Syntaxe Historica Portuguesa

Syntaxe Historica Portuguesa(€35.00)

Augusto Epiphanio da Silva Dias – Syntaxe Historica Portuguesa – Livraria Clássico Editora – Lisboa – 1933.Desc.(369)Pág.Br

 

 

 

 

Augusto Epifânio da Silva Dias (Lisboa, 7 de Abril de 1841 – Lisboa, 30 de Novembro de 1916) foi um estudioso da literatura latina e da obra de Luís de Camões, sendo considerado um dos principais camonistas do seu tempo. Aos sete anos frequentava a Biblioteca Nacional; aos treze, a aula de latinidade de José Maria da Silveira Almendro. Foi dos alunos que estrearam o Curso Superior de Letras, inaugurado no ano lectivo de 60/61: frequentou-o nos anos de 1861 e 1862, pelo que terá seguido as aulas de Literatura Antiga, por António José Viale, História, com Rebelo da Silva, Literatura Moderna (dada interinamente por Rebelo da Silva e por Mendes Leal); com Viale, mas no curso que este dava na Biblioteca Nacional, Epifânio se iniciaria em grego. Foi professor de liceus, em Santarém (1864-1867), Porto (1867-1881) e Lisboa (a partir de 1881). Ao mesmo tempo, publicava obra pensada para o ensino – edições de textos e gramáticas -, renovando a didáctica das línguas clássicas e do português. Essa produção implicou que se envolvesse em polémicas (grosso modo desenhavam-se assim dois campos, quando a metodologia do ensino linguístico: Joaquim Alves de Sousa, Martins Contreiras, …, defendiam manuais correntes até então; do lado de Epifânio, vemos autores como Carlos Claudino Dias, Luís Filipe Leite, José Portugal, A. B. Santos Martins). Ao debate público (entre outros, contra Adolfo Coelho) o levou também a reforma do ensino secundário de 1894/95, dita de Jaime Moniz, a qual, eliminando o Grego do currículo dos liceus, o faria regressar ao Curso Superior de Letras (depois, Faculdade de Letras), agora como professor anexo de Grego, situação em que esteve até à jubillação em 1913. Segundo Leite Vasconcelos, o apego que tinha Epifânio à instrucção pública e o seu feitio altruísta é que fizeram que nos não tivesse deixado mais bibliografia de outra índole: «O que ele queria era estar sempre a par com os progressos da sciencia, para a todo o instante em que precisasse de falar, ou de responder a perguntas, se julgar habilitado. Ainda que o seu ensino, pela fôrça triste das coisas, tinha de ser elementar, ele armazenava constantemente conhecimentos, e estava equipado, como se houvesse de preleccionar de alta cátedra a alunos exigentes. Isto revela a probidade, o caracter do professor» (Epiphanio Dias, p. 27). Muito amigo de Epifânio, José Leite conta-nos também do gosto pelas viagens ao estrangeiro, que fazia nos dois meses de férias; da facilidade com que traduzia o grego («todos os dias, logo de manhã, e na cama, lia algumas paginas de grego»); de «certa misantropia e irritabilidade de ânimo»; da teimosia («muito aferrado á sua opinião, da qual só abdicava em circunstancias especiais»); e de como morreu só, apenas com uma velha criada.