• Tag Archives História de Literatura
  • O Olhar, a Escuta e o Sentir em Emiliano da Costa

    O Olhar, a Escuta e o Sentir em Emiliano da Costa
    O Olhar, a Escuta e o Sentir em Emiliano da Costa «€35.00»

    Maria Gabriela de Sousa e Silva – O Olhar, a Escuta e o Sentir em Emiliano da Costa «Do Regionalismo ao Universalismo» – Câmara Municipal de Tavira / Câmara Municipal de Faro – Faro / Tavira – 1997. Desc. 378 Pág / 30 cm x 21 cm / Br.


  • Bento de Jesus Caraça – Conferência e Outros Escritos

    Bento de jesus Caraça - Conferencia e Outros Escritos
    Bento de Jesus Caraça – Conferencia e Outros Escritos «€20.00»

    Bento de Jesus Caraça – Conferência e Outros Escritos – Editorial Minerva – Lisboa – 1970. Desc. 379. Pág / 22 cm x 15 cm / Br- «1.ª Edição»

    Bento de Jesus Caraça (Vila Viçosa, 18 de Abril de 1901 — Lisboa, 25 de Junho de 1948) foi um matemático português, professor universitário, resistente antifascista e militante do Partido Comunista Português. Licenciou-se, em 1923, no Instituto Superior de Comércio, hoje Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa. Em 1936 funda o Núcleo de Matemática, Física e Química juntamente com outros recém doutorados nas áreas da matemática e física. Em 1938, com os também professores Mira Fernandes e Beirão da Veiga, funda o Centro de Estudos de Matemáticas Aplicadas à Economia, que dirigiu até Outubro de 1946, ano da sua extinção pelo Governo. Em 1940, com os professores António Monteiro, Hugo Ribeiro, José da Silva Paulo e Manuel Zaluar criou a Gazeta de Matemática. Em 1941 cria a “Biblioteca Cosmos”, para edição de livros de divulgação científica e cultural, a qual publicou 114 livros, com uma tiragem global de 793 500 exemplares. Colaborou também nas revistas Técnica, Gazeta de Matemática, Seara Nova, Vértice e Revista de Economia. Em 1943 e até 1944 torna-se o 2.º presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática em conjunto com Aureliano de Mira Fernandes. Em 1946 é preso pela PIDE e, em Outubro desse mesmo ano, demitido do lugar de professor catedrático do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras. Faleceu em Lisboa, no dia 25 de Junho de 1948, vítima de doença cardíaca. A 3 de Setembro de 1979 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada e a 30 de Junho de 1980 foi feito Grande-Oficial da Ordem da Liberdade, ambas a título póstumo


  • A Tradição Clássica em«Os Lusíadas»

    A  Tradição Clássica em«Os Lusíadas»
    A Tradição Clássica em«Os Lusíadas» «€13.00»

    Dr. Américo da Costa Ramalho  – A  Tradição Clássica em«Os Lusíadas» – Comissão Executiva do IV Centenário da Publicação de “Os Lusíadas” – Lisboa – 1972. Desc. 22 pág / 24 cm x 16,5 cm / Br.


  • Contribution à Un Centeneire: Une Tentative de Rénovation Épique, Les Lusiades de L. Camões

    Contribution à Un Centeneire: Une Tentative de Rénovation Épique, Les Lusiades de L. Camões
    Contribution à Un Centeneire: Une Tentative de Rénovation Épique, Les Lusiades de L. Camões «€15.00»

    Prof. Roger Bismut – Contribution à Un Centeneire: Une Tentative de Rénovation Épique, Les Lusiades de L. Camões – – Comissão Executiva do IV Centenário da Publicação de “Os Lusíadas” – Lisboa – 1972. Desc. 35 pág / 24 cm x 16,5 cm / Br.


  • O Episódio do Adamastor: Seu Lugar e Significação na Estrutura de «Os Lusíadas»

    O Episódio do Adamastor: Seu Lugar e Significação na Estrutura de «Os Lusíadas»
    O Episódio do Adamastor: Seu Lugar e Significação na Estrutura de «Os Lusíadas» «€12.50»

    Dr. Aníbal Pinto de Castro – O Episódio do Adamastor: Seu Lugar e Significação na Estrutura de «Os Lusíadas» – Comissão Executiva do IV Centenário da Publicação de “Os Lusíadas” – Lisboa – 1972. Desc. 18 pág / 24 cm x 16,5 cm / Br.


  • Cantigas de Amor dos Travadores Galego Portugueses

    Cantigas de Amor dos Travadores Galego Portuguses
    Cantigas de Amor dos Travadores Galego Portugueses «€50.00»

    José Joaquim Nunes – Cantigas de Amor dos Travadores Galego Portugueses – Centro de Livros Brasileiros – Lisboa – Porto – Luanda – 1972. Desc. L + 562 pág / 21,5 cm x 15 cm / Br.

     

    FotoJosé Joaquim Nunes (Portimão, 4 de Dezembro de 1859 — Lisboa, 20 de Julho de 1932) foi um sacerdote católico (embora tenha depois abandonado o sacerdócio e casado) e professor universitário, que se destacou pelos seus trabalhos de lexicografia dialectal e histórica, pertencendo à geração pioneira da linguística portuguesa. Foi sócio da Academia das Ciências de LisboaJosé Joaquim Nunes nasceu na então Vila Nova de Portimão, filho de Joaquim Nunes do Carmo e Maria Francisca Francesa, uma família de poucas posses. Realizou os seus estudos básicos em Portimão, com a ajuda do «escrivão da Câmara» Aires António de Azevedo e do padre José Baptista Pereira. Terminada a instrução primária, ingressou no Seminário de Faro, onde concluiu o curso teológico, sendo sido ordenado sacerdote em 1882. Como jovem sacerdote, paroquiou em Estoi, Martim Longo, Castro Marim e Alferce, freguesia onde se manteve, como pároco encomendado entre 1886 e 1888. Foi neste período de vivência numa comunidade serrana algarvia que se iniciou na actividade literária, publicando a obra Contos ao Lar (1888) com o pseudónimo deJúlio Ventura. Os contos incluídos são inspirados em lendas algarvias, predominantemente monchiquenses, como a conhecida Louca dos Pisões. Também neste período iniciou a sua participação na imprensa, tendo sido colaborador de O Patriota, influente órgão da imprensa local dirigido por António Lobo de Almada Negreiros, o pai de Almada Negreiros. Manteria esta colaboração por muitos anos, sendo posteriormente correspondente do jornal em Lagos. Tem ainda colaboração na revista algarvia Alma nova : revista ilustrada (começada a editar em Faro em 1914, disponível na Hemeroteca Digital4 ). Entretanto, já com um importante envolvimento na actividade intelectual algarvia, sentia-se atraído pelo ensino em detrimento da actividade pastoral. Solicitou então ao prelado a sua transferência para um lugar de professor no Seminário de São José, em Faro, o que não lhe foi concedido. Perante a recusa, resolveu concorrer a um lugar de capelão militar, sendo colocado em 1889 como capelão do Regimento de Infantaria n.º 15, de Lagos. Durante os anos em que esteve colocado em Lagos, manteve uma intensa actividade social e cultural, criando uma escola particular para estudos liceais, de que foi professor, e fundando, em 1891, o jornal O Lacobrigense, que dirigiu e editou. Naquele jornal publicou vários trabalhos relacionados com a cultura algarvia, pois dedicou-se ao estudo de temas da etnografia algarvia, sobre a qual publicou diversos artigos em vários periódicos. A sua carreira de capelão militar levou a que fosse transferido de Lagos para Santarém, continuando paralelamente a dedicar-se ao ensino particular e aos estudos de filologia. Foi assim que também leccionou em escolas particulares de Santarém. Colocado depois no Regimento de Infantaria n.º 17, em Beja, acumulou naquela cidade as funções de capelão com os cargos de professor interino do Liceu e de professor do Seminário de Beja. Em colaboração com o professor monchiquense José António Gascon (1851-1931), publicou na Revista Lusitana, tomo VII (1902; separata em 1906), os resultados da recolha etnográfica que realizara no Algarve, intitulada Dialectos Algarvios, trabalho presumivelmente iniciado quando residiu no concelho de Monchique. Na mesma revista, entre abundante colaboração, em 1900 publicou também a obra Subsídios para o Romanceiro Algarvio. Com a implantação da República, a capelania do Exército Português foi extinta o que o levou a passar para o ensino oficial a tempo inteiro. Abandonou então o sacerdócio, casando civilmente com Matilde Cardoso de Araújo Nunes. Já filólogo reconhecido e apoiante dos ideais republicanos, em 1911 foi nomeado pelo Governo da República vogal secretário da comissão da Reforma Ortográfica de 1911. Na continuação da sua carreira na docência liceal, foi sucessivamente professor do Liceu de Beja, do Liceu de Santarém e do Liceu Camões, em Lisboa, antes de ser colocado como professor do Colégio Militar. Em 1913 foi eleito sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, instituição de que passou em 1926 à categoria de sócio efectivo. Já com uma carreira feita e uma sólida reputação académica como investigador da linguística, em 1914, com 55 anos de idade, foi nomeado professor extraordinário de Filologia Clássica da Faculdade de Letras de Lisboa. No ano de 1917, em reconhecimento do seu saber e numerosas contribuições bibliográficas, foi feito Doutor em Letras e promovido a professor catedrático e em 1928 escolhido para o cargo de director daquela Faculdade. Em 1929 retirou-se da actividade académica por atingir o limite de idade. Na sua vida profissional destacou-se pelos seus conhecimentos de latim e de grego clássico e como um reputado especialista no estudo da Antiguidade Clássica, a que aliava um perfil discreto e uma grande capacidade pedagógica. Na Faculdade de Letras foi colega e colaborador de Leite de Vasconcelos e de José Maria Rodrigues, convivendo com lentes como Adolfo Coelho, Carolina Michaelis e David Lopes. Já viúvo, retornou à Igreja Católica Romana, que abandonara quando casou, tendo estado algum tempo recolhido no convento franciscano de Varatojo, mas veio a falecer na sua casa de Lisboa, vítima de pneumonia, pouco depois do seu regresso ao catolicismo. Publicou vários trabalhos de lexicografia dialectal e lexicografia histórica e estudos avulsos de etimologia e de onomástica, contribuindo para o enquadramento geral na descrição dos fenómenos da fonética histórica da língua portuguesa. Também se dedicou ao estudo e à edição de textos medievais, nomeadamente obras de carácter hagiográfico, com destaque para as vidas de santos portugueses, muitas delas inéditas. Na vertente didáctica, elaborou e publicou compêndios gramaticais e antologias (então designadas crestomatias) destinados a serem utilizados pelos estudantes liceais. A sua vasta bibliografia versa ainda temas como a toponímia, a história e a cultura. Como sócio correspondente, e depois efectivo, da Academia de Ciências de Lisboa, apresentou vários trabalhos de índole científica naquela instituição, à qual legou o seu espólio literário. Foi ainda membro de várias agremiações académicas e científicas e representou Portugal em congressos e reuniões internacionais. Especialista em filologia clássica era um notável poliglota, falando e escrevendo correctamente em várias línguas. A vasta obra literária que deixou, em boa parte actual, tem sido objecto de artigos, livros e teses académicas. Alguns dos seus inéditos, sobretudo obras de literatura, encontram-se depositados na Academia de Ciências de Lisboa. É lembrado na toponímia da cidade de Portimão, onde uma rua ostenta o seu nome. O grosso da sua bibliografia foi publicado na Revista Lusitana e no Boletim da Academia das Ciências de Lisboa, mas é autor de diversas monografias, entre as quais:


  • Os Lusíadas de Luís de Camões Traduzidos em Versos Latinos

    Os Lusíadas de Luís de Camões Traduzidos em Versos Latinos
    Os Lusíadas de Luís de Camões Traduzidos em Versos Latinos «€12.00»

    Frei André Baião – Os Lusíadas de Luís de Camões Traduzidos em Versos Latinos «Nota Explicativa Pelo Dr. Justino Mendes de Almeida» – Junta de Investigação de Ultramar – Lisboa – 1972. Desc. XI + 383 pág / 21 cm x 13,5 cm / Br. Obs: Impressão Fac-Similada do Exemplar Único Manuscrito Existente na Biblioteca Nacional de Lisboa


  • Ensaio Sobre os Latinismos dos Lusíadas

    Ensaio Sobre os Latinismos dos Lusíadas
    Ensaio Sobre os Latinismos dos Lusíadas «€25.00»

    Carlos Eugénio Corrêa da Silva (Paço D’ Arcos) – Ensaio Sobre os Latinismos dos Lusíadas «Edição Comemorativa» – Imprensa Nacional-Casa da Moeda – Lisboa – 1972. Desc. 281 pág / 22,5 cm x 16,5 cm / E. Ilust.


  • Os Lusíadas de Luis de Camões-3

    Os Lusíadas de Luis de Camões
    Os Lusíadas de Luis de Camões «€35.00»

    Luis de Camões – Os Lusíadas de Luis de Camões «Introdução de  Júlio Nogueira e Ilustrações de Carlos A. Ribeiro» – Livraria Freitas Bastos S. A. – Rio de Janeiro / São Paulo – 1960. Desc. 310 pág / 23 cm x 16 cm / Br. Ilust.


  • História Ilustrada das Grandes Literaturas

    História Ilustrada das Grandes Literaturas
    História Ilustrada das Grandes Literaturas «€90.00»

    António José Saraiva e Óscar Lopes – História Ilustrada das Grandes Literaturas «Literatura Portuguesa» Vol. I e II – Estúdios Cor – Lisboa – 1966/73. Desc. 911 + XVI + 170 Fotos / 25 cm x 19 cm /  E . Ilust.

    António José Saraiva (Leiria, 31 de Dezembro de 1917 — Lisboa, 17 de Março de 1993 )  foi um professor e historiador de literatura portuguesa.  Segundo  dos  sete  filhos  de José  Leonardo  Venâncio Saraiva e de Maria da Ressurreição Baptista, foi criado em Leiria até aos quinze anos. Estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se doutorou em Filologia Românica, em 1942, com a tese Gil Vicente e o Fim do Teatro Medieval. Em Lisboa conhece Óscar Lopes, com quem escreverá, em com autoria, a História da Literatura Portuguesa, publicada pela 1.ª vez em 19552. Opositor ao Salazarismo, foi militante do Partido Comunista Português, de que saiu em ruptura, depois de uma viagem à URSS. Apoiou a candidatura do general Norton de Matos à Presidência da República, em 1949. Nesse ano foi preso e impedido de ensinar. Durante os anos seguintes, viveu exclusivamente das suas publicações e da colaboração em jornais e revistas. Exilou-se na França em 1960, tendo em seguida ido viver para os Países Baixos, onde leccionou na Universidade de Amesterdão. Regressado a Portugal, após o 25 de Abril, tornou-se professor catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. António José Saraiva publicou uma vastíssima e importante obra, considerada uma referência nos domínios da história da literatura e da história da cultura portuguesas, amadurecida quer na edição de obras e no estudo de autores individualizados (Camões, Correia Garção, Cristóvão Falcão, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Fernão Lopes,Fernão Mendes Pinto, Gil Vicente, Eça de Queirós, Oliveira Martins), quer através da publicação de obras de grande fôlego como a História da Cultura em Portugal ou, de parceria com Óscar Lopes, a História da Literatura Portuguesa. É pai do jornalista José António Saraiva e irmão do historiador José Hermano Saraiva, do qual sempre foi muito próximo. Foi também sobrinho, pelo lado da mãe, de José Maria Hermano Baptista, militar centenário, (1895 – 2002, viveu até aos 107 anos) o último veterano português sobrevivente, que combateu na Primeira Guerra Mundial.

    ——————————————————————————————-

    Óscar Luso de Freitas Lopes (Leça da Palmeira, 2 de Outubro de 1917 – Matosinhos, 22 de Março de 2013) foi um professor português que desenvolveu a sua actividade docente e de investigação nas áreas da literatura e da linguística.  Óscar Lopes era filho do folclorista Armando Lopes e da violoncelista Irene Freitas. Sua irmã Maria Mécia de Freitas Lopes (Leça) foi esposa de Jorge de Sena e organizadora do espólio literário deste. Óscar Lopes foi um homem bom. E foi um homem humilde como só os homens sábios sabem ser. Humilde no saber, nas certezas, sempre pronto a rever-se e a ensaiar novas soluções para o mar de interrogações por onde navegava procurando persistentemente respostas, sem que isso implicasse perda de um norte ideológico que toda a vida procurou com perseverança, estudo e abertura de espírito. A vida desafiava-o quotidianamente e todos os planos da realidade o interpelavam, por isso nunca se fechou numa única área do saber, nunca foi rato de biblioteca, embora tivesse sido um leitor compulsivo, nunca se fechou ao chamamento do mundo, quer o mundo fosse a sua escola, a sua cidade, o seu partido, o seu país, o planeta, o cosmos. Tudo o interessava e por isso era tão fascinante ouvi-lo, sempre apaixonado pelo ato de pensar, falar, quer da história duma palavra, como da de um longínquo astro, quer de uma qualquer estrutura linguística, como de um verso de Camilo Pessanha, quer da música que tanto amava, como do último problema de lógica com que se debatia. Amava a humanidade e o mundo tão agreste em que lhe foi dado viver. A curiosidade intelectual insaciável faz dele, jovem professor de português nos liceus, já com duas licenciaturas feitas, um incansável estudioso da literatura e da língua. Começa por se dedicar à historiografia literária, publicando abundantemente já nos anos 40, mas, depois, a crítica literária da produção contemporânea atrai-o e torna-se um brilhante ensaísta, que publica nas páginas do Comércio do Porto, durante as décadas de 50 e 60, uma crítica extremamente original, atenta à materialidade formal do texto literário, na qual vai construindo o seu conceito singular de “realismo problemático ou dialético”, um realismo longínquo da tradição oitocentista e heterodoxo relativamente ao neorrealismo imperante, que se manifesta sempre que a literatura resiste ao senso comum e produz um alargamento de mundos. Através desse exercício crítico vai afinando o seu conceito de que a leitura tem sempre um carácter provisório. Ler é fazer tentativas, é ensaiar sínteses, pontos de equilíbrio num palco de conflitos que um texto sempre constitui. Por isso, para Óscar Lopes, a leitura de um texto literário constitui um desafio para quem lê: “compreender, realmente, uma obra é compreender-se melhor.” Esta tentativa de ler com propriedade e instrumentos tão rigorosos quanto possível leva-o a mergulhar mais no estudo da língua. Nos anos 60, num clima intelectualmente adverso, impedido até, por algum tempo, de ensinar, controlado nos contactos, movimentos, correspondência, em clima de grande solidão intelectual, Óscar Lopes torna-se um investigador de ponta no campo da linguística. Escreve, como bolseiro da Fundação Gulbenkian, a inovadora Gramática Simbólica do Português, a partir das experiências que faz com os seus estudantes adolescentes, cruzando formalmente o ensino do português com o da matemática. Quando, com o 25 de Abril, vê finalmente abrirem-se-lhe as portas da Universidade, será no campo da linguística que exercerá o seu magistério. Eu, então jovem assistente universitária, recordo o pasmo com que assisti a algumas das aulas de Linguística Matemática e Computacional que dava nos intervalos que a gestão da Faculdade de Letras do Porto, em quotidiano processo de mudança e democratização lhe permitiam, gestão que ele abraçou com o entusiasmo que punha em tudo.  Claro que todos o lembramos por essa obra fundadora de uma historiografia literária nova, arredada da historiografia positivista imperante, que escreveu a duas mãos com o amigo de sempre, António José Saraiva, a História da Literatura Portuguesa, a qual, com cerca de 20 edições, formou gerações de estudantes em Portugal, no Brasil e um pouco por todo o mundo onde se estuda a literatura portuguesa. Mas ela é apenas a parte com mais visibilidade da obra muito mais vasta e complexa, até muito tarde desconhecida, deste homem do norte. A bondade já evocada de Óscar Lopes, fruto evidentemente da sua elevada dimensão ética, também decorre em grande medida do ensaísmo que sempre praticou em todos os domínios – ensaísmo no seu sentido etimológico de ensaiar, tentar, encontrar soluções e tentar de novo novas hipóteses. A sua bondade manifestava-se neste espírito de abertura ao conhecimento e ao diálogo com o outro. Das coisas de que mais gostava era de trocar, debater, defender ideias e por isso ouvia o outro com uma disponibilidade sem limites: do aluno principiante ao intelectual ou ao criador de maior renome. Ouvia-os com um interesse genuinamente idêntico conjugando ao máximo os seus próprios preconceitos ou pressupostos ideológicos. O membro do Comité Central do PCP que também foi durante algum tempo não adotava qualquer ortodoxia nas suas opções ideológicas ou epistemológicas. Um dia, em 1992, Óscar Lopes escrevia a um António José Saraiva doente e desalentado: “Só o enfraquecimento da convicção é que nos pode dar a obsessão da morte. Lembra-te do verso de Pessoa, no poema Iniciação: «Neófito, a morte não existe»(sic). Cada um de nós é muito mais (e muitos mais) do que aquele que se vê. (…) «Neófito, a morte não existe»(sic), a não ser na falta de convicção de verdade ou de valor».  Era assim Óscar Lopes, não acreditando na morte e perseguindo sentidos de verdade para a vida no pensamento.


  • Bilac e Portugal

    Bilac e Portugal
    Bilac e Portugal «€25.00»

    Mário Monteiro – Bilac e Portugal – Agência Editorial Brasileira – Lisboa – 1936. Desc. 256 / 19,5 cm  x 13 cm / Br. Ilust.

     

     

    Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (Rio de Janeiro, 16 de Dezembro de 1865 – 28 de Dezembro de 1918) foi um jornalista e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Criou a cadeira 15, cujo patrono é Gonçalves Dias. Conhecido por sua atenção a literatura infantil e, principalmente, pela participação cívica, era republicano e nacionalista; também era defensor do serviço militar obrigatório. Bilac escreveu a letra do Hino à Bandeira e fez oposição ao governo de Floriano Peixoto. Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1896. Em 1907, foi eleito “príncipe dos poetas brasileiros”, pela revista Fon-Fon. Bilac, autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, é considerado o mais importante de nossos poetas parnasianos. No entanto, para o crítico João Adolfo Hansen, “o mestre do passado, do livro de poesia escrito longe do estéril turbilhão da rua, não será o mesmo mestre do presente, do jornal, a cronicar assuntos quotidianos do Rio, prontinho para intervenções de Agache e a erradicação da plebe rude, expulsa do centro para os morros”. Filho de Brás Martins dos Guimarães Bilac e de sua mulher Delfina Belmira Gomes de Paula e neto paterno de João Martins dos Guimarães Bilac e de sua mulher Angélica Pereira da Fonseca, irmã do 1.º Visconde de Maricá e 1.º Marquês de Maricá, era considerado um aluno aplicado, conseguindo, aos 15 anos – antes, portanto, de completar a idade exigida – autorização especial de ingressar no curso de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, a gosto do pai e a contra gosto próprio, que era médico da então Guerra do Paraguai. Começa a frequentar as aulas, mas seu trabalho da redacção da Gazeta Académica absorve-o mais do que a sisuda anatomia. Do mesmo modo, no tempo de colégio, deliciara-se com as viagens que os livros de Júlio Verne lhe ofereciam à fantasia. No menino e no jovem já se manifestavam as marcas de sua paixão futura: o fascínio poder criador da palavra. Bilac não concluiu o curso de Medicina e nem o de Direito que frequentou posteriormente, em São Paulo. Bilac foi jornalista, poeta, frequentador de rodas de boémias e literárias do Rio. Sua projecção como jornalista e poeta e seu contacto com intelectuais e políticos da época conduziram-o a um cargo público: o de inspector escolar. Teve colaboração em publicações periódicas como as revistas: A Imprensa (1885-1891), A Leitura (1894-1896), Branco e Negro (1896-1898), Brasil-Portugal (1899-1914) e Atlântida (1915-1920). Sua estreia como poeta, nos jornais cariocas, ocorreu com a publicação do soneto “Sesta de Nero” no jornal Gazeta de Notícias, em agosto de 1884. Recebeu comentários elogiosos de Artur Azevedo, precedendo dois outros sonetos seus, no Diário de Notícias. No ano de 1897, Bilac acabou perdendo o controle do seu Serpollet e o bateu contra uma árvore na Estrada da Tijuca, no Rio de Janeiro – RJ, sendo o primeiro motorista a sofrer um acidente automobilístico no Brasil. Aos poucos profissionaliza-se: produz, além de poemas, textos publicitários, crónicas, livros escolares e poesias satíricas. Visa contar através de seus manuscritos a realidade presente na sua época. Em 1891, com a dissolução do parlamento e a posse de Floriano Peixoto, intelectuais perdem seu protetor, Dr. Portela, ligado com o primeiro presidente republicano Deodoro da Fonseca. Fundado O Combate, órgão antiflorianista e a instalação do estado de sítio, Bilac é preso e passa quatro meses detido na Fortaleza da Laje, no Rio de Janeiro. O grande amor de Bilac foi Amélia de Oliveira, irmã do poeta Alberto de Oliveira. Chegaram a ficar noivos, mas o compromisso foi desfeito por oposição de outro irmão da noiva, desconfiado de que o poeta era um homem sem futuro. Seu segundo noivado fora ainda menos duradouro, com Maria Selika, filha do violonista Francisco Pereira da Costa. Viveu só sem constituir família até o fim de seus dias. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.Escreveu diversos livros escolares, ora sozinho, ora com Coelho Neto ou com Manuel Bonfim. Já consagrado em 1907, o autor do Hino da Bandeira é convidado para liderar o movimento em prol do serviço militar obrigatório, já matéria de lei desde 1907, mas apenas discutido em 1915. Bilac se desdobra para convencer os jovens a se alistar. Já no fim de sua vida, em 1917, Bilac recebe o título de professor honorário da Universidade de São Paulo. E talvez seja considerado um professor mesmo: dos contemporâneos, leitores de suas crónicas e ouvintes de sua poesia; dos que se formaram na leitura de seus livros escolares; de modo geral, dos que até hoje são enfeitiçados por seus poemas. É como poeta Bilac que se imortalizou. Foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros pela revista Fon-Fon em 1907. Juntamente com Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, foi a maior liderança e expressão do Parnasianismo no Brasil, constituindo a chamada Tríade Parnasiana. A publicação de Poesias, em 1888 rendeu-lhe a consagração. Ao tomar palavra no banquete-homenagem que lhe fora oferecido a 3 de Dezembro de 1907, Bilac enfatizaria o fato de ser sua figura representativa de toda uma geração: ” O que estais, como brasileiros, louvando e premiando nesta sala, é o trabalho árduo, fecundo, revolucionário, corajoso da geração literária a que pertenço, e o papel definido, preciso, dominante, que essa geração conquistou com o seu labor, para o homem das letras, no seio da civilização brasileira… Que fizemos nós? Fizemos isto: transformamos o que era até então um passatempo, um divertimento, naquilo que é hoje uma profissão, um culto, um sacerdócio: estabelecemos um preço para nosso trabalho, porque fizemos desse trabalho uma necessidade primordial da vida moral e da civilização de nossa terra..” É soneto constituído de versos decassílabos heróicos (acento tónico ocorrente nas 6ª e 10ª sílabas poéticas), com rimas opostas, interpoladas ou intercaladas.”No poema Língua Portuguesa, o autor parnasiano Olavo Bilac faz uma abordagem sobre o histórico da língua portuguesa, tema já tratado por Camões. Este poema inspirou outras abordagens, como o poema ‘Língua’, de Gilberto Mendonça Teles e ‘Língua’, de Caetano Veloso. Esta história é contada em quatorze versos, distribuídos em dois quartetos e dois tercetos – um soneto – seguindo as normas clássicas da pontuação e da rima. Partindo para uma análise semântica do texto literário, observa-se que o poeta, com a metáfora ‘Última flor do Lácio, inculta e bela’, refere-se ao fato de a língua portuguesa ter sido a última língua neolatina formada a partir do latim vulgar – falado pelos soldados da região italiana do Lácio. No segundo verso, há um paradoxo: ‘És a um tempo, esplendor e sepultura’. ‘Esplendor’, porque uma nova língua estava ascendendo, dando continuidade ao latim. ‘Sepultura’ porque, a partir do momento em que a língua portuguesa vai sendo usada e se expandindo, o latim vai caindo em desuso, ‘morrendo’. No terceiro e quarto verso, ‘Ouro nativo, que na ganga impura / A bruta mina entre os cascalhos vela’, o poeta exalta a língua que ainda não foi lapidada pela fala, em comparação às outras também formadas a partir do latim. O poeta enfatiza a beleza da língua em suas diversas expressões: oratórias, canções de ninar, emoções, orações e louvores: ‘Amo-te assim, desconhecida e obscura,/ Tuba de alto clangor, lira singela’. Ao fazer uso da expressão ‘O teu aroma/ de virgens selvas e oceano largo’, o autor aponta a relação subjetiva entre o idioma novo, recém-criado, e o ‘cheiro agradável das virgens selvas’, caracterizando as florestas brasileiras ainda não exploradas pelo homem branco. Ele manifesta a maneira pela qual a língua foi trazida ao Brasil – através do oceano, numa longa viagem de caravela – quando encerra o segundo verso do terceto. Ainda expressando o seu amor pelo idioma, agora por meio de um vocativo, ‘Amo-te, ó rude e doloroso idioma’, Olavo Bilac alude ao fato de que o idioma ainda precisava ser moldado e, impor essa língua a outros povos não era um tarefa fácil, pois implicou destruir a cultura de outros povos. No último terceto, para finalizar, quando o autor diz: ‘Em que da voz materna ouvi: ‘meu filho’!/ E em que Camões chorou, no exílio amargo/ O gênio sem ventura e o amor sem brilho’, ele utiliza uma expressão fora da norma (‘meu filho’) e refere-se a Camões, quem consolidou a língua portuguesa no seu célebre livro ‘Os Lusíadas’, uma epopeia que conta os feitos grandiosos dos portugueses durante as ‘grandes navegações’, produzida quando esteve exilado, aos 17 anos, nas colônias portuguesas da África e da Ásia. Desse exílio, nasceu ‘Os Lusíadas’, uma das oitavas epopeias do mundo.”.


  • Quatrieme Centenaire de Os Lvsiadas de Camões 1572/1972-15721972

    Quatrieme Centenaire de Os Lvsiadas de Camões 1572/1972
    Quatrieme Centenaire de Os Lvsiadas de Camões 1572/1972 «€35.00»

    Quatrieme Centenaire de Os Lvsiadas de Camões 1572/1972 – Exposition Bibliographique et Iconographique / Fondation Calouste Gulkenkian – Centre Culturel Portugais – Paris – 1972. Desc. 210 pág / 25,5 cm x 20 cm 7 Br. Ilust.


  • Desassossego e Magnitude. Itinerário de Fernando Namora

    Desassossego e Magnitude. Itenerário de Fernando Namora
    Desassossego e Magnitude. Itinerário de Fernando Namora «€15.00»

    José Manuel Mendes, António Pedro Pita, Rui Jacinto, Carlan Mendes – Desassossego e Magnitude. Itinerário de Fernando Namora «Rota dos Escritores do Séc. XX » – Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova / Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Cento – Condeixa-a-Nova – 2004. Desc. 140 pág / 24 cm x 17 cm / Br. Ilust


  • Dostoievski

    Dostoievski
    Dostoievski «€17.00»

    Stanislaw Mackiewicz – Dostoievski – Edição Livros do Brasil – Lisboa – S/D. Desc. 277 pág / 20 cm x 13,5 cm / Br.

     

     

     

    Stanisław “Gato” Mackiewicz (18 de dezembro de 1896 em São Petersburgo , Rússia – 18 de fevereiro 1966, em Varsóvia , Polónia ) era um conservador  polaco  escritor , jornalista e  monarquista . Ele foi chamado, pelo jornalista guerras Adolf Maria Bocheński , o jornalista político mais importante do interbellum Segunda República Polonesa .  Mackiewicz  nasceu em  uma família  polonesa que, historicamente, tinha usado os Bożawola brasão de armas . Mackiewicz ingressou na Organização Militar polonês em 1917 e serviu como voluntário no exército polonês durante a Guerra polaco-soviética de 1919-21. Ele publicou e editor-chefe do periódico independente Wilno (Vilnius) intitulado “Słowo,” totalmente apoiados financeiramente pelas famílias nobres da ex- Grão-Ducado da Lituânia . Ele promoveu ativamente a idéia da chamada Jagellonian Polónia, ou seja, o retorno à República das Duas Nações estilo de governança na Europa Oriental. Ele apoiou Józef Pilsudski  e em 1928-1935 serviu como um suplente para o Sejm (Parlamento da Polónia), representando oPiłsudskiite Nonpartisan Bloc para a Cooperação com o Governo .Após a morte de Pilsudski, em 1935, Mackiewicz criticou a elite dominante e, em 1939, foi preso por 17 dias no campo de detenção Bereza Kartuska . Em 18 de setembro de 1939, um dia depois do ataque soviético no leste da Polônia durante o soviético-alemão invasão da Polônia , ele deixou a Polônia. Após a traição de aliados Polônia na Conferência de Yalta, e subsequente ocupação da Polônia por Stalin e estabelecimento depois do Polônia comunista, Mackiewicz ficou no exterior com tantos exilados políticos como ele e era ativo politicamente na comunidade imigrante polonês, especialmente importante foi o fato de que ele serviu como primeiro-ministro do governo no exílio-polonês durante 1954-1955. Em 1956 Mackiewicz retornou à Polônia. Ele era o irmão mais velho do escritor e inimigo ardente do sistema comunista Józef Mackiewicz .