• Category Archives Algarve
  • Selecção de Hadiths – Tradições Muçulmanas – Versão Portuguesa Resumida

    Selecção de Hadiths - Tradições Muçulmanas - Versão Portuguesa Resumida
    Selecção de Hadiths – Tradições Muçulmanas – Versão Portuguesa Resumida «€40.00«

    El-Bokhari – Selecção de Hadiths – Tradições Muçulmanas – Versão Portuguesa Resumida – Edição Popular – Província pelo Governo-Geral de Moçambique – 1972. Desc. 244 pág / 22 cm x 16 cm / Br. «Raro»


  • Boletim da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais

     

     

     

     

    This gallery contains 30 photographs in all as   photograph etc.

  • Estudos Henriquinos

    Estudos Henriquinos
    Estudos Henriquinos «€25.00»

    A. J. Dias Dinis – Estudos Henriquinos – Vol 1 – Cap. I – O Primeiro Duque de Viseu – Cap. II – Regimento do Infante D. Henrique Sobre os Direitos de Pesca em Castro Marim – Cap. III – O Testamento do Infante D. Henrique Num Livro do Uso de Frei Antão Gonçalves de 1461 – Cap. IV – Reflexos Políticos do Segundo Testamento Henrique – Cap. V – O Espólio do Infante D. Henrique – Cap. VI – Limite Meridional dos Descobrimentos – Actas Universitatis Conimbrigensis – Coimbra – 1960. Desc. 530 pág / 23 cm x 16 cm / Br.


  • Agenda dos Portos de Barlavento do Algarve


  • As Misericórdias do Algarve

    As Misericórdias do Algarve
    As Misericórdias do Algarve «€70.00»

    Maria Helena Mendes Pinto / Vitor Roberto Mendes Pinto – As Misericórdias do Algarve – Ministério da Saúde e Assistência – Direcção-geral de Assistência – Lisboa – 1968. Desc. 392 pág / 27,5 cm x 20,5 cm / Br. Ilust.


  • O Olhar, a Escuta e o Sentir em Emiliano da Costa

    O Olhar, a Escuta e o Sentir em Emiliano da Costa
    O Olhar, a Escuta e o Sentir em Emiliano da Costa «€35.00»

    Maria Gabriela de Sousa e Silva – O Olhar, a Escuta e o Sentir em Emiliano da Costa «Do Regionalismo ao Universalismo» – Câmara Municipal de Tavira / Câmara Municipal de Faro – Faro / Tavira – 1997. Desc. 378 Pág / 30 cm x 21 cm / Br.


  • Cantigas de Amor dos Travadores Galego Portugueses

    Cantigas de Amor dos Travadores Galego Portuguses
    Cantigas de Amor dos Travadores Galego Portugueses «€50.00»

    José Joaquim Nunes – Cantigas de Amor dos Travadores Galego Portugueses – Centro de Livros Brasileiros – Lisboa – Porto – Luanda – 1972. Desc. L + 562 pág / 21,5 cm x 15 cm / Br.

     

    FotoJosé Joaquim Nunes (Portimão, 4 de Dezembro de 1859 — Lisboa, 20 de Julho de 1932) foi um sacerdote católico (embora tenha depois abandonado o sacerdócio e casado) e professor universitário, que se destacou pelos seus trabalhos de lexicografia dialectal e histórica, pertencendo à geração pioneira da linguística portuguesa. Foi sócio da Academia das Ciências de LisboaJosé Joaquim Nunes nasceu na então Vila Nova de Portimão, filho de Joaquim Nunes do Carmo e Maria Francisca Francesa, uma família de poucas posses. Realizou os seus estudos básicos em Portimão, com a ajuda do «escrivão da Câmara» Aires António de Azevedo e do padre José Baptista Pereira. Terminada a instrução primária, ingressou no Seminário de Faro, onde concluiu o curso teológico, sendo sido ordenado sacerdote em 1882. Como jovem sacerdote, paroquiou em Estoi, Martim Longo, Castro Marim e Alferce, freguesia onde se manteve, como pároco encomendado entre 1886 e 1888. Foi neste período de vivência numa comunidade serrana algarvia que se iniciou na actividade literária, publicando a obra Contos ao Lar (1888) com o pseudónimo deJúlio Ventura. Os contos incluídos são inspirados em lendas algarvias, predominantemente monchiquenses, como a conhecida Louca dos Pisões. Também neste período iniciou a sua participação na imprensa, tendo sido colaborador de O Patriota, influente órgão da imprensa local dirigido por António Lobo de Almada Negreiros, o pai de Almada Negreiros. Manteria esta colaboração por muitos anos, sendo posteriormente correspondente do jornal em Lagos. Tem ainda colaboração na revista algarvia Alma nova : revista ilustrada (começada a editar em Faro em 1914, disponível na Hemeroteca Digital4 ). Entretanto, já com um importante envolvimento na actividade intelectual algarvia, sentia-se atraído pelo ensino em detrimento da actividade pastoral. Solicitou então ao prelado a sua transferência para um lugar de professor no Seminário de São José, em Faro, o que não lhe foi concedido. Perante a recusa, resolveu concorrer a um lugar de capelão militar, sendo colocado em 1889 como capelão do Regimento de Infantaria n.º 15, de Lagos. Durante os anos em que esteve colocado em Lagos, manteve uma intensa actividade social e cultural, criando uma escola particular para estudos liceais, de que foi professor, e fundando, em 1891, o jornal O Lacobrigense, que dirigiu e editou. Naquele jornal publicou vários trabalhos relacionados com a cultura algarvia, pois dedicou-se ao estudo de temas da etnografia algarvia, sobre a qual publicou diversos artigos em vários periódicos. A sua carreira de capelão militar levou a que fosse transferido de Lagos para Santarém, continuando paralelamente a dedicar-se ao ensino particular e aos estudos de filologia. Foi assim que também leccionou em escolas particulares de Santarém. Colocado depois no Regimento de Infantaria n.º 17, em Beja, acumulou naquela cidade as funções de capelão com os cargos de professor interino do Liceu e de professor do Seminário de Beja. Em colaboração com o professor monchiquense José António Gascon (1851-1931), publicou na Revista Lusitana, tomo VII (1902; separata em 1906), os resultados da recolha etnográfica que realizara no Algarve, intitulada Dialectos Algarvios, trabalho presumivelmente iniciado quando residiu no concelho de Monchique. Na mesma revista, entre abundante colaboração, em 1900 publicou também a obra Subsídios para o Romanceiro Algarvio. Com a implantação da República, a capelania do Exército Português foi extinta o que o levou a passar para o ensino oficial a tempo inteiro. Abandonou então o sacerdócio, casando civilmente com Matilde Cardoso de Araújo Nunes. Já filólogo reconhecido e apoiante dos ideais republicanos, em 1911 foi nomeado pelo Governo da República vogal secretário da comissão da Reforma Ortográfica de 1911. Na continuação da sua carreira na docência liceal, foi sucessivamente professor do Liceu de Beja, do Liceu de Santarém e do Liceu Camões, em Lisboa, antes de ser colocado como professor do Colégio Militar. Em 1913 foi eleito sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, instituição de que passou em 1926 à categoria de sócio efectivo. Já com uma carreira feita e uma sólida reputação académica como investigador da linguística, em 1914, com 55 anos de idade, foi nomeado professor extraordinário de Filologia Clássica da Faculdade de Letras de Lisboa. No ano de 1917, em reconhecimento do seu saber e numerosas contribuições bibliográficas, foi feito Doutor em Letras e promovido a professor catedrático e em 1928 escolhido para o cargo de director daquela Faculdade. Em 1929 retirou-se da actividade académica por atingir o limite de idade. Na sua vida profissional destacou-se pelos seus conhecimentos de latim e de grego clássico e como um reputado especialista no estudo da Antiguidade Clássica, a que aliava um perfil discreto e uma grande capacidade pedagógica. Na Faculdade de Letras foi colega e colaborador de Leite de Vasconcelos e de José Maria Rodrigues, convivendo com lentes como Adolfo Coelho, Carolina Michaelis e David Lopes. Já viúvo, retornou à Igreja Católica Romana, que abandonara quando casou, tendo estado algum tempo recolhido no convento franciscano de Varatojo, mas veio a falecer na sua casa de Lisboa, vítima de pneumonia, pouco depois do seu regresso ao catolicismo. Publicou vários trabalhos de lexicografia dialectal e lexicografia histórica e estudos avulsos de etimologia e de onomástica, contribuindo para o enquadramento geral na descrição dos fenómenos da fonética histórica da língua portuguesa. Também se dedicou ao estudo e à edição de textos medievais, nomeadamente obras de carácter hagiográfico, com destaque para as vidas de santos portugueses, muitas delas inéditas. Na vertente didáctica, elaborou e publicou compêndios gramaticais e antologias (então designadas crestomatias) destinados a serem utilizados pelos estudantes liceais. A sua vasta bibliografia versa ainda temas como a toponímia, a história e a cultura. Como sócio correspondente, e depois efectivo, da Academia de Ciências de Lisboa, apresentou vários trabalhos de índole científica naquela instituição, à qual legou o seu espólio literário. Foi ainda membro de várias agremiações académicas e científicas e representou Portugal em congressos e reuniões internacionais. Especialista em filologia clássica era um notável poliglota, falando e escrevendo correctamente em várias línguas. A vasta obra literária que deixou, em boa parte actual, tem sido objecto de artigos, livros e teses académicas. Alguns dos seus inéditos, sobretudo obras de literatura, encontram-se depositados na Academia de Ciências de Lisboa. É lembrado na toponímia da cidade de Portimão, onde uma rua ostenta o seu nome. O grosso da sua bibliografia foi publicado na Revista Lusitana e no Boletim da Academia das Ciências de Lisboa, mas é autor de diversas monografias, entre as quais:


  • Homens e Cães

    Homens e Cães
    Homens e Cães «€15.00»

    A.Vicente Campinas – Homens e Cães – Alfaómega – Lisboa – 1979. Desc. 148 pág / 20,5 cm x 13,5 cm / Br. «1.ª Edição»

     

    António Vicente Campinas (Vila Nova de Cacela, 1910 – Vila Real de Santo António, 1998) é um poeta e prosador português algarvio. Começou a editar poesia em 1938, com o livro «Aguarelas». Entre as suas obras poéticas conta-se o livro Raiz da Serenidade. Em 1952 publica o seu primeiro romance «Fronteiriços», dedicado aos contrabandistas. Publicou ainda livros de contos. Especialmente famoso é o seu poema “Cantar Alentejano”, em honra de Catarina Eufémia, musicado por José Afonso, no álbum “Cantigas de Maio” editado no Natal de 1971.


  • Algarve Ilustrado / Ano – 1970-1970

    Algarve Ilustrado / Ano – 1970 – N.º 11 de Dezembro – Janeiro / N.º 12 de Fevereiro / N.º 13/14 de Março e  Junho / N.º 15/16 de Julho a Novembro – Directora – Maria Fernanda Athayde Ferreira /Editor – António Gomes Afonso / Propriedade : Publicações Algarve – Portugal – Redactores Principais: Carlos Silvestre * Nuno Cabeçadas * / Fotógrafos: Hélder * A .Lopes * Olavo Moreira  – Faro – 1970. Desc. 48 + 48 + 80 + 80  / 33 cm x 24 cm / Br. Ilust. (Ano Completo)

    «€40.00»

  • Revista / Algarve Ilustrado – 1969-1969

    Revista Algarve Ilustrado – N.º 8 – Setembro / N.º 9 de Outubro / N.º 10 de Novembro  – Directora – Maria Fernanda Athayde Ferreira /Editor – António Gomes Afonso / Propriedade : Publicações Algarve – Portugal – Redactores Principais: Carlos Silvestre * Nuno Cabeçadas * / Fotógrafos: Hélder * A .Lopes * Olavo Moreira  – Faro – 1971. Desc. 48 + 80 + 48 / 33 cm x 24 cm / Br. Ilust.(Ano Completo)

    «€30.00»

  • Portugal

    Portugal
    Portugal «€25.00»

    Gilbert Renault (Présentation) António de castelo Branco et de António Santos D’ Almeida (Photographies) Notices Géographiques Histoques et Archéologiques de Magdelaine Parisot –  Portugal – “Les Albums des Guides Bleus” – Librairie Hachette –  Paris – 1957. Desc. 126 pág /21,5 cm x 6,5 cm / E. Ilust.

     


  • Mediadoras

    Mediadoras
    Mediadoras «€35.00»

    António Ramos Rosa – Mediadoras – Ulmeiro – Lisboa – 1985. Desc. 68 pág / 22 cm x 14,5 cm / Br. «1.ª Edição» Com Autografo de Autor

     

    …..António Ramos Rosa (1924-2013) – António Victor Ramos Rosa nasceu em Faro a 17 de Outubro de 1924. Frequentou em Faro os estudos secundários, que não concluiu por motivos de saúde. Trabalhou como empregado de escritório, desenvolvendo simultaneamente o gosto pela leitura dos principais escritores portugueses e estrangeiros, com especial preferência pelos poetas. Em 1945 vai para Lisboa e dois anos depois volta a Faro, tendo integrado as fileiras do M.U.D. Juvenil, onde militou activamente. Regressado a Lisboa, foi professor de Português, Francês e Inglês, ao mesmo tempo que estava empregado numa firma comercial, e começou a fazer traduções para a Europa-América, trabalho que nunca mais abandonaria e no qual veio a atingir notável qualidade.poetaImage00001s experimentalistas. Após um decisivo encontro com a poesia de Éluard, A.R.R. abandona definitivamente a retórica e a imagística neo-realista e surrealista, para se concentrar numa palavra solar, pura e rigorosa, podemos dizer mesmo elementar, à medida que a exigência de um retorno à origem se tornará numa das suas obsessões. Exigência que lhe pedirá até para substituir à sua própria voz uma verdadeira voz inicial (título de uma recolha de 1960), memória da criação mais remota, que se ergue de um território onde se indistinguem sujeito e objecto. Como nota Eduardo Lourenço, a poesia de A.R.R. nunca mais abandonará esse porto «anterior a todos os portos». Esta poética do puro início expande-se a todo o espaço e a toda a matéria, através dum erotismo mediado pelo corpo próprio, pelo corpo da mulher, pelo corpo da terra, pelo corpo da palavra. Da apropriação destes espaços através da palavra poética, nunca dada a priori mas conquistada através de um desejo, de um esforço, de uma viagem, nasce uma felicidade exultante e viva que frequentemente nos é transmitida por metáforas de claridade. O contraponto desta plenitude meridional é a dificuldade com que o poeta se debate ao tomar consciência da sombra que nasce da raíz de toda a realidade e da realidade de toda a palavra. A luta entre a luz e as trevas, que é central em Sobre o Rosto da Terra, vai invadindo gradualmente de negatividade a poesia subsequente, até lhe ameaçar toda a arquitectura em A Pedra Nua (1972), onde a plenitude solar dos primeiros livros é substituída pela inquietante suspeição sobre o poder dessa mesma palavra, num território cada vez mais calcinado, até ao limite dum dizer que perde o fio e se transforma num quase ininteligível balbuciar (Declives, 1980). A partir de Volante Verde (1986) assistimos no entanto a uma espécie de «reconciliação com as palavras» através duma certa forma de integração da ausência, já não combatida mas incluída como forma estruturante da própria poesia. O poeta encontra então um novo fôlego, através da «enigmática profusão da terra», numa exaltação da natureza que adquire uma feição animista. O universo poético de A.R.R., jogando com um número relativamente restrito de vocábulos e de temas, dá predominância às palavras substantivas e elementares tais como: pedra, água, árvore, cal, mão, muro, e mesmo às formas mais ínfimas e humildes: unha, insecto, pó, cabelo, sopro, espuma, baba do caracol. Estes elementos são retomados e combinados caleidoscopicamente, em ciclos que continuamente se reiniciam. A exploração ontológica e poética vai-se processando em movimentos cada vez mais lentos e subtis, num itinerário em que a densidade do espaço e a substância dos objectos se vai tornando progressivamente mais permeável e transparente. A desmaterialização das coisas e da língua que as diz liga-se intimamente ao modo como o poeta apreende o ser do universo – misto de presença e de ausência, de verdade e não-verdade, de sim e de não (O Não e o Sim é aliás título de uma recolha de 1990). Criando um campo semântico sobre a finíssima linha de demarcação entre a afirmação e a negação, o poeta foge da dicotomia, da disjunção, da determinação, num espaço cada vez mais aberto e ilimitado, que se adequa cada vez melhor à manifestação «do que não tem nome». O poeta, que procura entrar em consonância com esse horizonte do real, torna-se também ele corpo místico e mítico do universo, onde se conciliam por fim todos os contrários. Poesia de coordenadas eminentemente espaciais, ela tem evoluído ultimamente no sentido de uma mais acentuada articulação discursiva, a par de uma aguda consciência da passagem do Tempo, com as questões que essa consciencialização coloca: «será ainda possível construir sobre a cinza do tempo / a casa da maturidade com as suas constelações brancas?» A. R. R. recebeu vários prémios de poesia, o primeiro dos quais pela obra Viagem Através de Uma Nebulosa, partilhado ex-aequo com Henrique Segurado. Em 1980, o Prémio do Centro Português da Associação de Críticos Literários, pelo livro O Incêndio dos Aspectos; em 1988, o Prémio Pessoa; em 1989, o Prémio APE/CTT, pela recolha Acordes, e, em 1990, o Grande Prémio Internacional de Poesia, no âmbito dos Encontros Internacionais de Poesia de Liège…. O continuado interesse pela actividade literária levou-o a relacionar-se com um grupo de escritores que o incentivaram na publicação dos seus poemas e artigos de crítica, tendo colaborado em numerosos jornais e revistas. Com alguns desses escritores, fundou em 1951 a revista Árvore, que veio a ser uma das mais marcantes da década, procurando divulgar os textos dos poetas e prosadores portugueses mais significativos no tempo, bem como os grandes nomes da literatura estrangeira. Co-dirigiu também as revistas Cassiopeia e Cadernos do Meio-Dia. A crescente importância que a actividade literária foi tomando na sua vida levou-o a certa altura a abandonar o emprego no escritório em que trabalhava, para a ela se dedicar exclusivamente, com todas as consequências que tal decisão acarretava. A atitude crítica que permanentemente exercitou sobre a sua própria palavra como sobre a palavra alheia faz de A.R.R. um dos mais esclarecidos críticos portugueses contemporâneos, o que se manifesta em inúmeros artigos e recensões sobre poetas portugueses e estrangeiros, bem como na publicação de vários ensaios centrados na temática da poesia. A.R.R. tem, no entanto, o cuidado de separar de uma forma muito nítida a sua actividade de crítico, em que não pode deixar de utilizar critérios e referências racionais, da sua actividade criadora: enquanto poeta faz da ignorância e da radical suspensão de todos os saberes e hábitos adquiridos o único método para a eclosão da sua palavra poética. Na verdade, a procura da palavra justa para dizer as «coisas nuas» e a reflexão sobre a realidade e a possibilidade dessa palavra é, talvez, o único tema desta poesia, na qual é, no entanto, possível assinalar diferentes fases: recortando-se duma problemática neo-realista de solidariedade para com o destino dos homens e do mundo, O Grito Claro (1958) e Viagem Através de Uma Nebulosa (1960) utilizam uma linguagem e uma vivência ainda devedoras dessa estética, combinadas com uma imagética herdada do surrealismo. Mas encontramos já de uma forma incipiente nessas primeiras recolhas algumas das constantes da obra do poeta: um enraizamento pelo corpo na Terra, não numa Terra utópica e futura, mas na materialidade mais originariamente primitiva da natureza; uma libertação, pela palavra mais solitária, de todas as prisões e constrangimentos que a poderiam cercear; uma permanente atenção à materialidade da própria linguagem poética, que a desliga tanto da sua função representativa como da sua função expressiva (pois não se trata já de exprimir um real subjectivo, tão caro aos poetas líricos). Esta particular concepção da Poesia irá ser retomada mais tarde quer pelo grupo «Poesia 61», quer pelos

     


  • Quem Canta

    Quem Canta
    Quem Canta «€35.00»

    Manuel Caetano de Sousa – Quem Canta… – Edição da livraria Palma & Fazenda. Ldª / Typ. União – Faro – 1924. Desc. 77 pág / 22 cm x 14 cm / Br. capa Desenho de  “Raul Carneiro” «1.ª Edição»

    Manuel Caetano de Sousa – Nasceu em S. Matias, no concelho de Beja a 23 de Fevereiro de 1891 e morreu no Hospital da Estrela em Lisboa a 13 de Abril de 1974 com 83 anos de idade. Logo aos 16 anos ingressa na vida militar como voluntário. Em 1908 foi promovido a segundo-sargento e colocado no 3º Batalhão de Infantaria nº 17 em Lagos, de onde, alguns anos depois transitou para o Regimento de Infantaria nº 4 em Faro. Casa-se com Maria Francisca Dias, que era natural de Lagos, deste casamento vão nascer três filhas. Oferece-se como voluntário no chamado “Batalhão de Portugal”, comandado pelo major Ferreira do Amaral e combate na Iª Guerra Mundial na França e na Flandres. Regressado a Portugal após a guerra, em 1918, fixa-se em Faro onde permaneceu até 1932. Na sequência da participação na Guerra, Manuel Caetano de Sousa recebeu a condecoração de cavaleiro da Ordem de Cristo, com palma, em Julho de 1920. Funda em 1922 o jornal Moca que foi o primeiro jornal de defesa do consumidor no Algarve e possivelmente um dos primeiros em Portugal com essa preocupação. Foi também neste jornal que encontramos um poema de António Aleixo publicado quando ele exercia a profissão de polícia em Faro no início dos anos vinte. Em 1925 foi candidato a deputado independente pelo círculo eleitoral de Silves, mas não conseguiu ser eleito. Envolveu-se activamente na revolta de 28 de Maio de 1926 devido à admiração que tinha por Mendes Cabeçadas e Gomes da Costa, como ele próprio reconhecia, mas desiludiu-se porque nunca desejou instaurar uma ditadura em Portugal e foi o que resultou da sua colaboração. Colaborou com diversos jornais e revistas da época entre os quais O Lusitano, O Diabo, Folha de Alte, Correio Teatral, Seara Nova, Portugal e Vida Algarvia, foi poeta de inspiração chegando mesmo a publicar um livro de versos muito bem acolhido pela crítica com o título Mãos Calejadas, dedicado a João Serra, que foi seu ordenança na Grande Guerra. Sabemos que também conseguiu ver publicados alguns dos seus versos na revista Seara Nova de que era admirador e assinante. Exerceu diversos cargos públicos no Algarve como o de Presidente da Junta Geral do Distrito, onde prestou particular atenção aos pobres e desprotegidos, nomeadamente no Asilo Esperança Freire, em 1929, onde chegou a internar mais de cem crianças a partir de 3 anos de idade; conseguiu também do Ministério da Guerra um despacho favorável ao arrendamento à Junta Geral do Distrito do antigo Quartel-General ao Alto de Santana, em Faro, para aí ser instalado um Asilo-Oficina Distrital para o sexo masculino; nessas funções realizou uma récita no Cine Teatro Farense [realizada a 17 de Julho desse ano e contou com a actuação do orfeão do asilo] tratou ainda de conseguir para Faro um Sanatório-Hospital para tuberculosos tendo a Junta Geral a que presidia dotado com 50 contos em prestações trimestrais. Manuel Caetano de Sousa fez parte da Comissão de Iniciativa e Turismo das Caldas de Monchique e de Faro, em 1931. Foi um dos fundadores da Mutualidade Popular em Faro. Foi um homem do 28 de Maio, no qual participou com acção importante,em Faro. Combateu os revoltosos de Fevereiro de 1927. As acusações que, noMoca, dirigiu ao Governador Civil custaram-lhe, como militar, o desterro para Évora, de onde continuou a clamar por justiça e contra a prepotência dos políticos. Regressado a Faro, continuou a querelar e a denunciar as ilegalidades das autoridades. Com a instauração e desenvolvimento da Ditadura Militar, afastou-se do regime, que nunca quis ditatorial, e esteve ligado ao movimento reviralhista. Colaborou em vários jornais. Foi poeta, chegando a publicar um livro de versos, Mãos Calejadas, dedicado ao olhanense João Serra que fora sua ordenança na Grande Guerra. Pertenceu à Maçonaria. Foi um dos responsáveis pela “Revista de Espiritismo”, da Federação Espírita Portuguesa, e chegou a abrilhantar a lista dos Corpos Sociais da Federação, da qual fazia parte aquando do seu encerramento. Publicou inúmeros artigos baseados em fenómenos mediúnicos, com que enriqueceu as páginas daquela Revista. Destacamos entre eles: “Estranha Entrevista”, Viagem Inesperada”, “A Arte e os Artistas”, “A Fonte e a Alma das Coisas”, “Luz nas Trevas”, “Os fenómenos Supranormais da Universidade Portuguesa”, “Deus e o Conhecimento Humano”… Mas também poemas como “Luz no Natal”, “Ao mais pobre dos meus Irmãos Pobrezinhos…”, ou “Auto da Vida e de Jesus” (Teatro Espiritualista), “Homem!”, mostram bem a sua diversidade intelectual e de como, em prosa ou em verso, ele procurava sempre chamar a atenção para o Divino, para Deus!