento de Infantaria n.º 17, em Beja, acumulou naquela cidade as funções de capelão com os cargos de professor interino do Liceu e de professor do Seminário de Beja. Em colaboração com o professor monchiquense José António Gascon (1851-1931), publicou na Revista Lusitana, tomo VII (1902; separata em 1906), os resultados da recolha etnográfica que realizara no Algarve, intitulada Dialectos Algarvios, trabalho presumivelmente iniciado quando residiu no concelho de Monchique. Na mesma revista, entre abundante colaboração, em 1900 publicou também a obra Subsídios para o Romanceiro Algarvio. Com a implantação da República, a capelania do Exército Português foi extinta o que o levou a passar para o ensino oficial a tempo inteiro. Abandonou então o sacerdócio, casando civilmente com Matilde Cardoso de Araújo Nunes. Já filólogo reconhecido e apoiante dos ideais republicanos, em 1911 foi nomeado pelo Governo da República vogal secretário da comissão da Reforma Ortográfica de 1911. Na continuação da sua carreira na docência liceal, foi sucessivamente professor do Liceu de Beja, do Liceu de Santarém e do Liceu Camões, em Lisboa, antes de ser colocado como professor do Colégio Militar. Em 1913 foi eleito sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, instituição de que passou em 1926 à categoria de sócio efectivo. Já com uma carreira feita e uma sólida reputação académica como investigador da linguística, em 1914, com 55 anos de idade, foi nomeado professor extraordinário de Filologia Clássica da Faculdade de Letras de Lisboa. No ano de 1917, em reconhecimento do seu saber e numerosas contribuições bibliográficas, foi feito Doutor em Letras e promovido a professor catedrático e em 1928 escolhido para o cargo de director daquela Faculdade. Em 1929 retirou-se da actividade académica por atingir o limite de idade. Na sua vida profissional destacou-se pelos seus conhecimentos de latim e de grego clássico e como um reputado especialista no estudo da Antiguidade Clássica, a que aliava um perfil discreto e uma grande capacidade pedagógica. Na Faculdade de Letras foi colega e colaborador de Leite de Vasconcelos e de José Maria Rodrigues, convivendo com lentes como Adolfo Coelho, Carolina Michaelis e David Lopes. Já viúvo, retornou à Igreja Católica Romana, que abandonara quando casou, tendo estado algum tempo recolhido no convento franciscano de Varatojo, mas veio a falecer na sua casa de Lisboa, vítima de pneumonia, pouco depois do seu regresso ao catolicismo. Publicou vários trabalhos de lexicografia dialectal e lexicografia histórica e estudos avulsos de etimologia e de onomástica, contribuindo para o enquadramento geral na descrição dos fenómenos da fonética histórica da língua portuguesa. Também se dedicou ao estudo e à edição de textos medievais, nomeadamente obras de carácter hagiográfico, com destaque para as vidas de santos portugueses, muitas delas inéditas. Na vertente didáctica, elaborou e publicou compêndios gramaticais e antologias (então designadas crestomatias) destinados a serem utilizados pelos estudantes liceais. A sua vasta bibliografia versa ainda temas como a toponímia, a história e a cultura. Como sócio correspondente, e depois efectivo, da Academia de Ciências de Lisboa, apresentou vários trabalhos de índole científica naquela instituição, à qual legou o seu espólio literário. Foi ainda membro de várias agremiações académicas e científicas e representou Portugal em congressos e reuniões internacionais. Especialista em filologia clássica era um notável poliglota, falando e escrevendo correctamente em várias línguas. A vasta obra literária que deixou, em boa parte actual, tem sido objecto de artigos, livros e teses académicas. Alguns dos seus inéditos, sobretudo obras de literatura, encontram-se depositados na Academia de Ciências de Lisboa. É lembrado na toponímia da cidade de Portimão, onde uma rua ostenta o seu nome. O grosso da sua bibliografia foi publicado na Revista Lusitana e no Boletim da Academia das Ciências de Lisboa, mas é autor de diversas monografias, entre as quais:
Frei André Baião – Os Lusíadas de Luís de Camões Traduzidos em Versos Latinos «Nota Explicativa Pelo Dr. Justino Mendes de Almeida» – Junta de Investigação de Ultramar – Lisboa – 1972. Desc. XI + 383 pág / 21 cm x 13,5 cm / Br. Obs: Impressão Fac-Similada do Exemplar Único Manuscrito Existente na Biblioteca Nacional de Lisboa
Carlos Eugénio Corrêa da Silva (Paço D’ Arcos) – Ensaio Sobre os Latinismos dos Lusíadas «Edição Comemorativa» – Imprensa Nacional-Casa da Moeda – Lisboa – 1972. Desc. 281 pág / 22,5 cm x 16,5 cm / E. Ilust.
Luis de Camões – Os Lusíadas de Luis de Camões «Introdução de Júlio Nogueira e Ilustrações de Carlos A. Ribeiro» – Livraria Freitas Bastos S. A. – Rio de Janeiro / São Paulo – 1960. Desc. 310 pág / 23 cm x 16 cm / Br. Ilust.
Luis de Camões – Os Lusíadas «Prefácio de Hernâni Cidade» – Imprensa Nacional – Lisboa – 1972. Desc. XIII + 186 pág / 22,5 cm x 17 cm / E. «Reprodução Facsimilada da 1.ª Edição de 1572»
João da Silva (Sílvio) – Madeira Terra de Encanto – Edição de Autor – Tipografia«Comercio do Funchal» – Funchal – 1967. Desc. 137 pág / 22 cm x 16 cm / Br.« Autografado» 1.ª Edição
João da Silva (Sílvio) Nasceu no Funchal, em São Roque, a 21 de Dezembro de 1927. É filho de José da Silva e de Josefina de Jesus Freitas da Silva. Depois de concluir a instrução primária, entrou no Seminário Diocesano em 1939, vindo a concluir o curso da Sagrada Teologia a 25 de Junho de 1953. Desde os 19 anos esteve ligado à rádio e à imprensa. Na “Estação Rádio da Madeira” organizou dois programas culturais: “Miscelânea” e “Leitura da Semana”. Fez parte do grupo coral:”Orfeão Madeirense”. Trabalhou no Hospital da Santa Casa da Misericórdia do Funchal. Desposou Gizela Dias da Silva. Residia na Rua Santa Maria,115. Ver cartão visita. Colaborou nos seguintes periódicos: O Jornal da Madeira; Diário de Notícias; Eco do Funchal; Re-nhau-nhau; A mocidade, Comércio do Funchal. Assinava os seus textos como Sílvio, David, Procópio, J. Avlis e também J. Silva. Faleceu a 28 Julho de 2002.
António Ramos Rosa – Mediadoras – Ulmeiro – Lisboa – 1985. Desc. 68 pág / 22 cm x 14,5 cm / Br. «1.ª Edição» Com Autografo de Autor
…..António Ramos Rosa (1924-2013) – António Victor Ramos Rosa nasceu em Faro a 17 de Outubro de 1924. Frequentou em Faro os estudos secundários, que não concluiu por motivos de saúde. Trabalhou como empregado de escritório, desenvolvendo simultaneamente o gosto pela leitura dos principais escritores portugueses e estrangeiros, com especial preferência pelos poetas. Em 1945 vai para Lisboa e dois anos depois volta a Faro, tendo integrado as fileiras do M.U.D. Juvenil, onde militou activamente. Regressado a Lisboa, foi professor de Português, Francês e Inglês, ao mesmo tempo que estava empregado numa firma comercial, e começou a fazer traduções para a Europa-América, trabalho que nunca mais abandonaria e no qual veio a atingir notável qualidade.poetas experimentalistas. Após um decisivo encontro com a poesia de Éluard, A.R.R. abandona definitivamente a retórica e a imagística neo-realista e surrealista, para se concentrar numa palavra solar, pura e rigorosa, podemos dizer mesmo elementar, à medida que a exigência de um retorno à origem se tornará numa das suas obsessões. Exigência que lhe pedirá até para substituir à sua própria voz uma verdadeira voz inicial (título de uma recolha de 1960), memória da criação mais remota, que se ergue de um território onde se indistinguem sujeito e objecto. Como nota Eduardo Lourenço, a poesia de A.R.R. nunca mais abandonará esse porto «anterior a todos os portos». Esta poética do puro início expande-se a todo o espaço e a toda a matéria, através dum erotismo mediado pelo corpo próprio, pelo corpo da mulher, pelo corpo da terra, pelo corpo da palavra. Da apropriação destes espaços através da palavra poética, nunca dada a priori mas conquistada através de um desejo, de um esforço, de uma viagem, nasce uma felicidade exultante e viva que frequentemente nos é transmitida por metáforas de claridade. O contraponto desta plenitude meridional é a dificuldade com que o poeta se debate ao tomar consciência da sombra que nasce da raíz de toda a realidade e da realidade de toda a palavra. A luta entre a luz e as trevas, que é central em Sobre o Rosto da Terra, vai invadindo gradualmente de negatividade a poesia subsequente, até lhe ameaçar toda a arquitectura em A Pedra Nua (1972), onde a plenitude solar dos primeiros livros é substituída pela inquietante suspeição sobre o poder dessa mesma palavra, num território cada vez mais calcinado, até ao limite dum dizer que perde o fio e se transforma num quase ininteligível balbuciar (Declives, 1980). A partir de Volante Verde (1986) assistimos no entanto a uma espécie de «reconciliação com as palavras» através duma certa forma de integração da ausência, já não combatida mas incluída como forma estruturante da própria poesia. O poeta encontra então um novo fôlego, através da «enigmática profusão da terra», numa exaltação da natureza que adquire uma feição animista. O universo poético de A.R.R., jogando com um número relativamente restrito de vocábulos e de temas, dá predominância às palavras substantivas e elementares tais como: pedra, água, árvore, cal, mão, muro, e mesmo às formas mais ínfimas e humildes: unha, insecto, pó, cabelo, sopro, espuma, baba do caracol. Estes elementos são retomados e combinados caleidoscopicamente, em ciclos que continuamente se reiniciam. A exploração ontológica e poética vai-se processando em movimentos cada vez mais lentos e subtis, num itinerário em que a densidade do espaço e a substância dos objectos se vai tornando progressivamente mais permeável e transparente. A desmaterialização das coisas e da língua que as diz liga-se intimamente ao modo como o poeta apreende o ser do universo – misto de presença e de ausência, de verdade e não-verdade, de sim e de não (O Não e o Sim é aliás título de uma recolha de 1990). Criando um campo semântico sobre a finíssima linha de demarcação entre a afirmação e a negação, o poeta foge da dicotomia, da disjunção, da determinação, num espaço cada vez mais aberto e ilimitado, que se adequa cada vez melhor à manifestação «do que não tem nome». O poeta, que procura entrar em consonância com esse horizonte do real, torna-se também ele corpo místico e mítico do universo, onde se conciliam por fim todos os contrários. Poesia de coordenadas eminentemente espaciais, ela tem evoluído ultimamente no sentido de uma mais acentuada articulação discursiva, a par de uma aguda consciência da passagem do Tempo, com as questões que essa consciencialização coloca: «será ainda possível construir sobre a cinza do tempo / a casa da maturidade com as suas constelações brancas?» A. R. R. recebeu vários prémios de poesia, o primeiro dos quais pela obra Viagem Através de Uma Nebulosa, partilhado ex-aequo com Henrique Segurado. Em 1980, o Prémio do Centro Português da Associação de Críticos Literários, pelo livro O Incêndio dos Aspectos; em 1988, o Prémio Pessoa; em 1989, o Prémio APE/CTT, pela recolha Acordes, e, em 1990, o Grande Prémio Internacional de Poesia, no âmbito dos Encontros Internacionais de Poesia de Liège…. O continuado interesse pela actividade literária levou-o a relacionar-se com um grupo de escritores que o incentivaram na publicação dos seus poemas e artigos de crítica, tendo colaborado em numerosos jornais e revistas. Com alguns desses escritores, fundou em 1951 a revista Árvore, que veio a ser uma das mais marcantes da década, procurando divulgar os textos dos poetas e prosadores portugueses mais significativos no tempo, bem como os grandes nomes da literatura estrangeira. Co-dirigiu também as revistas Cassiopeia e Cadernos do Meio-Dia. A crescente importância que a actividade literária foi tomando na sua vida levou-o a certa altura a abandonar o emprego no escritório em que trabalhava, para a ela se dedicar exclusivamente, com todas as consequências que tal decisão acarretava. A atitude crítica que permanentemente exercitou sobre a sua própria palavra como sobre a palavra alheia faz de A.R.R. um dos mais esclarecidos críticos portugueses contemporâneos, o que se manifesta em inúmeros artigos e recensões sobre poetas portugueses e estrangeiros, bem como na publicação de vários ensaios centrados na temática da poesia. A.R.R. tem, no entanto, o cuidado de separar de uma forma muito nítida a sua actividade de crítico, em que não pode deixar de utilizar critérios e referências racionais, da sua actividade criadora: enquanto poeta faz da ignorância e da radical suspensão de todos os saberes e hábitos adquiridos o único método para a eclosão da sua palavra poética. Na verdade, a procura da palavra justa para dizer as «coisas nuas» e a reflexão sobre a realidade e a possibilidade dessa palavra é, talvez, o único tema desta poesia, na qual é, no entanto, possível assinalar diferentes fases: recortando-se duma problemática neo-realista de solidariedade para com o destino dos homens e do mundo, O Grito Claro (1958) e Viagem Através de Uma Nebulosa (1960) utilizam uma linguagem e uma vivência ainda devedoras dessa estética, combinadas com uma imagética herdada do surrealismo. Mas encontramos já de uma forma incipiente nessas primeiras recolhas algumas das constantes da obra do poeta: um enraizamento pelo corpo na Terra, não numa Terra utópica e futura, mas na materialidade mais originariamente primitiva da natureza; uma libertação, pela palavra mais solitária, de todas as prisões e constrangimentos que a poderiam cercear; uma permanente atenção à materialidade da própria linguagem poética, que a desliga tanto da sua função representativa como da sua função expressiva (pois não se trata já de exprimir um real subjectivo, tão caro aos poetas líricos). Esta particular concepção da Poesia irá ser retomada mais tarde quer pelo grupo «Poesia 61», quer pelos
Manuel Caetano de Sousa – Quem Canta… – Edição da livraria Palma & Fazenda. Ldª / Typ. União – Faro – 1924. Desc. 77 pág / 22 cm x 14 cm / Br. capa Desenho de “Raul Carneiro” «1.ª Edição»
Manuel Caetano de Sousa – Nasceu em S. Matias, no concelho de Beja a 23 de Fevereiro de 1891 e morreu no Hospital da Estrela em Lisboa a 13 de Abril de 1974 com 83 anos de idade. Logo aos 16 anos ingressa na vida militar como voluntário. Em 1908 foi promovido a segundo-sargento e colocado no 3º Batalhão de Infantaria nº 17 em Lagos, de onde, alguns anos depois transitou para o Regimento de Infantaria nº 4 em Faro. Casa-se com Maria Francisca Dias, que era natural de Lagos, deste casamento vão nascer três filhas. Oferece-se como voluntário no chamado “Batalhão de Portugal”, comandado pelo major Ferreira do Amaral e combate na Iª Guerra Mundial na França e na Flandres. Regressado a Portugal após a guerra, em 1918, fixa-se em Faro onde permaneceu até 1932. Na sequência da participação na Guerra, Manuel Caetano de Sousa recebeu a condecoração de cavaleiro da Ordem de Cristo, com palma, em Julho de 1920. Funda em 1922 o jornal Moca que foi o primeiro jornal de defesa do consumidor no Algarve e possivelmente um dos primeiros em Portugal com essa preocupação. Foi também neste jornal que encontramos um poema de António Aleixo publicado quando ele exercia a profissão de polícia em Faro no início dos anos vinte. Em 1925 foi candidato a deputado independente pelo círculo eleitoral de Silves, mas não conseguiu ser eleito. Envolveu-se activamente na revolta de 28 de Maio de 1926 devido à admiração que tinha por Mendes Cabeçadas e Gomes da Costa, como ele próprio reconhecia, mas desiludiu-se porque nunca desejou instaurar uma ditadura em Portugal e foi o que resultou da sua colaboração. Colaborou com diversos jornais e revistas da época entre os quais O Lusitano, O Diabo, Folha de Alte, Correio Teatral, Seara Nova, Portugal e Vida Algarvia, foi poeta de inspiração chegando mesmo a publicar um livro de versos muito bem acolhido pela crítica com o título Mãos Calejadas, dedicado a João Serra, que foi seu ordenança na Grande Guerra. Sabemos que também conseguiu ver publicados alguns dos seus versos na revista Seara Nova de que era admirador e assinante. Exerceu diversos cargos públicos no Algarve como o de Presidente da Junta Geral do Distrito, onde prestou particular atenção aos pobres e desprotegidos, nomeadamente no Asilo Esperança Freire, em 1929, onde chegou a internar mais de cem crianças a partir de 3 anos de idade; conseguiu também do Ministério da Guerra um despacho favorável ao arrendamento à Junta Geral do Distrito do antigo Quartel-General ao Alto de Santana, em Faro, para aí ser instalado um Asilo-Oficina Distrital para o sexo masculino; nessas funções realizou uma récita no Cine Teatro Farense [realizada a 17 de Julho desse ano e contou com a actuação do orfeão do asilo] tratou ainda de conseguir para Faro um Sanatório-Hospital para tuberculosos tendo a Junta Geral a que presidia dotado com 50 contos em prestações trimestrais. Manuel Caetano de Sousa fez parte da Comissão de Iniciativa e Turismo das Caldas de Monchique e de Faro, em 1931. Foi um dos fundadores da Mutualidade Popular em Faro. Foi um homem do 28 de Maio, no qual participou com acção importante,em Faro. Combateu os revoltosos de Fevereiro de 1927. As acusações que, noMoca, dirigiu ao Governador Civil custaram-lhe, como militar, o desterro para Évora, de onde continuou a clamar por justiça e contra a prepotência dos políticos. Regressado a Faro, continuou a querelar e a denunciar as ilegalidades das autoridades. Com a instauração e desenvolvimento da Ditadura Militar, afastou-se do regime, que nunca quis ditatorial, e esteve ligado ao movimento reviralhista. Colaborou em vários jornais. Foi poeta, chegando a publicar um livro de versos, Mãos Calejadas, dedicado ao olhanense João Serra que fora sua ordenança na Grande Guerra. Pertenceu à Maçonaria. Foi um dos responsáveis pela “Revista de Espiritismo”, da Federação Espírita Portuguesa, e chegou a abrilhantar a lista dos Corpos Sociais da Federação, da qual fazia parte aquando do seu encerramento. Publicou inúmeros artigos baseados em fenómenos mediúnicos, com que enriqueceu as páginas daquela Revista. Destacamos entre eles: “Estranha Entrevista”, Viagem Inesperada”, “A Arte e os Artistas”, “A Fonte e a Alma das Coisas”, “Luz nas Trevas”, “Os fenómenos Supranormais da Universidade Portuguesa”, “Deus e o Conhecimento Humano”… Mas também poemas como “Luz no Natal”, “Ao mais pobre dos meus Irmãos Pobrezinhos…”, ou “Auto da Vida e de Jesus” (Teatro Espiritualista), “Homem!”, mostram bem a sua diversidade intelectual e de como, em prosa ou em verso, ele procurava sempre chamar a atenção para o Divino, para Deus!
Affonso Lopes Vieira – Conto do Natal – Livraria Editora Viuva Tavares Cardoso – Lisboa – 1905. Desc. 21 pág / 19,5 cm x 13,5 cm / Br. «1.ª Edição»
Afonso Lopes Vieira (Leiria, 26 de Janeiro de 18781 — Lisboa, 25 de Janeiro de 1946) foi um poeta português. Natural de Leiria, bacharelou-se em Direito, pela Universidade de Coimbra, em 1900. No mesmo ano radicou-se em Lisboa, onde exerceria a função de redactor na Câmara dos Deputados, até 1916. Deixaria a profissão para se dedicar exclusivamente à escrita literária. Residiu no antigo Convento da Rosa, no Largo da Rosa, nº6, que foi propriedade e residência do poeta entre 1927 e 1942. Em frente existe o seu busto. Durante a juventude participou na redacção alguns jornais manuscritos, de que são exemplos A Vespa e O Estudante . Com a publicação do livro Para Quê? (1897) marca a sua estreia poética, iniciando um período de intensa actividade literária — Ar Livre (1906), O Pão e as Rosas (1908), Canções do Vento e do Sol (1911), Poesias sobre as Cenas Infantis de Shumann(1915), Ilhas de Bruma (1917), País Lilás, Desterro Azul (1922) — encerrando a sua actividade poética, assim julgava, com a antologia Versos de Afonso Lopes Vieira (1927). A obra poética culmina com o inovador e epigonal livro Onde a terra se acaba e o mar começa (1940). O carácter activo e multifacetado do escritor tem expressão na sua colaboração em A Campanha Vicentina, na multiplicação de conferências em nome dos valores artísticos e culturais nacionais, recolhidas nos volumes Em demanda do Graal (1922) e Nova demanda do Graal (1942). A sua acção não se encerra, porém, aqui, sendo de considerar a dedicação à causa infantil, iniciada com Animais Nossos Amigos (1911), o filme infantil O Afilhado de Santo António (1928), entre outros. Por fim, assinale-se a sua demarcação face ao despontar do Salazarismo, expressa no texto Éclogas de Agora (1935)2 , sob a égide e em defesa do Integralismo lusitano. Tem ainda colaboração em publicações periódicas, de que são exemplo as revistas Ave zul (1899-1900), Serões (1915-1920), Arte & vida (1904-1906) A republica portugueza (1910-1911) Alma Nova (1914-1930), Atlântida (1915-1920), Contemporânea (1915-1926), e Ordem Nova (1926-1927). Cidadão do mundo, Afonso Lopes Vieira não esqueceu as suas origens, conservando as imagens de uma Leiria de paisagem bucólica e romântica, rodeada de maciços verdejantes plantados de vinhedos e rasgados pelo rio Lis, mas, sobretudo, de São Pedro de Moel, paisagem de eleição do escritor, enquanto inspiração e génese da sua obra. O Mar e o Pinhal são os principais motivos da sua poética. Nestas paisagens o poeta confessa sentir-se «[…] mais em família com o chão e com a gente», evidenciando no seu tratamento uma apetência para motivos líricos populares e nacionais. Essencialmente panteísta, leu e fixou as gentes, as crenças, os costumes, e as paisagens de uma Estremadura que interpretou como «o coração de Portugal, onde o próprio chão, o das praias, da floresta, da planície ou das serras, exala o fluido evocador da história pátria; província heróica, povoada de mosteiros e castelos…» (Nova demanda do Graal, 1942: 65). Actualmente a Biblioteca Municipal em Leiria tem o seu nome. A sua casa de São Pedro de Moel foi transformada em Museu. Lopes Vieira é considerado um eminente poeta, um dos primeiros representantes do Neogarretismo e esteve ligado à corrente conhecida como Renascença Portuguesa.