António Jorge Gonçalves e Nuno Artur Silva – A História do Tesouro Perdido – Edições Asa – Lisboa – 1995. Desc 62 pág / 29,5 cm x 20,5 cm / E
António Jorge Gonçalves – Ilustrador, autor de banda desenhada, caricaturista, cenógrafo, designer gráfico e docente, António Jorge Gonçalves nasceu a 19 de Outubro de 1964, em Lisboa. É licenciado em Design de Comunicação pela (antiga) ESBAL (Escola Superior de Belas Artes de Lisboa) e mestre em Design Para Teatro pela SLADE School of Fine Arts, do Reino Unido, tendo lecionado no INEPI (Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial) e na ETIC (Escola Técnica de Imagem e Comunicação), em Lisboa. Desde novo que despertou para o desenho, tendo colaborado ativamente em Fanzines, como o Graphic, que criou em 1978, e o Boletim (do Clube Português de BD), entre muitos outros, mas também em jornais, como A Capital, Correio da Manhã, e Diário Popular (suplemento “Tabloide”), através de curtas histórias em BD. Participou regularmente em exposições e concursos, que lhe valeram vários prémios, destacando-se a sua presença na Bienal de Barcelona (1987) com Vasco Colombo, em representação de Portugal. Em 1989 realizou uma história em BD (de oito páginas) sobre Lisboa para o projeto Eurovisioni – Viaggio a Fumetti Tra le Cittá d’Europa (exposição e álbum) a convite da Câmara de Milão (Itália), sobre diferentes cidades europeias, onde participaram autores de renome: Milo Manara, Van den Boogaard, Buzelli, Dino Crepax, Mattotti, Serge Clerc e Mariscal. Teve publicadas histórias em BD no desaparecido semanário Sete em finais dos anos 80 do século XX, onde a série Filipe Seems viu a luz do dia, a partir de Janeiro de 1992, sob argumentos de Nuno Artur Silva. O protagonista é programador de argumentos para video-BD mas também detetive particular, que vive numa Lisboa utópica do século XXI. Esta série de ficção cheia de magia mostra-nos um herói da BD portuguesa considerado pela crítica e pelos leitores como uma verdadeira revelação, com uma Lisboa transformada em Veneza, com canais imaginários, no álbum inaugural Ana. Filipe define-se como um detetive particular a quem as provas não interessam, apenas as pistas, pois só estas fazem sonhar. O álbum Ana recebeu o Troféu “Zé Pacóvio e Grilinho” Para o Melhor Álbum Português no Festival da Amadora, bem como dois Troféus “O Mosquito” para o Melhor Desenhador do Ano e para o Melhor Álbum de BD Portuguesa, atribuídos pelo Clube Português de Banda Desenhada, todos em 1993. No ano seguinte, A História do Tesouro Perdido recebeu também o Troféu “Zé Pacóvio e Grilinho” para o Melhor Álbum Português no Festival da Amadora.Depois do grande sucesso obtido com estes títulos, a dupla de autores enveredou por múltiplos projetos diferentes e em separado, com Nuno Artur Silva a desenvolver com sucesso as Produções Fictícias. António Jorge Gonçalves voltou a apresentar um livro em BD quatro anos depois, com A Arte Suprema (ASA, 1997), com argumento de Rui Zink, que foi considerada a primeira novela gráfica portuguesa. Com um grafismo arrojado, sob o ponto de vista pictórico e no estilo, apresenta-nos a história de D. Idalina, uma mulher a dias que se vê envolvida num caso mediático. Este livro foi distinguido com o Troféu “Zé Pacóvio e Grilinho” para o Melhor Álbum Português BD no Festival da Amadora 1997. António Jorge Gonçalves foi um dos autores presentes na exposição “Perdidos no Oceano”, que constituiu a representação de Portugal enquanto país convidado no 25.º Festival Internacional de Angoulême, em janeiro de 1998. No ano seguinte, marcou presença na exposição e respetivo catálogo de Uma Revolução Desenhada: o 25 de Abril e a BD, juntamente com vários outros autores, realizando uma curta história. O Senhor Abílio, corresponde à personagem criada para as páginas da revista Linhas Cruzadas da Portugal Telecom (em que assinou com o pseudónimo Pan Ton), tendo sido desenvolvida em Londres, durante os dois anos que o autor lá viveu. A edição em álbum saiu em 1999 (ASA). Depois de um longo interregno, Filipe Seems regressou em 2003 num terceiro álbum, com um grafismo totalmente inovador relativamente aos anteriores, com A Tribo dos Sonhos Cruzados (ASA), de novo em coautoria com Nuno Artur Silva. Segundo os autores, este título encerra um ciclo, não estando descartada a hipótese de um dia regressarem novas aventuras deste invulgar detective. A sua obra gráfica regista dois importantes momentos de ligação ao metropolitano: em Lisboa, realizando a decoração dos painéis exteriores da estação da Alameda D. Afonso Henriques, que mereceu uma exposição e edição de postais pela Bedeteca de Lisboa, em 1997, e na Internet, concebendo o site www.subway-life.com, onde apresenta desenhos de pessoas que frequentam o metro de 10 cidades do Mundo (Lisboa, Atenas, Londres, Estocolmo, Berlim, Moscovo, São Paulo, Nova Iorque, Tóquio e Cairo).
Nuno Artur da Silva nasceu em Lisboa, em 5 de Outubro de 1962. Ficcionista. Fundador e Director Geral da Produções Fictícias, agência e rede criativa. Fundador e Director Geral do Canal Q. Pelas Produções Fictícias foi Director Geral, Director Criativo e co-autor de projectos e programas como: Herman Zap, Herman Enciclopédia, Contra-Informação, Não És Homem Não És Nada, O Programa da Maria, Paraíso Filmes, Manobras de Diversão, O Inimigo Público, Urgências, Voz, Isto Não É Um Recital de Poesia, É A Cultura Estúpido, A História Devida, Os Contemporâneos, Herman 2010/11, Estado de Graça, entre outros. Co-autor do espectáculo As Passagens do Tempo, 2009. Co-autor do projecto de peças curtas Urgências, 2004. Co-autor da peça Conspiração, 2004. Co-autor da peça Portugal, uma Comédia Musical, 2004 Co-Autor do livro/disco e peça de teatro infantil Bom Dia Benjamim, 1998. Co-Autor da adaptação para teatro de O que diz Molero, de Dinis Machado, 1994. Autor e anfitrião dos programas Mapa e Os Culturistas, no canal português de televisão por cabo Canal Q. Apresentador e coordenador do programa O Eixo do Mal, no canal português de televisão por cabo SIC Notícias. Assessor Criativo da direcção de Programas do canal público português de televisão RTP, 1996/97. Professor de Escrita Criativa. Professor de Português, 1985-1992. Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade Nova de Lisboa.