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    A Industrialização da Castanha de Cajú
    A Industrialização da Castanha de Caju «€20.00»

    A. Ramalho Correia – A Industrialização da Castanha de Caju «o Cajueiro e os Seus Produtos» – Edição da Direcção dos Serviços de Economia e Estatística Geral da Província de Moçambique – Lourenço Marques – 1963. Desc. 270 pág / 22 cm x 17 cm / Br.

     

     

    O caju é muitas vezes tido como o fruto do cajueiro (Anacardium occidentale) quando, na verdade, trata-se de um pseudo fruto. O que entendemos popularmente como “caju” se constitui de duas partes: o fruto propriamente dito, que é a castanha; e seu pedúnculo floral, o pseudo fruto, um corpo piriforme, amarelo, rosado ou vermelho. Na língua tupi, acaiu (caju) significa noz que se produz. Na tradição oral sabe-se que acayu ou aca-iu refere-se a ano, uma vez que os indígenas contavam a idade a cada floração e safra. O caju, o pseudo fruto, é suculento e rico em vitamina C e ferro. Depois do beneficiamento do caju, preparam-se sucos,mel, doces, como cajuada, caju passas, rapadura de caju. Como seu suco fermenta rapidamente, pode ser destilado para produzir uma aguardente o cauim. Dele também são fabricadas bebidas não alcoólicas, como a cajuína. Muito antes do descobrimento do Brasil e antes da chegada dos portugueses, o caju já era alimento básico das populações autóctones. Por exemplo: os tremembé já fermentavam o suco do caju, o mocororó, que era e é bebido na cerimonia do Torém. Existe uma variedade enorme de pratos feitos com o caju e com a castanha de caju. De suas fibras (resíduo/bagaço), ricas em aminoácidos e vitaminas, misturadas com temperos, é feita a “carne de caju”. O fruto propriamente dito é duro e oleaginoso, mais conhecido como “castanha de caju”, cuja semente é consumida depois do fruto ser assado, para remover a casca, ao natural, salgado ou assado com açúcar. A extracção da amêndoa da castanha de caju depois de seca, é um processo que exige tempo, método e mão-de-obra. O método de extracção da amêndoa da castanha de caju utilizado pelos indígenas era a sua torragem directa no fogo, para eliminar o “Líquido da Castanha de Caju” ou LCC; depois do esfria-mente a quebra da casca para a retirar a amêndoa. Com a industrialização este método possui mais etapas: lavagem e humidificação,cozimento, esfria-mente, ruptura da casca, estufamento. A amêndoa da castanha de caju é rica em fibras, proteínas, minerais (magnésio, ferro, cobre e zinco), vitamina K, vitamina PP,complexo B (menos a vitamina B12), carboidratos, fósforo, sódio e vários tipos de aminoácidos. No entanto, a castanha de caju não possui quantidades relevantes de vitamina A,vitamina D e cálcio. Acredita-se que a castanha do caju contribua no combate às doenças cardíacas.9 A castanha-de-caju ainda verde (maturi) também pode ser usada nos pratos quentes. A castanha possui uma casca dupla contendo a toxina Urushiol (também encontrada na hera venenosa), um alergênicoque irrita a pele. Por isso a castanha deve ter sua casca removida através de um processo que causa dolorosasrachaduras nas mãos. A castanha também possui ácido anacárdico, potente contra bactérias gram-positivas com o Staphylococcus aureus e Streptococcus mutans, que provoca cáries dentárias. O “Líquido da Castanha de Caju” ou LCC, depois de beneficiado é utilizado em resinas; materiais de fricção; em lonas de freio e o outros produtos derivados; vernizes; detergentes industriais; inseticidas; fungicidas e até biodiesel. Fruto nativo do Brasil, o caju foi levado pelos portugueses do Brasil para a Ásia e a África. A mais antiga descrição escrita do fruto é de André Thevet, em 1558, comparado este a um ovo de pata. Posteriormente, Maurício de Nassau protegeu os cajueiros por decreto, e fez o seu doce, em compotas, chegar às melhores mesas da Europa. É muito cultivado nas regiões tropicais da América, África e Ásia. Os maiores exportadores mundiais de amêndoa de castanha de caju (ACC) são Índia, Vietname e Brasil. Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação). A área total de cultivo é de 33.900 km², para um rendimento médio de 916 kg/hectare. O terreno para o plantio do caju deve ser ligeiramente inclinado para evitar a erosão, profundo, com pelo menos dois metros de terra, bem drenado, de modo a não empossar. O solo deve ser fértil e de textura média (barrenta), e de preferência deve ser próximo de uma fonte de água potável. Na hora de escolher as sementes, deve-se colocá-las em uma bacia com água, e descartar as que boiarem. As sementes têm um poder germinativo de até 12 meses se forem armazenadas em sacos de pano ou de papel. O plantio deve ser realizado no início da estação chuvosa, e antes de replantar a muda no local definitivo deve-se verificar se a planta possui pelo menos seis folhas maduras e saudáveis.