Roman Osipovich Jakobson (em russo: Роман Осипович Якобсон; 11 de outubro de 1896 – 18 de julho de 1982) foi um pensador russo que se tornou num dos maiores linguistas do século XX e pioneiro da análise estrutural da linguagem, poesia e arte. Foi chamado de “o poeta da linguística” por Haroldo de Campos, sendo o criador das famosas funções de linguagem, entre elas figurando a função poética, e tendo feito, por exemplo, estudos sobre as obras de Edgar Allan Poe, Fernando Pessoa e Bertolt Brecht. Sua vida foi baseada no conhecimento, e principalmente em espalhar o conhecimento pelo mundo, sempre comparando culturas para que elas pudessem ter um sentido que foi o início de suas teorias. Conseguiu transformar conceitos que até hoje são seguidos. Acima de tudo se manteve firme diante de regimes cruéis, o que o levou a se refugiar em diferentes países. Jakobson encontrou “O Corvo”, de Edgar Allan Poe, como um dentre os terrenos privilegiados para expor suas investigações. Dentre as inúmeras engenhosas figurações de som-sentido (consecução do sentido no desenho material do som) que Jakobson evidencia no tecido do poema, cumpre por em evidência aquela que se tornou célebre por seu caráter exemplar dos procedimentos poéticos utilizados por Poe. O Corvo (Raven) repete, ao longo do poema, no lamento monótono do refrão, a expressão Nunca mais(Never more). Ora, raven (RVN), demonstra Jakobson, é a inversão fonológica perfeita de Never (NVR). Nessa medida, a palavra Never, desolado refrão que o pássaro imutavelmente repete, constitui numa imagem invertida da própria palavra Raven (Corvo). O corvo não podia dizer outra coisa, senão virar seu próprio nome pelo avesso. E-7 a.d.’