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  • Ilusão * Entender – (Poesia)


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  • Contradições da Democracia * Cantata para Um Corpo * Formas de Fumo

  • Os Versículos Satânicos

    Os Versículos Satânicos
    Os Versículos Satânicos «€10.00»

    Salman Rushdie – Os Versículos Satânicos «Tradução de Ana Luísa Faria e Miguel Serras Pereira» – Publicações Dom Quixote / Círculo de Leitores – Lisboa – 1989. Desc. 493 pág / 23,5 cm x 16 cm / Br.

    Romance de Salman Rushdie, cujo título original é The Satanic Verses, é publicado em 1988 e provoca grande polémica no mundo muçulmano. A história centra-se em duas personagens, Gibreel Farishta e Saladin Chamcha, dois atores indianos que regressam de uma viagem à Índia de avião. Este explode, em sequência de uma bomba colocada por terroristas, pouco tempo antes do aparelho aterrar, no aeroporto de Heathrow, em Londres.  Apesar do trágico acontecimento, os dois indianos sobrevivem e, chegados a Inglaterra, começam a sofrer mudanças físicas. Gibreel Farishta, cujo apelido em hindi e urdu significa “anjo”, passa a possuir uma auréola, enquanto Saladin Chamcha, cujo sobrenome significa “bajulador”, transforma-se num meio homem, meio bode, com chifres, hálito hediondo, pés fendidos e um falo de dimensões descomunais.  As duas figuras tornam-se assim metamorfoses do bem e do mal; um deles, tomando as características de anjo e, o outro, de diabo. Ao longo da obra, as duas personagens começam a confundir-se, originando um conflito entre o bem e o mal. Gibreel começa a ficar cada vez mais perturbado em relação à sua identidade em Inglaterra, à fé que vai perdendo e à sua relação amorosa com Allelluia Cone. Por sua vez, Saladin torna-se mais consciente da sua herança indiana e começa a aceitar tudo aquilo recusava. No fim da ação, Gibreel, perturbado, acaba por suicidar-se a fim de libertar-se da confusão mental que o atormentava, enquanto Saladin melhora, nalguns aspetos, o seu carácter. A obra provocou grande polémica no mundo islâmico que criticou não só a linguagem violenta e obscena, como também a utilização de figuras, imagens e instituições, ligadas à história islâmica, embora sem representação de entidades reais.  Para os muçulmanos, a obra contém diversas referências que ofendem a sua religião. Repare-se no aproveitamento do título do romance: os “versículos satânicos” do Corão foram retirados pelo próprio profeta Maomé do texto original, dado que tinham sido revelados por Satanás e não pelo arcanjo Gabriel.  Outras referências do livro afrontaram a religião muçulmana. Destaca-se o sonho de Gibreel (após a sua metamorfose), através do qual é narrada a história de Jahilia e Mahound, aproveitando-se o momento onírico para falar sobre o Islão. O escritor criou um profeta ficcional, chamado Mahound, nome utilizado na época medieval por anti-islamitas para ridicularizar a versão satânica de Maomé.  Evidenciam-se ainda como ofensas ao Islão as referências às atividades sexuais de Mahound e ao bordel Hijab, nome que significa “véu” e com o qual as mulheres muçulmanas cobrem a cabeça. No bordel, aparecem as doze mulheres do Profeta, chantageando os clientes em troca de momentos de prazer. A localização do bordel, perto do Ka’aba (o primeiro lugar de culto do Islão) é também uma provocação à prática religiosa. Em consequência da publicação do livro, foi emitida, a 14 de Fevereiro de 1989, uma fatwa (decreto religioso) pelo “Ayatollah” Ruhollah Khomeini, condenando não só o escritor à morte, acusado de blasfémia e de apostasia, como também todos aqueles envolvidos na publicação e divulgação do livro. O líder religioso ofereceu uma recompensa monetária a quem matasse Salman Rushdie que, a partir dessa altura, passou a viver sob protecção da polícia britânica. Posteriormente, o escritor emitiu um pedido de desculpas pelas ofensas causadas aos muçulmanos, reafirmando o seu respeito pelo Islão, ao publicar, em 1990, o livro In Good Faith. No entanto, a fatwa não foi retirada e, quinze anos depois, a 14 de Fevereiro de 2006, a Fundação dos Mártires anunciou que a fatwa, proclamada por Khomeini sobre Rushdie, permanecerá em vigor eternamente e ofereceu um prémio de 2,8 milhões de dólares (2,3 milhões de euros) pela morte do escritor. Durante esses quinze anos, o romance foi banido em vários países, como Índia, Paquistão e África do Sul e várias cópias da obra foram queimadas por comunidades muçulmanas, em demonstração de desprezo e censura. Em 1991, o tradutor italiano do livro, Ettore Capriolo, foi seriamente ferido e o tradutor japonês, Hitoshi Igarashi, assassinado. Em 1993, o editor do livro na Noruega, William Nygaard, foi gravemente ferido. Em 1988, o romance não só recebeu o Prémio Whitbread, como também foi um dos candidatos finalistas ao Booker Prize for Fiction.


  • Líricas de Camões

    Líricas de Camões
    Líricas de Camões «€130.00»

    José Maria Rodrigues e Afonso Lopes Vieira – Líricas de Camões (Edição Critica) – Imprensa da Universidade de Coimbra / Biblioteca de Escritores Portugueses – Série C – Coimbra 1932. Desc. 385 + LXXIV pág + 1 Estampa / 23 cm x 16 cm / E.


  • A Mulher de Luto

    A Mulher de Luto
    A Mulher de Luto «€45.00»

    Gomes Leal – A Mulher de Luto (Processo Ruidoso e Singular) Ilustrada – Polyanthéa «Prefácio de Boavida Portugal, Fernando Reis e Luis Cebola» – Livraria Central, Editora – Lisboa – 1924. Desc. 192 pág / 24 cm x 16,5 cm / Br. Ilust. «2.ª Edição»

    António Duarte Gomes Leal (Lisboa, 6 de Junho de 1848 — 29 de Janeiro de 1921)  foi um poeta e crítico literário português. Nasceu na praça do Rossio, freguesia da Pena, em Lisboa, filho natural de João António Gomes Leal (m. 1876), funcionário da Alfândega, e de Henriqueta Fernandina Monteiro Alves Cabral Leal. Frequentou o Curso Superior de Letras, mas não o concluiu, empregando-se como escrevente de um notário de Lisboa. Durante a sua juventude assumiu pose de poeta boémio e janota, mas, com a morte da sua mãe, em 1910, caiu na pobreza e reconverteu-se ao catolicismo. Vivia da caridade alheia, chegando a passar fome e a dormir ao relento, em bancos de jardim, como um vagabundo, tendo uma vez sido brutalmente agredido pela canalha da rua. No final da vida,Teixeira de Pascoaes e outros escritores lançaram um apelo público para que o Estado lhe atribuísse uma pensão, o que foi conseguido, apesar de diminuta. Foi um dos fundadores do jornal “O Espectro de Juvenal” (1872) e do jornal “O Século” (1881), tendo colaborado também na Gazeta de Portugal, Revolução de Setembro e Diário de notícias. Tem ainda colaboração na revista Ilustrada Nova Silva (1907) e outras publicações periódicas, nomeadamente: O Berro  (1896), Branco e Negro (1896-1898), Brasil-Portugal (1899-1914), A Corja  (1898), A galeria republicana (1882-1883), A imprensa (1885-1891), Jornal de domingo (1881-1888) A leitura (1894-1896),  A mulher (1879), As quadras do povo (1909), Ribaltas e gambiarras (1881), O Thalassa (1913-1915), Argus  (1907), o Xuão (1908-1910) e no jornal Miau! (1916). A sua obra insere-se nas correntes ultra-romântica, parnasiana, simbolista e decadentista.


  • Durante a Fogueira

    Durante a Fogueira
    Durante a Fogueira «€20.00»

    António Sardinha – Durante a Fogueira (Paginas de Guerra) – Livraria Universal de Armando J. Tavares – Lisboa – 1917. Desc. 280 pág / 19 cm x 13 cm / Br. «1.ª Edição»

     

     

    António Maria de Sousa Sardinha (Monforte, 9 de Setembro de 1887 — Elvas, 10 de Janeiro de 1925) foi um político, historiador e poeta português. Destacou-se como ensaísta, polemista e doutrinador, produzindo uma obra que se afirmou como a principal referência doutrinária do Integralismo Lusitano. A sua defesa de uma monarquia tradicional, orgânica, anti parlamentar ou anticonstitucional e antiliberal serviu de inspiração a uma influente corrente do pensamento político português da primeira metade do século XX. Apesar de ter falecido prematuramente, conseguiu afirmar-se como referência incontornável para os monárquicos que recusaram condescender com o Salazarismo António Sardinha foi um adversário da Monarquia da Carta (1834-1910) chegando, no tempo de estudante na Universidade de Coimbra, a defender a implantação de uma república em Portugal. Depois de 5 de Outubro de 1910, durante a Primeira República ficou profundamente desiludido com ela e acabou por se converter ao ideário realista da monarquia orgânica, tradicionalista, anti parlamentar do “Integralismo Lusitano”, de que foi um dos mais destacados defensores. Em 1911 já estava formado em Direito pela respectiva universidade e no final do ano de 1912, escrevia a comunicar a sua «conversão à Monarquia e ao Catolicismo — “as únicas limitações que o homem, sem perda de dignidade e orgulho, pode ainda aceitar“. E abençoava “esta República trágico-cómica que (o vacinara) a tempo pela lição da experiência…“. Imediatamente juntou-se a Hipólito Raposo, Alberto de Monsaraz, Luís de Almeida Braga e Pequito Rebelo, para fundar a revista Nação Portuguesa, publicação de filosofia política, a partir da qual foi lançado o referido movimento monárquico do Integralismo Lusitano. A lusitana antiga liberdade do verso de Luís de Camões era uma referência dos integralistas, tendo no municipalismo e no sindicalismo duas palavras-chave de um ideário político que não dispensava o Rei, entendido como o Procurador do Povo e o melhor garante e defensor das liberdades republicanas. António Sardinha era anti-maçónico e na sua sequência anti-iberista, em 1915, tendo prenunciar-se na Liga Naval de Lisboa uma conferência onde alertava para o perigo de uma absorção de Portugal por Espanha . Em vez da fusão dos estados desses dois países, propunha uma forte liga entre todos os povos hispânicos, a lançar por intermédio de uma aliança entre os dois, ambos reconduzidos à monarquia. A Aliança Peninsular entre as duas e seus reinos seria, na sua perspectiva, o ponto de partida para a constituição de uma ampla Comunidade Hispânica (dos povos de língua portuguesa e espanhola), a base mais firme onde assentaria a sobrevivência da civilização ocidental. Durante o breve consulado de Sidónio Pais, foi eleito deputado na lista da minoria monárquica. Após o assassinato desse presidente da República, em 1919, exilou-se em Espanha após a sua participação na fracassada da tentativa restauracionista de Monsanto e da “Monarquia do Norte”. Ao regressar a Portugal, 27 meses depois, tornou-se director do diário A Monarquia. António Sardinha morreu jovem, com apenas 37 anos .


  • Biblioteca Breve


  • A Invasão a Revolução dos Beatos (Teatro)

    A Invasão a Revolução dos Beatos (Teatro) «€30.00»
    A Invasão a Revolução dos Beatos (Teatro) «€40.00»

    Dias Gomes – A Invasão a Revolução dos Beatos (Teatro) – Editora Civilização Brasileira – Rio de Janeiro – 1962. Desc. 255 pág / 21 cm x 14 cm / Br  «1.º Edição – Autografado»

    Alfredo de Freitas Dias Gomes, mais conhecido pelo sobrenome Dias Gomes, (Salvador, 19 de Outubro de 1922 —São Paulo, 18 de maio de 1999) foi um romancista, dramaturgo, autor de telenovelas e membro da Academia Brasileira de Letras. Também conhecido pelo seu casamento com a também escritora Jenete Stocco Emmer (Janete Clair). Dias Gomes nasceu em Salvador, na Bahia, em 19 de Outubro de 1922. Filho de Alice Ribeiro de Freitas Gomes e Plínio Alves Dias Gomes, um engenheiro, fez o curso primário no Colégio Nossa Senhora das Vitórias, dos Irmãos Maristas, e iniciou o secundário no Ginásio Ipiranga. Em 1935, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde prosseguiu o curso secundário no Ginásio Vera Cruz e posteriormente no Instituto de Ensino Secundário. Em 1943, ingressou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, abandonando o curso no terceiro ano.Foi no ambiente radiofónico que Dias Gomes travou contacto pela primeira vez com aquela que viria a se tornar sua primeira esposa, a então desconhecida Jenete (Janete Clair). Com ela casou-se em 13 de Março de 1950, teve os filhos: Alfredo Dias Gomes, Guilherme Dias Gomes, Marcos Plínio (falecido) e Denise Emmer. Viúvo de Janete Clair, que morrera um ano antes, em 1984 Dias casa-se com a actriz Bernadeth Lyzio, com quem tem duas filhas: Mayra Dias Gomes (escritora) e Luana Dias Gomes. Dias Gomes morreu num acidente automobilístico em 18 de maio de 1999. Essencialmente um homem de teatro, aos 15 anos Dias Gomes escreveu sua primeira peça, A Comédia dos Moralistas, com a qual ganharia o prémio do Serviço Nacional de Teatro e pela União Nacional dos Estudantes (UNE), no ano seguinte. Em 1941 sua peça Amanhã Será Outro Dia chega às mãos do ator Procópio Ferreira que, empolgado com a qualidade do texto, chama o autor para uma conversa. Embora tivesse gostado do que lera, tratava-se de um drama antinazista e Procópio achava arriscado levar à cena um espectáculo desse porte em plena Segunda Guerra Mundial. Quando questionado se não teria uma outra peça, de comédia talvez, Dias lembrou-se de Pé de Cabra, uma espécie de sátira ao maior sucesso de Procópio até então, e não hesitou em levá-la ao grande actor que, entusiasmado, comprometeu-se a encená-la. Sob a alegação de que a peça possuía alto conteúdo marxista, Pé de Cabra seria proibida no dia da estreia. Curioso notar que, embora anos depois o autor viesse a se filiar ao Partido Comunista Brasileiro, até então Dias IMG_2683Gomes nunca havia lido uma só linha de Karl Marx. Graças à sua influência, Procópio consegue a liberação da peça, mediante o corte de algumas passagens, e a mesma é levada à cena com grande sucesso. No ano seguinte, Dias Gomes assinaria com Procópio aquele que seria o primeiro grande contrato de sua carreira, no qual se comprometia a escrever com exclusividade para o ator. Desse período nasceram Zeca Diabo, João Cambão, Dr. Ninguém, Um Pobre Géio e Eu Acuso o Céu. Infelizmente nem todas as peças foram encenadas, pois logo Dias e Procópio se desentenderam por sérias divergências políticas. Refletindo o pensamento da época, Procópio não concordava com as preocupações sociais que Dias insistia em discutir em suas peças. Tais diferenças levariam o autor a se afastar temporariamente dos palcos e ele passou a se dedicar ao rádio. De 1944 a 1964 Dia Gomes adaptou cerca de 500 peças teatrais para o rádio, o que lhe proporcionou apurado conhecimento da literatura universal. Em 1960 Dias Gomes volta aos palcos com aquele que viria a ser o maior êxito de sua carreira, pelo qual se tornaria internacionalmente conhecido: O Pagador de Promessas. Adaptado para o cinema, O Pagador seria o primeiro filme brasileiro a receber uma indicação ao Óscar e o único a ganhar a Palma de Ouro em Cannes. Em 1965 Dias assiste, perplexo, à proibição de sua peça O Berço do Herói, no dia da estreia. Adaptada para a televisão com o nome de Roque Santeiro, a mesma seria proibida uma década depois, também no dia de sua estreia. Somente em 1985, com o fim do Regime Militar, o público iria poder conferir a Roque Santeiro – que, diga-se de passagem, viria a se tornar uma das maiores audiências do género. Com a implantação da Ditadura Militar no Brasil, em 1964, Dias Gomes passa a ter suas peças censuradas, uma após a outra. Demitido da Rádio Nacional, graças ao seu envolvimento com o Partido Comunista, não lhe resta outra saída senão aceitar o convite de Boni, então presidente da Rede Globo, para escrever para a televisão. De 1969 a 1979 Dias Gomes dedica-se exclusivamente ao veículo, no qual demonstra incomum talento. Em 1972 Dias Gomes levaria o povo para a televisão ao ambientar Bandeira 2 no subúrbio carioca. Em 1973 escreveu a primeira novela em cores da televisão brasileira, O Bem Amado. Em 1974 já falava em ecologia e no crescimento desordenado da cidade com O Espigão. Em 1976, com Saramandaia, abordaria o realismo fantástico, então em moda na literatura. O fracasso de Sinal de Alerta, em 1978, leva Dias a se afastar do género telenovela temporariamente. Ao longo de toda a década de 1980, Dias Gomes voltaria a se dedicar ao teatro, escrevendo para a televisão esporadicamente. Datam desse o período os seriados O Bem Amado e Carga Pesada (apenas no primeiro ano), e as novelas Roque Santeiro e Mandala, das quais escreveria apenas parte. Nos anos 90, Dias Gomes viraria as costas de vez para as telenovelas, dedicando-se única e exclusivamente às mini séries.