Elogio Histórico do Senhor D. Pedro Carlos de Bourbon e Bragança, Infante de Hespanha, e Portugal, Almirante General da Marinha Portugueza

Elogio Histórico do Senhor D. Pedro carlos de Bourbon e Bragança, Infante de Hespanha, e Portugal, Almirante General da Marinha Portugueza
Elogio Histórico do Senhor D. Pedro Carlos de Bourbon e Bragança, Infante de Hespanha, e Portugal, Almirante General da Marinha Portugueza «€220.00»

José Maria Dantas Pereira – Elogio Histórico do Senhor D. Pedro Carlos de Bourbon e Bragança, Infante de Hespanha, e Portugal, Almirante General da Marinha Portugueza: Composto e Offercido a Muito Augusta Princesa a Senhora D. Maria Thereza Viuva do Mesmo Senhor – Na Impressão Regia – Rio de Janeiro – 1813. Desc. 70 pág + 2 Mapas / 20 cm x 14 cm / Br.

José Maria Dantas Pereira (Alenquer, 1 de Outubro de 1772 – Montpellier, 23 de Outubro de 1836), foi um oficial da armada português. Dantas Pereira assentou praça na armada na Companhia dos Guardas-Marinhas como aspirante a guarda-marinha, em 10 de Setembro de 1788, tendo frequentado com grande brilhantismo o respectivo curso. Posteriormente foi submetido a exame para tenente de mar na presença dos soberanos, de acordo com os costumes da época, saltando o posto de segundo tenente. Em 1790 foi nomeado professor de Matemática da Academia Real dos Guardas-Marinhas, instituição que antecedeu a hoje denominada Escola Naval, e professor do Infante D. Pedro Carlos de Bourbon. Em 1800 foi nomeado Comandante de Companhia dos Guardas-Marinhas. Dantas Pereira teve então uma acção decisiva na Companhia Real dos Guardas-Marinhas, à qual deu toda a sua dedicação, entusiasmo e competência, tudo planeando em pormenor com medidas de grande alcance pedagógico. Em 1802 criou a biblioteca da Companhia. Em 1807, sendo capitão-de-mar-e-guerra, e no quadro das Invasões Napoleónicas da Península Ibérica, embarcou para o Brasil na nau Conde D. Henrique II, um dos navios que acompanharam a Família Real, levando consigo alguns professores, a bandeira e todo o material didáctico e mobiliário da Companhia dos Guardas-Marinhas. Dantas Pereira instalou a Academia Real dos Guardas-Marinhas no Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro. Após a sua instalação aí dedicou-se à dinamização da biblioteca deste estabelecimento de ensino que a torna a primeira biblioteca pública do Brasil. Em 1817 atingiu o posto de chefe de esquadra, oficial general cuja patente corresponde na actualidade à de Contra-Almirante. Em 1819 regressou a Portugal como membro do Conselho do Almirantado. Apesar de absolutista convicto, desempenhou funções no Conselho de Estado após a revolução de 1820 de cariz liberal. Após a aclamação de D. Miguel, em 1828, é nomeado representante da nobreza na Assembleia dos Três Estados. Dantas Pereira, no sentido de promover a eficácia do ensino, procurou reorganizar a Marinha Real adaptando-a à crescente evolução técnica verificada no primeiro quartel do século XIX. Foi, ainda, um dos mentores da Sociedade Real Marítima, instituição científica fundada em 1798 à qual competia a elaboração de cartas hidrográficas, militares, geográficas e hidráulicas. Além de brilhantes trabalhos de natureza matemática, foi um distinto académico, encontrando-se algumas das suas obras publicadas nas Memórias da Real Academia das Ciências de Lisboa, de que foi sócio correspondente desde 1792. Veio a ser eleito secretário da referida Academia em 1823, trabalhando nas suas Efemérides. Em 1827, devido à sua cultura, trato e prestígio foi eleito membro da Sociedade Filosófica de Filadélfia. Após a vitória da causa liberal, refugiou-se em Inglaterra e posteriormente em França, onde faleceu em 1836.