• Índice Remissivo da Pauta das Alfândegas

    Índice Remissivo da Pauta das Alfândegas
    Índice Remissivo da Pauta das Alfândegas «€65.00»

    Fernando F. Menendez – Índice Remissivo da Pauta das Alfândegas [Aprovado Pelo Decreto-Lei N.º 42 656 de 18 de Novembro de 1959 com as Alterações dos Decretos-Lei N.º 42 795, 43 477 e 43 478 Respectivamente de 31 de Dezembro de 1959 de 20 de Janeiro de 1961 e incluindo Novas Disposições Para o Desalfandegamento de Encomendas Postais nos Termos do Decreto-Lei N.º 43 400 de 15 de Dezembro de 1960] – Edição de Autor / Tipografia “Casa Portuguesa” – Lisboa – 1961. Desc. 435 pág / 24 cm x 26,5 cm / E. Tela


  • Antologia do Conto Russo

    Antologia do Conto Russo
    Antologia do Conto Russo «€120.00»

    A. S. Púchkin & N. V. Gógol – Antologia do Conto Russo [Vol. 1] / M. I. Liérmontov, I. S. Turguiêniev , A. F. Píssemski & F. M. Dostoiévski – Antologia do Conto Russo [Vol. 2] / D. V. Grigoróvitch, M. I. Saltikóv-Chtchedrín & N. S. Lieskóv – Antologia do Conto Russo [Vol. 3] / l. N. Tolstói – Antologia do Conto Russo [Vol. 4] / D. N. Mámin-Sibiriák, V. G. Koroliênko & V. M. Gárchin – Antologia do Conto Russo [Vol. 5] / A. P. Tchékov – Antologia do Conto Russo [Vol. 6] / Maxim Górki – Antologia do Conto Russo [Vol. 7] / A. I. Kuprin, L. N. Andreiev, F. K. Sologúb & V. V. Vieriessáiev – Antologia do Conto Russo [Vol. 8] / Autores Contemporâneos – Antologia do Conto Russo [Vol. 9] – Editora Luz, Lda – Rio de Janeiro – 1961/1962. Desc. 406 + 403 + 345 + 336 + 388 + 444 + 433 + 448 + 398 pág / 21 cm x 14 cm / Br. Ilust


  • O Livro da Natureza

    O Livro da Natureza
    O Livro da Natureza «€60.00»

    Fritz Kahn – O Livro da Natureza [Tomo I] Espaço e Tempo / Força e Matéria / O Firmamento /  A Terra / A Vida – O Livro da Natureza [Tomo II] O Vegetal / O Animal / O Homem – Edições Melhoramentos – São Paulo – 1963. Desc. 358 + 499 pág / 24 cm x 16 cm / E. Original


  • A Nossa Vida Sexual

    A Nossa Vida Sexual
    A Nossa Vida Sexual «€40.00»

    Dr. Fritz Kahn – A Nossa Vida Sexual «Guia e Conselheiro para Todos com Respostas e Todas as Questões» – Editora Civilização Brasileira S/A – Rio de Janeiro – 1958. Desc. 335 pág / 22 cm x 16 cm / E. Pele

     

     

    Fritz Kahn (Halle, 29 de Setembro de 1888 — Lugano, Suíça, 14 de Janeiro de 1968) foi um médico ginecologista judeu alemão, autor de livros sobre ciências, especialmente sobre o corpo humano. Fritz Kahn iniciou seus estudos em Halle, Alemanha, tendo completado sua formação em Berlim no Sophien-Gymnasium, em 1907. Formou-se em Medicina, também em Berlim, em 1912. Nessa cidade iniciou carreira como ginecologista, tendo casado com Irmã Glogau. Seus primeiros trabalhos, artigos escritos, foram sobre Astronomia e Aviação A partir de 1914 serviu no exército durante a Primeira Grande Guerra e suas experiências no conflito ficaram bem evidenciadas ao longo de sua obra. Em 1933, pouco antes da ascensão de Adolf Hitler, Kahn foi para a Palestina, de onde não regressou por força da situação política em seu país. Fixando-se em Jerusalém, tornou-se cidadão palestino. Ficou no Oriente até 1939, indo daí para Portugal, depois França, de onde emigrou para Nova Iorque, em 1941. Teve apoio de Albert Einstein e Varian Fry , uma jornalista americana que ajudou a refugiar muitos judeus perseguidos pelo Nazismo. Na América teve uma carreira produtiva, obtendo muita popularidade como escritor de obras sobre Medicina e Biologia, que foram traduzidas para diversos idiomas. Ministrou conferências e aulas para diversas escolas e universidades, assim como em programas radiofónicos onde apresentava questões médicas e científicas. Faleceu em Lugano, Suíça, em 1968.


  • Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica

    Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica
    Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica «€80.00»

    Natália Correios (Selecção , Prefácio e Notas) Cruzeiro Seixas (Ilustrações) –  Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica « Dos Cancioneiros Medievais a Actualidade» – Martins Soares, D. Tomás de Noronha, João Zorro, António Barbosa Barcelar, José Régio, Fernando Pessoa, António Botto, Pedro Homem de Mello, Luís Pacheco, José Carlos Ary dos Santos, António Nobre, António Ramos Rosa, Eugénio de Andrade, José Almada Negreiros, Augusto Gil, Bocage, Herberto Hélder, Homem Pessoa… Etc – Edições Fernando Ribeiro de Mello / Afrodite – Lisboa – 1965. Desc. 551 pág + 6 Gravuras / 19,5 cm x 12,5 cm / Br. Ilust.

    A edição da Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, (Ed. Afrodite, Lisboa, Dez. de 1966), foi apreendia e julgada em Tribunal Plenário como «ofensiva do pudor geral, da decência e da moralidade pública e dos bons costumes». Foi «reconhecido o mérito literário da obra», com excepção dos textos de Mário Cesariny de Vasconcelos, cujo mérito literário foi considerado nulo. No plenário criminal da Boa-Hora, em audiência colectiva, sob a presidência do desembargador Fernando António Morgado Florindo e com a presença de Costa Saraiva, adjunto do procurador da República, terminou no dia 21 de Março de 1970 o julgamento por abuso de liberdade de imprensa dos responsáveis pela publicação da Antologia.  Ribedo diro Fernane Mello, editor, e Natália Correia, escritora e organizadora da Antologia, a 90 dias de prisão correccional, substituíveis por igual tempo de multa a 50$00 por dia e mais 15 dias de multa à mesma taxa. A cada um foram aplicados os impostos de justiça de 1500$00 e 500$00 de procuradoria.Luiz Pacheco, escritor, foi condenado a 45 dias de prisão, substituídos por multa, a 25$00 diários e 7 dias de multa à mesma taxa (no entanto devido à sua situação económica, o Tribunal dispensou-o do pagamento da multa diária). Foi ainda condenado a 880$00 de imposto de justiça. Mário Cesariny de Vasconcelos, escritor, foi condenado a 45 dias de prisão substituídos por multa a 30$00 diários e 7 dias de multa à mesma taxa. Condenado em 1 000$00 de imposto de justiça e 500$00 de procuradoria. José Carlos Ary dos Santos, escritor, foi condenado a 45 dias de prisão substituída por igual tempo de multa a 40$00 diários e 7 dias de multa à mesma taxa. Foi condenado em 1 000$00 de imposto de justiça e 500$00 de procuradoria. Ernesto Manuel Geraldes de Melo e Castro, escritor, foi condenado a 45 dias de prisão, substituída por igual tempo de multa, a 50$00 por dia e mais 7 dias de multa àquela taxa. Foi aplicado o imposto de justiça de 1500$00 e 500$00 de procuradoria. A Natália Correia, Mário Cesariny, José Carlos Ary dos Santos e Melo e Castro foram suspensas as penas, pelo espaço de três anos. Os livros apreendidos foram declarados perdidos a favor do Estado para serem destruídos. O acusado Francisco Marques Esteves foi absolvido.

  • História do Mês de Outubro

    História do Mês de Outubro
    História do Mês de Outubro «€25.00»

    Domingos Monteiro  – História do Mês de Outubro – Sociedade de Expansão Cultural – Lisboa – 1967. Desc. 154 pág / 20 cm x 13 cm / Br. «1.ª edição»

    Domingos Monteiro (Barqueiros, Mesão Frio, 6 de Novembro de 1903 – Lisboa, 17 de Agosto de 1980) foi um advogado, poeta e escritor português.  Domingos Monteiro Pereira Júnior era filho de Domingos Monteiro Pereira, lavrador abastado, e de Elvira da Assunção Coelho Monteiro, ambos naturais da mesma freguesia de Barqueiros, concelho de Mesão Frio. Entre 1918 e 1920, foi aluno interno do Liceu Central de Camilo Castelo Branco, em Vila Real. Veio para a capital portuguesa e concluiu a licenciatura em Direito pela Universidade de Lisboa, em 1927, com a classificação de 18 valores. Em 1938 casou com Maria Palmira de Aguilar Queimado, de quem se viria a divorciar em 1946. Deste casamento nasceu a sua única filha, Estela Monteiro (Galvão Teles por casamento), professora da Faculdade de Medicina de Lisboa. Em 1971 contraiu segundo matrimónio, com Ana Maria de Castro e Mello Trovisqueira, que viria a auxiliar na edição dos seus livros, nomeadamente na última fase da existência do escritor.  Domingos Monteiro exerceu a advocacia, sendo que no início da sua carreira defendeu diversos opositores do regime político então vigente. A sua preocupação democrática levou-o também a fundar, ainda muito jovem, o Partido da Renovação Democrática, bem como, mais tarde, o Diário Liberal. A vocação literária acabou por se sobrepor à actividade forense e política, e foi como escritor que ganhou projecção e reconhecimento. Exerceu também algumas actividades afins, como as de jornalista, crítico, editor e foi ainda responsável pelo Serviço de Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 1948 fundou a Sociedade de Expansão Cultural que veio a ter uma acção notável na divulgação dos autores portugueses. Ainda durante o ensino liceal em Trás-os-Montes, publicou alguns poemas em O Dilúculo, um jornal local de jovens que se publicou entre 1 de Dezembro de 1918 e o primeiro trimestre de 1921, dirigido por Joaquim Rodrigues Grande. Com apenas dezasseis anos estreou-se nas letras com a edição do seu primeiro livro de versos, Orações do Crepúsculo. Este livro foi elogiosamente prefaciado por Teixeira de Pascoaes a quem Domingos Monteiro dedica o segundo livro, também de versos, Nau Errante, de 1921. Três décadas mais tarde voltaria a publicar poesia, com Evasão, de 1953, e, em 1978 publicaria o seu último livro de versos,Sonetos. Domingos Monteiro fez também algumas incursões no domínio da história (de que se destaca uma História da Civilização em três volumes), do ensaio, da crítica e do teatro. Mas foi sobretudo como ficcionista que alcançou renome. E, dentro da ficção, a sua forma preferida de criação é a novela, género intermédio entre o conto e o romance, em matéria de complexidade de enredo e extensão. Escritor realista, a que todavia não é estranho o fantástico, muito influenciado pelo naturalismo francês e russo, publicou mais de uma quinzena de títulos, de que se destacam, entre outros, O Mal e o Bem, O Primeiro Crime de Simão Bolandas com o qual obteve o Prémio Nacional de Novelística e o Prémio Diário de Notícias, e ainda Letícia e o Lobo Júpiter agraciado com o Prémio Nacional de Novelística. Vários livros e contos foram traduzidos em castelhano, catalão, inglês, alemão, polaco e russo, e outros foram incluídos em diversas antologias nacionais e estrangeiras.


  • Alma Minha Gentil (Antologia da Poesia de Amor Portuguesa)

    Alma Minha Gentil (Antologia da Poesia de Amor Portuguesa)
    Alma Minha Gentil (Antologia da Poesia de Amor Portuguesa) «€40.00»

    José Régio e Alberto de Serpa (Organizada) – Alma Minha Gentil (Antologia da Poesia de Amor Portuguesa) – El – Rei D. Sancho I, Pai Soares de Aaveiros, Pero Gonçalves de Portocarreiro, João Aires, El – Rei D. Dinis, D. Afonso Sanches, Nuno Fernandes Torneol, João Lobeira, Conde do Vimioso, Rui Gonçalves, João Roiz de Castelo-Branco, Diogo Brandão, Romance Popular, Bernardim Ribeiro, Cristóvão Falcão, Luís de Camões, D. Manuel de Portugal, António Ferreira, Pedro de Andrade Caminha, Diogo Bernardes, Francisco Rodrigues Lobo, António Barbosa Bacelar, Soror Violante do Céu, Anónima, D. Francisco Manuel de Melo, Paulino Cabral de Vasconcelos, Pedro António Correia Garção, Domingues Reis Quinta, Filinto Elísio, Tomás António Gonzaga… Etc. – «  Ilustrções de Augusto Gomes » Portugália Editora – Lisboa – 1957. Desc. 345 pág + 6 Ilustrações / 18 cm x 13 cm / Br.


  • A Vénus de Kazabaïka

    A Vénus de Kazabaïka
    A Vénus de Kazabaïka «€50.00»

    Masoch – A Vénus de Kazabaïka «Tradução de Anna Hatherly e Prefácio de Júlio Moreira – Fernando Ribeiro de Mello / Edições Afrodite – Lisboa – 1966. Desc. 215 pág + 9 Ilustrações / 18 cm x 16 cm / Br. Ilust

    Obs. Obra publicada clandestinamente contra a Mesa de Censura no Estado Novo.

    Leopold Ritter von Sacher-Masoch (Lviv, 27 de janeiro de 1836 — 9 de março de 1895) foi um escritor e jornalista austríaco, cujo nome esteve na base da criação, pelo psiquiatra alemão Richard von Krafft-Ebing, do termo masoquismo. O termo deriva de seu nome graças ao seu romance A Vênus de Peles (1870) onde um dos personagem atinge o gozoapós ser surrado pelo amante da sua esposa. Durante sua vida, Sacher-Masoch ganhou renome por seus contos galicianos. Era conhecido também como um homem das letras, às vezes comparado com Ivan Turgeniev, que era visto como um potencial sucessor de Goethe. Foi um pensador utópico que com suas visões regionalista, moralista e doutrinária expôs um pouco das ideias socialistas e humanistas em seus escritos. Alguns de seus textos foram traduzidos para português por Koseritz


  • A Filosofia de Alcova

    A Filosofia de Alcova
    A Filosofia de Alcova «€50.00»

    Marquês de Sade – A Filosofia de Alcova «Tradução de Helder Henriques e Prefácio de David Mourão-e Luiz Pacheco» – Edição de Fernando Ribeiro de Mello / Edições Afrodite – Lisboa – 1966. Desc. 215 pág + 9 Gravuras Ilustradas / 18 cm x 16 cm / Br. Ilust. «Muito Procurado»

    Obs. Obra publicada clandestinamente contra a Mesa de Censura no Estado Novo.

    Donatien Alphonse François de Sade, o Marquês de Sade (Paris, 2 de Junho de 1740 — Saint-Maurice, 2 de Dezembro de 1814) foi um aristocrata francês e escritor libertino. Muitas das suas obras foram escritas enquanto estava na Prisão da Bastilha, encarcerado diversas vezes, inclusive por Napoleão Bonaparte. De seu nome surge o termo médico sadismo, que define a perversão sexual de ter prazer na dor física ou moral do parceiro ou parceiros . Foi perseguido tanto pela monarquia (Antigo Regime) como pelos revolucionários vitoriosos de 1789 e depois por Napoleão.Além de escritor e dramaturgo, foi também filósofo de ideias originais, baseadas no materialismo do século das luzes e dos enciclopedistas. Lido enquanto teoria filosófica, “o romance de Sade oferece um sistema de pensamento que desafia a concepção de mundo proposta pelos dois principais campos filosóficos no contexto da França pré-republicana: o religioso e o racionalista”.Sade era adepto do ateísmo e era caracterizado por fazer apologia ao crime (já que enfrentar a religião na época era um crime) e a afrontas à religião dominante, sendo, por isso, um dos principais autores libertinos – na concepção moderna do termo. Em suas obras,Sade, como livre pensador, usava-se do grotesco para tecer suas críticas morais à sociedade urbana. Evidenciava, ao contrário de várias obras acerca da moralidade – como por exemplo o “Princípios da Moral e Legislação” de Jeremy Bentham- uma moralidade baseada em princípios contrários ao que os “bons costumes” da época aceitavam; moralidade essa que mostrava homens que sentiam prazer na dor dos demais e outras cenas, por vezes bizarras, que não estavam distantes da realidade. Em seu romance 120 Dias de Sodoma, por exemplo, nobres devassos abusam de crianças raptadas encerrados num castelo de luxo, num clima de crescente violência, com coprofagia, mutilações e assassinatos.Duas personagens criadas por Sade foram suas ideias fixas durante décadas: Justine (que se materializou em várias versões do romance, ocupando muitos volumes), a ingênua defensora do bem, que sempre acaba sendo envolvida em crimes e depravações, terminando seus dias fulminada por um raio que a rompe da boca ao ânus quando ia à missa, e Juliette, sua irmã, que encarna o triunfo do mal, fazendo uma sucessão de coisas abjetas, como matar uma de suas melhores amigas lançando-a na cratera de um vulcão ou obrigar o próprio papa a fazer um discurso em defesa do crime para poder tê-la em sua cama. As orgias com o papa Pio VI em plena Igreja de São Pedro, no Vaticano, fazem parte da trama sacrílega e ultrajante do romance Juliette, com a fala do pontífice transformada em agressivo panfleto político: A Dissertação do Papa sobre o Crime. Sade tinha o costume de inserir panfletos político-filosóficos em suas obras. O panfleto Franceses, mais um Esforço se Quiserdes Ser Republicanos, que prega a total ruptura com o cristianismo, foi por ele encampado ao romance A Filosofia na Alcova(Preceptores Morais), no qual um casal de irmãos e um amigo libertino “educam” a jovem Eugénie para uma vida de libertinagem, mostrando-lhe aversão aos dogmas religiosos e costumes da época.  Tanto o surrealismo como a psicanálise encamparam a visão da crueldade egoísta que a obra de Sade expõe despudoradamente. Um exemplo de influência do Marquês de Sade na arte do século 20 é o cineasta espanhol Luis Buñuel, que em vários filmes faz referências explícitas a Sade: em A Idade do Ouro, por exemplo, retrata a saída de Cristo e dos libertinos do castelo das orgias de Os 120 dias de Sodoma. O sadismo também está explícito nas imagens mais surrealistas produzidas por Buñuel, como a navalha cegando o olho da mulher em O Cão Andaluz. Também há fortes referências sadianas em A Bela da Tarde e em Via Láctea, no qual aparece uma Cena em que Sade converte uma indefesa menina ao ateísmo. A influência de Sade pode ser notada também em autores como o dramaturgo francês Jean Genet, homossexual, ladrão e presidiário, que retoma muitos dos temas do marquês, também desenvolvidos em ambientes carcerários franceses.A questão da suposta homossexualidade de Sade (“Terá sido Sade um pederasta?”) foi formulada pela escritora francesa Simone de Beauvoir no clássico ensaio ‘É preciso queimar Sade? – Privilégios’. A autora conclui pela heterossexualidade de Sade, que sempre amou mulheres tolerantes a suas aventuras, embora tivesse um comportamento sexual atípico, defendendo o coito anal e chegando a pagar criados para sodomizá-lo publicamente em suas orgias, das quais a primeira mulher, Renné de Sade, teria participado. Atualmente, estudiosos da cultura e da literatura, como o sociólogo Ottaviano de Fiore, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), compartilham a opinião de Simone de Beauvoir, creditando o comportamento e a imaginação literária do autor de ‘120 Dias de Sodoma’ a neuroses relacionadas a parafilias, como o gosto pelo lixo e pela sujeira, que na ficção sadeana desembocam na apologia do crime e na erotização da fealdade e das mais atrozes torpezas. “A crítica que faço à pergunta de Simone de Beauvoir é que, posta em sua época, ela remete à visão de seres humanos descontínuos,isto é, não vê, como actualmente se vê, um continum humano, mas vê um mundo repartido em que gays e outras minorias seriam descontínuos em relação a um padrão de ser humano dito normal, isto é, o gay seria o outro, que não partilharia da mesma condição humana, ponto de vista hoje considerado preconceituoso e racista, pois o padrão de ser humano mudou”, afirmou Ottaviano de Fiore. Na velhice, já separado de Renné, sua primeira mulher, mas, como sempre, preso por causa de suas ideias e de seu comportamento libertino, foi amparado pela actriz Marie-Quesnet, que mudou-se com ele para o Hospício de Charenton. Nessa época, sob o olhar tolerante de Marie-Quesnet, enamorou-se da filha de uma carcereira que tinha 14 anos quando o conheceu. Todos esses fatos estão rigorosamente documentados por Gilbert Lely, o mais importante biógrafo de Sade, compilador de suas cartas e autor do clássico ‘Vida do Marquês de Sade’. Sade morreu aos 74 anos, amado por duas mulheres, com quem planejava produzir peças teatrais pornográficas quando um dia saísse do hospício


  • Antologia do Humor Português

    Antologia do Humor Português
    Antologia do Humor Português «€135.00»

    Fernando Ribeiro de Mello – Antologia do Humor Português – Selecção e Notas: Vergilio Martinho e Ernesto Sampaio / Prefácio. Ernesto Sampaio / Capa e Paginação: Sena da Silva / Desenhos: Carlos Ferreiro, Eduardo Batarda, João Machado & José Rodrigues – Cantigas D’Escarnho e de Mal Dizer (Século XVIII) Airas Nunes, Clérigo, Aires Pérez Vuitoron, Fernan Soárez de Quinhones, Joan Aires de Santiago & Pero da Ponte, Gil Vicente, Fernão Mendes Pinto, Gonçalo Fernandes Trancoso, Luís de Camões, Diogo do Couto, D. Tomás de Noronha, D, Francisco Manuel de Melo, António Serrão de Castro, Autor Anónimo da Arte de Furtar, Padre Manuel Bernardes, Cavaleiro de Oliveira, António José da Silva, Paulino António Image00002Cabral, Manuel Maria Barbosa do Bocage, António Lobo de Carvalho, Nicolau Tolentino de Almeida, José Augusto Macedo, Almeida Garrett, Camilo Castelo Branco, João de Deus, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Eça de Queiroz, Gomes Leal, Guerra Junqueira, Gervásio Lobato, Cesário Verde, Fialho de Almeida, Manuel Teixeira Gomes, Trindade Coelho, António Feijó, Raul Brandão, Aquilino Ribeiro, Fernando Pessoa, Mário Sá Carneiro, Almada Negreiros, Vitorino Nemésio, José Rodrigues Miguéis, Branquinho da Fonseca, António Gedeão, José de Lemos, Manuel da Fonseca, Manuel de Lima, Ruben. A, Natália Correia, Mário Henriques Leiria, Mário Cesariny de Vasconcelos, António Domingues, Fernando Luso Soares, Alexandre O’Neill, Ernesto Leal, Luiz Pacheco, Pedro Oom, António Maria Lisboa, Júlio Moreira, Manuel de Castro, Alberto Portela (Filho), José carlos Ary dos Santos, O cadáver Esquisito – Edições Afrodite – Lisboa – 1969. Desc. [XXV] + 1004 pág / 21 cm x 15 cm / E. Pele «Muito Procurado»

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    Fernando Ribeiro Bento de Melo (Porto, 11 de Novembro de 1941 – Coimbra, 27 de Fevereiro de 1992), foi um editor e declamador de poesia português. Oriundo de uma Image00019família tradicional do Porto. De pequena estatura, franzino, claudicante, sempre impecavelmente vestido, o olhar intenso, bigodes revirados à Dalíe uma pera, Ribeiro de Mello destacava-se também por uma personalidade um pouco excêntrica, irreverente e donjuanesca. Em Outubro de 1964 deu brado em Lisboa, com um conturbado recital de poesia na Sociedade Nacional de Belas-Artes, em que o valor dos poemas declamados era pontuado de acordo com a duração cronometrada dos aplausos do público. Amigo de Natália Correia, Mário Cesariny, Luiz Pacheco e outros intelectuais portugueses, foi o enérgico fundador das pequenas e excelentes Edições Afrodite,em 1965, que durante os anos finais do salazarismo causaram escândalo e sensação, com a publicação de obras polémicas e proibidas, que conduziriam a diversos processos judiciais por ultraje aos bons costumes. Citem-se o Kâma-Sûtra – Manual do Erotismo Hindu (1965), a Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica (1966), de Natália Correia ou A Filosofia na Alcova (1966) do Marquês de Sade . Em 1980, teve uma breve exposição televisiva ao ter participado como membro do júri do concurso A Prata da Casa na RTP, juntamente com Alexandre O’Neill, Tomás Branquinho da Fonseca, Beatriz Costa e Maria Elisa. Eram notórias as suas intervenções enquanto jurado, Image00006marcadas pela acutilância das suas opiniões, alguma teatralidade de expressão, frequentemente pontuadas por manifestações de sarcasmo e de indignação, entrando algumas vezes em conflito com o apresentador José Fialho Gouveia. As extintas Edições Afrodite desempenharam, nessas décadas, um papel ímpar na divulgação em língua portuguesa de diversos autores fundamentais da contra-cultura (André Breton, Alfred Jarry, etc.). Ribeiro de Mello teve a inestimável colaboração de grandes tradutores e antologiadores como Ernesto Sampaio, Aníbal Fernandes, Luiza Neto Jorge, Manuel João Gomes, e ilustradores como Eduardo Batarda, Martim Avillez ou Henrique Manuel. As opções editoriais de Fernando Ribeiro de Mello (antecedidas já pela editora Contraponto de Luiz Pacheco) influenciariam outras editoras (do mesmo tipo ou não), nas décadas de 1970 a 1990, como a Editorial Estampa, a Editora Arcádia, a & etc (dirigida por Vitor Silva Tavares), a Assírio & Alvim (de Manuel Hermínio Monteiro), a Hiena Editora (de Rui Martiniano), a Fenda (de Vasco Santos), a Antígona (de Luís de Oliveira) e outras. Morreu em 1992, aos 50 anos, na sequência de uma cirurgia mal sucedida a um aneurisma.