Compreender Paula Rego«25 Perspectivas»

Compreender Paula Rego«25 perspectivas» «€20.00»
Compreender Paula Rego«25 perspectivas» «€20.00»

Ruth Rosengarten – Compreender Paula Rego«25 Perspectivas» Coleção de Arte Contemporânea – Edição Publicação Fundação Serralves – Porto – 2004. Desc 166 paginas de 27cm x21cm com Capa de Encadernação de Origem

 

 

 

Oriunda de uma família republicana e liberal, com ligações às culturas inglesa e francesa Paula Rego iniciou seus estudos no Colégio Integrado Monte Maior, seguindo para a St. Julian’s School em carcavelos onde os professores cedo lhe reconheceram o talento para a pintura. Incentivada pelo pai a prosseguir o seu desenvolvimento artístico fora do Portugal Salazarista dos anos 50 partiu para Londres, onde estudou na Slade School of Fine Art, até 1956. Conheceu o pintor Victor Willing (19501999), com quem se casou em 1959. Entre 1959 e 1962 viveu na Ericeira. Numa ida a Londres, conheceu o pintor Jean Dubuffet, referência determinante na sua criação artística, usualmente definida como Arte bruta. Ao longo da década de 1960 assina exposições colectivas em Inglaterra e, em 1966, entusiasma a crítica ao expôr individualmente, na Galeria de Arte Moderna da então Escola de Belas-Artes de LisboaNa década de 1970, com a falência da empresa familiar, vende a quinta da Ericeira e radica-se em Londres. Torna-se bolsista da Fundação Calouste Gulbenkian para fazer pesquisa sobre contos infantis, em 1975, e figura com onze obras na exposição Arte Portuguesa desde 1910 (1978), dominado pelas colagens. Volta à pintura, mais livre e mais directa, retratando o mundo intimista e infantil, inspirado em dados reais ou imaginários, com figuras de um teatro de crianças de Victor Willing (o macaco, o leão e o urso), interpretando as histórias que Paula inventa. A obra literária de George Orwell inspira-a no painel Muro dos Proles (1984), com mais de seis metros de comprimento, onde estabelece um paralelismo com as figuras de Hieronymus BoschDá uma viragem radical na sua obra com a série da menina e do cão. A figura feminina assume claramente a liderança na acção, enquanto o cão é subjugado e acarinhado. A menina faz de mãe, de amiga, de enfermeira e de amante, num jogo de sedução e de dominação que continua em obras posteriores. Tecnicamente as figuras ganham volume, o espaço ganha solidez e autonomia, a perspectiva cenográfica está montada. Em 1987, Paula Rego assina com a galeria Marlborough Fine Art, o passo que faltava para a divulgação internacional. A morte do seu marido, também nesse ano, é assinalada em obras como O Cadete e a IrmãA PartidaA Família ou A Dança, de 1988. A convite da National Gallery, em 1990, vai ocupar um ateliê no museu e pintar várias obras inspiradas na colecção. Desse período destaca-se Tempo – Passado e Presente (19901991). Em 1994, realiza a série de pinturas a pastel intitulada Mulher Cão, que marca o início de um novo ciclo de mulheres simbólicas. Impõe a sua consciência cívica em Aborto (19971999), numa crítica ao resultado do primeiro referendo a essa matéria, realizado em Portugal em 1997Inaugura a 18 de Setembro de 2009, a sua Casa das Histórias Paula Rego, que nasce com o intuito de acolher e promover a divulgação e estudo da sua obra. Das distinções que recebeu, salienta o Prémio Celpa /Vieira da Silva de Consagração e o Grande Prémio Soquil. Em Junho de 2010 recebeu da Rainha Isabel II a Ordem do Império Britânico com o grau Dama Oficial, pela sua contribuição para as artes.A par de Maria Helena Vieira da Silva, Paula Rego é a pintora portuguesa mais aclamada a nível internacional, estando colocada entre os quatro maiores pintores vivos em InglaterraEm 2011 recebe o Doutoramento Honoris Causa da Universidade de Lisboa.