
José Régio – Pequena História da Moderna Poesia Portuguesa – Cadernos Culturais n.º 68 – Editorial “Inquérito” Ldª – Lisboa – 1941. Desc. 89 pág / 19 cm x 12,56 cm / Br. «1ª Edição»
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Vitorino Nemésio – Gil Vicente / Floresta de Enganos – Caderno Cultural n.º 67 – Editorial “Inquérito” Ldª – Lisboa – 1941. Desc. 78 pág / 19 cm x 12 cm / Br. «1 Edição »
Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva (Praia da Vitória, 19 de Dezembro de 1901 — Lisboa, 20 de Fevereiro de 1978) foi um poeta, escritor e intelectual de origem açoriana que se destacou como romancista, autor de Mau Tempo no Canal, e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Filho de Vitorino Gomes da Silva e Maria da Glória Mendes Pinheiro, na infância a vida não lhe correu bem em termos de sucesso escolar, uma vez que foi expulso do Liceu de Angra, e reprovou o 5.º ano, fato que o levou a sentir-se incompreendido pelos professores. Do período do Liceu de Angra, apenas guardou boas recordações de Manuel António Ferreira Deus dado, professor de História, que o introduziu na vida das Letras. Com 16 anos de idade, Nemésio desembarcou pela primeira vez na cidade da Horta para se apresentar a exames, como aluno externo do Liceu Nacional da Horta. Acabou por concluir o Curso Geral dos Liceus, em 16 de Julho de 1918, com a qualificação de dez valores. A sua estadia na Horta foi curta, de Maio a Agosto de 1918. A 13 de Agosto o jornal O Telégrafo dava notícia de que Nemésio, apesar de ser um fedelho, um ano antes de chegar à Horta, havia enviado um exemplar de Canto Matinal, o seu primeiro livro de poesia (publicado em 1916), ao director de O Telégrafo, Manuel Emídio. Apesar da tenra idade, Nemésio chegou à Horta já imbuído de alguns ideais republicanos, pois em Angra do Heroísmo já havia participado em reuniões literárias, republicanas e anarco-sindicalistas, tendo sido influenciado pelo seu amigo Jaime Brasil, cinco anos mais velho (primeiro mentor intelectual que o marcou para sempre) e por outras pessoas tal como Luís da Silva Ribeiro, advogado, e Gervásio Lima, escritor e bibliotecário. Em 1918, ao final da Primeira Guerra Mundial, a Horta possuía um intenso comércio marítimo e uma impressionante animação nocturna, uma vez que se constituía em porto de escala obrigatória, local de reabastecimento de frotas e de repouso da marinhagem. Na Horta estavam instaladas as companhias dos Cabos Telegráficos Submarinos, que convertiam a cidade num “nó de comunicações” mundiais. Esse ambiente cosmopolita contribuiu, decisivamente, para que ele viesse, mais tarde a escrever uma obra mítica que dá pelo nome de Mau Tempo no Canal, trabalhada desde 1939 e publicada em 1944, cuja acção decorre nas ilhas Faial, Pico, São Jorge e Terceira, sendo que o núcleo da intriga se desenvolve na Horta. Este romance evoca um período (1917-1919) que coincide em parte com a sua permanência na ilha do Faial e nele aparecem pessoas tais como o Dr. José Machado de Serpa, senador da República e estudioso, o padre Nunes da Rosa, contista e professor do Liceu da Horta, e Osório Goulart, poeta. Em 1919 iniciou o serviço militar, como voluntário na arma de Infantaria, o que lhe proporcionou a primeira viagem para fora do arquipélago. Concluiu o liceu em Coimbra (1921) e inscreve-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Três anos mais tarde, Nemésio trocou esse curso pelo de Ciências Histórico Filosóficas, da Faculdade de Letras de Coimbra, e, em 1925, matriculou-se no curso de Filologia Românica. Na primeira viagem que faz à Espanha, com o Orfeão Académico, em 1923, conheceu Miguel Unamuno, escritor e filósofo espanhol (1864-1936), intelectual republicano, e teórico do humanismo revolucionário anti-franquista, com quem trocará correspondência anos mais tarde. A 12 de Fevereiro de 1926 desposou, em Coimbra, Gabriela Monjardino de Azevedo Gomes, com quem teve quatro filhos: Georgina (Novembro de 1926), Jorge (Abril de 1929), Manuel (Julho de 1930) e Ana Paula (Dezembro de 1931). Em 1930 transferiu-se para a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa onde, no ano seguinte, concluiu o curso de Filologia Românica, com elevadas classificações, começando desde logo a leccionar literatura italiana. A partir de 1931 deu inicio à carreira académica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde leccionou Literatura Italiana e, mais tarde, Literatura Espanhola. Em 1934 doutorou-se em Letras pela Universidade de Lisboa com a tese A Mocidade de Herculano até à Volta do Exílio. Entre 1937 e 1939 leccionou na Universidade Livre de Bruxelas, tendo regressado, neste último ano, ao ensino na Faculdade de Letras de Lisboa. Em 1958 leccionou no Brasil. A 19 de Julho de 1961 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e a 17 de Abril de 1967 Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. A 12 de Setembro de 1971, atingido pelo limite legal de idade para exercício de funções públicas, profere a sua última lição na Faculdade de Letras de Lisboa, onde ensinara durante quase quatro décadas. Foi autor e apresentador do programa televisivo Se bem me lembro, que muito contribuiu para popularizar a sua figura e dirigiu ainda o jornal O Dia entre 11 de Dezembro de 1975 a 25 de Outubro de 1976. Foi um dos grandes escritores portugueses do século XX, tendo recebido em 1965, o Prémio Nacional da Literatura e, em 1974, o Prémio Montaigne. Faleceu a 20 de Fevereiro de 1978, em Lisboa, no Hospital da CUF, e foi sepultado em Coimbra. Pouco antes de morrer, pediu ao filho para ser sepultado no cemitério de Santo António dos Olivais, em Coimbra. Mas pediu mais: que os sinos tocassem o Aleluia em vez do dobre a finados. O seu pedido foi respeitado. A 30 de Agosto de 1978 foi elevado a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada a título póstumo
Antologia de Poemas Portugueses Modernos por Fernando Pessoa e António Botto – Nobel Coimbra – 1944. Desc. 190 pág / 19,5 cm x 13 cm / Br.
Obs: Poemas de Fausto Guedes Teixeira, Camilo Pessanha, Nunes Claro, Gomes Leal, Mário Sá Carneiro, Eugénio de Castro, Antero de Quental, Augusto Gil, Guerra Junqueira, Ângelo Lima, Alberto Osório de Castro, Júlio Dantas, Henrique Rosa, Cesário Verde, António Molarinho, Guilherme de Faria, Cândido Guerreiro, Alberto Caeiro, António Sardinha, João de Deus, António Feijó, Ricardo Reis, Conde de Monsaraz, Álvaro de Campos, João Lúcio, António Nobre, Manuel augusto do Amaral, João Saraiva, Augusto Pinto, João de Barros, António Patrício, Gabriel de Oliveir, Mário Beirão, António Fogaça, Fernando Pessoa, Miguel Torga, Afonso Lopes Vieira, Francisco Bugalho, José de Almada Negreiros, Guilherme Braga, José Régio, Gonçalves Crespo, Francisco Costa, Afonso Duarte, Luís de Montalvor, Teixeira Pascoais, Florbela Espanca…Etc
Egito Gonçalves – Luís Veiga Leitão – Papiniano Carlos – Sonhar a Terra Livre e Insubmissa… – Colecção Duas Horas de Leitura nº 16 – Editorial Inova Limitada – Lisboa – 1973. Desc.92 pág / 22,5 cm x 14,5 cm / Br. Original «1 Edição»
Antunes da Silva – Exilado – Colecção Duas Horas de Leitura nº 18 – Editorial Inova Limitada – Lisboa – 1973. Desc.89 pág / 22,5 cm x 14,5 cm / Br. Original «1 Edição»
João de Araújo Correia – Noite de Fogo – Colecção Duas Horas de Leitura nº 27 – Editorial Inova Limitada – Lisboa – 1974. Desc.96 pág / 22,5 cm x 14,5 cm / Br. Original «1 Edição»
João de Araújo Correia foi um escritor Português nascido na freguesia de Canelas, concelho de Peso da Régua em 1 de Janeiro de 1899 e falecido em Peso da Régua em 31 de Dezembro de 1985. João Maria de Araújo Correia nasceu a 1 de Janeiro de 1899 na Casa da Fonte, freguesia de Canelas do Douro, Município de Peso da Régua, no seio de uma família modesta. Era filho de António da Silva Correia, solicitador, e da sua segunda mulher, Maria Emília de Araújo, e irmão de Amélia e Maria Ana. Com cerca de três anos de idade foi viver para a Régua com a família; contudo, em 1913 regressou a Canelas após a morte da tia Maria Soledade . Adquiriu com o pai o gosto pelas obras de Camilo, autor de “Mistérios de Fafe”, o primeiro livro que leu por volta dos oito anos. Em 1910 terminou o ensino primário na vila de Peso da Régua, tendo sido aprovado no exame final realizado na Escola Normal de Vila Real. Em 1912, na quinta classe, fez exames às disciplinas de Inglês e Francês no Liceu de Vila Real. Em 1915 concluiu o curso dos liceus na Escola Académica do Porto. Com 16 anos matriculou-se na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, assim fazendo a vontade ao pai, que sempre lhe manifestara este desejo. Durante o terceiro ano da licenciatura foi obrigado a interromper os estudos por motivo de doença. Nesse interregno, que durou seis anos, foi publicando versos e crónicas nos jornais da Régua. Casou a 8 de Outubro de 1922 com Maria da Luz de Matos Silva, sua conterrânea, natural da aldeia de Poiares, com quem teve seis filhos (Maria da Soledade, Camilo, Rosa, Maria Emília, João Maria e Maria Virgínia). Retomou, depois, os estudos, suportados financeiramente por aulas particulares que dava a alunos do ensino secundário. Na faculdade foi discípulo do Químico Ferreira da Silva, do Histologista Abel Salazar e do Psiquiatra Magalhães Lemos. Concluiu o curso de Clínico Geral em 1927 e, no ano seguinte, abriu um consultório na Régua, onde trabalhou toda a vida como “o bom João Semana”, como ele próprio dizia. De qualquer forma, a sua actividade profissional não o impediu de se dedicar igualmente à escrita. Pelo contrário, forneceu-lhe muitos dos temas que lhe eram caros: o retrato das gentes durienses e da ambiência da pequena burguesia provinciana. Nos anos trinta passou a assinar as crónicas no jornal “O Mundo de Lisboa” (1932), acolheu os pais e duas irmãs solteiras após a perda do seu casal agrícola (1933) e, com dois amigos, fundou a empresa “Imprensa do Douro”, na Régua (1935). Publicou a sua primeira obra de reflexão literária (“Linguagem Médica Popular Usada no Alto Douro”, 1936) e o seu primeiro livro intitulado “Sem Método – notas sertanejas” (1938). Entre 1938 e 1980 foi autor de mais de 40 títulos, para além de artigos e conferências publicados em jornais (locais, regionais e nacionais), tais como O Primeiro de Janeiro, O Comércio do Porto, ou o Jornal de Notícias. Em 1969 recebeu o Prémio Nacional de Novelística e em 1984 viu o seu conto “Miguel” servir de inspiração ao filme “Azul, azul”, de Sá Caetano, exibido no Festival de Cinema da Figueira da Foz. As circunstâncias da vida não lhe permitiram ser um eterno viajante mas, no entanto, conheceu profundamente Portugal e visitou Espanha e parte da França. Este prosador e contista, que alguns consideram o maior da literatura portuguesa, deixou-nos uma vasta e variada obra literária, dividida entre o conto, a crónica, a novela, o estudo da língua portuguesa, as notas camilianas, a epistolografia (trocou cartas com Egas Moniz, Irene Lisboa, Ricardo Jorge, Júlio Brandão, Júlio Dantas, Aquilino Ribeiro, Norton de Matos, Gago Coutinho, Pina de Morais, Leite de Vasconcelos, Abade de Baçal, António Sérgio, D. João de Castro, Abel Salazar, Carlos de Passos, entre outros) e a colaboração com a imprensa. Publicou crónicas, contos e romances. Soube retratar como ninguém a região do Alto Douro, criando personagens típicos. Considerado um dos mais exímios contistas contemporâneos – e, por isso, presença imprescindível nas antologias do conto contemporâneo -, a ficção de Araújo Correia nutre-se de um realismo sem intuito pedagógico imediato ou intenção crítica, retratando, numa viva economia narrativa, uma galeria de personagens rústicas que surgem diante do leitor toscas, maníacas, egoístas, animadas pela manha, pela vaidade, pelo orgulho, pela ignorância. Sofreu influências de Júlio Dinis, Camilo Castelo Branco e Trindade Coelho. A sua obra, pertencente ao Realismo, soube aliar a prosa elegante ao regionalismo do século XIX, mormente o relacionado com a sua terra natal, Peso da Régua. Além de ficcionista, desenvolveu, nas páginas de publicações como Colóquio/Letras, O Comércio do Porto, Diário Ilustrado, Diário Popular, Jornal de Notícias, Nova Renascença, A Pátria, Portucale, Prometeu, entre outras, uma carreira como cronista, reflectindo assiduamente, com humor e num estilo que integra a melhor prosa vernácula, sobre questões ligadas à cultura e língua portuguesas. Destacam-se na sua vasta produção de contos, novelas, crónicas, ensaios e discursos: Contos Bárbaros, Contos Durienses, Folhas de Xisto (contos), Os melhores Contos de João de A. Correia, Outro Mundo, O Elemento Água na Sabedoria Popular, Enfermaria do Idioma, Uma Sombra Picada das Bexigas (notas camilianas) e Camilo à Beira do Lima (conferência). A sua obra, influenciada, entre outros escritores, por Camilo Castelo Branco, Júlio Dinis e Trindade Coelho, ainda desconhecida do grande público, foi apreciada e estudada por autores como Amorim de Carvalho, Cruz Malpique, Guedes de Amorim, João Pedro de Andrade, João Bigotte Chorão e Mário Dias Ramos. Quem com ele privou afirma que foi um homem culto e educado, apaixonado pelas árvores e votado à família, que apoiou e socorreu nos momentos difíceis. Morreu a 31 de Dezembro de 1985 na sua casa de Peso da Régua. Foi sepultado no dia seguinte em Canelas do Douro, dia em que completaria 87 anos de idade.
Brito Camacho – Contos e Sátiras – Livraria Editora Guimarães – Lisboa – 1929. Desc.244 pág / 19 cm x 12,5 cm / Br. «1 Edição»
Vergílio Ferreira – Cântico Final – Editora Ulisseia – Lisboa – 1959. Desc. 220 pág / 20,5 x 13,5 cm / Br. «1 Edição»
Mário Ventura – O Despojo dos Insensatos «Romance» – Livraria Bertrand – Lisboa – 1968. Desc. 244 pág / 19 cm x 12,5 cm / Br. «1 Edição»
José Rodrigues Miguéis – Comércio com o Inimigo – Colecção Duas Horas de Leitura nº 21 – Editorial Inova Limitada – Lisboa – 1973. Desc. 88 pág / 22,5 cm x 14,5 cm / Br. Original «1 Edição»
José Claudino Rodrigues Miguéis (Lisboa, 9 de Dezembro de 1901 – Nova Iorque, 27 de Outubro de 1980) foi um escritor português. Nascido no número 13 da Rua da Saudade, no bairro típico de Alfama, passou a sua infância e juventude em Lisboa, recordações que marcarão a sua futura obra. Ainda em Lisboa viria a formar-se em Direito em 1924. Todavia, nunca exerceria de forma sistemática profissão nesta área, tendo consagrado a sua vida à Literatura e à Pedagogia. Neste último campo viria a licenciar-se em 1933 em Ciências Pedagógicas na Universidade de Bruxelas, tendo posteriormente dirigido, com Raul Brandão, um conjunto inacabado de Leituras Primárias, obra que nunca viria a ser aprovada pelo governo. Herdando do pai, um imigrante galego, as ideias republicanas e progressistas, cedo entrou em conflito com o Estado Novo, o que acabaria por o levar ao exílio para os Estados Unidos a partir de 1935. Desde essa altura até à sua morte apenas voltaria pontualmente a Portugal, não passando no seu país natal períodos superiores a dois anos. Em 1942 viria a adquirir a nacionalidade americana. Um ano antes do seu falecimento foi agraciado com a Ordem Militar de Santiago da Espada, no Grau de Grande Oficial. Mário Neves publicou uma biografia sua em 1990. José Rodrigues Miguéis pertenceu ao chamado grupo Seara Nova, ao lado de grandes autores como Jaime Cortesão, António Sérgio, José Gomes Ferreira, Irene Lisboa ou Raul Proença. Colaborou em diversos jornais como O Diabo, Diário Popular, Diário de Lisboa e República. Foi, juntamente com Bento de Jesus Caraça, director de O Globo, semanário que viria a ser proibido pela censura em 1933. Nos Estados Unidos viria a trabalhar como tradutor e redactor das Selecções do Reader’s Digest. Segundo os linguistas Óscar Lopes e António José Saraiva, a sua obra pode ser considerada como realismo ético, sendo claras as influências de autores como Dostoiévsky ou o seu amigo Raul Brandão. De resto, parecem claras nas suas primeiras obras as influências estéticas da Presença, podendo ler-se nas entrelinhas das suas obras simpatias com as temáticas neo-realistas portuguesas (há mesmo quem afirme que José Rodrigues Migueis tenha aderido ao partido comunista). Tem obras traduzidas em inglês, italiano, alemão, russo, checo, francês e polaco. Em 1961 foi eleito membro da Hispanic Society of América e, em 1976, tornou-se membro da Academia das Ciências de Lisboa. Em 1979 foi agraciado com a Ordem Militar de Santiago da Espada, com o grau de Grande Oficial.
Vergílio Ferreira – Apenas Homens – Colecção Duas Horas de Leitura nº 12 – Editorial Inova Limitada – Lisboa – 1972. Desc. 97 pág / 22,5 cm x 14,5 cm / Br. Original «1 Edição»
Vergílio António Ferreira (Melo, 28 de Janeiro de 1916 — Lisboa, 1 de Março de 1996) foi um escritor português. Embora formado como professor (veja-se a referência aos professores de Manhã Submersa e Aparição), foi como escritor que mais se distinguiu. O seu nome continua actualmente associado à literatura através da atribuição do Prémio Vergílio Ferreira. Em 1992, foi galardoado com o Prémio Camões. A sua vasta obra, geralmente dividida em ficção (romance, conto), ensaio e diário, costuma ser agrupada em dois períodos literários: O Neo-realismo e o Existencialismo. Considera-se que Mudança é a obra que marca a transição entre os dois períodos. Vergílio Ferreira nasceu em Melo, aldeia do concelho de Gouveia, na Beira baixa, a meio da tarde do dia 28 de Janeiro de 1916, filho de António Augusto Ferreira e, de Josefa Ferreira que, em 1927, emigraram para canada, em busca de deixar os filhos para atrás. Então, o pequeno Vergílio é deixado, com os irmãos mais novos. Esta dolorosa separação é descrita em Nitido Nulo. A neve – que virá a ser um dos elementos fundamentais do seu imaginário romanesco – é o pano de fundo da infância e adolescência passadas na zona da Serra da Estrela. Aos 22 anos, após uma peregrinação a Lourdes, entra no seminário do Fundão, que frequentará durante seis anos. Esta vivência será o tema central de Manhã Submersa. Em 1966, deixa o seminário e acaba o Curso Liceal no Liceu da Guarda. Entra para a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, continuando a dedicar-se à poesia, nunca publicada, salvo alguns versos lembrados em Conta-Corrente e, em 1939, escreve o seu primeiro romance, O Caminho Fica Longe. Licenciou-se em Filologia Clássica em 1940. Concluiu o Estágio no Liceu D.João III (1942), em Coimbra. Começa a leccionar em Faro. Publica o ensaio “Teria Camões lido Platão?” e, durante as férias, em Melo, escreve “Onde Tudo Foi Morrendo”. Em 1944, passa a leccionar no Liceu de Bragança, publica “Onde Tudo Foi Morrendo” e escreve “Vagão “k”” que, publicou em 1946; no mesmo ano em que se casou, com Regina Kasprzykowsky, professora polaca que se encontrava refugiada em Portugal da guerra e, com quem Vergílio ficaria até à sua morte. Após uma passagem pelo liceu de Gouveia (onde escreveu o mundialmente conhecido romance Manhã Submersa, corria o ano de 1953), fixa-se como docente em Lisboa, leccionando o resto da sua carreira no Liceu Camões. Em 1980, o realizador Lauro António adapta para o cinema, o romance Manhã Submersa e, Vergílio Ferreira interpreta um dos principais papéis, o de Reitor do Seminário, contracenando assim com outros grandes vultos da cena portuguesa, tais como: Eunice Muñoz, Canto e Castro, Jacinto Ramos e Carlos Wallenstein. Vergílio morreu no dia 7 de Março de 1986, em sua casa, em Lisboa, na freguesia de Alvalade. O funeral foi realizado no cemitério de Melo, sua terra-natal e, a seu pedido, o caixão fora enterrado na Serra da Estrela.
Eugénio de Andrade – Variações Sobre um Corpo / Antologia de Poesia Erótica Contemporânea – Desenhos de José Rodrigues – Colecção Duas Horas de Leitura nº 26 – Editorial Inova Limitada – Lisboa – 1973. Desc. 79 pág / 22,5 cm x 14,5 cm / Br. Original «2 Edição»
Eugénio de Andrade – Antologia Breve – Colecção Duas Horas de Leitura nº 13 – Editorial Inova Limitada – Lisboa – 1972. Desc. 88 pág / 22,5 cm x 14,5 cm / Br. Original «1 Edição»
Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas (Póvoa de Atalaia, 19 de Janeiro de 1923 — Porto, 13 de Junho de 2005) foi um poeta português. O poeta nasceu na freguesia de Póvoa de Atalaia (Fundão) em 19 de Janeiro de 1923. Fixou-se em Lisboa aos dez anos, com a mãe, que entretanto se separara do pai. Frequentou o Liceu Passos Manuel e a Escola Técnica Machado de Castro, tendo escrito os seus primeiros poemas em 1936, o primeiro dos quais, intitulado Narciso, publicou três anos mais tarde. Em 1943 mudou-se para Coimbra, onde regressa depois de cumprido o serviço militar convivendo com Miguel Torga e Eduardo Lourenço. Tornou-se funcionário público em 1947, exercendo durante 35 anos as funções de Inspector Administrativo do Ministério da Saúde. Uma transferência de serviço levá-lo-ia a instalar-se no Porto em 1950, numa casa que só deixou mais de quatro décadas depois, quando se mudou para o edifício da extinta Fundação Eugénio de Andrade, na Foz do Douro. Durante os anos que se seguem até hoje, o poeta fez diversas viagens, foi convidado para participar em vários eventos e travou amizades com muitas personalidades da cultura portuguesa e estrangeira, como Joel Serrão, Miguel Torga, Afonso Duarte, Carlos Oliveira, Eduardo Lourenço, Joaquim Namorado, Sophia de Mello Breyner Andresen, Teixeira de Pascoaes, Vitorino Nemésio, Jorge de Sena, Mário Cesariny, José Luís Cano, Ángel Crespo, Luis Cernuda, Jaime Montestrela, Marguerite Yourcenar, Herberto Helder,Joaquim Manuel Magalhães, João Miguel Fernandes Jorge, Óscar Lopes, e muitos outros. Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado as suas raras aparições públicas com «essa debilidade do coração que é a amizade». Recebeu um sem número de distinções, entre as quais o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus (1988), Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989) e Prémio Camões (2001). A 8 de Julho de 1982 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada e a 4 de Fevereiro de 1989 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito. Faleceu a 13 de Junho de 2005, no Porto, após uma doença neurológica prolongada.
Urbano Tavares Rodrigues – A Impossível Evasão – Colecção Duas Horas de Leitura nº 10 – Editorial Inova Limitada – Lisboa – 1972. Desc. 90 pág / 22,5 cm x 14,5 cm / Br. Original «1 Edição»
Camilo Castelo Branco – Amor de Perdição – (Memórias Duma família – Domingos Barreira – Porto – 1943. Desc. 250 pág + 13 Ilustrações Fotográficas Estriadas do Filme Realizado por António Lopes Ribeiro / 23 cm x 17 cm / Edição Revista por Augusto C. Pires de Lima – Br. Com capa Original
Livro Publicado com base no filme realizado por António Lopes Ribeiro (Lisboa, 16 de Abril de 1908 — Lisboa, 14 de Abril de 1995) foi um cineasta português. Filho de Manuel Henrique Correia da Silva Ribeiro e de sua mulher Ester da Nazaré Lopes e irmão do actor Ribeirinho, começou por se dedicar à crítica cinematográfica, actividade a que se dedicou a partir dos 17 anos de idade, no jornal Diário de Lisboa, e no exercício da qual fundou diversas revistas dedicadas à crítica de cinema. Três anos mais tarde, estreia-se como realizador com o documentário Bailando ao Sol (1928). De 1940 a 1970, parte da sua obra cinematográfica é dedicada aos actos oficiais do Estado Novo, sendo por isso chamado de “cineasta do regime”. Alguns exemplos desta faceta de Lopes Ribeiro são A Revolução de Maio (1937), o Feitiço do Império (1940) ou Manifestação Nacional a Salazar (1941). Para além destas duas actividades, António Lopes Ribeiro demarcou-se como produtor de cinema (Fundador das Produções Lopes Ribeiro), jornalista, argumentista, profissional de televisão desde 1957 (foi apresentador do programa Museu do Cinema, na RTP, de 1961 a 1974), da rádio e figura do teatro.
Carlos de Oliveira – Alcateia «Romance» – Coimbra Editora, Limitada – Coimbra – 1944. Desc. 254 pág / 19 cm x 14 cm / Br. «1 Edição» Obs: Romance apreendido pelo Regime «Rarro»
Carlos de Oliveira (Belém do Pará, 10 de Agosto de 1921 — Lisboa, 1 de Julho de 1981) foi um escritor português. Nascido no Brasil, filho de imigrantes portugueses, veio aos dois anos para Portugal. A família fixa-se em Cantanhede, mais precisamente na vila de Febres, onde o pai exercia medicina. Em 1933 muda-se para Coimbra, onde permanece durante quinze anos, a fim de prosseguir os estudos. Em 1941 ingressa na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde estabelece amizade com Joaquim Namorado, João Cochofel e Fernando Namora. Em 1947 licencia-se em Ciências Histórico-Filosóficas, instalando-se definitivamente em Lisboa, no ano seguinte . Periodicamente volta a Coimbra e à Gândara. Em 1949 casa-se com Ângela, jovem madeirense que conhecera nos bancos da Faculdade, sua companheira e futura colaboradora permanente. Data de 1942 o seu primeiro livro de poemas, intitulado “Turismo”, com ilustrações de Fernando Namora e integrado na colecção poética de 10 volumes do “Novo Cancioneiro”, iniciativa colectiva que, em Coimbra, assinalava o advento do movimento neo-realista. Porém, em 1937, já publicara em conjunto com Fernando Namora e Artur Varela, amigos de juventude, um pequeno livro de contos “Cabeças de Barro”. Em 1943 publica o seu primeiro romance, “Casa na Duna”, segundo volume da colecção dos Novos Prosadores(1943), editado pela Coimbra Editora. No ano de 1944 surge o romance “Alcateia”, que viria a ser apreendido pelo regime. No entanto é desse mesmo ano a segunda edição de “Casa na Duna”. Em 1945 publica um novo livro de poesias, “Mãe Pobre”. Os anos seguintes serão, para Carlos de Oliveira, bem profícuo quanto à integração e afirmação no grupo que veicula e espera por um novo humanismo, com a participação nas revistas Seara Nova e Vértice, além da colaboração no livro de Fernando Lopes Graça “Marchas, Danças e Canções”, uma antologia de vários poetas, musicadas pelo maestro. Em 1953 publica “Uma Abelha na Chuva”, o seu quarto romance e, unanimemente reconhecido, uma das mais importantes obras da literatura portuguesa do século XX, tendo sido integrado no programa da disciplina de português no ensino secundário. Em 1957 organiza, com José Gomes Ferreira, os Contos Tradicionais Portugueses, alguns deles posteriormente adaptados ao cinema por João César Monteiro. Em 1968 publica dois novos livros de poesia, “Sobre o Lado Esquerdo” e “Micro paisagem”, e colabora com Fernando Lopes na adaptação de “Uma Abelha na Chuva”. Em 1971 sai “O Aprendiz de Feiticeiro”, colectânea de crónicas e artigos, e “Entre Duas Memórias”, livro de poemas, que lhe vale o Prémio da Casa da Imprensa. Em 1976 reúne toda a sua poesia em dois volumes, sob o título de “Trabalho Poético”, juntando aos seus poemas anteriores, os inéditos reunidos em “Pastoral”, publicado autonomamente no ano seguinte. O seu último romance, “Finisterra”, sai em 1978, tendo como fundo a paisagem gandaresa. A obra proporciona-lhe o Prémio Cidade de Lisboa, no ano seguinte. Morre na sua casa em Lisboa, com 60 anos incompletos.
Fernando Namora – Diálogo em Setembro – Publicações Europa América – Lisboa – 1966. Desc. 546 pág / 21 cm x 14 cm / Br. «1 Edição» «Autografado»