Carlos Mercês de Melo, S. J. – The Recruitmant And Formation Of The Native Clergy in India (16th – 19th Century) An Historico – Canonical Study – Agência Geral do Ultramar / Divisão de Publicações e Biblioteca – Lisboa – 1955. Desc. XXXI + 358 pág / 23 cm x 15,5 cm / Br.
Walfrido Moraes – Jagunços e Heróis «A Civilização do Diamante nas Lavras da Bahia » – Editora Civilização Brasileira S. A. – Rio de Janeiro – 1963. Desc. 212 pág / 21 cm x 14 cm / Br.
Walfrido Moraes, político, jornalista, professor e escritor, nasceu em Lenções e diplomou-se pela antiga Faculdade de Filosofia da Bahia, onde cursou jornalismo, história e geografia. Passou a infância em sua cidade natal onde, disse Evelina Hoisel, viveu intensamente sua meninice, “embrenhando-se nas suas paisagens e nos seus conflitos e, por isso mesmo, deixou um legado de relatos que constituem importantes documentos para se conhecer a história das lutas políticas da Chapada Diamantina”. Culto e de natureza simples e comunicativa, de temperamento lhano e cativante, honrou as letras baianas legando à posteridade “Jagunços e Heróis”, livro indispensável para o entendimento do jagunço e sua luta fratricida. O jagunço, disse ele, não deve ser confundido com o bandoleiro ou o cangaceiro, Não obstante a capacidade de luta e a coragem inolvidável de uns e outros, temos de convir que o jagunço é um homem de trabalho, entregue à pastorícia, à lavoura ou ao garimpo, raramente mercenário profissional, pegando em armas coletivamente na defesa de seus direitos”. Walfrido Ingressou na Academia de Letras da Bahia no dia 28 de maio de 1991. Ninguém melhor do que ele descreveu a guerra entre os coronéis e o Governo, guerra que transformou as Lavras Diamantinas em um teatro de conflitos e tensões que marcaram para sempre a história da região. Este fato, narrado de forma magistral por Walfrido Moraes, “contagiou a todos, sobretudo os meninos do seu tempo”. O sonho da juventude era participar do cenário da guerra, fazer parte da cidade sitiada pelas tropas do governo e pelos jagunços do Coronel Horácio de Matos. Esse quadro fratricida mobilizou o imaginário dos meninos de então, levando-os a serem jagunços. O sonho de todos era “descer o desfiladeiro do lavrado com um fuzil em punho, ir para as linhas de frente, onde ocorriam os encontros mais sangrentos, e ver os seus feitos comentados, admirados e aplaudidos…” Walfrido Moraes foi um dos meninos daquela época. Cresceu convivendo com o coronel Horácio de Matos e outros chefes políticos. Aos 9 anos, ingressou na tipografia do jornalista Franklin de Queirós, criador do semanário “O Sertão”. Em 1930, a revolução liderada por Getúlio Vargas, acabou com o coronelismo. Muitos coronéis foram presos, Franklin de Queirós fugiu e Horácio de Matos foi levado para Salvador, onde foi assassinado. Walfrido Morais, com apenas 17 anos de idade, foi obrigado a assumir a função de redator-chefe do jornal e fez de suas páginas uma tribuna onde deu asas à sua rebeldia. Depois, o destino o deslocou para a capital baiana onde ingressou no “Correio Bahiano”, no “O Imparcial” e no vespertino “A Tarde”, de Ernesto Simões Filho. Realizou os preparatórios, ingressou na Faculdade de Filosofia e, uma vez diplomado, participou do corpo docente do Colégio Estadual da Bahia e de outros estabelecimentos de ensino.
António José da Costa Araújo – Relação da Viagem da Fragata «Nossa Senhora da Estrela» a Bissau em 1753 – Academia Portuguesa da História – Lisboa – 1952. Desc. 41 pág / 26,5 cm x 20,5 cm / Br.
Abel Viana – Necrópole Romano-Suévica (?) de Beiral (Ponte de Lima – Viana do Castelo) – Publicação da Câmara Municipal de Ponte de Lima – 1961. Desc. 11 pág + V Estampas / 25 cm x 18,5 cm / Br. Ilust.
João Francisco dos Santos – Centenário do Dogma da Imaculada Conceição em Lourenço Marques – Composto e Impresso na Grande Oficina Gráfica da Sociedade de Papelaria, Lda – Porto – 1957. Desc. 619 pág + 29 Ilust. + 1 Mapa / 25 cm x 17 cm / Br. Ilust.
Abel Viana – Notas Históricas, Arqueológicas e Etnográficas do Baixo Alentejo – Minerva Comercial – Beja – 1959. Desc. 56 pág + XXII Estampas / 25 cm x 18 cm / Br. Ilust.
Abel Viana – Notas Históricas, Arqueológicas e Etnográficas do Baixo Alentejo – Minerva Comercial – Beja – 1958. Desc. 57 pág / 25 cm x 18 cm / Br. Ilust.
Fernando Nunes Ribeiro – A Villa Romana de Pisões – Editado pala Comissão Municipal de Turismo – Beja – 1972. Desc. 46 pág + 17 estampas + 1 Mapa / 25 cm x 19 cm / Br. Ilust.
José o. Cairo – A Necrópole I da Azinhaga da Boa Morte – Castelo de Vide – Edição da Junta Distrital de Portalegre – Portalegre – 1984. Desc. 5 pág + 20 fig / 30 cm x 21 cm / Br. Ilust.
Vasco de Matos Sequeira – Fim de Semana (Selecção de Gazetilhas Publicadas e de Algumas Inéditas -1945 – 1966) – Noticias – S. A. R. L. – Lourenço Marques – 1966. Desc. 320 pág / 22 cm x 15,5 cm / Br. Ilust.
Mário de Carvalho – A Agricultura Tradicional de Moçambique ( Distribuição Geográfica das Culturas e Sua Relação Como Meio) – Missão de Inquérito Agrícola de Moçambique – Imprensa Moderna – Lourenço Marques – 1969. Desc. 67 pág + 3 Mapas (Grande) / 30 cm x 21 cm / Br. Ilust.
José H. Barata – Fastos de Santarém – I – De Expugnatione Scalabis (prefácio, Tradução e Notas) – II – O Cerco de 1184 – Coimbra Editora, Lda – Coimbra – 1947. Desc. 41 + 11 Estampas / 29 cm x 21 cm / Br. Ilust.
Saúl Dias – Essência (Poesia) – (Com Desenhos de Júlio) – Prefácio de Guilherme de Castilho – Brasília Editora – Porto – 1973. Desc. 125 pág / 22 cm x 16 cm / Br. Ilust. «1.ª Edição»
Júlio Maria dos Reis Pereira, ou Júlio como artista plástico e Saúl Dias como poeta, (Vila do Conde, 1902 — 1983), foi um pintor, ilustrador e poeta português. Pertence à segunda geração de pintores modernistas portugueses e foi autor de uma obra multifacetada que se divide entre as artes plásticas e a escrita, tendo sido um dos mais importantes colaboradores da revista Presença. Júlio Maria dos Reis Pereira nasceu no no ano de 1902 em Vila do Conde. Júlio mostra uma precoce apetência pela cultura; ainda adolescente publica poemas num semanário da sua terra. Em 1919 matricula-se no curso de Engenharia da Faculdade de Ciências do Porto, que conclui em 1928; em simultâneo matricula-se na Escola de Belas-Artes, que frequenta durante apenas 2 anos. Ao longo da década de 1920 trabalha no grafismo e ilustração de obras do seu irmão, José Régio, bem como da Presença, de que é dos principais colaboradores. Terá ainda colaboração noutras revistas, tais como Sudoeste (1935) e Altura (1945). Em 1930 participa no I Salão dos Independentes, SNBA, Lisboa. Dois anos mais tarde publica, sob o pseudónimo de Saúl Dias, um livro de poesia intitulado “… mais e mais…”. Em 1935 realiza a sua primeira exposição individual (SNBA, Lisboa). A partir dessa data irá expor individualmente por diversas vezes, nomeadamente: Galeria UP, Lisboa,1938; Galeria Buchholz, Lisboa, 1944; Salão da Livraria Portugália, Porto, 1945; Galeria Pórtico, Lisboa, 1955; Galeria do Diário de Notícias, Lisboa, 1959 e 1964; etc. Em 1936 começa a trabalhar na Direção dos Edifícios e Monumentos Nacionais de Coimbra; no ano seguinte radica-se em Évora, cidade onde vive e trabalha durante mais de três décadas e meia até 1972, ano em que regressa a Vila do Conde. Em 1942, aproveitando as facilidades de deslocação proporcionadas pelo seu trabalho, começa a coleccionar Bonecos de Estremoz, constituindo ao longo dos anos uma vasta colecção de 375 peças, exposta no Museu Municipal de Estremoz desde 1975. Em 1953 participa na 2ª Bienal de São Paulo, Brasil. Em 1958 vence o primeiro prémio de desenho no IV Salão de Outono do Estoril. Em 1962 é publicada a Obra poética de Saúl Dias. Realiza exposições rretrospectivasno Museu de Évora (1964), na Cooperativa Árvore, Porto (1967), na Câmara Municipal de Vila do Conde (1979), e na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1980). Júlio Maria dos Reis Pereira morre na sua terra natal em 1983, com 81 anos. Em 2002 o Museu Municipal de Estremoz promove uma homenagem em sua honra, lembrando o seu papel na recuperação dos Bonecos de Estremoz; e em 2008 esse museu associa-se ao de Vila do Conde para celebrar o 25.º aniversário da data da sua morte. A sua obra plástica articula-se de perto com a revista Presença: “Júlio foi, realmente, a Presença – o seu lirismo, a sua imediatidade expressiva, o seu horror aos academismos ou às habilidades estilísticas, uma certa ingenuidade cultural, voluntária ou involuntariamente cultivada…”. Alheios à «febre da vida moderna» que havia regido os criadores do «Orfeu», “os presencistas distanciar-se-iam analogamente dos delírios oníricos da relação surrealista ou da intencionalidade político-subversiva dos neorrealistas”. Autor de um percurso muito pessoal, sem escola, Júlio “pôde descobrir sozinho o repto da sua poética”, tomando como referência Chagall e os expressionistas alemães, sobretudo Georg Grosz, “apropriando deles a sobreposição acumulada, […] a simplificação das formas, duras e angulosas, e a estridência das soluções cromáticas”. A sua pintura poderá relacionar-se com complexidade espacial de Chagall, Grosz ou Beckmann (veja-se, por exemplo, o dinamismo de Músicos e mulheres no espaço, 1925), mas a intensidade narrativa de todos eles sofre uma deslocação radical; o expressionismo de Júlio troca a exasperação dramática pela contemplação lírica, “o brutalismo erótico pela delicadeza sensual, o ardente subjectivismo pelo memorial intimista, o culto do primitivismo pelo apelo à simplicidade de infância” Júlio centra-se tematicamente num mundo de opostos, “confrontando os puros – a prostituta, o músico-poeta, os pobres –, aos burgueses pançudos e viciosos que os maculam e fazem sofrer, sem, no entanto, atingirem a sua pureza matricial”(veja-se por exemplo Burguês e prostituta, 1931). “As cenas de prostíbulo, com burgueses repelentes, macabros”, são complementadas por obras em que representa “cenas de um lirismo imaginado, docemente sonhadas, com poetas e meninas”. As suas figuras imaginadas, sem relação directa com referentes reais , associam-se à simplificação expressiva e à busca da essencial idade da linguagem, desdramatizando a crítica social e ampliando a dimensão poética do seu universo pictórico. Com as suas figuras contornadas a negro e utilizando uma matéria pictórica lisa, quase sem espessura, Júlio “acentua a irrealidade feérica das narrativas que, muitas vezes, adquirem um pendor narrativo brincado, reforçando a sua exterioridade em relação aos motivos, desenvolvidos plasticamente por uma espécie de lógica construtiva […] que esfria a pulsão expressionista em formalismo” (segundo Raquel Henriques da Silva, talvez resida nesta enfatização da dimensão formal a maior modernidade de Júlio, bem como a explicação para as suas breves experiências abstractas de 1932). No decurso da década de 1930 irá experimentar diferentes tendências, com uma série de desenhos surrealistas e pinturas abstractas que constituem um momento particular no interior da sua obra, evoluindo depois para o seu modo final, dominado pelo lirismo. “O desenho de Júlio é marcado pelo expressionismo até 1935; depois dessa data o artista opta por um lirismo bucólico, quase pastoral. […] A linha é suave, a cor, quando existe, depurada, clara. É um universo contaminado pela ingenuidade, numa tentativa nostálgica de reencontro do homem com a natureza”.
Tomás António Gonzaga – Poesias Cartas Chilenas «Obras Completas» -Edição Crítica de M. Rodrigues Lapa – Ministério da Educação e Cultura / Instituto Nacional do Livro – Rio de Janeiro – 1957. Desc. 323 pág / 24,5 cm x 16,5 cm / Br.
Richard Pattee – Portugal na África Contemporânea «Apresentação de Arthur Cezar Ferreira Reis» – Escola de Sociologia e Política da Pontifícia Universidade Católica – Rio de Janeiro – 1961. Desc. 823 pág / 24,5 cm x 16,5 cm / Br.