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  • Vida e Obra de Eça de Queirós

    Vida e Obra de Eça de Queirós
    Vida e Obra de Eça de Queirós «€40.00»

    João Gaspar Simões – Vida e Obra de Eça de Queirós – Livraria Bertrand – Lisboa – 1973. Desc. 746 pág / 22 cm x 16 cm  / Br.

     

     

    João Gaspar Simões – (Figueira da Foz, 25 de Fevereiro de 1903 — Lisboa, 6 de Janeiro de 1987) foi um novelista, dramaturgo, biógrafo, historiador da literatura portuguesa, ensaísta, memorialista, crítico literário, editor e tradutor português. Filho de João Simões, negociante e de Constança Neto Gaspar, doméstica, foi baptizado a 18 de Julho de 1903. Fez a instrução básica na sua terra natal, a Figueira da Foz e a partir dos 11 anos frequentou como interno o Colégio Lyceu Figueirense (1914), terminando o ensino liceal em Coimbra, no Liceu José Falcão. Em 1921 matriculou-se na Faculdade de Direito de Coimbra mas interrompeu por diversas vezes o curso, que só concluiu no ano de 1932. Nunca exerceu profissão na área jurídica, mas tinha o sonho de ser diplomata.Durante os seus anos de estudo fundou algumas revistas literárias de grande importância para a cultura portuguesa: de 1924 a 1925 a revista Tríptico, com Branquinho da Fonseca (seu condiscípulo dos tempos do liceu) e Vitorino Nemésio, entre outros; nos seus 9 números colaboraram também Aquilino Ribeiro,José Régio, Alberto de Serpa, Raul Brandão e Teixeira de Pascoaes; e de 1927 a 1940 fundou e dirigiu até ao seu último número (56) a revista Presença, em parceria com José Régio, Adolfo Casais Monteiro e Branquinho da Fonseca, que estaria na origem do movimento literário do mesmo nome, também chamado Segundo Modernismo, que viria a ter enorme influência na literatura portuguesa. Foram colaboradores doutrinários do “presencismo”, entre outros, Delfim Santos, Alberto de Serpa, Luís de Montalvor, Mário Sa, Raul Leal e António Botto. A acção dos ‘presencistas’ foi fundamental para o estudo e valorização do Primeiro Modernismo de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros. Foi Presidente da Associação Académica de Coimbra em 1930-31. A partir de 1935 foi revisor da Imprensa Nacional passando para a Biblioteca desta instituição em 1940. Entre 1942 e 1945 dirigiu o programa de traduções da casa editora Portugália, em Lisboa. Uma das facetas mais importantes da sua obra de crítico e de editor foi a de ter sido o primeiro biógrafo e também o primeiro editor (com Luís de Montalvor) de Fernando Pessoa, de quem tinha sido amigo e correspondente. No domínio da literatura estrangeira divulgou e traduziu vários autores russos e anglófonos, entre eles Dostoiévski, Liev Tolstói, George Eliot, Jane Austen e Elizabeth Gaskell (novelista também celebrizada por ter sido a biógrafa de Charlotte Brontë e cuja obra foi publicada por sua iniciativa na Portugália), combatendo o “francesismo” então reinante e contribuindo para a ampliação dos horizontes literários e estéticos do mundo lusófono e a europeização da então muito provinciana cultura portuguesa. A partir de 1946 finalizou a sua carreira de romancista para iniciar a sua produção dramatúrgica. A sua obra crítica é respeitada pelo seu vasto espírito enciclopédico e pela pertinência dos seus julgamentos, ainda que por vezes fosse julgada demasiado dependente do historicismo e biografismo. Alguma da sua crítica destinava-se a divulgar e valorizar autores estrangeiros que também traduzia, ou fazia traduzir e publicava nas colecções que dirigia. Ao longo de décadas foi incansável a sua actividade de recensão nas páginas literárias de diversos jornais, entre eles o Diário de Lisboa, o Diário de Notícias, o Diário Popular, O Primeiro de Janeiro e o Mundo Literário. Manteve sempre fortes ligações ao mundo da imprensa, que lhe atribuiu os 3 prémios que o distinguiram em Portugal, e foi o último director do jornal O Século. Proferiu numerosas conferências sobre literatura em Portugal e no Brasil e em várias cidades europeias, tendo participado como orador convidado no First International Symposium on Fernando Pessoa realizado em 1977 na Brown University, Providence, USA, e no Second International Symposium on Fernando Pessoa em 1983, na Vanderbilt University, Nashville, USA. Em 1981 foi-lhe atribuído o grau de Grande Oficial da Ordem de Santiago da Espada. Foi sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras e colaborador da Enciclopédia Britânica. Durante vários anos foi sua companheira de vida e de trabalhos literários a escritora Isabel da Nóbrega. Em homenagem à importância da sua obra foi o seu nome atribuído a diversas ruas em Portugal: na Figueira da Foz onde nasceu e em Foros de Amora (Seixal), na Aldeia de Juzo (Cascais), em Leça da Palmeira (Matosinhos) e em Albufeira (Algarve); e no Brasil, no Bairro Diadema, distrito de Jabaquara, cidade de São Paulo


  • D. Manuel II «O Desventurado»

    D. Manuel II «O Desventurado»
    D. Manuel II «O Desventurado» «€50.00»

    António Ferro – D. Manuel II «O Desventurado» – livraria Bertrand – Lisboa – 1954. Desc. 229 pág / 19 cm x 12,5 cm / Br. «1 edição»

     

     

    António Joaquim Tavares Ferro (Lisboa, 17 de Agosto de 1895 — 11 de Novembro de 1956), conhecido por António Ferro, foi um escritor, jornalista e político português. Com apenas 19 anos, foi oficialmente o editor da revista Orpheu, para o que foi escolhido pelo seu amigo Mário de Sá Carneiro, precisamente por ser ainda menor. Foi redactor-principal do diário O Jornal 1919 (órgão do Partido Republicano Conservador), jornalista de O Século e do Diário de Lisboa, director durante alguns meses da revista Ilustração Portugueza e repórter internacional do Diário de Notícias, para o qual entrevistou numerosas celebridades nacionais e estrangeiras. Teve colaboração, em verso e em prosa, nas revistas Alma Nova (Faro, 1914), Exílio (1915) e na segunda série de Contemporânea (1922-1924). Em 1921 publicou o manifesto modernista Nós. Em livro, publicou conferências, reportagens, entrevistas, contos, o livro de aforismos e paradoxos Teoria da Indiferença (1920) e o “romance fragmentário” Leviana (1921). Tendo começado como simpatizante do Partido Republicano, António Ferro evoluiu para sidonista, republicano conservador (próximo de Filomeno da Câmara) e simpatizante do fascismo e dos regimes autoritários da época, como também ficou patente na sua colectânea de entrevistas Viagem à Volta das Ditaduras (1927). Foi um admirador, em especial, de Benito Mussolini, que entrevistou três vezes em Roma (na última entrevista, Mussolini ofereceu a Ferro dois retratos seus com dedicatória, um deles destinado a Salazar, que o ditador português colocou emoldurado sobre a sua secretária). Também Hitler concedeu uma breve entrevista a Ferro, bem como o ditador espanhol Primo de Rivera. Sob o Estado Novo, António Ferro abraçou a carreira política, tendo dirigido o Secretariado da Propaganda Nacional (SPN), sob a tutela da presidência do Conselho de Ministros. Foi ele quem sugeriu a Salazar em 1932 a criação de um organismo que fizesse propaganda aos feitos do regime e foi dele, também, a formulação doutrinária, a partir desse ano, da chamada Política do Espírito, nome que teve em Portugal a política de fomento cultural subordinada aos fins políticos do regime. Depois de em Dezembro de 1932 ter publicado no Diário de Notícias uma série de entrevistas com o ditador, reunidas em livro em 1933 (Salazar, o Homem e a Obra), Ferro foi chamado a assumir, como director do SPN, criado em Outubro de 1933, as funções simultâneas de chefe da propaganda e de responsável pela política cultural do Estado Novo. O organismo manteve o nome até final da II Guerra Mundial, quando passou a designar-se Secretariado Nacional de Informação (SNI). Ferro foi o seu director até 1949, quando partiu para a legação portuguesa em Berna. Desenvolveu grande actividade nas áreas da propaganda interna e externa, edição, radiodifusão, cinema, teatro, bailado, jornalismo, turismo e actividades culturais em geral. Foi comissário-geral das exposições internacionais de Paris (1935) e de Nova Iorque (1938), fundador do Museu de Arte Popular, do Grupo de Bailado Verde Gaio e presidente da Emissora Nacional (1941). No plano do turismo, foi por sua iniciativa que foram criadas as Pousadas a partir de 1941-1942. Foi também fundador, em 1941, da revista de arte e turismo Panorama. Como homem de cultura desde sempre muito ligado aos meios artísticos, Ferro serviu-se do organismo que dirigiu para defender e divulgar alguns dos artistas mais arrojados do seu tempo. Travou lutas com os conservadores do regime em defesa da arte moderna, mas pessoalmente renegou o “modernismo” literário da sua juventude. António Ferro foi casado com a poetisa Fernanda de Castro, pai do escritor António Quadros e avô da escritora Rita Ferro.


  • O Almirante Marques de Nisa

    O Almirante Marques de Nisa
    O Almirante Marques de Nisa «€35.00»

    António Marques Esparteiro – O Almirante Marques de Nisa – Parceria António Maria Pereira – Lisboa – 1944 – Desc.436 pág / 24 cm  x 17 cm / Br.

     

    D. Domingos Xavier de Lima, 7º Marquês de Niza (30 de Dezembro de 1765-1802) foi um almirante da marinha portuguesa num dos seus períodos áureos, entre o final do século XVIII e o início do século XIX. Filho de Thomaz Xavier de Lima Nogueira Telles da Silva, 14º Visconde de Vila Nova da Cerveira e 1º Marquês de Ponte de Lima, e D. Eugénia Maria Josefa de Bragança, 2ª filha dos quartos Marqueses de Alegrete, recebe o título de marquês de Niza como presente de casamento do Príncipe D. João (futuro rei D. João VI), pois este pertencia na realidade à sua mulher, e sobrinha por via materna, D. Eugénia Xavier Telles da Gama. Com o casamento recebe também o título de 11ª Almirante do Mar da Índia, uma vez que D. Eugénia era Condessa da Vidigueira, e que o 1º marquês de Niza tinha sido 5º Conde da Vidigueira, D. Vasco Luís da Gama, descendente do descobridor do caminho marítimo para a Índia. Major-general da Armada e inspector-geral da Brigada Real de Marinha, celebrizou-se no posto que ocupou entre 1798 e 1800, ao comando da esquadra portuguesa no Mediterrâneo que lutou nas Guerras Napoleónicas, em particular no cerco da ilha de Malta, ao lado da britânica comandada por John Jervis e depois por Lord Nelson. Aos quinze anos voluntariou- se para embarcar na nau “Nossa Senhora do Pilar”, sendo no ano seguinte promovido a Tenente de Mar. Em 1782 recebe ordens para entrar na Real Academia de Marinha, tendo feito parte do primeiro lote de alunos da nova instituição  criada por acção do ministro D. Martinho de Melo e Castro. Em 1783 embarca na nau “Nossa Senhora do Bom Sucesso” e depois na fragata “S. João Baptista” que faziam ambas parte da Esquadra de Guarda-Costa. Aos vinte anos tem o seu baptismo de fogo no ataque a Argel, no contexto da expedição punitiva conjunta de Portugal e da Espanha contra os piratas argelinos. Esta expedição irá proporcionar-lhe a primeira oportunidade de mostrar o seu valor, valendo-lhe o ser nomeado para chefe do estado-maior da esquadra portuguesa, e posteriormente a promoção a Capitão-Tenente. Nos anos seguintes (1787 a 1789) é destacado para a Esquadra do Estreito, comandada pelo Coronel-do-Mar José de Mello Breyner, embarcando sucessivamente na nau “Medusa”, fragata “Cisne” e nau “Nossa Senhora da Conceição”. A 16 de Dezembro de 1789 era, aos 24 anos, promovido a Capitão-de-Fragata, recebendo então o seu primeiro comando: a novíssima fragata “Príncipe do Brasil”, de 40 peças, lançada ao mar no mesmo ano e parte da Esquadra do Estreito, sob o comando do Tenente-General Bernardo Ramires Esquível (futuro Visconde de Estremoz). D. Domingos Xavier de Lima foi provavelmente o primeiro comandante do navio. No final da missão recebe do seu comandante o seguinte louvor: “Comandante mais pronto, mais inteligente e exacto em cumprir todos os sinais e todas as ordens que lhe foram dirigidas”. Em 16 de Dezembro de 1791, já com o título de Marquês de Niza, é promovido a Capitão-de-Mar-e-Guerra e recebe o comando da fragata “São Rafael”, de 44 peças. É neste navio que vai levar o seu irmão D. Lourenço de Lima, Enviado Extraordinário junto ao Rei da Sardenha, a Nápoles, na esquadra do chefe-de-esquadra (contra-almirante) Sanches de Brito. Pouco depois do regresso desta missão recebe o seu terceiro comando, a nau “Vasco da Gama” (74 peças), lançada ao mar em Dezembro de 1792. Logo em maio do ano seguinte (1793), integra, ao comando da Vasco da Gama, a esquadra de auxílio à Inglaterra enviada nesse ano para o Canal da Mancha a pedido do governo inglês e constituída por seis naus, duas fragatas e dois bergantins. A Inglaterra encontrava-se então em guerra com a França revolucionária, encabeçando uma coligação de várias monarquias europeias que pela via militar procuravam conter ou mesmo reverter as consequências da Revolução Francesa. Muito embora o governo português tenha procurado manter-se neutro, evitando a participação directa no conflito, persistiu sempre, paralelamente, num posicionamento geo-estratégico predominantemente atlântico e anti-continental, movido pela necessidade de preservar o vasto império colonial português. Em termos práticos esta opção estratégica significou sempre o alinhamento com a Inglaterra, principal potência marítima da época. Sem grandes acções navais esta primeira esquadra auxiliar acabaria por se ver forçada a regressar a Lisboa antes da junção com a restante esquadra aliada, devido aos estragos provocados por uma sucessão de violentas tempestades. Apesar de uma segunda esquadra ter sido imediatamente despachada em sua substituição, D. Domingos já não tomaria parte nesta missão, por ter entretanto decidido juntar-se à expedição militar enviada por Portugal para o Rossilhão, onde em conjunto com um exército espanhol iria participar na invasão conjunta de França pelos exércitos da Primeira Coligação. Em 25 de Junho de 1793 obtém a exoneração do comando da nau Vasco da Gama, recebendo em Outubro a autorização régia para se juntar à expedição do Rossilhão como voluntário. Apesar dos reveses, e das pesadas baixas sofridas pelo contingente português, é elogiado pelo comando misto luso-espanhol, mas a retirada dos exércitos para longe da linha da frente levam-o a solicitar a sua reintegração na Marinha. É assim que em 1794 recebe o comando da nau “Rainha de Portugal” (74 peças), parte da esquadra do Almirante Vale, que realizava operações conjuntas com a esquadra de Lord Howe, na escolta de navios na zona do Estreito. Em 10 de Setembro de 1795, aos trinta anos, com a promoção a Chefe de Divisão ascende a oficial general, e comanda pela primeira vez uma esquadra, composta das naus “Rainha de Portugal” (cujo comando manteve até Dezembro de 1796) e “Princesa da Beira”, das fragatas “Ulisses” e “Tritão”, e do bergantim “Gaivota do Mar”, em cruzeiro na costa continental portuguesa. Dois anos depois (10 de Junho de 1797) é promovido a Chefe de Esquadra, logo seguido 23 de Julho do seu segundo comando de uma força naval. Esta compõe-se de sete navios: as naus “Príncipe Real”, “Rainha de Portugal”, “Afonso de Albuquerque”, “Medusa” e “S. Sebastião”; a fragata “Andorinha”, e o bergantim “Lebre”. A zona de intervensão desta esquadra alarga-se mais para Sul, até ao Estreito de Gibraltar. A par da protecção da navegação mercante nacional dos piratas berberes, coopera com o almirante britânico John Jervis em acções contra a esquadra francesa. A sua experiência na guerra terrestre na Catalunha não terá sido esquecida quando, no final desse ano, é nomeado Inspector da recém-criada Brigada Real de Marinha, uma unidade criada de raiz para servir como infantaria de marinha, e a longíqua antepassada dos Fuzileiros. Com a evolução da guerra na Europa, a Inglaterra reforça a sua esquadra no Mar Mediterrâneo, que é engrossada com uma força naval portuguesa comandada pelo Marquês de Niza, composta pelas naus “Príncipe Real” (navio-almirante, de 90 peças) e “Rainha de Portugal”, aos quais se irão juntar no mar as naus “Afonso de Albuquerque” (de 64 peças) e “S. Sebastião” (de 64 peças), a fragata “Benjamim” (26 peças) e o bergantim “Falcão” (24 peças), que zarpa de Lisboa a 5 de Maio de 1798, com destino a Lagos, e posteriormente aos Açores para proteger um comboio oriundo da América. Portugal é nesta época um potencia naval média, e apesar de estar tecnicamente em paz tanto com a França como com a Espanha após a campanha do Rossilhão, a Inglaterrapressiona o seu aliado para diponibilizar meios navais para as acções militares que desenvove. Naturalmente, o envio destes navios levou ao desguarnecer das frotas nacionais, e da Esquadra do Atlântico em particular, com a consequente diminuição da segurança da navegação entre as colónias e a Metrópole. A 30 de Junho regressa a Lagos, onde a fronta é aumentada pelo brulote inglês “Incendiary”, e dois oficiais para o serviço de sinais entre as duas forças. Nesse mesmo dia encontra-se no mar com Jervis, onde recebe instruções para cruzar o Estreito e juntar-se à força de Nelson, que seria também o comandante da força conjunta, por ter maior número de navios. Acabará por não encontrar Nelson mas apenas, a 24 de Agosto uma pequena força naval britânica que bloqueia o porto de Alexandria, no seguimento da Batalha do Nilo, também conhecida pela batalha de Aboukir. Nesta fase da jornada a frota perde o bergantim “Falcão” que, devido a má manobra, abalroa o “Príncipe Real” e naufraga em poucos minutos. A tripulação salva-se, com excepção de seis homens. As primeiras instruções chegam a 15 de Setembro: efectuar bloqueio naval à ilha de Malta, na qual se havia dado uma revolta contra a ocupação francesa. Num mês nove navios são apresados e é prestado apoio militar e logístico aos revoltosos, que contúdo não conseguem a rendição do ocupante. A esquadra portuguesa é rendida um mês depois por uma comandada pelo capitão-de-mar-e-guerra Ball, que tal como já havia sido demonstrado por Hood antes, ignora as cortesias devidas a um oficial superior e a uma esquadra de outra nacionalidade. Esta situação iria repetir-se, e nunca foi alvo de nenhuma medida disciplinar, como seria apropriado, pelo que podemos inferir que tinha a cobertura superior. Mas foi finalmente ao largo de Malta, antes da rendição, que a força portuguesa se encontrou com os navios de Nelson. Ao contrário dos ingleses o Marquês de Niza mandou efectuar as devidas salvas, e retirou-se para fabrico. A 15 de Novembro recebe instruções para fazer um desembarque em Liorne em apoio do rei de Nápoles, que marcha para Roma. Entretanto o “S. Sebastião”, o “Benjamim” e o “Balão”, navegam entre Génova e Toulon, em acções de bloqueio desses portos. As relações entre os dois aliados atingem outro ponto baixo quando, a 13 de Abril Nelson publica uma ordem se serviço, na qual considera os oficiais chefes de divisão portugueses são considerados hierarquicamente inferiores aos seus Capitães-de-Mar-e-Guerra ingleses, numa quebra total das equivalências entre hierarquias, e que demonstra bem o desrespeito dos oficiais ingleses nesta campanha. Em terra, as forças do Rei de Nápoles, após o sucesso inicial, sofrem vários reveses, obrigando mesmo o rei a fugir. O Marquês de Niza tinha instruções para não deixar cair a força de Nápoles nas mãos dos Franceses, seja através da sua saída para o mar, a ou a sua destruição no porto. Uma vez que o tempo escasseava, e face à urgência da situação imposto pelo avanço das tropas francesas e os refugiados a bordo, incluindo de cardeais vindos de Roma, e sob o risco de incorrer no desagrado do Rei de Nápoles, foi dada a ordem de incendiar a frota. Também aqui irá Nelson imputar toda a responsabilidade da decisão aos portugueses, sem se atrever ou puder, porém, a acusá-los abertamente de nada. Em Abril de 1799 o almirante sugere uma missão semi-  diplomática junto dos piratas berberes para os trazer para o lado dos Aliados, e apresando as embarcações francesas. É, primeiro, enviada a nau “Afonso de Albuquerque”, sob o comando do chefe de divisão Donald Campbell, que através de uma demonstração de força, obtém do bei de Tripoli o desejado. Pouco depois, a bordo do brulote inglês “Stromboli”, o Cmdt. Pinto Guedes, chefe do Estado-maior da força portuguesa, é junto do bei de Tunes, para que as embarcações do bei suspendenssem os ataques aos navios britânicos. Quando, em Maio, informações apontam para a vinda de uma esquadra francesa para o Mediterrâneo, e que junta com uma outra espanhola, irão atacar Minorca, sede do comando britânico do Mediterrâneo, e depois a Sicília, Nelson reúne todos os navios, organizados em duas divisões; uma comandada por si, e a outra pelo Marquês de Niza. Este é também o período de melhores relações entre as duas marinhas. Contúdo o temido ataque não se materializa, e em finais de Junho a esquadra anglo-lusa chega a Nápoles, para apoiar as forças napolitanas do Cardeal Ruffo a tomar conta da cidade. Nessa acção, que incluiu a tomada de Cápua e de Gaeta, toma parte um contingente da Brigada Real de Marinha de dimensão idêntica ao contingente inglês. A 25 de Agosto, desta vez com o Marquês de Niza no comando, uma força combinada inicia novo bloqueio de Malta. Esta seria contudo a última acção da força portuguesa, já que a 9 de Outubro o bergantim “Gaivota do Mar” traz de Lisboa ordens do Ministro da Marinha para o regresso. A frota aguarda até 13 de Dezembro ser rendida para iniciar o regresso. Antes de zarpar, o Marquês de Niza recebe uma carta de agradecimento do Congresso de Malta e uma menção de apreço da Rainha de Nápoles. Parte com rumo a Triste, onde se encontra com um comboio de reabastecimento com mantimentos e dinheiro para a esquadra em Janeiro de 1800. A 12 de Fevereiro iniciam a viagem de regresso a Portugal, que tem lugar no final do mês de Abril. Já em Portugal o Marquês Nisa recebe o reconhecimento oficial da Coroa Britânica, e o Príncipe Real agracia-o em carta régia de 6 de Junho.


  • A Vida Agitada do Marechal Gomes da Costa «Documentário da Vida Militar e Politica do Grande Soldado»

    A Vida Agitada do Marechal Gomes da Costa
    A Vida Agitada do Marechal Gomes da Costa «€35.00»

    Carlos Gomes da Costa – A Vida Agitada do Marechal Gomes da Costa «Documentário da Vida Militar e Politica do Grande Soldado» – Livraria Popular de Francisco Franco – Lisboa – 1931.Desc.292 + 261 / 19cm x 12,5cm / Br. «Completo em dois Volumes»

     


  • Italo Calvino «Lições de Modernidade»

    Italo Calvino «Lições de Modernidade»
    Italo Calvino «Lições de Modernidade» «€20.00»

    Rita Ciotta Neves – Italo Calvino «Lições de Modernidade» – Edições da Universidade Lusófona – Lisboa – 2007.Desc.263 págs. / 24cm x 16,5cm / Br.

     

     

     

     

    Escritor italiano (15/10/1923-19/9/1985). Conhecido pela narrativa fantástica e simbólica dos contos reunidos em Nossos Antepassados, dos anos 50. Nasce na cidade de Santiago de Las Vegas, em Cuba, em uma família italiana e se muda em seguida com ela para San Remo, na Itália. Durante a II Guerra Mundial abandona os estudos para lutar na resistência contra a ditadura fascista de Benito Mussolini e as tropas nazistas alemãs. Entra nessa época para o Partido Comunista, no qual permanece até 1956. Após a guerra vive em Turim, onde conclui o curso de literatura e trabalha para o jornal do Partido Comunista, L’Unità. Com base na experiência da guerrilha, escreve O Caminho para os Ninhos de Aranha (1947), livro de tendência realista que o torna conhecido em toda a Itália. Experimenta, em seguida, novos caminhos literários em Contos (1958), ao empregar uma narrativa de caráter simbólico e fantasioso. Ganha fama internacional nessa década com o mesmo estilo de narrativa de Nossos Antepassados, obra de três volumes: O Visconde Partido ao Meio (1952), O Barão nas Árvores (1952) e O Cavaleiro Inexistente (1952). Seu trabalho literário reúne estilos diversos, como a denúncia em O Dia de um Mesário Eleitoral (1962), a paródia existencial em As Cosmicômicas (1965) e o lirismo fantástico em As Cidades Invisíveis (1972). Morre em Siena.


  • Reflexos da Poesia Contemporânea do Brasil, França, Itália e Portugal

    Reflexos da Poesia Contemporânea do Brasil, França, Itália e Portugal
    Reflexos da Poesia Contemporânea do Brasil, França, Itália e Portugal «€30.00»

    Jean Paul Mestas – Reflexos da Poesia Contemporânea do Brasil, França, Itália e Portugal – Universitária Editora – Lisboa – 2000. Desc. 504 pági / 24 cm x 17 cm / E.


  • Eles e Elas «Na Vida – Na Arte – Na História»

    Eles e Elas «Na Vida - Na Arte - Na História»
    Eles e Elas «Na Vida – Na Arte – Na História» «€25.00»

    Júlio Dantas – Eles e Elas «Na Vida – Na Arte – Na História» – Livraria Chadron – Porto – 1918.Desc.254 pági / 18cm x 12cm / Brochado «1 Edição»


  • Grandes Portugueses

    Grandes Portugueses
    Grandes Portugueses «€80.00»

    Virgínia da Costa Almeida, Estêvão Pinto e  Pamela Boden, Julio Gil  – Grandes Portugueses – Dom Fuas Roupinho – Fernão Lopes – Dom Gualdim Pais – Gil Vicente – Duarte Pacheco Pereira – Luís de Camões – Infante Dom Henrique – S. João de Brito – D. Afonso Henriques – Heróis da Tomada de Lisboa – Afonse de Albuquerque – Marquês de Pombal – Santo António de Lisboa – O Santo Condestável  – S.João de Deus – D.João de Castro – Dom Francisco de Almeida – Ediçõe SPN – Lisboa – 1944/1954.Desc.27 + 22 + 28 + 27 + 27 + 38 + 37 + 38 + 38 + 29 + 42 + 36 + 38 + 43 + 46 + 43 + 42 Pagi /23 cm x 16,5 cm / Encadernação de Tela

    Obs: Obra Completa com 17 Fasciculos Encadernados com História e Biografias dos Grandes Portugueses


  • Vida de S. Francisco de Sales

    Vida de S.Francisco de Sales
    Vida de S. Francisco de Sales «€250.00»

    Francisco de Luiz Ameno – Vida de S. Francisco de Sales, Bispo e Principe de Genebra, Patriarca da Ordem da Visitação de Santa Maria: e fundador, e Preposito da Congregação do Oratório de S.Filipre Neri, na Cidade de Tonon «Tomo I e II»- Na Officina Patriarcal de Francisco Luiz Ameno e Na Officina António Rodrigues Galhardo – Lisboa – 1791. Desc. 380 + 270 / 22 cm x 17 cm / Encadernação de Pele  «Completo»


  • Obras de Maximo Gorki

    Obras de Maximo Gorki
    Obras de Maximo Gorki «€300.00»

    Obras de Maximo Gorki – Biografia – A Vida de matvei kozhemyakine – A Firma Artomonov – Fomá Gordyéeff – A Trindade – Mãe – O Espião – Makar Chudra – O Meu Companheiro de Jornada – Chelkash – A Velha Izergil – Uma Noite de Outono – Konovalov – para espantar o Tédio – Vinte Seis Homens e Uma Rapariga – Os Rastejantes – Primeiro Amor – Na Jangada –  Malva – A Canção do Petrel – Camarada – O Nove de Janeiro – Um Romântico – A rapariga Mordvia – Como de Compôs Uma Canção – O Pinga-Amor – O Patrão – Uma História Bizarra – a Cidade de Okurov – Confissão – Contos de Italia – Através da Russia – A Vida de Clim Samgine – Contos Escolhidos – Século XIX – Século XX – Teatro -Esboço Biograficos – Cartas – «Tradução de manuel Gonçalves »  ivraria Civilização Editora – Lisboa – 1973.Desc.639 + 603 + 721 + 676 + 758 + 644 + 721 + 883 + 794 + 755 + 594 + 618 Pagi / 22cm x 16cm / Encadernação Original «Completa»

     Máximo Gorki (Максим Горький), pseudônimo de Aleksei Maksimovich Peshkov (em russo: Алексей Максимович Пешков;Nijni Nóvgorod, 28 de março de 1868 – Moscovo, 18 de junho de 1936), foi um escritor, romancista, dramaturgo, contista e ativista político russo. Gorki foi escritor de escola naturalista que formou uma espécie de ponte entre as gerações de Tchekhov e Tolstoi, e a nova geração de escritores soviéticos.Gorki nasceu em um meio social pobre, em Nizhny Novgorod, cidade que em 1932 passou a se chamar Gorki por ordem de Stalin. O nome da cidade foi revertido para o nome original em 1991. Órfão de pai foi criado pelo avô materno que era tintureiro. Em 1878 quando sua mãe faleceu teve que deixar a casa do avô para ir trabalhar. Foi sapateiro, desenhista, lavador de pratos num navio que percorria o Volga, onde teve contato com alguns livros emprestados pelo cozinheiro, o que acabou despertando sua consciência política. Em 1883, com apenas 15 anos, publica dois romances, Romá Gordieiev e Os Três; aos 16 anos, muda-se para Kazan, onde tenta cursar gratuitamente a universidade, porém, não consegue e, frustrado, vai trabalhar como vigia num teatro para sobreviver. Mais tarde torna-se pescador no mar Cáspio e vendedor de frutas em Astrakan. Como a situação não melhorava, decide ir em busca de melhores oportunidades, e viaja para Odessa com um grupo de marginais nômades que iam de cidade em cidade à procura de emprego. Assim, ele exerce várias profissões, sofre com a miséria, a fome e o frio. Aos 19 anos volta a morar em Kazan, onde, desesperado com a situação e sem vontade de continuar vivendo, tenta o suicídio com um tiro, o qual atinge um dos pulmões, mas sobrevive e para piorar mais a situação, adquire tuberculose. Mas essa experiência fatídica resultará anos depois em dois escritos: Um incidente na vida de Makar, escrito em 1892, e, Como aprendi a escrever, publicado, muito mais tarde, em 1912. A partir da frustrada tentativa contra sua vida, engaja-se na vida política, lê Marx e segue os passos de Lênin. Em 1890 é preso em Nijni-Nóvgorod, acusado de exercer atividades subversivas; pouco tempo depois, foi posto em liberdade e volta a viajar sem destino acompanhado de indigentes miseráveis. Publica seu primeiro conto em 1892, intitulado Makar Tchudra, e, para desviar a atenção das autoridades, que o vigiavam, adota o pseudônimo Máximo Gorki, o que lhe facilitou um emprego no jornal de Samara, o Saramarskaia Gazieta. Assim, consegue grande alcance, tanto como jornalista quanto como escritor. Logo a seguir, Gorki aderiu novamente ao marxismo e militou em inúmeros grupos revolucionários, o que lhe resultou em mais uma temporada na prisão. Após sair da prisão em 1901, começa a escrever para teatro, escreve Pequenos Burgueses, peça teatral, a qual, segundo críticos atuais, se Gorki escrevesse hoje, não mudaria uma única palavra. O texto foi concebido em 1900, quando ainda se encontrava preso, e Gorki trabalhou algum tempo na peça, até que ela atingisse uma forma satisfatória. No início tinha o título de: Cenas em Casa dos Bessemov, Esboço Dramático em Quatro Atos. Na verdade, a peça não segue uma linha de ação única, mas é antes um mosaico de situações e personagens representativas da vida russa da época. As personagens de Pequenos Burgueses vivem num meio mesquinho, revelando-se quase sempre impotentes para vencer as barreiras desse meio. A impotência, em vários níveis, é o único elemento comum a todas elas. Cada um por seus motivos não consegue romper o asfixiante círculo familiar. A peça mostra o conflito entre os membros de uma família de comerciantes, dominada pela figura do pai autoritário que reprime os impulsos do filho intelectual e da filha deprimida. O único insurgente é o filho adotivo, o ferroviário Nill, que Gorki elege como uma espécie de operário do ano, isto é, um herói que vai conduzir a Rússia à revolução. Ainda em 1901, em julho, escreve Ralé, peça em que a fala é menos pronunciável e os gestos reconstituídos que o intangível fluxo de almas humanas no interminável e escorregadio contato de uma com as outras. A peça reúne suas cambiantes sobre um foco definido e sua conclusão tem uma firmeza clássica. Em 1902 acontece a estréia de Pequenos Burgueses no Teatro de Arte de Moscou, e a peça obtém um grande sucesso, mesmo com os cortes impostos pela censura.Toma parte, em 1905, na primeira revolução que pretendia derrubar o Czar Nicolau II da Rússia, e após o fracasso da intentona, acabou preso por subversão na cadeia de São Pedro e São Paulo, em São Petersburgo. No ano seguinte, porém, com a ajuda de outros intelectuais e sob fortíssima pressão da comunidade internacional, as autoridades russas foram obrigadas a libertá-lo. Organiza, a seguir, o jornal Nóvaia Jizni (Vida Nova), mas é obrigado a abandonar a Rússia. Vai para os Estados Unidos, mas sua permanência é dificultada pelo embaixador russo, e, é vigiado pelo dono de um jornal de grande alcance, que o acusa de imoralidade pública já que ele se casara pela terceira vez. Juntamente com sua mulher Maria Budberg, se refugia em Staten Island, viaja então para a Itália e, em 1906 fixa sua residência em Capri, onde cria uma escola para imigrantes revolucionários que vai até 1914. Lá, escreve em 1906, Os Bárbaros, a peça de teatro, Os Inimigos, e o romance Mãe em 1907. Durante esse tempo de tranqüilidade em Capri escreve, Os Últimos em 1908, Gente Esquisita em 1910, Vassa Alheleznova em 1911, Os Kykov em 1912, e a trilogia autobiográfica: Infância, Ganhando meu pão e Minhas Universidades em 1912-13. Mas a sua obra-prima seria mesmo A Confissão, escrita em 1908.Com o início da Grande Guerra em 1914, Gorki retorna a Rússia, dirige um jornal mensal Liétopis (crônica). Acompanha a revolução sem entretanto ir ao front, e torna-se grande amigo de Lênin. Em 1921 adoece gravemente dos pulmões e volta para a Itália, em busca de um clima melhor, permanecendo em Sorrento durante vários anos. Ali escreve Recordações sobre Lênin em 1924, Os Artamonov em 1925 e A vida de Klim Samgin em 1927-36. Apesar de sua amizade com Lênin, o escritor só retornou definitivamente à Rússia em 1928, quando então, Gorki decide estabelecer-se definitivamente na União Soviética, apesar de sua saúde precária, transformando-se de imediato na maior figura literária do regime comunista. Escreve então Yegor Bolychov, retratando o fim da classe média por meio da história de um comerciante. Em 1933, funda com o apoio de Stálin, o Instituto de Literatura Máximo Gorki, uma incrível iniciativa de um célebre escritor, que não chegara a terminar o ensino secundário e sempre sonhara em tirar um curso superior.Ainda estava escrevendo A vida de Klim Samgin, quando morreu de pneumonia, em 18 de junho de 1936. Foi sepultado com todas as honras oficiais e seu féretro acompanhado por Stálin e Molotov. Entretanto, em 1938, Leon Trotski, tenta com o artigo Quatro médicos que sabiam demais, escrito para o New York Times acusar Stálin de ter envenenado Gorki.


  • In Memoriam de Camillo

    In Memoriam de Camillo
    In Memoriam de Camillo « «€150.00»

    Coordenado Por E.A. e V.A. – Direcção Artistica de Saavedra Machada – In Memoriam de Camillo – Casa Ventura Abrantes – Livraria Editora – Lisboa – 1925.Desc.851 Pagi + 27 Estampas/ 34cm x 23cm / Encadernação de Pele

     

    Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco (Lisboa, Encarnação, 16 de Março de 1825 — Vila Nova de Famalicão, São Miguel de Seide, 1 de Junho de 1890) foi um escritor português, romancista, cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor. Foi ainda o 1.º visconde de Correia Botelho, título concedido pelo rei D. Luís.Camilo Castelo Branco foi um dos escritores mais prolíferos e marcantes da literatura portuguesa.Há quem diga que, em 1846, foi iniciado na Maçonaria do Norte, o que é muito estranho ou algo contraditório, pois há indicações de que, pela mesma altura, na Revolta da Maria da Fonte, lutava a favor dos Miguelistas, que criaram a Ordem de São Miguel da Alaprecisamente para combater a Maçonaria. Do mesmo modo, muita da sua literatura demonstra defender os ideais legitimistas econservadores ou tradicionais, desaprovando os que lhe são contrários.Teve uma vida atribulada, que lhe serviu muitas vezes de inspiração para as suas novelas. Foi o primeiro escritor de língua portuguesaa viver exclusivamente dos seus escritos literários. Apesar de ter de escrever para o público, sujeitando-se assim aos ditames damoda, conseguiu manter uma escrita muito original.Desde 1865 que Camilo começara a sofrer de graves problemas visuais (diplopia e cegueira nocturna). Era um dos sintomas da temida neurosífilis, o estado terciário da sífilis(“venéreo inveterado”, como escreveu em 1866 a José Barbosa e Silva), que além de outros problemas neurológicos lhe provocava uma cegueira, aflitivamente progressiva e crescente, que lhe ia atrofiando o nervo óptico, impedindo-o de ler e de trabalhar capazmente, mergulhando-o cada vez mais nas trevas e num desespero suicidário. Ao longo dos anos, Camilo consultou os melhores especialistas em busca de uma cura, mas em vão. A 21 de Maio de 1890, dita esta carta ao então famoso oftalmologista aveirense, Dr. Edmundo de Magalhães Machado:


  • Oceanos – Vasco da Gama

    Oceanos - Vasco da Gama
    Oceanos – Vasco da Gama «€15.00

    Revista – Oceanos –  Vasco da Gama – Numero  –  33  –  Janeiro / Março   –  1998   –    Comissão Nacional   Para   as  Comemorações dos Descobrimentos Portugueses – Lisboa – 1998. Desc. 174 Pagi /37,5cm x 27,5cm/ Brochado