Terra de Acácias Rubras

Francisco Fernando da Costa Andrade ou simplesmente Costa Andrade, também conhecido por Ndunduma wé Lépi, nome de guerra adotado nos tempos da guerrilha no Leste de Angola, durante os idos anos 60 e 70, é natural do Lépi, localidade situada na atual província Huambo, onde nasceu há 71 anos, em 1936, portanto. Fez os estudos primários e liceais na cidade do Huambo e Lubango. Por razões que se prendiam com a falta de universidades ou outras escolas superiores na Angola colonial, como acontecia na generalidade com os jovens da sua geração, Costa Andrade encontrava-se em Portugal, nas décadas de 40 e 50, com o objetivo de, em Lisboa, realizar estudos de Arquitetura.Com Carlos Ervedosa, foi editor da Coleção Autores Ultramarinos da Casa dos Estudantes do Império, que desempenhou um papel decisivo na divulgação das literaturas africanas de língua portuguesa, especialmente da literatura angolana.
Tem colaboração dispersa em várias publicações periódicas. Publicou textos sob vários pseudônimos, sendo o mais recente o heterônimo Wayovoka André. Além de Portugal, fixou residência por longos períodos de tempo do seu exílio em países como Brasil, Yugoslávia e Itália, onde, além de prosseguir os estudos, desenvolveu uma intensa atividade de conferencista. É membro fundador da União dos Escritores Angolanos. Entre os vários pseudônimos que usou, destacam-se Africano Paiva, Angolano de Andrade, Fernando Emílio, Flávio Silvestre, Nando Angola. A versatilidade de Costa Andrade, confirma-se com a sua já conhecida faceta de artista plástico. Mas tal prova acima de tudo uma personalidade, um escritor, um artista que se encontra em permanente busca de materiais e matérias para o trabalho criativo, avultando na sua história pessoal a arte do compromisso e da ruptura ao mesmo tempo. Da sua bibliografia, em que se inscrevem obras de poesia, ficção e ensaio, destacam-se, entretanto, pelo seu número as obras de poesia. Publicou: Terra de Acácias Rubras, (poesia, 1961) Tempo Angolano em Itália (poesia, 1963); Poesia com Armas (poesia, 1975); O regresso e o canto (poesia,1975); O caderno dos Heróis (poesia, 1977); No velho ninguém toca (texto dramático, 1979); Literatura Angolana ( Opiniões), (ensaio, 1980); No país de Bissalanka (poesia, 1980); Estórias de Contratados (conto, 1980); Cunene corre para sul (poesia, 1984); Ontem e Depois (poesia, 1985) Lenha Seca (versões em português do fabulário de língua Umbundu, 1986); Os sentidos da pedra ( poesia, 1989); Falo de Amor por Amar (poesia), Lwini (poesia) com o heterônimo Wayovoka André, Limos de Lume (poesia, 1989); Irritação (poesia, 1996); Luanda: Poema em Movimento Marítimo (poesia) 1997.


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Costa Andrade – Terra de Acácias Rubras – Casa de Estudos do Império – Lisboa – 2014. Desc.[45] pág / 19 cm x 13 cm / Br. «€5.00»