• Category Archives História de Portugal
  • Discursos Conferencias de Imprensa Entrevistas

    Discursos Conferencias de Imprensa Entrevistas
    Discursos Conferencias de Imprensa Entrevistas «€20.00»

    Vasco Gonçalves – Discursos Conferencias de Imprensa Entrevistas – Organização e Edição de Augusto Paulo da Gama – Lisboa – 1976. Desc. 507 pág / 20 cm x 14 cm / Br. «1 Edição»

     

    Vasco dos Santos Gonçalves  (Lisboa, 3 de Maio de 1922 — Almancil, 11 de Junho de 2005) foi um militar (General) e um político português da segunda metade do século XX. A 1 de Abril de 1961 foi feito Oficial da Ordem Militar de Avis. Ao tempo Coronel, surgiu no Movimento dos Capitães em Dezembro de 1973, numa reunião alargada da sua comissão coordenadora efectuada na Costa da Caparica. Coronel de engenharia, viria a integrar a Comissão de Redacção do Programa do Movimento das Forças Armadas. Passou a ser o elemento de ligação com Costa Gomes. Membro da Comissão Coordenadora do MFA, foi, mais tarde, Primeiro-Ministro de sucessivos governos provisórios (II a V). Tido geralmente como pertencente ao grupo dos militares próximos do PCP, perdeu toda a sua influência na sequência dos acontecimentos do 25 de Novembro de 1975.Como primeiro-ministro, foi o mentor da reforma agrária, das nacionalizações dos principais meios de produção privados (bancos, seguros, transportes públicos, Siderurgia, etc.) e do salário mínimo para os funcionários públicos, bem como o subsídio de desemprego, este através do Decreto-Lei nº 169-D/75, de 31 de Março. O seu protagonismo durante os acontecimentos do Verão Quente de 1975 levou os apoiantes do Gonçalvismo, na pessoa de Carlos Alberto Moniz, a inclusive comporem uma cantiga em que figurava o seu nome: «Força, força, companheiro Vasco, nós seremos a muralha de aço!». Morreu a 11 de Junho de 2005, aos 84 anos, quando nadava numa piscina, em casa de um irmão em Almancil, aparentemente devido a uma síncope cardíaca. Pai do realizador de cinema Vítor Gonçalves.


  • A Liberdade e o Rei

    A Liberdade e o Rei
    A Liberdade e o Rei «€20.00»

    Henrique Barrilaro Ruas – A Liberdade e o Rei – Oficinas de São José -Lisboa – 1971. Desc.335 pág / 19 cm x 13 cm / Br. «1 Edição»

     

     

    Henrique José Barrilaro Fernandes Ruas (Figueira da Foz, 2 de Março de 1921 — Cascais, Parede, 14 de Julho de 2003) foi um professor universitário, ensaísta, historiador e político português. Filho de Henrique Fernandes Ruas, Engenheiro, natural de Soure, Soure, e de sua mulher Clara Adelaide e chaves Barrilaro, de Abrantes, Abrantes. O seu irmão o alferes Barrilaro Ruas, morreu heroicamente na Guerra Colonial e tem uma rua com o seu nome em Lisboa. Casou a 8 de Fevereiro de 1952 com Maria Emília Chorão de Carvalho, filha de Herculano de Carvalho, Médico, e de sua mulher Maria Emília Franco Chorão, de quem teve duas filhas e um filho: Maria Emília Chorão de Carvalho Barrilaro Ruas, nascida a 15 de Fevereiro de 1955 e casada com Pedro da Silva Moreira e mãe de Manuel Barrilaro Ruas Moreira, e com geração de Camacho Costa; Clara Margarida Chorão de Carvalho Barrilaro Ruas; e Luís Herculano Chorão de Carvalho Barrilaro Ruas. Era licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, tendo frequentado, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e do Instituto de Alta Cultura, o Institut Catholique de Paris e a École de Chartres. Foi director do Centro Académico da Democracia Cristã (1942 – 1943), em Coimbra. Leccionou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1953 – 1957), no Instituto Comercial de Lisboa (1962 – 1976) e, entre outros, no Centro de Estudos Sociais e Corporativos (1957 -1962), na Universidade Livre de Lisboa e no Instituto das Novas Profissões. Foi director do Centro Nacional de Cultura e director literário da Editora Aster, entre as décadas de 1960 e 1980. Integrou a Comissão Eleitoral Monárquica, em 1969, após o que participou na fundação do Partido Popular Monárquico, que representou como Deputado na Assembleia da República (1979 – 1983), eleito no quadro da Aliança Democrática. Teve colaboração regular nos títulos da imprensa periódica, nomeadamente Cidade Nova, de que foi um dos fundadores, Biblos, Brotéria, Revista Portuguesa de História, Revista Gil Vicente e Estudos Corporativos. A 25 de Abril de 2004 foi feito Grande-Oficial da Ordem da Liberdade a título póstumo


  • Tarrafal

    Tarrafal
    Tarrafal «€30.00»

    Tarrafal  – Testemunhos – Coordenado por Franco Sousa – Edições Avante – Lisboa – 1978. Desc. 341 pág / 18 cm x 18 cm / Br. Ilust.

     

    O Tarrafal é um Concelho / Município na ilha de Santiago, em Cabo Verde. Tem cerca de 20.000 habitantes e ocupa uma superfície de 112,4 km². A sede do concelho é a vila do Tarrafal. A própria vila do Tarrafal tem das poucas praias de areia branca da ilha, e certamente das mais paradisíacas do arquipélago, numa baía rodeada de coqueiros.Mas engana-se quem pensa que esta é a única de todo o concelho, pois bastam alguns minutos e estamos noutras praias, estas já menos concorridas pelos turistas mas igualmente lindas, nas aldeias de Chão Bome Ribeira da Prata. Esta zona, da maior ilha de Cabo Verde, é famosa pela chamada Colónia Penal do Tarrafal ou Campo de Concentração do Tarrafal, construída entre as décadas 20 e 30 do século passado, para albergar os opositores ao regime português. É também famosa por ser o concelho de Cabo Verde onde vive a comunidade dos rebeladosQuem chega a este concelho fica deliciado, não só pela sua beleza natural, como pela simpatia do seu povo, que vive principalmente do comércio, construção e serviços para a colectividade, e que conserva os valores tradicionais das suas gentes, destacando-se a olaria, a tecelagem, a utilização da cimboa e a música, uma vez que, ninguém lá passa sem dançar um funaná ou ver alguém a dar ku tornu, numa roda de batuque. O Dia do Município é 15 de Janeiro, data que coincide com a celebração de Santo Amaro. Desde 2008, o município do Tarrafal é governado pelo Movimento para a Democracia.


  • 60 Anos de Luta ao Serviço do Povo e da Pátria – 1921 / 1981 «Partido Comunista Português»

    60 Anos de Luta
    60 Anos de Luta «€30.00»

    Partido Comunista Português – 60 Anos de Luta ao Serviço do Povo e da Pátria – 1921 / 1981 – edições Avante – Lisboa – 1982. Desc. 308 pág / 28 cm x 21 cm / E. Ilust.


  • Santa Isabel na Doença e na Morte

    Santa Isabel na Doença e na Morte
    Santa Isabel na Doença e na Morte «€45.00»

    Dr. José Crespo – Santa Isabel na Doença e na Morte – Coimbra Editora, Lda – Coimbra – 1972. Desc. 204 pág / 24 cm x 16,5 cm / Br. Ilust.

     

     

    José Gomes de Almeida Crespo, nasceu em Gouveia, distrito da Guarda, a 14 de maio de 1902 e faleceu em 6 de Fevereiro de 1992, na sua residência em Viana do Castelo. Licenciou-se em Medicina e Cirurgia, em 1926, pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Exerceu, entre outras, as funções de delegado de saúde, médico municipal e médico escolar do Liceu de Viana e, também, clínico extraordinário do extinto Hospital Sanatório Rodrigues Semide, no Porto, tendo recebido um louvor do Ministério da Instrução Pública. Foi membro do Instituto de Coimbra, da Real Academia Galega, da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Sociedade Portuguesa de Escritores Médicos, da Sociedade Portuguesa e Colégio Ibérico Latino-Americano de Dermatologia, do Instituto Histórico do Minho e da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro.


  • Confissões a um Frade Mouco

    Confissões a um Frade Mouco
    Confissões a um Frade Mouco «€25.00»

    Américo Pires de Lima – Confissões a um Frade Mouco – Portucalense Editora, S. A. R. L. – Porto – 1942. Desc. 219 pág  /  20 cm x 13 cm / Br.

     

     

     

    Américo Pires de Lima (Areias, Santo Tirso, 23 de Fevereiro de 1886 – Porto, 14 de Agosto de 1966) foi um médico, botânico e professor universitário português. Conclui na cidade do Porto os seus estudos liceais para, logo a seguir, entrar no Curso de Farmácia. Ainda no curso de Farmácia pede transferência para o curso de Medicina da Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Conclui a licenciatura a 17 de Julho de 1911 com a defesa da sua tese inaugural O Valor Higiénico do Leite do Porto (contribuição para o seu estudo), apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Em 1912 vai desempenhar as funções de docente, como assistente de Clínica Médica na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto mas ainda nesse ano pede a demissão. No ano seguinte, vai para a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto onde é designado 2.º assistente do 3.º grupo (Zoologia) e, mais tarde, 1.º assistente do grupo de Botânica. Em 1921 consegue a nomeação para professor catedrático. Com a entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial, Américo Pires de Lima é mobilizado (1916) como oficial médico e ocupa o cargo de chefe da Secção de Higiene e Bacteriologia da Expedição a Moçambique. No período que esteve em Moçambique aproveita para estudar e coleccionar vegetação e animais. Foi director da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, entre 1929 e 1932, e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, entre 1935 e 1945. Foi, também director do Instituto de Botânica Dr. Gonçalo Sampaio e por seu intermédio a Universidade do Porto adquiriu o Palacete Andresen, actualmente jardim  Botânico do Porto. Participou em inúmeros encontros científicos nacionais e internacionais e foi autor de variados trabalhos nas áreas da Botânica, Antropologia, Medicina, História e Farmácia. Pela sua participação na campanha de Moçambique recebeu a Comenda da Ordem Militar de Avis e as medalhas das campanhas de Moçambique e da Vitória


  • História da Revolução de Setembro

    História da Revolução de Setembro
    História da Revolução de Setembro «€300.00»

    José D’ Arriaga – História da Revolução de Setembro – Typ. da Companhia Nacional Editora – Lisboa – 19..? .Desc. 726 + 689 + 547 pág / 25 cm X 19 cm / Encadernados «Completo»

     

    Passos Manuel
    Passos Manuel

    Revolução de Setembro é a designação dada ao golpe de estado ocorrido em Portugal a 9 de Setembro de 1836 que pôs termo ao Devorismo e levou à promulgação da Constituição Portuguesa de 1838.Entre as causas para a Revolução de Setembro encontram-se: a miséria de boa parte do povo operário; a dependência em relação à Inglaterra; a concentração do poder político e económico numa burguesia limitada, predominantemente rural; o cariz fortemente antidemocrático do cartismo e da Carta Constitucional; e a revolução em Espanha de 1836. A administração de Mouzinho da Silveira (1780-1849) tinha organizado uma vasta reforma em matéria económica e financeira, abolindo os morgadios, as capelas, as sisas, as portagens e os forais, extinguindo o monopólio da Companhia das Vinhas do Alto Douro e vendendo, depois da extinção das ordens religiosas (1834), os bens nacionais em hasta pública. Eram mudanças significativas que visavam pôr em prática os princípios do livre-câmbio e do liberalismo económico defendidos pela administração cartista, e que se esperava modificarem o rumo negativo que Portugal seguia desde o virar do século anterior. As reformas cartistas não tiveram, no entanto, o sucesso esperado. A venda dos bens nacionais tinha favorecido somente uma alta burguesia fundiária limitada, que tinha engrandecido e aumentado as suas já extensas propriedades; o povo, esse, continuava muito dele na miséria. A economia do País continuava extremamente dependente da Inglaterra (muito em graças ao tratado de comércio assinado com aquele reino em 1810, favorecendo a entrada de produtos ingleses no reino). Para além disto, ainda se estava para verificar um verdadeiro arranque industrial, que ainda não tinha ocorrido em Portugal, que punha o País numa situação de grande atraso económico em relação ao resto do continente. Outra causa de descontentamento vinha do facto da Carta Constitucional, outorgada por D. Pedro IV em 1826, não ter legitimidade, por não emanar de uma qualquer assembleia legítima. Com aquele documento em vigor, punha-se em causa a própria soberania do povo, um dos princípios em que o liberalismo português estava alicerçado. A revolta ocorrida em Espanha em 1836 veio a exaltar ainda mais os ânimos daqueles que se opunham já por si ao cartismo e planeavam uma revolução. O movimento teve origem em Lisboa, onde em Outubro de 1836 desembarcavam os deputados eleitos no Norte. Por essa altura já tinham sido publicados vários folhetos e jornais a pregar a revolução e a atacar o governo cartista, pelo que a população lisboeta, em geral, já tinha tomado conhecimento do que estava prestes a acontecer e acolheu o movimento de braços abertos. Quando os deputados desembarcaram, uma enorme multidão foi ao seu encontro. Pouco depois, gritava-se pela Revolução, pela Rainha e pela Constituição de 1822 e contra o Governo. Isto ocorreu a 9 de Setembro  A Rainha e o Governo, sem meios para combater a revolução (já que a Guarda Nacional apoiava também ela própria o movimento), entregou o poder aos representantes do Setembrismo. Eram eles Vitório de Sousa Coutinho, conde de Linhares, Sá da Bandeira e Passos Manuel. Nenhum deles tinha participado na revolução propriamente dita, mas afiguravam-se como os mais brilhantes e populares defensores das ideias setembristas. A Revolução de 9 de Setembro foi uma das poucas revoluções na História de Portugal que começou como um movimento estritamente civil e popular, e que só depois recebeu adesão militar, por parte da Guarda Nacional.


  • Noções Históricas, Económicas, e Administrativas Sobre a Produção, e Manufactura das Sedas em Portugal e Particularmente Sobre a Real Fabrica do Subúrbio do Rato.

    Noções Históricas, Económicas, e Administrativas Sobre a Produção, e Manufactura das Sedas em Portugal e Particularmente Sobre a Real Fabrica do Subúrbio do Rato.
    Noções Históricas, Económicas, e Administrativas Sobre a Produção, e Manufactura das Sedas em Portugal e Particularmente Sobre a Real Fabrica do Subúrbio do Rato. «€160.00»

    José Accursio das Neves – Noções Históricas, Económicas, e Administrativas Sobre a Produção, e Manufactura das Sedas em Portugal e Particularmente Sobre a Real Fabrica do Subúrbio do Rato. – Na Impressão Regia – Lisboa – 1827 .Desc.VII + 405 + Índice / 15 cm x 10 cm / Encadernação da época

    José Acúrsio das Neves (Fajão, 14 de Dezembro de 1766 — Sarzedo, 6 de Maio de 1834) foi um político, magistrado, historiador, ensaísta e pioneiro dos estudos sobre a economia portuguesa. Foi precursor do industrialismo em Portugal. Destacou-se como político conservador, defensor acérrimo do miguelismo, e como um dos principais inimigos das ideias do liberalismo nas Cortes de 1828. São notáveis, e ainda actuais, os seus escritos sobre economia política e sobre história contemporânea. A 27 de Agosto de 1810 foi eleito sócio da Academia das Ciências de Lisboa. José Acúrsio das Neves nasceu em 14 de Dezembro de 1766, no lugar de Cavaleiros de Baixo, no então concelho de Fajão, hoje município de Pampilhosa da Serra, proximidades de Coimbra. José Acúrsio das Neves, nasceu no seio de uma família abastada, então residente na ainda hoje chamada “Casa Branca” de Cavaleiros de Baixo, filho de António das Neves e de Josefa da Conceição. A sua avó materna, Antónia das Neves, era oriunda de Sarzedo, e a avó materna, Isabel Antão, de Janeiro de Cima. A família mandou erigir uma capela em louvor de Nossa Senhora da Graça, que já aparece referida numa escritura de 31 de Maio de 1782. Num percurso típico das oligarquias rurais de então, enveredou pelo estudo do Direito, tendo-se matriculado na Universidade de Coimbra em 1782, cursando Leis na Faculdade de Direito. Terminado o curso em 1787, iniciou uma carreira na magistratura, actividade que manteria durante quase toda a sua vida. A sua primeira nomeação importante na magistratura ocorreu em 1795, quando foi enviado para a cidade de Angra, então capital da Capitania-Geral dos Açores, como juiz de fora, cargo que exerceu de forma notável entre 1795 a 1799. Naquele ano foi elevado a corregedor, cargo que exerceu de 1799 a 1802, participando, nos termos do regimento da Capitania, no governo da mesma. Tal aconteceu, entre outras ocasiões, no período compreendido entre 20 de Março e 30 de Outubro de 1799, em que presidiu à fase final do Governo Interino que desde Dezembro de 1793 governava os Açores. Naquela última data chegou a Angra o novo capitão-general D. Lourenço José Boaventura de Almada, conde de Almada, que assumiu a governação. Permaneceu nos Açores até 1807, ano em que regressou a Lisboa, terminada a sua nomeação como magistrado. Nesse ano casa com Delfina Maria das Neves, viúva de um seu tio e senhora de boas posses, natural de Sarzedo, no concelho de Arganil. Pouco depois dá-se a invasão de Portugal pelos exércitos franco-espanhóis comandados por Junot e a fuga de D. João VI e da sua corte para o Rio de Janeiro. Perante tal situação, José Acúrsio das Neves reage com ultraje àquilo que considerava como o colaboracionismo da Regência do Reino e de boa parte da intelectualidade e dos militares portugueses, iniciando uma intensa actividade panfletário a favor da agitação patriótica contra o invasor. Formada a Junta Provisória do Porto e iniciada a resistência ao invasor, retirou-se para a sua terra natal, onde manteve intensa actividade a favor da resistência. Datam deste período as suas ‘’Obras Patrióticas’’, conjunto de opúsculo destinados a fortalecer a resistências popular contra os franceses, de que se destacam o Manifesto da Razão contra as usurpações francesas oferecido à Nação Portuguesa, aos Soberanos e aos Povos e A Salvação da Pátria. Proclamação sobre a sua honra e o seu dever nas actuais circunstâncias da Monarquia. Alguns destes opúsculo foram traduzidos em Espanha e tiveram ali larga distribuição. Repelida a primeira invasão e restabelecida, embora com limitações, a soberania, José Acúrsio das Neves vê reconhecido o seu patriotismo e a notoriedade alcançada nos anos anteriores, sendo nomeado para um importante conjunto de cargos na área económica. Foi assim que em 1810 é escolhido para Desembargador da Relação do Porto, acumulando com os lugares de deputado e secretário da Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação, de deputado da direcção da Real Fábrica de Sedas e Obra das Águas Livres, e deputado da Junta de Liquidação dos fundos da extinta Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão. Também colaborou na redacção do novo Código Civil. Foi entretanto agraciado pelo príncipe regente com a Ordem de Cristo e com a Ordem de Nossa Senhora da Conceição. Em reconhecimento do seu labor científico, a 27 de Agosto de 1810 foi eleito sócio da Real Academia das Ciências de Lisboa. As nomeações recebidas em 1810, todas na área económica, foram determinantes na experiência e pensamento político de Acúrsio das Neves. É depois desta experiência executiva na direcção de algumas das mais importantes instituições económicas da época que ele inicia, a partir de 1814, a publicação das suas principais obras sobre economia política e é dessa experiência que retira muitas dos seus dados e demonstrações. Atento ao progresso científico e tecnológico, como bem o demonstra a sua obra Entretenimento Cosmológicos, Geográficos e Históricos (1826), defende desde muito cedo a utilização da máquina a vapor, procurando contribuir para o melhoramento da estrutura produtiva do país, propondo à Junta do Comércio, logo em 1818, a sua introdução em Portugal. Não esquecendo o trauma das invasões francesas, e não perdoando o colaboracionismo e a tibieza de muitos dos poderosos de então, em 1810-1811 publica uma monumental História Geral da Invasão dos Franceses em Portugal, e da Restauração deste Reino, em 5 volumes, a qual, dada a proximidade dos acontecimentos e a presença em lugares de poder de muitos dos criticados, desencadeou acesas polémicas. Uma das mais arrastadas e violentas foi a mantida com o tenente-general Francisco de Borja Garção Stockler, que viria a ser capitão-general dos Açores, que se prolongou por mais de uma década, envolvendo trocas epistolares e publicação de diversos desmentidos e justificações. De índole conservadora, com a Revolução Liberal do Porto de 24 de Agosto de 1820 iniciou um intenso trabalho de luta política e ideológica, publicando diversas obras entre 1821 e 1824 em oposição ao vintismo, pelo que em 1821 foi demitido dos principais cargos que ocupava. Apesar da sua oposição às novas políticas, foi eleito deputado por Arganil às Cortes de 1822, tendo na actividade parlamentar posição destacada. Suspensa a Constituição pela Vila franca-da, foi readmitido na Junta do Comércio, de onde viria a ser novamente demitido em 1824, sendo então preso por participação na tentativa de golpe de estado absolutista de 29 de Abril de 1824, a famosa Abril-ada. Após a morte de D. João VI, e consolidado o poder das forças anti-constituição, foi readmitido nos seus cargos em 1826. Instalado o governo absolutista de D. Miguel, foi nomeado Procurador Letrado da cidade de Lisboa na Junta dos Três Estados (1828), tendo desempenhado um importante papel na legitimação de D. Miguel. Ficou célebre o discurso por ele pronunciado na reunião das Cortes de 1828, realizadas no Palácio da Ajuda, no dia 24 de Junho de 1828. Naquele discurso de Acúrsio das Neves, pronunciado perante a Junta dos Três Estados, retoma-se a doutrina contida na Carta Patente de 1642, uma lei fundamental do Estado, que o próprio rei não podia alterar sem o consenso da nação, que é então invocada como fundamento da aclamação do príncipe D. Miguel como Rei de Portugal. Ali Acúrsio das Neves explicita as razões que, de acordo com a antiga constituição da monarquia, baseada como sempre, na primeira metade do século XIX, nas apócrifos Cortes de Lamego, tornavam D. Miguel I o rei legítimo, e D. Pedro IV um usurpador. Mas a parte mais importante do discurso refere-se à manutenção da monarquia de direito divino, de acordo com a vontade expressa também pela Santa Aliança, formada após as guerras napoleónicas pela Rússia, Áustria e Prússia, a que então só se opunha a liberal Grã-Bretanha. Desencadeada a guerra civil, e surgindo em 1833 uma epidemia de cólera em Lisboa, refugia-se nas Caldas da Rainha, onde redigiu o boletim do exército de D. Miguel. Considerado um dos mais importantes partidários de D. Miguel, perseguido pelas forças liberais vitoriosas, refugiou-se primeiro na sua terra natal e depois no Sarzedo, Arganil, terra de naturalidade da esposa, onde foi morto a 6 de Maio de 1834, num palheiro onde se tinha escondido. Apesar da sua ligação à facção derrotada na guerra civil, ainda hoje o seu nome está perpetuado numa rua de Lisboa, ao Alto do Pina. É durante os anos de 1821 a 1828 que o pensamento político de Acúrsio das Neves melhor se revela, pois ao mesmo tempo que se revolta contra os vintistas, porque em lugar de seguirem o caminho trilhado pela experiência, tomaram pelos espaços aéreos da abstracção, para subverterem tudo com as suas vãs teorias, e tão vãs, que fazem lembrar os engenhosos pensamentos do autor da história de Gulliver sobre o governo da Lapúcia, se preocupa com a necessidade de garantir que o poder não tenda para o despotismo poisos governantes tendem sempre a aumentar, concentrar o seu poder; e daqui vem que o Governo democrático pro pende para o aristocrático, o aristocrático para o oligárquico, este para o monárquico, e finalmente para o despótico. Para ele o despotismo é aquela monstruosa espécie de Governo, onde um só, sem lei e sem regra, move tudo pela sua vontade e se não reconhece outro princípio senão a vontade de quem governa, ou seja um só, ou sejam muitos, porque o distintivo consiste na natureza do mesmo Governo, e não no número das pessoas que o exercitam. Para Acúrsio das Neves, no despotismo tudo se prostitui a quem governa; não há emulação e não se querem para os empregos senão homens servis e aduladores. Apesar destas opiniões sobre o despotismo, José Acúrsio das Neves é considerado por muitos, a par de frei João dos Prazeres e do marquês de Penalva, um dos principais ideólogos em Portugal do despotismo esclarecido e da sua aplicação na economia, nomeadamente nos aspectos referentes ao comércio e à industrialização. Em matéria de pensamento económico, Acúrsio das Neves era um reformista, que defendia o fortalecimento do aparelho do Estado e a criação de estruturas que permitissem um desenvolvimento apoiado do desenvolvimento da agricultura e da indústria. Apesar de ter apoiado a orientação política de D. Miguel e a recuperação do regime absolutista em Portugal, do ponto de vista económico alinhou em geral com as teorias económicas dos liberais. Foi defensor da industrialização, em contraponto às velhas teorias agrárias dos fisiocratas que pretendiam reduzir o país a uma economia agrícola e dos mercantilistas que propunham a moeda como o sustentáculo da riqueza nacional, já que, segundo ele, a indústria é somente quem pode salvar-nos, porque só ela dá a riqueza, base principal da força, e prosperidade dos povos. Mas a indústria não fortifica senão auxiliada por um bom Governo, e em um terreno livre de obstáculos, e convenientemente preparado por meio de instituições sábias, e reformas bem meditadas. Na linha de Adam Smith (1723-1790) e de Jean-Baptiste Say (1767-1832), considerava necessário estimular a indústria privada e defendia o apoio estatal à actividade económica em geral. Propunha como essencial para que se atingisse esse objectivo a criação de associações literárias e económicas e a criação de bibliotecas públicas, como forma de elevar o nível cultural e tecnológico das populações e assim criar condições para o empreendedorismo e para o crescimento económico. Na fiscalidade defendia um proteccionismo moderado, com a defesa da produção nacional relativamente à concorrência estrangeira, especialmente a inglesa, mas com a livre circulação de produtos em todo o país, e a abolição dos morgadios para melhor repartição da propriedade rural. Favorecia ainda a redução ou eliminação das rendas sobre os agricultores e o aproveitamento de terras incultas e a realização de investimentos na agricultura como forma de aumentar a produtividade do sector agrário. Paradoxalmente, ou talvez não, estas mesmas medidas estiveram na base da reforma liberal, constituindo no essencial as linhas de força da reforma intentada por Mouzinho da Silveira (1780-1849). Apesar do seu brilhante percurso político e da sua fama como pensador e economista, as circunstâncias do final da guerra civil levaram a que tivesse morrido só e abandonado e que a sua obra tivesse que esperar largas décadas para ser redescoberta. Hoje, reeditados os seus trabalhos, José Acúrsio das Neves é considerado como um dos mais brilhantes e lúcidos pensadores do século XIX português e um precursor das modernas teorias económicas em Portugal. Ao longo da sua vida, José Acúrsio das Neves manteve uma intensa actividade intelectual, escrevendo numerosas obras que, apesar da sua diversidade, podem ser agrupadas em três categorias principais: economia política; história contemporânea; e intervenção ou polémica política e exaltação patriótica face às invasões francesa. A sua última obra publicada, o Entretenimento Cosmológicos, Geográficos e Históricos, de 1826, não se enquadram em qualquer das categorias atrás apontadas, mas demonstram uma actualizada cultura científica do autor, mostrando que, apesar do turbilhão político em que Portugal se encontrava, José Acúrsio das Neves se mantinha atento aos progressos científicos da Europa. A sua primeira obra conhecida foi publicada em 1794 e consta de um elogio ao presidente do tribunal da Mesa do Desembargo do Paço, Luís de Vasconcelos. A maioria das publicações ocorrem, contudo, entre 1800 e 1830, com as mais significativas, particularmente no que respeita às obras de carácter económico, concentradas no período de 1814 a 1821.


  • O Almirante Marques de Nisa

    O Almirante Marques de Nisa
    O Almirante Marques de Nisa «€35.00»

    António Marques Esparteiro – O Almirante Marques de Nisa – Parceria António Maria Pereira – Lisboa – 1944 – Desc.436 pág / 24 cm  x 17 cm / Br.

     

    D. Domingos Xavier de Lima, 7º Marquês de Niza (30 de Dezembro de 1765-1802) foi um almirante da marinha portuguesa num dos seus períodos áureos, entre o final do século XVIII e o início do século XIX. Filho de Thomaz Xavier de Lima Nogueira Telles da Silva, 14º Visconde de Vila Nova da Cerveira e 1º Marquês de Ponte de Lima, e D. Eugénia Maria Josefa de Bragança, 2ª filha dos quartos Marqueses de Alegrete, recebe o título de marquês de Niza como presente de casamento do Príncipe D. João (futuro rei D. João VI), pois este pertencia na realidade à sua mulher, e sobrinha por via materna, D. Eugénia Xavier Telles da Gama. Com o casamento recebe também o título de 11ª Almirante do Mar da Índia, uma vez que D. Eugénia era Condessa da Vidigueira, e que o 1º marquês de Niza tinha sido 5º Conde da Vidigueira, D. Vasco Luís da Gama, descendente do descobridor do caminho marítimo para a Índia. Major-general da Armada e inspector-geral da Brigada Real de Marinha, celebrizou-se no posto que ocupou entre 1798 e 1800, ao comando da esquadra portuguesa no Mediterrâneo que lutou nas Guerras Napoleónicas, em particular no cerco da ilha de Malta, ao lado da britânica comandada por John Jervis e depois por Lord Nelson. Aos quinze anos voluntariou- se para embarcar na nau “Nossa Senhora do Pilar”, sendo no ano seguinte promovido a Tenente de Mar. Em 1782 recebe ordens para entrar na Real Academia de Marinha, tendo feito parte do primeiro lote de alunos da nova instituição  criada por acção do ministro D. Martinho de Melo e Castro. Em 1783 embarca na nau “Nossa Senhora do Bom Sucesso” e depois na fragata “S. João Baptista” que faziam ambas parte da Esquadra de Guarda-Costa. Aos vinte anos tem o seu baptismo de fogo no ataque a Argel, no contexto da expedição punitiva conjunta de Portugal e da Espanha contra os piratas argelinos. Esta expedição irá proporcionar-lhe a primeira oportunidade de mostrar o seu valor, valendo-lhe o ser nomeado para chefe do estado-maior da esquadra portuguesa, e posteriormente a promoção a Capitão-Tenente. Nos anos seguintes (1787 a 1789) é destacado para a Esquadra do Estreito, comandada pelo Coronel-do-Mar José de Mello Breyner, embarcando sucessivamente na nau “Medusa”, fragata “Cisne” e nau “Nossa Senhora da Conceição”. A 16 de Dezembro de 1789 era, aos 24 anos, promovido a Capitão-de-Fragata, recebendo então o seu primeiro comando: a novíssima fragata “Príncipe do Brasil”, de 40 peças, lançada ao mar no mesmo ano e parte da Esquadra do Estreito, sob o comando do Tenente-General Bernardo Ramires Esquível (futuro Visconde de Estremoz). D. Domingos Xavier de Lima foi provavelmente o primeiro comandante do navio. No final da missão recebe do seu comandante o seguinte louvor: “Comandante mais pronto, mais inteligente e exacto em cumprir todos os sinais e todas as ordens que lhe foram dirigidas”. Em 16 de Dezembro de 1791, já com o título de Marquês de Niza, é promovido a Capitão-de-Mar-e-Guerra e recebe o comando da fragata “São Rafael”, de 44 peças. É neste navio que vai levar o seu irmão D. Lourenço de Lima, Enviado Extraordinário junto ao Rei da Sardenha, a Nápoles, na esquadra do chefe-de-esquadra (contra-almirante) Sanches de Brito. Pouco depois do regresso desta missão recebe o seu terceiro comando, a nau “Vasco da Gama” (74 peças), lançada ao mar em Dezembro de 1792. Logo em maio do ano seguinte (1793), integra, ao comando da Vasco da Gama, a esquadra de auxílio à Inglaterra enviada nesse ano para o Canal da Mancha a pedido do governo inglês e constituída por seis naus, duas fragatas e dois bergantins. A Inglaterra encontrava-se então em guerra com a França revolucionária, encabeçando uma coligação de várias monarquias europeias que pela via militar procuravam conter ou mesmo reverter as consequências da Revolução Francesa. Muito embora o governo português tenha procurado manter-se neutro, evitando a participação directa no conflito, persistiu sempre, paralelamente, num posicionamento geo-estratégico predominantemente atlântico e anti-continental, movido pela necessidade de preservar o vasto império colonial português. Em termos práticos esta opção estratégica significou sempre o alinhamento com a Inglaterra, principal potência marítima da época. Sem grandes acções navais esta primeira esquadra auxiliar acabaria por se ver forçada a regressar a Lisboa antes da junção com a restante esquadra aliada, devido aos estragos provocados por uma sucessão de violentas tempestades. Apesar de uma segunda esquadra ter sido imediatamente despachada em sua substituição, D. Domingos já não tomaria parte nesta missão, por ter entretanto decidido juntar-se à expedição militar enviada por Portugal para o Rossilhão, onde em conjunto com um exército espanhol iria participar na invasão conjunta de França pelos exércitos da Primeira Coligação. Em 25 de Junho de 1793 obtém a exoneração do comando da nau Vasco da Gama, recebendo em Outubro a autorização régia para se juntar à expedição do Rossilhão como voluntário. Apesar dos reveses, e das pesadas baixas sofridas pelo contingente português, é elogiado pelo comando misto luso-espanhol, mas a retirada dos exércitos para longe da linha da frente levam-o a solicitar a sua reintegração na Marinha. É assim que em 1794 recebe o comando da nau “Rainha de Portugal” (74 peças), parte da esquadra do Almirante Vale, que realizava operações conjuntas com a esquadra de Lord Howe, na escolta de navios na zona do Estreito. Em 10 de Setembro de 1795, aos trinta anos, com a promoção a Chefe de Divisão ascende a oficial general, e comanda pela primeira vez uma esquadra, composta das naus “Rainha de Portugal” (cujo comando manteve até Dezembro de 1796) e “Princesa da Beira”, das fragatas “Ulisses” e “Tritão”, e do bergantim “Gaivota do Mar”, em cruzeiro na costa continental portuguesa. Dois anos depois (10 de Junho de 1797) é promovido a Chefe de Esquadra, logo seguido 23 de Julho do seu segundo comando de uma força naval. Esta compõe-se de sete navios: as naus “Príncipe Real”, “Rainha de Portugal”, “Afonso de Albuquerque”, “Medusa” e “S. Sebastião”; a fragata “Andorinha”, e o bergantim “Lebre”. A zona de intervensão desta esquadra alarga-se mais para Sul, até ao Estreito de Gibraltar. A par da protecção da navegação mercante nacional dos piratas berberes, coopera com o almirante britânico John Jervis em acções contra a esquadra francesa. A sua experiência na guerra terrestre na Catalunha não terá sido esquecida quando, no final desse ano, é nomeado Inspector da recém-criada Brigada Real de Marinha, uma unidade criada de raiz para servir como infantaria de marinha, e a longíqua antepassada dos Fuzileiros. Com a evolução da guerra na Europa, a Inglaterra reforça a sua esquadra no Mar Mediterrâneo, que é engrossada com uma força naval portuguesa comandada pelo Marquês de Niza, composta pelas naus “Príncipe Real” (navio-almirante, de 90 peças) e “Rainha de Portugal”, aos quais se irão juntar no mar as naus “Afonso de Albuquerque” (de 64 peças) e “S. Sebastião” (de 64 peças), a fragata “Benjamim” (26 peças) e o bergantim “Falcão” (24 peças), que zarpa de Lisboa a 5 de Maio de 1798, com destino a Lagos, e posteriormente aos Açores para proteger um comboio oriundo da América. Portugal é nesta época um potencia naval média, e apesar de estar tecnicamente em paz tanto com a França como com a Espanha após a campanha do Rossilhão, a Inglaterrapressiona o seu aliado para diponibilizar meios navais para as acções militares que desenvove. Naturalmente, o envio destes navios levou ao desguarnecer das frotas nacionais, e da Esquadra do Atlântico em particular, com a consequente diminuição da segurança da navegação entre as colónias e a Metrópole. A 30 de Junho regressa a Lagos, onde a fronta é aumentada pelo brulote inglês “Incendiary”, e dois oficiais para o serviço de sinais entre as duas forças. Nesse mesmo dia encontra-se no mar com Jervis, onde recebe instruções para cruzar o Estreito e juntar-se à força de Nelson, que seria também o comandante da força conjunta, por ter maior número de navios. Acabará por não encontrar Nelson mas apenas, a 24 de Agosto uma pequena força naval britânica que bloqueia o porto de Alexandria, no seguimento da Batalha do Nilo, também conhecida pela batalha de Aboukir. Nesta fase da jornada a frota perde o bergantim “Falcão” que, devido a má manobra, abalroa o “Príncipe Real” e naufraga em poucos minutos. A tripulação salva-se, com excepção de seis homens. As primeiras instruções chegam a 15 de Setembro: efectuar bloqueio naval à ilha de Malta, na qual se havia dado uma revolta contra a ocupação francesa. Num mês nove navios são apresados e é prestado apoio militar e logístico aos revoltosos, que contúdo não conseguem a rendição do ocupante. A esquadra portuguesa é rendida um mês depois por uma comandada pelo capitão-de-mar-e-guerra Ball, que tal como já havia sido demonstrado por Hood antes, ignora as cortesias devidas a um oficial superior e a uma esquadra de outra nacionalidade. Esta situação iria repetir-se, e nunca foi alvo de nenhuma medida disciplinar, como seria apropriado, pelo que podemos inferir que tinha a cobertura superior. Mas foi finalmente ao largo de Malta, antes da rendição, que a força portuguesa se encontrou com os navios de Nelson. Ao contrário dos ingleses o Marquês de Niza mandou efectuar as devidas salvas, e retirou-se para fabrico. A 15 de Novembro recebe instruções para fazer um desembarque em Liorne em apoio do rei de Nápoles, que marcha para Roma. Entretanto o “S. Sebastião”, o “Benjamim” e o “Balão”, navegam entre Génova e Toulon, em acções de bloqueio desses portos. As relações entre os dois aliados atingem outro ponto baixo quando, a 13 de Abril Nelson publica uma ordem se serviço, na qual considera os oficiais chefes de divisão portugueses são considerados hierarquicamente inferiores aos seus Capitães-de-Mar-e-Guerra ingleses, numa quebra total das equivalências entre hierarquias, e que demonstra bem o desrespeito dos oficiais ingleses nesta campanha. Em terra, as forças do Rei de Nápoles, após o sucesso inicial, sofrem vários reveses, obrigando mesmo o rei a fugir. O Marquês de Niza tinha instruções para não deixar cair a força de Nápoles nas mãos dos Franceses, seja através da sua saída para o mar, a ou a sua destruição no porto. Uma vez que o tempo escasseava, e face à urgência da situação imposto pelo avanço das tropas francesas e os refugiados a bordo, incluindo de cardeais vindos de Roma, e sob o risco de incorrer no desagrado do Rei de Nápoles, foi dada a ordem de incendiar a frota. Também aqui irá Nelson imputar toda a responsabilidade da decisão aos portugueses, sem se atrever ou puder, porém, a acusá-los abertamente de nada. Em Abril de 1799 o almirante sugere uma missão semi-  diplomática junto dos piratas berberes para os trazer para o lado dos Aliados, e apresando as embarcações francesas. É, primeiro, enviada a nau “Afonso de Albuquerque”, sob o comando do chefe de divisão Donald Campbell, que através de uma demonstração de força, obtém do bei de Tripoli o desejado. Pouco depois, a bordo do brulote inglês “Stromboli”, o Cmdt. Pinto Guedes, chefe do Estado-maior da força portuguesa, é junto do bei de Tunes, para que as embarcações do bei suspendenssem os ataques aos navios britânicos. Quando, em Maio, informações apontam para a vinda de uma esquadra francesa para o Mediterrâneo, e que junta com uma outra espanhola, irão atacar Minorca, sede do comando britânico do Mediterrâneo, e depois a Sicília, Nelson reúne todos os navios, organizados em duas divisões; uma comandada por si, e a outra pelo Marquês de Niza. Este é também o período de melhores relações entre as duas marinhas. Contúdo o temido ataque não se materializa, e em finais de Junho a esquadra anglo-lusa chega a Nápoles, para apoiar as forças napolitanas do Cardeal Ruffo a tomar conta da cidade. Nessa acção, que incluiu a tomada de Cápua e de Gaeta, toma parte um contingente da Brigada Real de Marinha de dimensão idêntica ao contingente inglês. A 25 de Agosto, desta vez com o Marquês de Niza no comando, uma força combinada inicia novo bloqueio de Malta. Esta seria contudo a última acção da força portuguesa, já que a 9 de Outubro o bergantim “Gaivota do Mar” traz de Lisboa ordens do Ministro da Marinha para o regresso. A frota aguarda até 13 de Dezembro ser rendida para iniciar o regresso. Antes de zarpar, o Marquês de Niza recebe uma carta de agradecimento do Congresso de Malta e uma menção de apreço da Rainha de Nápoles. Parte com rumo a Triste, onde se encontra com um comboio de reabastecimento com mantimentos e dinheiro para a esquadra em Janeiro de 1800. A 12 de Fevereiro iniciam a viagem de regresso a Portugal, que tem lugar no final do mês de Abril. Já em Portugal o Marquês Nisa recebe o reconhecimento oficial da Coroa Britânica, e o Príncipe Real agracia-o em carta régia de 6 de Junho.


  • A Vida Agitada do Marechal Gomes da Costa «Documentário da Vida Militar e Politica do Grande Soldado»

    A Vida Agitada do Marechal Gomes da Costa
    A Vida Agitada do Marechal Gomes da Costa «€35.00»

    Carlos Gomes da Costa – A Vida Agitada do Marechal Gomes da Costa «Documentário da Vida Militar e Politica do Grande Soldado» – Livraria Popular de Francisco Franco – Lisboa – 1931.Desc.292 + 261 / 19cm x 12,5cm / Br. «Completo em dois Volumes»

     


  • Sentença Contra Ayres de Saldanha e Albuquerque Coutinho Mattos e Noronha

    Sentença Contra Ayres de Saldanha e Albuquerque Coutinho Mattos e Noronha
    Sentença Contra Ayres de Saldanha e Albuquerque Coutinho Mattos e Noronha – «€80.00»

    Diz Diogo Jacinto de Almeida, Escrivão do processo formada contra Ayres de Saldanha Albuquerque Coutinho Mattos e Noronha, que foi 2º Conde da Ega, sua mulher, e filhas: E porque o Suplicante pertende fazer imprimir a Sentença ultimamente proferida….Na  Impressão Regia Lisboa 1811./ Desc. 8 Pág.

     

    Aires de Saldanha e Albuquerque Coutinho Matos e Noronha, mais conhecido como Aires de Saldanha de Albuquerque e também chamado Aires de Saldanha e Albuquerque da Gama. Moço Fidalgo como o pai, e Fidalgo escudeiro por alvará de D. João V (inscrito no Libro segundo de Mercês em fevereiro de 1708. Gentil-homem da Câmara do Infante D. António: foi governador da Capitania Real do Rio de Janeiro; sargento-mor de batalha com exercício na torre de Belém, e antes mestre de campo, coronel e brigadeiro com exercício em ocasião de guerra; comendador de Santa Maria de Castro Laboreiro, na Ordem de Cristo. Nascido em Lisboa, baptizado em 6 de Janeiro de 1681 e morto em 14 de Novembro de 1756 na sua Quinta da Junqueira, na freguesia da Junqueira, da mesma cidade. Era filho de João de Saldanha de Albuquerque, moço fidalgo. Casou com D. Maria Leonor de Moscoso, morta em 1731, dama da Rainha D. Mariana d´Áustria, filha de D. João Mascarenhas, 5° conde de Santa Cruz e segundo marquês de Gouveia, e de D. Teresa Moscoso Osório, espanhola, filha de D. Gaspar Moscoso Osorio e D. Inês de Gusmão Espinola, dos Condes de Altamira. Com este casamento, Aires de Saldanha conseguiu importantes cunhados. Entre eles D. Martinho Mascarenhas, 6° conde de Santa Cruz e 3º Marquês de Gouvea por carta de janeiro de 1714, com tratamento de Sobrinho, que foi mordomo-mor e comendador de Mertola, Mendo Marques, Vargem e alcaide-mor de Mertola e de Alcacer do Sal. Outro cunhado foi D. Gaspar Moscoso, deão da Sé de Lisboa, Reitor da Universidade e depois frade do Varatojo, Reformador dos Crúzios, muito válido do rei D. João V. Entre dos seus onze filhos, um deles foi Manuel de Saldanha de Albuquerque e Castro, 1.º conde da Ega, capitão-general da Madeira, Vice-Rei da Índia e Governador da Índia, casado com Dona Ana Ludovina de Almada Portugal, filha de D. Luis José de Almada, mestre-sala da Casa Real.