AM. Sor. Maragarida Ignacia – Apologia a Favor do R. P. António Vieyra da Companhia de Jesus da Provincia de Portugal – Lisboa Occidental na Officina de Bernardo da Costa – 1727. Desc. XX + 188 pág / 21 cm x 15 cm / E. Original Pele.
Rafael Seruya – Oração ao Brasil «Conferencia Realizada no Clube Fenianos Portuenses em 3 de maio de 1941» Edições da Biblioteca do Club-Fenianos-Portuenses – Porto – 1941. Desc. 40 pág / 24 cm x 16 cm / Br.
Moreira de Vasconcellos – A Descoberta do Brazil – Drama em 4 Actos «Commemoração do Quarto Centenário do Descobrimento do Brasil» – Typ. Bahiana, de Cincinnato Melchiades – Bahia – 1900. Desc. 162 pág / 19 cm x 12 cm / E.
Cândido Costa – Pedro Alvares Cabral «Drama Histórico em Quatro Actos» – Photogravura e Imprensa Castelo Branco & Alabern – Lisboa – 1900. Desc. 102 pág / 18 cm x 13 cm / E. Ilust.
Salvador Correia da Reconquista e Restauração de Angola – 1643 – 1.ª Exposição Colonial Portuguesa – Porto – 1934 – «€5.00»
Mac-Mahon Duque de Magenta, Marechal de França Segundo Presidente da Republica Francesa de 1873 a 1879 – 1643 – 1.ª Exposição Colonial Portuguesa – Porto – 1934 – «€5.00»
Isabel Mayer Godinho Mendonça – Os Últimos Faustos do Antigo Regime «Narração do Solemne Baptismo do Sereníssimo Senhor D. António Príncipe da Beira. Celebrado no real Palácio de Queluz no Dia 4 de Abril de 1795» – Chaves Ferreira – Publicações, S.A. – Lisboa – 2004. Desc. 85 + XL pág / 29 cm x 21 cm / E. Ilust.
Virgílio Arruda – Dom Pedro e Dom Miguel «Do Brasil ao Ribatejo» – Junta Distrital de Santarém – Santarém – 1972. Desc. 279 pág / 25 cm x 17 cm / Br. Ilust.
Max Justo Guedes «Capitão-de-Fragata» – O Descobrimentos do Brasil – S/D. Desc. 43 pág + 9 mapas / 24,5 cm x 17 cm / Br. Ilust.
Nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 6 de Agosto de 1927, e faleceu em 8 de Novembro de 2011, no Rio de Janeiro. Filho de José Luiz Guedes e Helvécia Soares Guedes. Ingressou no Colégio Militar do Rio de Janeiro em 1940 e na Escola Naval em 1946, atingindo o posto de capitão-de-mar-e-guerra em 1971. Em 1986 passou definitivamente à Reserva Remunerada, sendo convocado para continuar dirigindo o Serviço de Documentação Geral da Marinha, que reorganizara em 1968, criando o Museu Naval e Oceanográfico. Fez vários cursos, entre eles os de Técnica de Ensino para oficiais; Especialização de electrónica para Oficiais; Básico de Comando e outros sobre História da Arte, Náutica e História do Brasil. A convite de entidades e governos nacionais e estrangeiros ministrou aulas, pronunciado conferências e organizado exposições de Arte e História. Exerceu cargos, funções e comissões, tais como: Encarregado da Escola Técnica de Ensino da Marinha e do Grupo de Instrução do Centro de Instrução Almirante Wanddenkolk; Instrutor de Técnica de Ensino; adjunto do Conselho de Segurança Nacional; membro da Comissão Nacional Executiva do Quinto Centenário do Nascimento de Pedro Álvares Cabral; membro do grupo de trabalho para examinar as Condições Atuais de Guarda, Conservação e Manuseio do Acervo Documental Histórico do Arquivo e Mapoteca do Itamaraty; Secretário-Geral do Comité Internacional de Historia Náutica e da Hidrografia; membro da Comissão Cultural do Comissariado para a XVII Exposição Europeia de Arte, Ciências e Cultura (Portugal); Conselheiro do Conselho Consultivo do Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural (antigo SPHAN); membro da Comissão do Instituto Panamericano de Geografia e História para o Planejamento dos Monumenta Cartografia Americana, exercendo a presidência da mesma; membro da Comissão do Instituto Panamericano de Geografia e História para o Planejamento dos Monumenta Cartographica Americana, exercendo a presidência da mesma; membro da Comissão Nacional para Programar e coordenar a Participação Brasileira no V Centenário do Descobrimento da América; Curador da Exposição “Portugal – Brasil, a Era dos Descobrimentos Atlânticos”, realizada em Nova Iorque e Lisboa, 1990; membro da Comissão Especial para Levantamento, Preservação e Organização do Acervo Privado Documental dos Presidentes da República; membro da Comissão Científica da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses; representante do Brasil no Centro de Estudos de História do Atlântico (Funchal, Ilha da Madeira); presidente da Comissão Especial das Comemorações do V Centenário do Descobrimento da América (IHGB). Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (efectivoem 15 de Dezembro de 1967, benemérito em 6 de Setembro de 1990); Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, Academias Argentinas e Chilena de la Historia; Academia de Marinha (Portugal), Instituto Histórico e Geográfico de Uruguai; Society for History of Discoveries. Recebeu diversas medalhas e condecorações: Mérito Naval; Mérito Rio Branco; Mérito Tamandaré; Cruz do Mérito Naval (Armanda Espanhola); Mérito Militar (Portugal); Ordem de Santiago da Espada; Colar de Pedro I; Medalha Pero Vaz de Caminha; Mérito Militar; Colar da Academia de Marinha (Portugal); Ordem do Mérito Forças Armadas, bem como medalhas comemorativas especialmente outorgadas, entre elas as do centenário da Independência do Brasil; Centenário do Nascimento do Almirante Gago Coutinho e Centenário do Nascimento de Santos Dumont. Entre seus trabalhos publicados, destacavam-se: Derrotas dos grandes navegadores. RJ: Diretoria de Hidrografia e Navegação, 1963. – O Descobrimento do Brasil. “RJ, item, 1966. – O Brasil em dois Atlas geográficos de 1570: o Theatrum Orbis Terrarum”e o “Fernão Vaz Dourado”,RJ, idem, 1967. – Edição crítica do Roteiro de todos os sinais da costa do Brasil. Rio de Janeiro: INL, 1968. – Introdução e legendas da edição fac-similar do Livro da Razão do Estado do Brasil. RJ: INL, 1968. – Brasil Costa Norte: cartografia portuguesa vetustíssima. RJ: SDGM, 1968. – As primeiras expedições portuguesas e o reconhecimento da costa brasileira. Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1970. – Um roteiro apócrifo de estreito de Magalhães. Coimbra: Agrupamento de Estudos Cartográficos Antiga 1970. – O qvatri partiti de Alonso Chaves. RJ: IHGB, 1971. –Conhecimentos geográficos do Brasil em Portugal e em Espanha em 1540.Lourenço Marques: Universidade de Lourenço Marques, 1971. – Acerca de dois textos quinhentistas sobre a viagem de Fernão de Magalhães. Lisboa: Centro de Estudos de Cartografia Antiga, 1975. – A armada de Fernão de Magalhães e o Brasil. Lisboa: idem, 1975. – Aspectos náuticos da viagem de Pedro Teixeira. Belém: Cons. Estd. de Cultura, 1976. – Considerações sobre um astrolábio náutico assinado e datado, encontrado recentemente na Bahia. RJ: SDGM, 1983. – Relíquias navais do Brasil. Rio de Janeiro: SDGM, 1983. – El condicionalismo físico del Atlântico y la expansion de los pueblos ibéricos. Madrid: Revista de Índia, 1983. – A carreira de Índia: evolução de seu roteiro. Lisboa: Museu da Marinha, 1985. Colaborou na História da Independência do Brasil. Brasília: INL, 1972. Sua grande obra foi a organização e a edição da História naval brasileira. RJ: SDGM (em curso desde 1975), para a qual escreveu diversos capítulos.
José Maria Dantas Pereira – Elogio Histórico do Senhor D. Pedro Carlos de Bourbon e Bragança, Infante de Hespanha, e Portugal, Almirante General da Marinha Portugueza: Composto e Offercido a Muito Augusta Princesa a Senhora D. Maria Thereza Viuva do Mesmo Senhor – Na Impressão Regia – Rio de Janeiro – 1813. Desc. 70 pág + 2 Mapas / 20 cm x 14 cm / Br.
José Maria Dantas Pereira (Alenquer, 1 de Outubro de 1772 – Montpellier, 23 de Outubro de 1836), foi um oficial da armada português. Dantas Pereira assentou praça na armada na Companhia dos Guardas-Marinhas como aspirante a guarda-marinha, em 10 de Setembro de 1788, tendo frequentado com grande brilhantismo o respectivo curso. Posteriormente foi submetido a exame para tenente de mar na presença dos soberanos, de acordo com os costumes da época, saltando o posto de segundo tenente. Em 1790 foi nomeado professor de Matemática da Academia Real dos Guardas-Marinhas, instituição que antecedeu a hoje denominada Escola Naval, e professor do Infante D. Pedro Carlos de Bourbon. Em 1800 foi nomeado Comandante de Companhia dos Guardas-Marinhas. Dantas Pereira teve então uma acção decisiva na Companhia Real dos Guardas-Marinhas, à qual deu toda a sua dedicação, entusiasmo e competência, tudo planeando em pormenor com medidas de grande alcance pedagógico. Em 1802 criou a biblioteca da Companhia. Em 1807, sendo capitão-de-mar-e-guerra, e no quadro das Invasões Napoleónicas da Península Ibérica, embarcou para o Brasil na nau Conde D. Henrique II, um dos navios que acompanharam a Família Real, levando consigo alguns professores, a bandeira e todo o material didáctico e mobiliário da Companhia dos Guardas-Marinhas. Dantas Pereira instalou a Academia Real dos Guardas-Marinhas no Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro. Após a sua instalação aí dedicou-se à dinamização da biblioteca deste estabelecimento de ensino que a torna a primeira biblioteca pública do Brasil. Em 1817 atingiu o posto de chefe de esquadra, oficial general cuja patente corresponde na actualidade à de Contra-Almirante. Em 1819 regressou a Portugal como membro do Conselho do Almirantado. Apesar de absolutista convicto, desempenhou funções no Conselho de Estado após a revolução de 1820 de cariz liberal. Após a aclamação de D. Miguel, em 1828, é nomeado representante da nobreza na Assembleia dos Três Estados. Dantas Pereira, no sentido de promover a eficácia do ensino, procurou reorganizar a Marinha Real adaptando-a à crescente evolução técnica verificada no primeiro quartel do século XIX. Foi, ainda, um dos mentores da Sociedade Real Marítima, instituição científica fundada em 1798 à qual competia a elaboração de cartas hidrográficas, militares, geográficas e hidráulicas. Além de brilhantes trabalhos de natureza matemática, foi um distinto académico, encontrando-se algumas das suas obras publicadas nas Memórias da Real Academia das Ciências de Lisboa, de que foi sócio correspondente desde 1792. Veio a ser eleito secretário da referida Academia em 1823, trabalhando nas suas Efemérides. Em 1827, devido à sua cultura, trato e prestígio foi eleito membro da Sociedade Filosófica de Filadélfia. Após a vitória da causa liberal, refugiou-se em Inglaterra e posteriormente em França, onde faleceu em 1836.
Lourival Nobre de Almeida – A Comunidade Luso-Brasileira – Desafios a Dois Povos – Desafio a Uma Raça – Editora Artenova / Edições Fundação Cultural do Amazonas – Rio de Janeiro – 1969. Desc. 158 pág / 22,5 cm x 15,5 cm / Br.
Álvaro Lins – Ensaio Sobre Camões e a Epopeia Como Romance Histórico – Brasília Editora – Porto – 1972. Desc. 98 pág + 4 Estampas / 24 cm x 16,5 cm / Br. Ilust.
Álvaro Lins (A. de Barros L.), professor e crítico literário, nasceu em Caruaru, em 14 de Dezembro de 1912, e faleceu no Rio de Janeiro, em 4 de Junho de 1970. Era filho de Pedro Alexandrino Lins e de Francisca de Barros Lins. Fez o curso primário na sua cidade natal e o curso secundário no Colégio Salesiano e no Ginásio Padre Félix, em Recife. Ali ingressou na Faculdade de Direito. Ainda estudante, começou a leccionar História da Civilização no Ginásio do Recife e no Colégio Nóbrega. Aos 20 anos, como representante do Directório dos Estudantes na abertura do ano lectivo da Faculdade de Direito, pronunciou a conferência “ A Universidade como escola de homens públicos”, que chamou a atenção de Recife para seu nome. Passou, então, a fazer jornalismo no Diário de Pernambuco. Colou grau em Direito em 1935. Participando de movimentos políticos, foi nomeado secretário do Governo de Pernambuco. Seu nome fazia parte da chapa de candidatos a deputado federal quando os acontecimentos de 1937 interromperam a carreira política. Firmou-se, então, no jornalismo, como redactor e director do Diário da Manhã, de 1937 a 1940. Ainda em Recife aos 27 anos escreveu o primeiro livro, História literária de Eça de Queiroz (1939). Transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde começou a fazer crítica literária, género que lhe deu nome nacional. Foi colaborador do Suplemento Literário do Diário de Notícias e dos Diários Associados (1939-1940), redactor-chefe do Correio da Manhã (1940-1956). Convidado pelo Ministério das Relações Exteriores escreveu uma biografia do Barão do Rio Branco no ano do centenário do nascimento (1945). Professor catedrático de Literatura Brasileira do Colégio Pedro II, interino, de Novembro de 1941 a Dezembro de 1951, quando passou a efectivo mediante obtenção do 1º lugar em concurso de títulos e provas, com a tese A técnica do romance em Marcel Proust, publicada em 1956. Leccionou a cadeira de Estudos Brasileiros da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Lisboa, em missão oficial do Ministério das Relações Exteriores, de 1952 a 1954. Chefiou a Casa Civil do presidente Juscelino Kubitschek (1956), embaixador do Brasil em Portugal de Novembro de 1956 a Outubro de 1959. Foi o presidente da 1ª Conferência Inter-americana da Amnistia para os Exilados e Presos Políticos da Espanha e de Portugal, realizada na Faculdade de Direito de São Paulo (1960) e director do Suplemento Literário do Diário de Notícias, de Março de 1961 até Junho de 1964. Em 1962, foi chefe da Delegação Brasileira ao Congresso Mundial da Paz realizado em Moscou. Álvaro Lins recebeu o Prémio Centenário de Antero de Quental, pelo ensaio Poesia e personalidade de Antero de Quental (1942); Prémio Felipe de Oliveira, da Sociedade Felipe de Oliveira, e Prémio Pandiá Calógeras, da Associação Brasileira de Escritores, pela obra Rio Branco (1945); Prémio Jabuti Personalidade do Ano, da Câmara Brasileira do Livro, pela sua obra Missão em Portugal (1960), e o Prémio Luiza Cláudio de Souza, pelas obras Os mortos de sobre casaca e Jornal de crítica Sétima série (1963). Foi condecorado com a Grã Cruz da Ordem de Cristo, de Portugal (em 1957).
Álvaro Lins – Missão em Portugal – Centro do Livro Brasileiro – Lisboa – 1974. Desc. 534 pág / 21 cm x 14,5 cm / Br.
Álvaro de Barros Lins (Caruaru, 14 de Dezembro de 1912 — Rio de Janeiro, 4 de Junho de 1970) foi um advogado, jornalista,professor e crítico literário brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras. Foi casado com Heloísa Ramos Lins, com quem teve dois filhos. Filho de Pedro Alexandrino Lins e de Francisca de Barros Lins, Álvaro Lins fez o curso primário em sua cidade natal, mudando-se para cursar o secundário no Colégio Salesiano e no Ginásio Padre Félix, ambos no Recife. Ali ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Recife em 1931, bacharelando-se em 1935. Aos 20 anos, como representante do Directório de Estudantes, produziu seu primeiro trabalho cultural, chamado A universidade como escola de homens públicos. No período de 1932 a 1940, foi também professor de Geografia Geral e de História da Civilização em várias escolas da cidade. Em Outubro de 1934, convidado pelo então interventor e, mais tarde, governador de Pernambuco, Carlos de Lima Cavalcanti, assumiu o cargo de Secretário do Governo Estadual. Fez parte, em 1936, da chapa do Partido Social Democrático (PSD) de Pernambuco, para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. Contudo, o golpe que instaurou o Estado Novo interrompeu as eleições e Álvaro Lins deixou a Secretaria do Estado em Novembro de 1937 e esqueceu seus planos políticos. Firmou-se, a partir daí, no jornalismo, exercendo-o no Diário da Manhã de Pernambuco, no período de 1937 a 1940, onde foi redactor e director. Transferindo-se para o Rio de Janeiro, iniciou a fazer crítica literária, género que lhe deu fama nacional. Ali, foi jornalista do Diário de Notícias, Diários Associados, entre 1939 e 1940, e redactor-chefe do Correio da Manhã, de 1940 a 1956. Em 1952, partiu para Portugal para leccionar a disciplina Estudos Brasileiros na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Lisboa. Regressando ao Brasil em Agosto de 1954, por causa da crise desencadeada pelo suicídio de Getúlio Vargas, reassumiu o jornalismo e a cátedra de Literatura Brasileira no Colégio Pedro II.Em 5 de Abril de 1955, aos 42 anos, foi eleito por unanimidade para se tornar o quarto ocupante da cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras, vaga após a morte de Edgar Roquette-Pinto, sendo recebido pelo académico João Neves da Fontoura em 7 de Julho de 1956. Como jornalista, participou activamente da luta para garantir a posse de Juscelino Kubitschek na presidência da República, em 1956. Nesta época, trabalhando ainda no Correio da Manhã, deixou de lado a crítica literária para assumir a direcção política do jornal. Convidado por Juscelino, chefiou a Casa Civil do presidente entre Janeiro e Novembro de 1956, saindo do cargo para se tornar embaixador do Brasil em Portugal. Ainda nesse ano, recebeu a maior condecoração brasileira: a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito. Em 1957, recebeu a maior condecoração portuguesa, a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, e conduzido a se tornar membro da Academia das Ciências de Lisboa. Algum tempo após a chegada de Álvaro Lins a Lisboa, o presidente de Portugal Francisco Higino Craveiro Lopes realizou uma visita ao Brasil, estabelecendo os termos dos actos de regulamentação do Tratado de Amizade e Consulta entre Brasil e Portugal. Considerando o acordo “lesivo aos interesses do Brasil”, sua posição entrou em choque contra a ditadura Salazarista e a defesa do colonialismo por ela. O impasse se tornou insustentável no início de 1959, na ocasião da aceitação do asilo político por parte do Itamaraty do líder oposicionista português, general Humberto Delgado, ato que não foi reconhecido pelo governo de Portugal, um “flagrante desacato”, nas palavras de Álvaro Lins, ao próprio Juscelino Kubitschek. Com a sensação de ter sido abandonado pelo seu presidente, sem poder contar com ele “para desagravá-lo e desafrontar a representação do Brasil em Lisboa”, o embaixador Álvaro Lins protestou ainda mais veementemente quando Juscelino aceitou o convite de uma comissão portuguesa que desembarcou no Brasil para participar dos festejos henriquinos na condição de co-anfitrião e co-chefe de Estado português, e solicitou que Portugal concedesse asilo ao refugiado ditador Fulgêncio Batista, deposto na revolução cubana de 1959. Algum tempo depois, enviou uma carta rompendo política e pessoalmente com o presidente Juscelino Kunbtschek, acusando-o de “cumplicidade com as ditaduras, de maneira particular com a de Portugal, a do Paraguai e a da República Dominicana” e repudiando seu “compromisso com a ditadura salazarista”. Em Outubro de 1959, Álvaro Lins foi desonerado da embaixada de Portugal, devolvendo antes de deixar o posto em Lisboa a comenda da Grã-Cruz da Ordem de Cristo que havia recebido três anos antes.Álvaro Lins foi o presidente da 1ª Conferência Inter-americana da Anistia para os Exilados e Presos Políticos da Espanha e de Portugal, sediada na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1960, e director do Suplemento Literário do Diário de Notícias entre Março de 1961 e junho de 1964. Em 1962, chefiou a delegação brasileira ao Congresso Mundial da Paz, ocorrido em Moscou. Aposentando-se do jornal em 1964, Álvaro Lins dedicou seus últimos anos a escrever livros.
C. R. Boxer – O Império Colonial Português «Tradução de Inês Silva Duarte» – Edições 70 – Lisboa – 1969. Desc. 470 pág + Estampas e Mapas / 21 cm x 14 cm / Br. Ilust.
Charles Ralph Boxer (Sandown, ilha de Wight, 8 de Março de 1904 — St. Albans, Hertfordshire, 27 de Abril de 2000) foi um historiador britânico, notável conhecedor da história colonial portuguesa e holandesa. Em 1945, casou-se com Emily Hahn (falecida em 1997), com quem teve duas filhas.Filho do coronel Hugh Boxer e de sua esposa Jane Patterson, Charles Boxer foi educado no Wellington College e no Royal Military College, em Sandhurst. Tenente no Regimento do Lincolnshire em 1923, serviu naquele regimento durante 24 anos, até 1947. Serviu na Irlanda do Norte e, de 1930 a 1933, tradutor no Japão alocado ao Regimento de Infantaria nº 38 com base em Nara. Em 1933, formou-se como intérprete oficial da língua japonesa. Removido para Hong Kong em 1936, serviu como oficial nas tropas britânicas na China em Hong Kong, em serviços de inteligência. Em 1940, foi promovido. Ferido em acção durante o ataque japonês a Hong Kong em 8 de Dezembro de 1941, foi levado pelos japoneses como prisioneiro de guerra e mantido no cativeiro até 1945. Solto, voltou ao Japão como membro da Comissão Britânica no Extremo Oriente em 1946-1947. Durante sua carreira militar, publicou cerca de 86 livros e opúsculo sobre a história do Oriente, sobretudo dos séculos XVI e XVII. Como major no Exército, aposentou-se em 1947, quando o King’s College, em Londres, lhe ofereceu sua Cadeira Camões de Português, cargo que deteve por vinte anos até 1967. Em tal período, a Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres o nomeou seu primeiro Professor de História do Extremo Oriente, servindo no cargo por dois anos, de 1951 a 1953.Aposentando-se em 1967 da Universidade de Londres, Boxer aceitou o posto de professor visitante na Universidade de Indiana, onde serviu ainda como conselheiro para a Biblioteca Lilly, ou Lilly Library, em seu campus em Bloomington, Indiana. De 1969 a 1972, teve uma cadeira de história da Expansão Européia no Ultramar na Universidade de Yale.
Mário Monteiro – Bilac e Portugal – Agência Editorial Brasileira – Lisboa – 1936. Desc. 256 / 19,5 cm x 13 cm / Br. Ilust.
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (Rio de Janeiro, 16 de Dezembro de 1865 – 28 de Dezembro de 1918) foi um jornalista e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Criou a cadeira 15, cujo patrono é Gonçalves Dias. Conhecido por sua atenção a literatura infantil e, principalmente, pela participação cívica, era republicano e nacionalista; também era defensor do serviço militar obrigatório. Bilac escreveu a letra do Hino à Bandeira e fez oposição ao governo de Floriano Peixoto. Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1896. Em 1907, foi eleito “príncipe dos poetas brasileiros”, pela revista Fon-Fon. Bilac, autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, é considerado o mais importante de nossos poetas parnasianos. No entanto, para o crítico João Adolfo Hansen, “o mestre do passado, do livro de poesia escrito longe do estéril turbilhão da rua, não será o mesmo mestre do presente, do jornal, a cronicar assuntos quotidianos do Rio, prontinho para intervenções de Agache e a erradicação da plebe rude, expulsa do centro para os morros”. Filho de Brás Martins dos Guimarães Bilac e de sua mulher Delfina Belmira Gomes de Paula e neto paterno de João Martins dos Guimarães Bilac e de sua mulher Angélica Pereira da Fonseca, irmã do 1.º Visconde de Maricá e 1.º Marquês de Maricá, era considerado um aluno aplicado, conseguindo, aos 15 anos – antes, portanto, de completar a idade exigida – autorização especial de ingressar no curso de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, a gosto do pai e a contra gosto próprio, que era médico da então Guerra do Paraguai. Começa a frequentar as aulas, mas seu trabalho da redacção da Gazeta Académica absorve-o mais do que a sisuda anatomia. Do mesmo modo, no tempo de colégio, deliciara-se com as viagens que os livros de Júlio Verne lhe ofereciam à fantasia. No menino e no jovem já se manifestavam as marcas de sua paixão futura: o fascínio poder criador da palavra. Bilac não concluiu o curso de Medicina e nem o de Direito que frequentou posteriormente, em São Paulo. Bilac foi jornalista, poeta, frequentador de rodas de boémias e literárias do Rio. Sua projecção como jornalista e poeta e seu contacto com intelectuais e políticos da época conduziram-o a um cargo público: o de inspector escolar. Teve colaboração em publicações periódicas como as revistas: A Imprensa (1885-1891), A Leitura (1894-1896), Branco e Negro (1896-1898), Brasil-Portugal (1899-1914) e Atlântida (1915-1920). Sua estreia como poeta, nos jornais cariocas, ocorreu com a publicação do soneto “Sesta de Nero” no jornal Gazeta de Notícias, em agosto de 1884. Recebeu comentários elogiosos de Artur Azevedo, precedendo dois outros sonetos seus, no Diário de Notícias. No ano de 1897, Bilac acabou perdendo o controle do seu Serpollet e o bateu contra uma árvore na Estrada da Tijuca, no Rio de Janeiro – RJ, sendo o primeiro motorista a sofrer um acidente automobilístico no Brasil. Aos poucos profissionaliza-se: produz, além de poemas, textos publicitários, crónicas, livros escolares e poesias satíricas. Visa contar através de seus manuscritos a realidade presente na sua época. Em 1891, com a dissolução do parlamento e a posse de Floriano Peixoto, intelectuais perdem seu protetor, Dr. Portela, ligado com o primeiro presidente republicano Deodoro da Fonseca. Fundado O Combate, órgão antiflorianista e a instalação do estado de sítio, Bilac é preso e passa quatro meses detido na Fortaleza da Laje, no Rio de Janeiro. O grande amor de Bilac foi Amélia de Oliveira, irmã do poeta Alberto de Oliveira. Chegaram a ficar noivos, mas o compromisso foi desfeito por oposição de outro irmão da noiva, desconfiado de que o poeta era um homem sem futuro. Seu segundo noivado fora ainda menos duradouro, com Maria Selika, filha do violonista Francisco Pereira da Costa. Viveu só sem constituir família até o fim de seus dias. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.Escreveu diversos livros escolares, ora sozinho, ora com Coelho Neto ou com Manuel Bonfim. Já consagrado em 1907, o autor do Hino da Bandeira é convidado para liderar o movimento em prol do serviço militar obrigatório, já matéria de lei desde 1907, mas apenas discutido em 1915. Bilac se desdobra para convencer os jovens a se alistar. Já no fim de sua vida, em 1917, Bilac recebe o título de professor honorário da Universidade de São Paulo. E talvez seja considerado um professor mesmo: dos contemporâneos, leitores de suas crónicas e ouvintes de sua poesia; dos que se formaram na leitura de seus livros escolares; de modo geral, dos que até hoje são enfeitiçados por seus poemas. É como poeta Bilac que se imortalizou. Foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros pela revista Fon-Fon em 1907. Juntamente com Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, foi a maior liderança e expressão do Parnasianismo no Brasil, constituindo a chamada Tríade Parnasiana. A publicação de Poesias, em 1888 rendeu-lhe a consagração. Ao tomar palavra no banquete-homenagem que lhe fora oferecido a 3 de Dezembro de 1907, Bilac enfatizaria o fato de ser sua figura representativa de toda uma geração: ” O que estais, como brasileiros, louvando e premiando nesta sala, é o trabalho árduo, fecundo, revolucionário, corajoso da geração literária a que pertenço, e o papel definido, preciso, dominante, que essa geração conquistou com o seu labor, para o homem das letras, no seio da civilização brasileira… Que fizemos nós? Fizemos isto: transformamos o que era até então um passatempo, um divertimento, naquilo que é hoje uma profissão, um culto, um sacerdócio: estabelecemos um preço para nosso trabalho, porque fizemos desse trabalho uma necessidade primordial da vida moral e da civilização de nossa terra..” É soneto constituído de versos decassílabos heróicos (acento tónico ocorrente nas 6ª e 10ª sílabas poéticas), com rimas opostas, interpoladas ou intercaladas.”No poema Língua Portuguesa, o autor parnasiano Olavo Bilac faz uma abordagem sobre o histórico da língua portuguesa, tema já tratado por Camões. Este poema inspirou outras abordagens, como o poema ‘Língua’, de Gilberto Mendonça Teles e ‘Língua’, de Caetano Veloso. Esta história é contada em quatorze versos, distribuídos em dois quartetos e dois tercetos – um soneto – seguindo as normas clássicas da pontuação e da rima. Partindo para uma análise semântica do texto literário, observa-se que o poeta, com a metáfora ‘Última flor do Lácio, inculta e bela’, refere-se ao fato de a língua portuguesa ter sido a última língua neolatina formada a partir do latim vulgar – falado pelos soldados da região italiana do Lácio. No segundo verso, há um paradoxo: ‘És a um tempo, esplendor e sepultura’. ‘Esplendor’, porque uma nova língua estava ascendendo, dando continuidade ao latim. ‘Sepultura’ porque, a partir do momento em que a língua portuguesa vai sendo usada e se expandindo, o latim vai caindo em desuso, ‘morrendo’. No terceiro e quarto verso, ‘Ouro nativo, que na ganga impura / A bruta mina entre os cascalhos vela’, o poeta exalta a língua que ainda não foi lapidada pela fala, em comparação às outras também formadas a partir do latim. O poeta enfatiza a beleza da língua em suas diversas expressões: oratórias, canções de ninar, emoções, orações e louvores: ‘Amo-te assim, desconhecida e obscura,/ Tuba de alto clangor, lira singela’. Ao fazer uso da expressão ‘O teu aroma/ de virgens selvas e oceano largo’, o autor aponta a relação subjetiva entre o idioma novo, recém-criado, e o ‘cheiro agradável das virgens selvas’, caracterizando as florestas brasileiras ainda não exploradas pelo homem branco. Ele manifesta a maneira pela qual a língua foi trazida ao Brasil – através do oceano, numa longa viagem de caravela – quando encerra o segundo verso do terceto. Ainda expressando o seu amor pelo idioma, agora por meio de um vocativo, ‘Amo-te, ó rude e doloroso idioma’, Olavo Bilac alude ao fato de que o idioma ainda precisava ser moldado e, impor essa língua a outros povos não era um tarefa fácil, pois implicou destruir a cultura de outros povos. No último terceto, para finalizar, quando o autor diz: ‘Em que da voz materna ouvi: ‘meu filho’!/ E em que Camões chorou, no exílio amargo/ O gênio sem ventura e o amor sem brilho’, ele utiliza uma expressão fora da norma (‘meu filho’) e refere-se a Camões, quem consolidou a língua portuguesa no seu célebre livro ‘Os Lusíadas’, uma epopeia que conta os feitos grandiosos dos portugueses durante as ‘grandes navegações’, produzida quando esteve exilado, aos 17 anos, nas colônias portuguesas da África e da Ásia. Desse exílio, nasceu ‘Os Lusíadas’, uma das oitavas epopeias do mundo.”.
Virgínia Rau e Maria Fernanda Gomes da Silva – Os Manuscritos do Arquivo da Casa de Cadaval Respeitantes ao Brasil – Vol. 1 e 2 – Acta Universitatis Conimbrigensis / Universidade de Coimbra – Coimbra – 1956/ 1958. Desc. XV + 540 + 478 pág + 15 Estampas / 25,5 cm x 19 cm / E. Ilust.
Almirante Gago Coutinho – A Náutica dos Descobrimentos [Colectânea de Artigos, Conferencias e Trabalhos Inéditos] – Edição Comemorativa do Primeiro Centenário do Nascimento de Gago Coutinho – Agência-Geral do Ultramar – Lisboa – 1969. Desc. 559 + 538 + 13 Mapas / 23,5 cm x 16 cm / E. Ilust.