
José Almeida – Cidade do Salvador (Poema) – Fundação Gonçalo Moniz – Salvador / Bahia – S/D. Desc. 20 pág / 22,5 cm x 14,5 cm /Br. ILust.
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José Almeida – Cidade do Salvador (Poema) – Fundação Gonçalo Moniz – Salvador / Bahia – S/D. Desc. 20 pág / 22,5 cm x 14,5 cm /Br. ILust.
Josué de Castro – Documentos do Nordeste – Editora Brasiliense – São Paulo – 1959. Desc. 213 pág / 21 cm x 14 cm / Br. Ilust.
Josué Apolónio de Castro (Recife, 5 de Setembro de 1908 – Paris, 24 de Setembro de 1973), mais conhecido como Josué de Castro, foi um influente médico, nutrólogo, professor, geógrafo, cientista social, político, escritor, activista brasileiro que dedicou sua vida ao combate à fome. Destacou-se no cenário brasileiro e internacional, não só pelos seus trabalhos ecológicos sobre o problema da fome no mundo, mas também no plano político em vários organismos internacionais. Partindo de sua experiência pessoal no Nordeste brasileiro, publicou uma extensa obra que inclui: “Geografia da Fome”, “Geopolítica da Fome”, “Sete Palmos de Terra e um Caixão” e “Homens e Caranguejos”. Exerceu a Presidência do Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), e foi também Embaixador brasileiro junto à Organização das Nações Unidas (ONU). Recebeu da Academia de Ciências Políticas dos Estados Unidos o Prémio Franklin D. Roosevelt, o Conselho Mundial da Paz lhe ofereceu o Prêmio Internacional da Paz e o governo francês o condecorou como Oficial da Legião de Honra. Logo após o Golpe de Estado de 1964, teve seus direitos políticos suspensos pela ditadura militar.
Clarival Valladares, Vladimir Alves de Souza, Vasco Mariz, David E. Neves, Bárbara Heliodora e Tristão de Ataíde – Quem é Quem nas Artes e nas Letras do Brasil(Artistas e Escritores Contemporâneos ou Falecidos Depois de 1945) [Introdução de Vasco Mariz] – Ministério das Relações Exteriores / Departamento Cultural e de Informação – Rio de Janeiro – 1966. Desc. 352 pág / 23 c, x 16 cm / Br.
Francisco António de Sampaio – História dos Reinos Vegetal, Animal e Mineral do Brasil, Pertencente a Medicina [Tomo I & II] «Anais da Biblioteca Nacional – Vol. 89 – 1969 – Biblioteca Nacional / Divisão de Publicações e Divulgação – Rio de Janeiro – 1971. Desc. 95 + 91 + 40 Estampas / 27 cm x 18 cm / Br. Ilust.
Joaquim Cardozo – O Coronel de Macambira – Editora Civilização Brasileira S. A. – Rio de Janeiro – 1963. Desc. 162 pág / 21,5 cm x 14 cm / Br. Ilust. «1.ª Edição»
Joaquim Maria Moreira Cardozo (Recife 1897 – Olinda 1978). Autor. Sua dramaturgia se inspira nas fontes populares da cultura nordestina, mas transcende essas matrizes estéticas reunindo, de modo poético, referências advindas de culturas estrangeiras, e de diversos campos do saber, como as ciências exactas e a filosofia. Joaquim Cardozo nasce em 26 de Agosto de 1897, no bairro do Zumbi, no Recife. Faz o curso secundário no Ginásio Pernambucano. Aos 16 anos, edita, com Durval Cezar, Óscar Ramos, Eduardo Cunha e os irmãos Benedito e Honório Monteiro, o jornal O Arrabalde: Órgão Lítero-Elegante, em que estreia na literatura, com o conto Astronomia Alegre. Publica seus primeiros trabalhos como caricaturista e chargista nas edições de domingo do Diário de Pernambuco e também no Diário da Tarde, em 1914. No ano seguinte, inicia seus estudos na Escola Livre de Engenharia de Pernambuco (atual Escola de Engenharia de Pernambuco), concluídos em 1930, após diversas interrupções, por problemas de ordem financeira e pessoal. Torna-se professor dessa escola, leccionando até 1939, quando é atingido por medidas repressivas do Estado Novo. Após pronunciar discurso em que critica os procedimentos governamentais no campo da arquitectura e da engenharia, Cardozo é preso, afastado da sala de aula, demitido do cargo na Secretaria Estadual de Viação e Obras Públicas, e se vê obrigado a mudar-se para o Rio de Janeiro. Na então capital federal, ganha projecção como poeta e engenheiro calculista, sobretudo, quando inicia parceria com Óscar Niemeyer, fazendo os cálculos de seus Projectos arquitectónicos em diversas cidades brasileiras e, particularmente, na construção de Brasília. Ainda no Recife, Cardozo participa do grupo da Revista do Norte, junto com o poeta Ascenso Ferreira, e nela publica seus primeiros poemas. Aos 50 anos de idade, lança seu primeiro livro de poesias, Poemas, em 1947. Sua produção dramatúrgica surge ainda mais tarde, entre as décadas de 1960 e 1970. A primeira peça, O Coronel de Macambira, é publicada em 1963. Com essa obra, Cardozo inicia uma trilogia inspirada no bumba meu boi, que inclui De uma Noite de Festa, de 1971; e Marechal, Boi de Carro, de 1975. Sua peça seguinte, Os Anjos e os Demónios de Deus, de 1973, tem como matriz o pastoril religioso. As duas últimas criações para o teatro, O Capataz de Salema e António Conselheiro, ambas de 1975, não são directamente inspiradas em nenhum espectáculo popular do Nordeste, mas seus temas estão ligados ao imaginário nordestino, notadamente aos problemas sócio políticos. Por meio delas, o autor critica explicitamente o sofrimento da população nordestina economicamente menos favorecida. Tal engajamento, no entanto, não compromete a originalidade artística. Seu teatro, embora denuncie as injustiças sociais, jamais deixa de exprimir uma visão transcendental dos seres e das coisas. Isso permite que ele ponha a cultura popular nordestina em contacto com assuntos aparentemente tão dessemelhantes como, por exemplo, a matemática, a filosofia, o teatro medieval e o teatro oriental. O Coronel de Macambira, o mais conhecido texto teatral de Joaquim Cardozo, estreia em Dezembro de 1965, em encenação de Maria José Campos Lima, com os alunos da Escola de Belas Artes de Pernambuco. Composta por dois quadros, a peça tem o boi como motivo principal do enredo. Para escrevê-la, Joaquim Cardozo se baseia no bumba-meu-boi de Capitão António Pereira, coligido por Ascenso Ferreira e publicado em 1944, na revista Arquivos, da prefeitura do Recife. Além disso, utiliza-se das próprias lembranças, como espectador de bumbas-meu-boi. Diferentemente dos dois bois posteriores (De uma Noite de Festa e Marechal, Boi de Carro), O Coronel de Macambira está ainda muito próximo de sua matriz popular, aproveitando muitos tipos de personagem do bumba folclórico. Em posfácio na primeira edição da peça, Cardozo escreve: “Trata-se aqui, de uma obra inteiramente original, no texto, mas obedecendo às regras características desse drama falado, dançado e cantado – espécie de auto pastoril quinhentista, de onde, certamente, proveio. Contrariando, também, o espírito dessa brincadeira popular, que dá bom tratamento apenas ao boi e aos seus vaqueiros, como assinala Téo Brandão, dei relevo especial e simpático a três figuras, necessárias ao arremate, mais ou menos apoteótico, frequente em espectáculos desse gênero. Este trabalho estava praticamente concluído, quando me veio ao conhecimento, através da revista Das Schönste, que o escritor japonês Yukio Mishima escrevera seis nôs modernos. Trabalho, até certo ponto, semelhante ao que acabo de fazer, uma vez que o nô é teatro de tradição popular para o Japão, como o Boi o é para o Nordeste brasileiro; como o nô, que na opinião de Yeats é forma dramática distinta, indirecta e simbólica, como o no, que é texto, dança e canto, o Boi merece a meu ver, ser revitalizado, reanimando, como diversão e forma literária”.1 O Coronel de Macambira recebe ainda algumas encenações importantes que apresentam o teatro de Joaquim Cardozo à crítica teatral e ao grande público. O Teatro Universitário de Juiz de Fora monta a peça em 1966, com direcção de José Luiz, cumpre temporada no Rio de Janeiro, no ano seguinte, e recebe críticas elogiosas de Van Jafa, especialmente em relação ao texto: “[…] Joaquim Cardozo é antes de tudo um poeta. E como poeta se afirma um poeta maior, daqueles que não têm pressa, que passa pelo mundo e deixa sua imagem definida e sua poesia definitiva. É poeta daqueles que sabem a ‘paisagem profundamente’, e dos que estiveram com ela ‘nas horas concluídas’. E no seu drama-poético, O Coronel de Macambira tudo isso flui calmo e nacionalistamente de uma maneira poético-dramática. […] Joaquim Cardozo poderia não ter realizado nada mais que O Coronel de Macambira se incumbiria de imortalizá-lo”. O bumba meu boi De uma Noite de Festa tem sua primeira representação em Dezembro de 1972, no Mosteiro de São Bento de Olinda, Pernambuco, dirigida por Maria José Campos Lima, com os alunos da Escola de Artes da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Esse bumba é estruturado em três dimensões denominadas quadros, constituídos de fragmentos distintos: no primeiro quadro, predomina a perspectiva da realidade; no segundo, uma perspectiva onírica e, no terceiro, uma síntese entre o mágico, o real e o onírico. Cardozo realiza uma dupla operação: de um lado, afasta-se “do ‘boi’ na sua expressão popular”, deixando de “obedecer às modificações introduzidas no género pela interpretação folclórica”; de outro, perfaz um caminho inverso, procurando “reorganizá-lo como poderia ser na sua origem”. Apesar de sua tentativa de renovação do bumba-meu-boi, Cardozo se preocupa em conservar-lhe a estrutura, supondo que, assim, poderia preservar esse “teatro como género não apenas como espécie”. Procedimento semelhante se encontra em Marechal, Boi de Carro, o último e o mais melancólico boi cardoziano. Nele, a estrutura básica é a mesma que perpassa os demais bumbas: o enredo em torno da tentativa de salvação do boi condenado ao matadouro. Novamente, algumas personagens típicas do folguedo actuam como porta-vozes das críticas sociais do autor. No entanto, “em oposição aos Bois que sempre terminam em festa e regojizo, este bumba finda numa dolorosa despedida. A cerimonia fúnebre que era dedicada apenas ao boi alarga-se para o próprio bumba-meu-boi, no solitário e perdido a bóio de Mateus.Os Anjos e os demónios de Deus é estruturada em doze jornadas, cada uma com um título. Nessa peça, as pastoras anunciam a vinda do Messias, além de louvarem as belezas do planeta Terra por intermédio de cantigas, enquanto os anjos e os demónios discutem os desígnios de Deus para salvar a humanidade. Não existe, aqui, a luta entre o bem e o mal, entre anjos e demónios São personagens que, mesmo ocupando a cena simultaneamente, não chegam a dialogar verdadeiramente. Funcionam como forças antitéticas (luz e sombra) que se complementam, imprimindo um diálogo de teor filosófico ao texto.Em O Capataz de Salema, a trama é centrada no conflito da paixão do Capataz por Luzia. Eles pertencem a esferas sociais diferentes: o capataz é o homem que manda e vigia os pescadores, dos quais Luzia descende. Mesmo que a moça corresponda aos sentimentos do capataz, por seus distintos papéis sociais (patrão e subalterno) e por sua natureza distinta – Luzia é a terra (fêmea) onde tudo germina e o Capataz é o mar (macho) que tudo devora, sempre inconstante -, ela não consegue nem pode aceitá-lo. Essa é a peça de menor extensão de Cardozo e também a de maior concisão dramática. António Conselheiro busca recriar a saga de Canudos. Com base em Os Sertões, Cardozo aprofunda e amplia as questões relativas à história, à política, à sociedade e à religião. Desconstruindo a história, o dramaturgo faz com que o passado, o presente e o futuro se aglutinem de maneira dialéctica mente uma mesma estrutura.O teatro de Joaquim Cardozo “oferece aos leitores, actores e encenadores, únicos agentes possíveis de a Actualização do texto teatral, uma obra sempre nova e provocante, porque prenhe de modernidade não apenas na escritura do texto, mas na rica estrutura imaginária da encenação. Uma obra cuja propriedade é seu chão maduro, remoto, futuro; em que a tradição se faz aberta à contemporaneidade”.
Serafim da Silva Neto – Introdução ao Estudo da Língua Portuguesa no Brasil «Biblioteca Cientifica Brasileira – Colecção de Filologia» – Instituto Nacional do Livro / Ministério da Educação e Cultura – Rio de Janeiro – 1963. Desc. 273 pág / 24 cm x 16,5 cm / Br.
Serafim da Silva Neto, filho de Serafim Pereira da Silva Filho e Carmen Bastos Silva, nasceu no Rio de Janeiro a 6 de Junho de 1917, fez os estudos secundários no Colégio Batista do Rio de Janeiro e bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais. Casou-se com Cremilda Carvalho Pereira da Silva, com quem teve três filhos: David, Carmen Lúcia e Ana Cristina. Foi catedrático do Liceu Nilo Pessanha (Niterói) e professor de Língua Portuguesa no Instituto de Educação do Rio de Janeiro, fundador da (Pontifícia) Universidade Católica do Rio de Janeiro (onde ocupou a cadeira de Filologia Românica), catedrático de Filologia Românica na UFRJ (antiga Faculdade Nacional de Filosofia) e na Universidade de Lisboa, vindo a falecer a 23 de Setembro de 1967. Segundo Manuel de Paiva Boléo, na Revista Portuguesa de Filologia, vol. X, de 1960, “se a morte não o arrebatasse prematuramente (…), seria o animador e o orientador superior dos futuros atlas regionais do Brasil”. Um caso de precocidade filológica, aos dezanove anos escreveu as Fontes do Latim Vulgar, obra através da qual foi reconhecido por Jakob Jud como “uma autêntica vocação de investigador”.
Álvaro Ferraz e Andrade Lima Júnior – Perfil Morfo-fisiológico do Nordestino -Instituo Joaquim Nabuco de pesquisas Sociais – MEC – Recife – 1967. Desc. 103 pág + 11 Tabelas / 22 cm x 16 cm / Br.
A. Ramalho Correia – A Industrialização da Castanha de Caju «o Cajueiro e os Seus Produtos» – Edição da Direcção dos Serviços de Economia e Estatística Geral da Província de Moçambique – Lourenço Marques – 1963. Desc. 270 pág / 22 cm x 17 cm / Br.
O caju é muitas vezes tido como o fruto do cajueiro (Anacardium occidentale) quando, na verdade, trata-se de um pseudo fruto. O que entendemos popularmente como “caju” se constitui de duas partes: o fruto propriamente dito, que é a castanha; e seu pedúnculo floral, o pseudo fruto, um corpo piriforme, amarelo, rosado ou vermelho. Na língua tupi, acaiu (caju) significa noz que se produz. Na tradição oral sabe-se que acayu ou aca-iu refere-se a ano, uma vez que os indígenas contavam a idade a cada floração e safra. O caju, o pseudo fruto, é suculento e rico em vitamina C e ferro. Depois do beneficiamento do caju, preparam-se sucos,mel, doces, como cajuada, caju passas, rapadura de caju. Como seu suco fermenta rapidamente, pode ser destilado para produzir uma aguardente o cauim. Dele também são fabricadas bebidas não alcoólicas, como a cajuína. Muito antes do descobrimento do Brasil e antes da chegada dos portugueses, o caju já era alimento básico das populações autóctones. Por exemplo: os tremembé já fermentavam o suco do caju, o mocororó, que era e é bebido na cerimonia do Torém. Existe uma variedade enorme de pratos feitos com o caju e com a castanha de caju. De suas fibras (resíduo/bagaço), ricas em aminoácidos e vitaminas, misturadas com temperos, é feita a “carne de caju”. O fruto propriamente dito é duro e oleaginoso, mais conhecido como “castanha de caju”, cuja semente é consumida depois do fruto ser assado, para remover a casca, ao natural, salgado ou assado com açúcar. A extracção da amêndoa da castanha de caju depois de seca, é um processo que exige tempo, método e mão-de-obra. O método de extracção da amêndoa da castanha de caju utilizado pelos indígenas era a sua torragem directa no fogo, para eliminar o “Líquido da Castanha de Caju” ou LCC; depois do esfria-mente a quebra da casca para a retirar a amêndoa. Com a industrialização este método possui mais etapas: lavagem e humidificação,cozimento, esfria-mente, ruptura da casca, estufamento. A amêndoa da castanha de caju é rica em fibras, proteínas, minerais (magnésio, ferro, cobre e zinco), vitamina K, vitamina PP,complexo B (menos a vitamina B12), carboidratos, fósforo, sódio e vários tipos de aminoácidos. No entanto, a castanha de caju não possui quantidades relevantes de vitamina A,vitamina D e cálcio. Acredita-se que a castanha do caju contribua no combate às doenças cardíacas.9 A castanha-de-caju ainda verde (maturi) também pode ser usada nos pratos quentes. A castanha possui uma casca dupla contendo a toxina Urushiol (também encontrada na hera venenosa), um alergênicoque irrita a pele. Por isso a castanha deve ter sua casca removida através de um processo que causa dolorosasrachaduras nas mãos. A castanha também possui ácido anacárdico, potente contra bactérias gram-positivas com o Staphylococcus aureus e Streptococcus mutans, que provoca cáries dentárias. O “Líquido da Castanha de Caju” ou LCC, depois de beneficiado é utilizado em resinas; materiais de fricção; em lonas de freio e o outros produtos derivados; vernizes; detergentes industriais; inseticidas; fungicidas e até biodiesel. Fruto nativo do Brasil, o caju foi levado pelos portugueses do Brasil para a Ásia e a África. A mais antiga descrição escrita do fruto é de André Thevet, em 1558, comparado este a um ovo de pata. Posteriormente, Maurício de Nassau protegeu os cajueiros por decreto, e fez o seu doce, em compotas, chegar às melhores mesas da Europa. É muito cultivado nas regiões tropicais da América, África e Ásia. Os maiores exportadores mundiais de amêndoa de castanha de caju (ACC) são Índia, Vietname e Brasil. Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação). A área total de cultivo é de 33.900 km², para um rendimento médio de 916 kg/hectare. O terreno para o plantio do caju deve ser ligeiramente inclinado para evitar a erosão, profundo, com pelo menos dois metros de terra, bem drenado, de modo a não empossar. O solo deve ser fértil e de textura média (barrenta), e de preferência deve ser próximo de uma fonte de água potável. Na hora de escolher as sementes, deve-se colocá-las em uma bacia com água, e descartar as que boiarem. As sementes têm um poder germinativo de até 12 meses se forem armazenadas em sacos de pano ou de papel. O plantio deve ser realizado no início da estação chuvosa, e antes de replantar a muda no local definitivo deve-se verificar se a planta possui pelo menos seis folhas maduras e saudáveis.
Arthur Cezar Ferreira Reis – A Amazónia que os Portugueses Revelam – Ministério da Educação e Cultura / Serviço de Documentação – Rio de Janeiro – 1956. Desc. 128 pág / 25 cm x 18,5 cm / Br.
Arthur César Ferreira Reis (Manaus, 8 de Janeiro de 1906 — Rio de Janeiro, 7 de Fevereiro de 1993) foi um político e historiador brasileiro. Autor de diversas obras, governou o estado do Amazonas de 29 de Junho de 1964 (apontado pelo presidente Humberto Castelo Branco para substituir o governador anterior ) a 31 de Janeiro de 1967. Filho do jornalista Vicente Torres da Silva Reis e de Emília Ferreira Reis, estudou nos mais prestigiados grupos escolares locais como o Grupo Escolar Saldanha Marinho, Marechal Hermes e o Ginásio Amazonense D. Pedro II. Concluiu o curso de Direito no Rio de Janeiro em 1927 e volta a Manaus, começando no ano seguinte o magistério no Colégio Dom Bosco como professor de História do Brasil e posteriormente, em 1930, de História Universal na Escola Normal. Quando retornou a Manaus em 1928 também começou a colaborar como jornalista para o Jornal do Comércio. Em 1930, torna-se chefe de gabinete da Junta Revolucionária no estado, contando com o apoio dos estudantes. Cinco anos mais tarde seria indicado para ser diretor da Instrução Pública. Em 1931, publicaria o antológico livro História do Amazonas e desde então nunca mais parou de publicar livros que versassem sobre a história local. Direccionou seus estudos e conhecimentos a serviço de uma causa: a Amazónia. Foi membro do IHGB (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro), do IGHA (Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas) e da AAL (Academia Amazonense de Letras). Desempenhou várias funções públicas no país. Dentre elas, foi superintendente do Plano de Valorização Econômica da Amazonia (atual SUDAM), diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA/CNPq), e delegado do Brasil em várias conferências de âmbito internacional. Leccionou na EBAP (Escola de Administração Pública) da FGV (Fundação Getúlio Vargas) – RJ e do mestrado em História da UFF (Universidade Federal Fluminense), em Niterói. Em Manaus existe a Biblioteca Arthur César Ferreira Reis. “Implantada em 2001, reúne as obras que compunham a biblioteca do professor e amazonólogo. (…) Mais de 21 mil títulos estão disponíveis em dois suportes técnicos: colecção de livros e colecção de periódicos. Abriga a exposição permanente ‘Manaus Antiga e Manaus Moderna’, composta por quase 180 peças”. Em Manaus, sua cidade natal, no bairro de São Jorge, está locallizada a Rua Artur Reis
Walfrido Moraes – Jagunços e Heróis «A Civilização do Diamante nas Lavras da Bahia » – Editora Civilização Brasileira S. A. – Rio de Janeiro – 1963. Desc. 212 pág / 21 cm x 14 cm / Br.
Walfrido Moraes, político, jornalista, professor e escritor, nasceu em Lenções e diplomou-se pela antiga Faculdade de Filosofia da Bahia, onde cursou jornalismo, história e geografia. Passou a infância em sua cidade natal onde, disse Evelina Hoisel, viveu intensamente sua meninice, “embrenhando-se nas suas paisagens e nos seus conflitos e, por isso mesmo, deixou um legado de relatos que constituem importantes documentos para se conhecer a história das lutas políticas da Chapada Diamantina”. Culto e de natureza simples e comunicativa, de temperamento lhano e cativante, honrou as letras baianas legando à posteridade “Jagunços e Heróis”, livro indispensável para o entendimento do jagunço e sua luta fratricida. O jagunço, disse ele, não deve ser confundido com o bandoleiro ou o cangaceiro, Não obstante a capacidade de luta e a coragem inolvidável de uns e outros, temos de convir que o jagunço é um homem de trabalho, entregue à pastorícia, à lavoura ou ao garimpo, raramente mercenário profissional, pegando em armas coletivamente na defesa de seus direitos”. Walfrido Ingressou na Academia de Letras da Bahia no dia 28 de maio de 1991. Ninguém melhor do que ele descreveu a guerra entre os coronéis e o Governo, guerra que transformou as Lavras Diamantinas em um teatro de conflitos e tensões que marcaram para sempre a história da região. Este fato, narrado de forma magistral por Walfrido Moraes, “contagiou a todos, sobretudo os meninos do seu tempo”. O sonho da juventude era participar do cenário da guerra, fazer parte da cidade sitiada pelas tropas do governo e pelos jagunços do Coronel Horácio de Matos. Esse quadro fratricida mobilizou o imaginário dos meninos de então, levando-os a serem jagunços. O sonho de todos era “descer o desfiladeiro do lavrado com um fuzil em punho, ir para as linhas de frente, onde ocorriam os encontros mais sangrentos, e ver os seus feitos comentados, admirados e aplaudidos…” Walfrido Moraes foi um dos meninos daquela época. Cresceu convivendo com o coronel Horácio de Matos e outros chefes políticos. Aos 9 anos, ingressou na tipografia do jornalista Franklin de Queirós, criador do semanário “O Sertão”. Em 1930, a revolução liderada por Getúlio Vargas, acabou com o coronelismo. Muitos coronéis foram presos, Franklin de Queirós fugiu e Horácio de Matos foi levado para Salvador, onde foi assassinado. Walfrido Morais, com apenas 17 anos de idade, foi obrigado a assumir a função de redator-chefe do jornal e fez de suas páginas uma tribuna onde deu asas à sua rebeldia. Depois, o destino o deslocou para a capital baiana onde ingressou no “Correio Bahiano”, no “O Imparcial” e no vespertino “A Tarde”, de Ernesto Simões Filho. Realizou os preparatórios, ingressou na Faculdade de Filosofia e, uma vez diplomado, participou do corpo docente do Colégio Estadual da Bahia e de outros estabelecimentos de ensino.
Souza Cruz – Juizos Sobre a Sua Vida e a Sua Obra – « Homenagens Que Lhe Foram Prestadas em 1 de Setembro de 1944 no Brasil e em Portugal » – Julgado por Homens de Letras – Herculano Rebordão – Da Vida e da Obra de Albino Souza Cruz / Tasso da Silveira – O Homem do Sonho / Jaime Cortesão – História de Uma História / Afrânio Peixoto – Souza Cruz / Lemos de Brito – Um Homem, Uma Obra, Um Destino – Souza Cruz no Coração de Portugueses – As Festas – Mensagens e Discursos – Repercussão das Festas em Portugal – Edições Dois Mundos – Livros de Portugal, Ldª / Livros do Brasil, Ldª – Rio de Janeiro/ Lisboa. 1945. Desc. 183 pág + 10 Foto Gravuras / 24 cm x 17 cm / Br. Ilust.
Albino Sousa Cruz (Santa Eulália da Palmeira, Santo Tirso, 1869 — Rio de Janeiro, 1966 (97 anos)) foi um emigrante português que se constituiu em industrial no Brasil, onde fundou a companhia Souza Cruz. Emigrou em 15 de Novembro de 1885 para o Brasil, aportando no Rio de Janeiro. Nesta cidade trabalhou por dezoito anos na Fábrica de Fumos Veado, de propriedade do também emigrante português Conde de Agrolongo. Mais tarde essa fábrica seria absorvida pela sua própria indústria. Aos 33 anos de idade, com um sólido conhecimento no ramo e algumas economias, instalou-se num pequeno prédio do centro da cidade e começou a produzir cigarros enrolados em papel, uma novidade que em pouco tempo se espalhou pela sociedade. Em poucos anos passou da produção artesanal à industrial, com tamanho sucesso que, em 1962, quando se retirou da presidência, era dono da maior indústria de fumos da América Latina, a maior contribuinte de impostos no país. Faleceu em 1966, aos 97 anos, de câncer de cólon. A Empresa «Souza Cruz» é uma produtora de cigarros brasileira, actual subsidiária da British American Tobacco no Brasil. Foi fundada por Albino Sousa Cruz em Abril de 1903 no Rio de Janeiro, dando origem a um dos cinco maiores grupos empresariais do Brasil que detêm a liderança no mercado nacional há mais de 50 anos. Em 1917 a então Brazilian Tobacco Corporation, pertencente à British American Tobacco (BAT), comprou a Souza Cruz de seu dono original, passando a geri-la com o nome de “Companhia Brasileira de Fumos em Folha”, entre os anos de 1920 e 1955, quando mudou o nome fantasia para Souza Cruz. Em 1918 instalou seu primeiro escritório em Santa Cruz do Sul, hoje conhecida como Capital Nacional do Fumo. Nessa época ali introduziu o fumo da classe “Virgínia”, firmando uma parceria entre os agrónomos da empresa e os pequenos agricultores da zona rural do município. As marcas de seus cigarros são vendidas em mais 180 países do mundo. A empresa conta com mais de sete mil funcionários e chega a empregar doze mil pessoas no período de compra e beneficiamento de fumo. Possui duas fábricas no país (Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul e Uberlândia, em Minas Gerais), e quatro usinas de processamento (Santa Cruz do Sul, Blumenau, Rio Negro e Patos).