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  • Confissões a um Frade Mouco

    Confissões a um Frade Mouco
    Confissões a um Frade Mouco «€25.00»

    Américo Pires de Lima – Confissões a um Frade Mouco – Portucalense Editora, S. A. R. L. – Porto – 1942. Desc. 219 pág  /  20 cm x 13 cm / Br.

     

     

     

    Américo Pires de Lima (Areias, Santo Tirso, 23 de Fevereiro de 1886 – Porto, 14 de Agosto de 1966) foi um médico, botânico e professor universitário português. Conclui na cidade do Porto os seus estudos liceais para, logo a seguir, entrar no Curso de Farmácia. Ainda no curso de Farmácia pede transferência para o curso de Medicina da Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Conclui a licenciatura a 17 de Julho de 1911 com a defesa da sua tese inaugural O Valor Higiénico do Leite do Porto (contribuição para o seu estudo), apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Em 1912 vai desempenhar as funções de docente, como assistente de Clínica Médica na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto mas ainda nesse ano pede a demissão. No ano seguinte, vai para a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto onde é designado 2.º assistente do 3.º grupo (Zoologia) e, mais tarde, 1.º assistente do grupo de Botânica. Em 1921 consegue a nomeação para professor catedrático. Com a entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial, Américo Pires de Lima é mobilizado (1916) como oficial médico e ocupa o cargo de chefe da Secção de Higiene e Bacteriologia da Expedição a Moçambique. No período que esteve em Moçambique aproveita para estudar e coleccionar vegetação e animais. Foi director da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, entre 1929 e 1932, e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, entre 1935 e 1945. Foi, também director do Instituto de Botânica Dr. Gonçalo Sampaio e por seu intermédio a Universidade do Porto adquiriu o Palacete Andresen, actualmente jardim  Botânico do Porto. Participou em inúmeros encontros científicos nacionais e internacionais e foi autor de variados trabalhos nas áreas da Botânica, Antropologia, Medicina, História e Farmácia. Pela sua participação na campanha de Moçambique recebeu a Comenda da Ordem Militar de Avis e as medalhas das campanhas de Moçambique e da Vitória


  • História da Revolução de Setembro

    História da Revolução de Setembro
    História da Revolução de Setembro «€300.00»

    José D’ Arriaga – História da Revolução de Setembro – Typ. da Companhia Nacional Editora – Lisboa – 19..? .Desc. 726 + 689 + 547 pág / 25 cm X 19 cm / Encadernados «Completo»

     

    Passos Manuel
    Passos Manuel

    Revolução de Setembro é a designação dada ao golpe de estado ocorrido em Portugal a 9 de Setembro de 1836 que pôs termo ao Devorismo e levou à promulgação da Constituição Portuguesa de 1838.Entre as causas para a Revolução de Setembro encontram-se: a miséria de boa parte do povo operário; a dependência em relação à Inglaterra; a concentração do poder político e económico numa burguesia limitada, predominantemente rural; o cariz fortemente antidemocrático do cartismo e da Carta Constitucional; e a revolução em Espanha de 1836. A administração de Mouzinho da Silveira (1780-1849) tinha organizado uma vasta reforma em matéria económica e financeira, abolindo os morgadios, as capelas, as sisas, as portagens e os forais, extinguindo o monopólio da Companhia das Vinhas do Alto Douro e vendendo, depois da extinção das ordens religiosas (1834), os bens nacionais em hasta pública. Eram mudanças significativas que visavam pôr em prática os princípios do livre-câmbio e do liberalismo económico defendidos pela administração cartista, e que se esperava modificarem o rumo negativo que Portugal seguia desde o virar do século anterior. As reformas cartistas não tiveram, no entanto, o sucesso esperado. A venda dos bens nacionais tinha favorecido somente uma alta burguesia fundiária limitada, que tinha engrandecido e aumentado as suas já extensas propriedades; o povo, esse, continuava muito dele na miséria. A economia do País continuava extremamente dependente da Inglaterra (muito em graças ao tratado de comércio assinado com aquele reino em 1810, favorecendo a entrada de produtos ingleses no reino). Para além disto, ainda se estava para verificar um verdadeiro arranque industrial, que ainda não tinha ocorrido em Portugal, que punha o País numa situação de grande atraso económico em relação ao resto do continente. Outra causa de descontentamento vinha do facto da Carta Constitucional, outorgada por D. Pedro IV em 1826, não ter legitimidade, por não emanar de uma qualquer assembleia legítima. Com aquele documento em vigor, punha-se em causa a própria soberania do povo, um dos princípios em que o liberalismo português estava alicerçado. A revolta ocorrida em Espanha em 1836 veio a exaltar ainda mais os ânimos daqueles que se opunham já por si ao cartismo e planeavam uma revolução. O movimento teve origem em Lisboa, onde em Outubro de 1836 desembarcavam os deputados eleitos no Norte. Por essa altura já tinham sido publicados vários folhetos e jornais a pregar a revolução e a atacar o governo cartista, pelo que a população lisboeta, em geral, já tinha tomado conhecimento do que estava prestes a acontecer e acolheu o movimento de braços abertos. Quando os deputados desembarcaram, uma enorme multidão foi ao seu encontro. Pouco depois, gritava-se pela Revolução, pela Rainha e pela Constituição de 1822 e contra o Governo. Isto ocorreu a 9 de Setembro  A Rainha e o Governo, sem meios para combater a revolução (já que a Guarda Nacional apoiava também ela própria o movimento), entregou o poder aos representantes do Setembrismo. Eram eles Vitório de Sousa Coutinho, conde de Linhares, Sá da Bandeira e Passos Manuel. Nenhum deles tinha participado na revolução propriamente dita, mas afiguravam-se como os mais brilhantes e populares defensores das ideias setembristas. A Revolução de 9 de Setembro foi uma das poucas revoluções na História de Portugal que começou como um movimento estritamente civil e popular, e que só depois recebeu adesão militar, por parte da Guarda Nacional.


  • O Infante D.Henrique 1394-1460-1460

    O Infante D.Henrique 1394-1460
    O Infante D.Henrique 1394-1460 «€30.00»

    Dr. Francisco Mendes de Brito – O Infante D.Henrique 1394-1460 – Livraria Portugalia – Lisboa – 1942.Desc.291 pág + Gravuras das Caravelas / 19,5 cm x 13,5 cm / Br. Desenho da Capa do Escultor  Martins Correia «Exemplar Nº 348»


  • A Guerra, Portugal e as Potencias (Politicas Nacionais e Internacionais)

    A Guerra, Portugal e as Potencias
    A Guerra, Portugal e as Potencias «€40.00»

    Eurico de Seabra – A Guerra, Portugal e as Potencias (Politicas Nacionais e Internacionais) – Parceria António Maria Pereira – Lisboa – 1915. Desc. 290 pág / 19,5 cm x 13 cm / Br.


  • Noções Históricas, Económicas, e Administrativas Sobre a Produção, e Manufactura das Sedas em Portugal e Particularmente Sobre a Real Fabrica do Subúrbio do Rato.

    Noções Históricas, Económicas, e Administrativas Sobre a Produção, e Manufactura das Sedas em Portugal e Particularmente Sobre a Real Fabrica do Subúrbio do Rato.
    Noções Históricas, Económicas, e Administrativas Sobre a Produção, e Manufactura das Sedas em Portugal e Particularmente Sobre a Real Fabrica do Subúrbio do Rato. «€160.00»

    José Accursio das Neves – Noções Históricas, Económicas, e Administrativas Sobre a Produção, e Manufactura das Sedas em Portugal e Particularmente Sobre a Real Fabrica do Subúrbio do Rato. – Na Impressão Regia – Lisboa – 1827 .Desc.VII + 405 + Índice / 15 cm x 10 cm / Encadernação da época

    José Acúrsio das Neves (Fajão, 14 de Dezembro de 1766 — Sarzedo, 6 de Maio de 1834) foi um político, magistrado, historiador, ensaísta e pioneiro dos estudos sobre a economia portuguesa. Foi precursor do industrialismo em Portugal. Destacou-se como político conservador, defensor acérrimo do miguelismo, e como um dos principais inimigos das ideias do liberalismo nas Cortes de 1828. São notáveis, e ainda actuais, os seus escritos sobre economia política e sobre história contemporânea. A 27 de Agosto de 1810 foi eleito sócio da Academia das Ciências de Lisboa. José Acúrsio das Neves nasceu em 14 de Dezembro de 1766, no lugar de Cavaleiros de Baixo, no então concelho de Fajão, hoje município de Pampilhosa da Serra, proximidades de Coimbra. José Acúrsio das Neves, nasceu no seio de uma família abastada, então residente na ainda hoje chamada “Casa Branca” de Cavaleiros de Baixo, filho de António das Neves e de Josefa da Conceição. A sua avó materna, Antónia das Neves, era oriunda de Sarzedo, e a avó materna, Isabel Antão, de Janeiro de Cima. A família mandou erigir uma capela em louvor de Nossa Senhora da Graça, que já aparece referida numa escritura de 31 de Maio de 1782. Num percurso típico das oligarquias rurais de então, enveredou pelo estudo do Direito, tendo-se matriculado na Universidade de Coimbra em 1782, cursando Leis na Faculdade de Direito. Terminado o curso em 1787, iniciou uma carreira na magistratura, actividade que manteria durante quase toda a sua vida. A sua primeira nomeação importante na magistratura ocorreu em 1795, quando foi enviado para a cidade de Angra, então capital da Capitania-Geral dos Açores, como juiz de fora, cargo que exerceu de forma notável entre 1795 a 1799. Naquele ano foi elevado a corregedor, cargo que exerceu de 1799 a 1802, participando, nos termos do regimento da Capitania, no governo da mesma. Tal aconteceu, entre outras ocasiões, no período compreendido entre 20 de Março e 30 de Outubro de 1799, em que presidiu à fase final do Governo Interino que desde Dezembro de 1793 governava os Açores. Naquela última data chegou a Angra o novo capitão-general D. Lourenço José Boaventura de Almada, conde de Almada, que assumiu a governação. Permaneceu nos Açores até 1807, ano em que regressou a Lisboa, terminada a sua nomeação como magistrado. Nesse ano casa com Delfina Maria das Neves, viúva de um seu tio e senhora de boas posses, natural de Sarzedo, no concelho de Arganil. Pouco depois dá-se a invasão de Portugal pelos exércitos franco-espanhóis comandados por Junot e a fuga de D. João VI e da sua corte para o Rio de Janeiro. Perante tal situação, José Acúrsio das Neves reage com ultraje àquilo que considerava como o colaboracionismo da Regência do Reino e de boa parte da intelectualidade e dos militares portugueses, iniciando uma intensa actividade panfletário a favor da agitação patriótica contra o invasor. Formada a Junta Provisória do Porto e iniciada a resistência ao invasor, retirou-se para a sua terra natal, onde manteve intensa actividade a favor da resistência. Datam deste período as suas ‘’Obras Patrióticas’’, conjunto de opúsculo destinados a fortalecer a resistências popular contra os franceses, de que se destacam o Manifesto da Razão contra as usurpações francesas oferecido à Nação Portuguesa, aos Soberanos e aos Povos e A Salvação da Pátria. Proclamação sobre a sua honra e o seu dever nas actuais circunstâncias da Monarquia. Alguns destes opúsculo foram traduzidos em Espanha e tiveram ali larga distribuição. Repelida a primeira invasão e restabelecida, embora com limitações, a soberania, José Acúrsio das Neves vê reconhecido o seu patriotismo e a notoriedade alcançada nos anos anteriores, sendo nomeado para um importante conjunto de cargos na área económica. Foi assim que em 1810 é escolhido para Desembargador da Relação do Porto, acumulando com os lugares de deputado e secretário da Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação, de deputado da direcção da Real Fábrica de Sedas e Obra das Águas Livres, e deputado da Junta de Liquidação dos fundos da extinta Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão. Também colaborou na redacção do novo Código Civil. Foi entretanto agraciado pelo príncipe regente com a Ordem de Cristo e com a Ordem de Nossa Senhora da Conceição. Em reconhecimento do seu labor científico, a 27 de Agosto de 1810 foi eleito sócio da Real Academia das Ciências de Lisboa. As nomeações recebidas em 1810, todas na área económica, foram determinantes na experiência e pensamento político de Acúrsio das Neves. É depois desta experiência executiva na direcção de algumas das mais importantes instituições económicas da época que ele inicia, a partir de 1814, a publicação das suas principais obras sobre economia política e é dessa experiência que retira muitas dos seus dados e demonstrações. Atento ao progresso científico e tecnológico, como bem o demonstra a sua obra Entretenimento Cosmológicos, Geográficos e Históricos (1826), defende desde muito cedo a utilização da máquina a vapor, procurando contribuir para o melhoramento da estrutura produtiva do país, propondo à Junta do Comércio, logo em 1818, a sua introdução em Portugal. Não esquecendo o trauma das invasões francesas, e não perdoando o colaboracionismo e a tibieza de muitos dos poderosos de então, em 1810-1811 publica uma monumental História Geral da Invasão dos Franceses em Portugal, e da Restauração deste Reino, em 5 volumes, a qual, dada a proximidade dos acontecimentos e a presença em lugares de poder de muitos dos criticados, desencadeou acesas polémicas. Uma das mais arrastadas e violentas foi a mantida com o tenente-general Francisco de Borja Garção Stockler, que viria a ser capitão-general dos Açores, que se prolongou por mais de uma década, envolvendo trocas epistolares e publicação de diversos desmentidos e justificações. De índole conservadora, com a Revolução Liberal do Porto de 24 de Agosto de 1820 iniciou um intenso trabalho de luta política e ideológica, publicando diversas obras entre 1821 e 1824 em oposição ao vintismo, pelo que em 1821 foi demitido dos principais cargos que ocupava. Apesar da sua oposição às novas políticas, foi eleito deputado por Arganil às Cortes de 1822, tendo na actividade parlamentar posição destacada. Suspensa a Constituição pela Vila franca-da, foi readmitido na Junta do Comércio, de onde viria a ser novamente demitido em 1824, sendo então preso por participação na tentativa de golpe de estado absolutista de 29 de Abril de 1824, a famosa Abril-ada. Após a morte de D. João VI, e consolidado o poder das forças anti-constituição, foi readmitido nos seus cargos em 1826. Instalado o governo absolutista de D. Miguel, foi nomeado Procurador Letrado da cidade de Lisboa na Junta dos Três Estados (1828), tendo desempenhado um importante papel na legitimação de D. Miguel. Ficou célebre o discurso por ele pronunciado na reunião das Cortes de 1828, realizadas no Palácio da Ajuda, no dia 24 de Junho de 1828. Naquele discurso de Acúrsio das Neves, pronunciado perante a Junta dos Três Estados, retoma-se a doutrina contida na Carta Patente de 1642, uma lei fundamental do Estado, que o próprio rei não podia alterar sem o consenso da nação, que é então invocada como fundamento da aclamação do príncipe D. Miguel como Rei de Portugal. Ali Acúrsio das Neves explicita as razões que, de acordo com a antiga constituição da monarquia, baseada como sempre, na primeira metade do século XIX, nas apócrifos Cortes de Lamego, tornavam D. Miguel I o rei legítimo, e D. Pedro IV um usurpador. Mas a parte mais importante do discurso refere-se à manutenção da monarquia de direito divino, de acordo com a vontade expressa também pela Santa Aliança, formada após as guerras napoleónicas pela Rússia, Áustria e Prússia, a que então só se opunha a liberal Grã-Bretanha. Desencadeada a guerra civil, e surgindo em 1833 uma epidemia de cólera em Lisboa, refugia-se nas Caldas da Rainha, onde redigiu o boletim do exército de D. Miguel. Considerado um dos mais importantes partidários de D. Miguel, perseguido pelas forças liberais vitoriosas, refugiou-se primeiro na sua terra natal e depois no Sarzedo, Arganil, terra de naturalidade da esposa, onde foi morto a 6 de Maio de 1834, num palheiro onde se tinha escondido. Apesar da sua ligação à facção derrotada na guerra civil, ainda hoje o seu nome está perpetuado numa rua de Lisboa, ao Alto do Pina. É durante os anos de 1821 a 1828 que o pensamento político de Acúrsio das Neves melhor se revela, pois ao mesmo tempo que se revolta contra os vintistas, porque em lugar de seguirem o caminho trilhado pela experiência, tomaram pelos espaços aéreos da abstracção, para subverterem tudo com as suas vãs teorias, e tão vãs, que fazem lembrar os engenhosos pensamentos do autor da história de Gulliver sobre o governo da Lapúcia, se preocupa com a necessidade de garantir que o poder não tenda para o despotismo poisos governantes tendem sempre a aumentar, concentrar o seu poder; e daqui vem que o Governo democrático pro pende para o aristocrático, o aristocrático para o oligárquico, este para o monárquico, e finalmente para o despótico. Para ele o despotismo é aquela monstruosa espécie de Governo, onde um só, sem lei e sem regra, move tudo pela sua vontade e se não reconhece outro princípio senão a vontade de quem governa, ou seja um só, ou sejam muitos, porque o distintivo consiste na natureza do mesmo Governo, e não no número das pessoas que o exercitam. Para Acúrsio das Neves, no despotismo tudo se prostitui a quem governa; não há emulação e não se querem para os empregos senão homens servis e aduladores. Apesar destas opiniões sobre o despotismo, José Acúrsio das Neves é considerado por muitos, a par de frei João dos Prazeres e do marquês de Penalva, um dos principais ideólogos em Portugal do despotismo esclarecido e da sua aplicação na economia, nomeadamente nos aspectos referentes ao comércio e à industrialização. Em matéria de pensamento económico, Acúrsio das Neves era um reformista, que defendia o fortalecimento do aparelho do Estado e a criação de estruturas que permitissem um desenvolvimento apoiado do desenvolvimento da agricultura e da indústria. Apesar de ter apoiado a orientação política de D. Miguel e a recuperação do regime absolutista em Portugal, do ponto de vista económico alinhou em geral com as teorias económicas dos liberais. Foi defensor da industrialização, em contraponto às velhas teorias agrárias dos fisiocratas que pretendiam reduzir o país a uma economia agrícola e dos mercantilistas que propunham a moeda como o sustentáculo da riqueza nacional, já que, segundo ele, a indústria é somente quem pode salvar-nos, porque só ela dá a riqueza, base principal da força, e prosperidade dos povos. Mas a indústria não fortifica senão auxiliada por um bom Governo, e em um terreno livre de obstáculos, e convenientemente preparado por meio de instituições sábias, e reformas bem meditadas. Na linha de Adam Smith (1723-1790) e de Jean-Baptiste Say (1767-1832), considerava necessário estimular a indústria privada e defendia o apoio estatal à actividade económica em geral. Propunha como essencial para que se atingisse esse objectivo a criação de associações literárias e económicas e a criação de bibliotecas públicas, como forma de elevar o nível cultural e tecnológico das populações e assim criar condições para o empreendedorismo e para o crescimento económico. Na fiscalidade defendia um proteccionismo moderado, com a defesa da produção nacional relativamente à concorrência estrangeira, especialmente a inglesa, mas com a livre circulação de produtos em todo o país, e a abolição dos morgadios para melhor repartição da propriedade rural. Favorecia ainda a redução ou eliminação das rendas sobre os agricultores e o aproveitamento de terras incultas e a realização de investimentos na agricultura como forma de aumentar a produtividade do sector agrário. Paradoxalmente, ou talvez não, estas mesmas medidas estiveram na base da reforma liberal, constituindo no essencial as linhas de força da reforma intentada por Mouzinho da Silveira (1780-1849). Apesar do seu brilhante percurso político e da sua fama como pensador e economista, as circunstâncias do final da guerra civil levaram a que tivesse morrido só e abandonado e que a sua obra tivesse que esperar largas décadas para ser redescoberta. Hoje, reeditados os seus trabalhos, José Acúrsio das Neves é considerado como um dos mais brilhantes e lúcidos pensadores do século XIX português e um precursor das modernas teorias económicas em Portugal. Ao longo da sua vida, José Acúrsio das Neves manteve uma intensa actividade intelectual, escrevendo numerosas obras que, apesar da sua diversidade, podem ser agrupadas em três categorias principais: economia política; história contemporânea; e intervenção ou polémica política e exaltação patriótica face às invasões francesa. A sua última obra publicada, o Entretenimento Cosmológicos, Geográficos e Históricos, de 1826, não se enquadram em qualquer das categorias atrás apontadas, mas demonstram uma actualizada cultura científica do autor, mostrando que, apesar do turbilhão político em que Portugal se encontrava, José Acúrsio das Neves se mantinha atento aos progressos científicos da Europa. A sua primeira obra conhecida foi publicada em 1794 e consta de um elogio ao presidente do tribunal da Mesa do Desembargo do Paço, Luís de Vasconcelos. A maioria das publicações ocorrem, contudo, entre 1800 e 1830, com as mais significativas, particularmente no que respeita às obras de carácter económico, concentradas no período de 1814 a 1821.


  • O Almirante Marques de Nisa

    O Almirante Marques de Nisa
    O Almirante Marques de Nisa «€35.00»

    António Marques Esparteiro – O Almirante Marques de Nisa – Parceria António Maria Pereira – Lisboa – 1944 – Desc.436 pág / 24 cm  x 17 cm / Br.

     

    D. Domingos Xavier de Lima, 7º Marquês de Niza (30 de Dezembro de 1765-1802) foi um almirante da marinha portuguesa num dos seus períodos áureos, entre o final do século XVIII e o início do século XIX. Filho de Thomaz Xavier de Lima Nogueira Telles da Silva, 14º Visconde de Vila Nova da Cerveira e 1º Marquês de Ponte de Lima, e D. Eugénia Maria Josefa de Bragança, 2ª filha dos quartos Marqueses de Alegrete, recebe o título de marquês de Niza como presente de casamento do Príncipe D. João (futuro rei D. João VI), pois este pertencia na realidade à sua mulher, e sobrinha por via materna, D. Eugénia Xavier Telles da Gama. Com o casamento recebe também o título de 11ª Almirante do Mar da Índia, uma vez que D. Eugénia era Condessa da Vidigueira, e que o 1º marquês de Niza tinha sido 5º Conde da Vidigueira, D. Vasco Luís da Gama, descendente do descobridor do caminho marítimo para a Índia. Major-general da Armada e inspector-geral da Brigada Real de Marinha, celebrizou-se no posto que ocupou entre 1798 e 1800, ao comando da esquadra portuguesa no Mediterrâneo que lutou nas Guerras Napoleónicas, em particular no cerco da ilha de Malta, ao lado da britânica comandada por John Jervis e depois por Lord Nelson. Aos quinze anos voluntariou- se para embarcar na nau “Nossa Senhora do Pilar”, sendo no ano seguinte promovido a Tenente de Mar. Em 1782 recebe ordens para entrar na Real Academia de Marinha, tendo feito parte do primeiro lote de alunos da nova instituição  criada por acção do ministro D. Martinho de Melo e Castro. Em 1783 embarca na nau “Nossa Senhora do Bom Sucesso” e depois na fragata “S. João Baptista” que faziam ambas parte da Esquadra de Guarda-Costa. Aos vinte anos tem o seu baptismo de fogo no ataque a Argel, no contexto da expedição punitiva conjunta de Portugal e da Espanha contra os piratas argelinos. Esta expedição irá proporcionar-lhe a primeira oportunidade de mostrar o seu valor, valendo-lhe o ser nomeado para chefe do estado-maior da esquadra portuguesa, e posteriormente a promoção a Capitão-Tenente. Nos anos seguintes (1787 a 1789) é destacado para a Esquadra do Estreito, comandada pelo Coronel-do-Mar José de Mello Breyner, embarcando sucessivamente na nau “Medusa”, fragata “Cisne” e nau “Nossa Senhora da Conceição”. A 16 de Dezembro de 1789 era, aos 24 anos, promovido a Capitão-de-Fragata, recebendo então o seu primeiro comando: a novíssima fragata “Príncipe do Brasil”, de 40 peças, lançada ao mar no mesmo ano e parte da Esquadra do Estreito, sob o comando do Tenente-General Bernardo Ramires Esquível (futuro Visconde de Estremoz). D. Domingos Xavier de Lima foi provavelmente o primeiro comandante do navio. No final da missão recebe do seu comandante o seguinte louvor: “Comandante mais pronto, mais inteligente e exacto em cumprir todos os sinais e todas as ordens que lhe foram dirigidas”. Em 16 de Dezembro de 1791, já com o título de Marquês de Niza, é promovido a Capitão-de-Mar-e-Guerra e recebe o comando da fragata “São Rafael”, de 44 peças. É neste navio que vai levar o seu irmão D. Lourenço de Lima, Enviado Extraordinário junto ao Rei da Sardenha, a Nápoles, na esquadra do chefe-de-esquadra (contra-almirante) Sanches de Brito. Pouco depois do regresso desta missão recebe o seu terceiro comando, a nau “Vasco da Gama” (74 peças), lançada ao mar em Dezembro de 1792. Logo em maio do ano seguinte (1793), integra, ao comando da Vasco da Gama, a esquadra de auxílio à Inglaterra enviada nesse ano para o Canal da Mancha a pedido do governo inglês e constituída por seis naus, duas fragatas e dois bergantins. A Inglaterra encontrava-se então em guerra com a França revolucionária, encabeçando uma coligação de várias monarquias europeias que pela via militar procuravam conter ou mesmo reverter as consequências da Revolução Francesa. Muito embora o governo português tenha procurado manter-se neutro, evitando a participação directa no conflito, persistiu sempre, paralelamente, num posicionamento geo-estratégico predominantemente atlântico e anti-continental, movido pela necessidade de preservar o vasto império colonial português. Em termos práticos esta opção estratégica significou sempre o alinhamento com a Inglaterra, principal potência marítima da época. Sem grandes acções navais esta primeira esquadra auxiliar acabaria por se ver forçada a regressar a Lisboa antes da junção com a restante esquadra aliada, devido aos estragos provocados por uma sucessão de violentas tempestades. Apesar de uma segunda esquadra ter sido imediatamente despachada em sua substituição, D. Domingos já não tomaria parte nesta missão, por ter entretanto decidido juntar-se à expedição militar enviada por Portugal para o Rossilhão, onde em conjunto com um exército espanhol iria participar na invasão conjunta de França pelos exércitos da Primeira Coligação. Em 25 de Junho de 1793 obtém a exoneração do comando da nau Vasco da Gama, recebendo em Outubro a autorização régia para se juntar à expedição do Rossilhão como voluntário. Apesar dos reveses, e das pesadas baixas sofridas pelo contingente português, é elogiado pelo comando misto luso-espanhol, mas a retirada dos exércitos para longe da linha da frente levam-o a solicitar a sua reintegração na Marinha. É assim que em 1794 recebe o comando da nau “Rainha de Portugal” (74 peças), parte da esquadra do Almirante Vale, que realizava operações conjuntas com a esquadra de Lord Howe, na escolta de navios na zona do Estreito. Em 10 de Setembro de 1795, aos trinta anos, com a promoção a Chefe de Divisão ascende a oficial general, e comanda pela primeira vez uma esquadra, composta das naus “Rainha de Portugal” (cujo comando manteve até Dezembro de 1796) e “Princesa da Beira”, das fragatas “Ulisses” e “Tritão”, e do bergantim “Gaivota do Mar”, em cruzeiro na costa continental portuguesa. Dois anos depois (10 de Junho de 1797) é promovido a Chefe de Esquadra, logo seguido 23 de Julho do seu segundo comando de uma força naval. Esta compõe-se de sete navios: as naus “Príncipe Real”, “Rainha de Portugal”, “Afonso de Albuquerque”, “Medusa” e “S. Sebastião”; a fragata “Andorinha”, e o bergantim “Lebre”. A zona de intervensão desta esquadra alarga-se mais para Sul, até ao Estreito de Gibraltar. A par da protecção da navegação mercante nacional dos piratas berberes, coopera com o almirante britânico John Jervis em acções contra a esquadra francesa. A sua experiência na guerra terrestre na Catalunha não terá sido esquecida quando, no final desse ano, é nomeado Inspector da recém-criada Brigada Real de Marinha, uma unidade criada de raiz para servir como infantaria de marinha, e a longíqua antepassada dos Fuzileiros. Com a evolução da guerra na Europa, a Inglaterra reforça a sua esquadra no Mar Mediterrâneo, que é engrossada com uma força naval portuguesa comandada pelo Marquês de Niza, composta pelas naus “Príncipe Real” (navio-almirante, de 90 peças) e “Rainha de Portugal”, aos quais se irão juntar no mar as naus “Afonso de Albuquerque” (de 64 peças) e “S. Sebastião” (de 64 peças), a fragata “Benjamim” (26 peças) e o bergantim “Falcão” (24 peças), que zarpa de Lisboa a 5 de Maio de 1798, com destino a Lagos, e posteriormente aos Açores para proteger um comboio oriundo da América. Portugal é nesta época um potencia naval média, e apesar de estar tecnicamente em paz tanto com a França como com a Espanha após a campanha do Rossilhão, a Inglaterrapressiona o seu aliado para diponibilizar meios navais para as acções militares que desenvove. Naturalmente, o envio destes navios levou ao desguarnecer das frotas nacionais, e da Esquadra do Atlântico em particular, com a consequente diminuição da segurança da navegação entre as colónias e a Metrópole. A 30 de Junho regressa a Lagos, onde a fronta é aumentada pelo brulote inglês “Incendiary”, e dois oficiais para o serviço de sinais entre as duas forças. Nesse mesmo dia encontra-se no mar com Jervis, onde recebe instruções para cruzar o Estreito e juntar-se à força de Nelson, que seria também o comandante da força conjunta, por ter maior número de navios. Acabará por não encontrar Nelson mas apenas, a 24 de Agosto uma pequena força naval britânica que bloqueia o porto de Alexandria, no seguimento da Batalha do Nilo, também conhecida pela batalha de Aboukir. Nesta fase da jornada a frota perde o bergantim “Falcão” que, devido a má manobra, abalroa o “Príncipe Real” e naufraga em poucos minutos. A tripulação salva-se, com excepção de seis homens. As primeiras instruções chegam a 15 de Setembro: efectuar bloqueio naval à ilha de Malta, na qual se havia dado uma revolta contra a ocupação francesa. Num mês nove navios são apresados e é prestado apoio militar e logístico aos revoltosos, que contúdo não conseguem a rendição do ocupante. A esquadra portuguesa é rendida um mês depois por uma comandada pelo capitão-de-mar-e-guerra Ball, que tal como já havia sido demonstrado por Hood antes, ignora as cortesias devidas a um oficial superior e a uma esquadra de outra nacionalidade. Esta situação iria repetir-se, e nunca foi alvo de nenhuma medida disciplinar, como seria apropriado, pelo que podemos inferir que tinha a cobertura superior. Mas foi finalmente ao largo de Malta, antes da rendição, que a força portuguesa se encontrou com os navios de Nelson. Ao contrário dos ingleses o Marquês de Niza mandou efectuar as devidas salvas, e retirou-se para fabrico. A 15 de Novembro recebe instruções para fazer um desembarque em Liorne em apoio do rei de Nápoles, que marcha para Roma. Entretanto o “S. Sebastião”, o “Benjamim” e o “Balão”, navegam entre Génova e Toulon, em acções de bloqueio desses portos. As relações entre os dois aliados atingem outro ponto baixo quando, a 13 de Abril Nelson publica uma ordem se serviço, na qual considera os oficiais chefes de divisão portugueses são considerados hierarquicamente inferiores aos seus Capitães-de-Mar-e-Guerra ingleses, numa quebra total das equivalências entre hierarquias, e que demonstra bem o desrespeito dos oficiais ingleses nesta campanha. Em terra, as forças do Rei de Nápoles, após o sucesso inicial, sofrem vários reveses, obrigando mesmo o rei a fugir. O Marquês de Niza tinha instruções para não deixar cair a força de Nápoles nas mãos dos Franceses, seja através da sua saída para o mar, a ou a sua destruição no porto. Uma vez que o tempo escasseava, e face à urgência da situação imposto pelo avanço das tropas francesas e os refugiados a bordo, incluindo de cardeais vindos de Roma, e sob o risco de incorrer no desagrado do Rei de Nápoles, foi dada a ordem de incendiar a frota. Também aqui irá Nelson imputar toda a responsabilidade da decisão aos portugueses, sem se atrever ou puder, porém, a acusá-los abertamente de nada. Em Abril de 1799 o almirante sugere uma missão semi-  diplomática junto dos piratas berberes para os trazer para o lado dos Aliados, e apresando as embarcações francesas. É, primeiro, enviada a nau “Afonso de Albuquerque”, sob o comando do chefe de divisão Donald Campbell, que através de uma demonstração de força, obtém do bei de Tripoli o desejado. Pouco depois, a bordo do brulote inglês “Stromboli”, o Cmdt. Pinto Guedes, chefe do Estado-maior da força portuguesa, é junto do bei de Tunes, para que as embarcações do bei suspendenssem os ataques aos navios britânicos. Quando, em Maio, informações apontam para a vinda de uma esquadra francesa para o Mediterrâneo, e que junta com uma outra espanhola, irão atacar Minorca, sede do comando britânico do Mediterrâneo, e depois a Sicília, Nelson reúne todos os navios, organizados em duas divisões; uma comandada por si, e a outra pelo Marquês de Niza. Este é também o período de melhores relações entre as duas marinhas. Contúdo o temido ataque não se materializa, e em finais de Junho a esquadra anglo-lusa chega a Nápoles, para apoiar as forças napolitanas do Cardeal Ruffo a tomar conta da cidade. Nessa acção, que incluiu a tomada de Cápua e de Gaeta, toma parte um contingente da Brigada Real de Marinha de dimensão idêntica ao contingente inglês. A 25 de Agosto, desta vez com o Marquês de Niza no comando, uma força combinada inicia novo bloqueio de Malta. Esta seria contudo a última acção da força portuguesa, já que a 9 de Outubro o bergantim “Gaivota do Mar” traz de Lisboa ordens do Ministro da Marinha para o regresso. A frota aguarda até 13 de Dezembro ser rendida para iniciar o regresso. Antes de zarpar, o Marquês de Niza recebe uma carta de agradecimento do Congresso de Malta e uma menção de apreço da Rainha de Nápoles. Parte com rumo a Triste, onde se encontra com um comboio de reabastecimento com mantimentos e dinheiro para a esquadra em Janeiro de 1800. A 12 de Fevereiro iniciam a viagem de regresso a Portugal, que tem lugar no final do mês de Abril. Já em Portugal o Marquês Nisa recebe o reconhecimento oficial da Coroa Britânica, e o Príncipe Real agracia-o em carta régia de 6 de Junho.


  • A Vida Agitada do Marechal Gomes da Costa «Documentário da Vida Militar e Politica do Grande Soldado»

    A Vida Agitada do Marechal Gomes da Costa
    A Vida Agitada do Marechal Gomes da Costa «€35.00»

    Carlos Gomes da Costa – A Vida Agitada do Marechal Gomes da Costa «Documentário da Vida Militar e Politica do Grande Soldado» – Livraria Popular de Francisco Franco – Lisboa – 1931.Desc.292 + 261 / 19cm x 12,5cm / Br. «Completo em dois Volumes»

     


  • Sentença Contra Ayres de Saldanha e Albuquerque Coutinho Mattos e Noronha

    Sentença Contra Ayres de Saldanha e Albuquerque Coutinho Mattos e Noronha
    Sentença Contra Ayres de Saldanha e Albuquerque Coutinho Mattos e Noronha – «€80.00»

    Diz Diogo Jacinto de Almeida, Escrivão do processo formada contra Ayres de Saldanha Albuquerque Coutinho Mattos e Noronha, que foi 2º Conde da Ega, sua mulher, e filhas: E porque o Suplicante pertende fazer imprimir a Sentença ultimamente proferida….Na  Impressão Regia Lisboa 1811./ Desc. 8 Pág.

     

    Aires de Saldanha e Albuquerque Coutinho Matos e Noronha, mais conhecido como Aires de Saldanha de Albuquerque e também chamado Aires de Saldanha e Albuquerque da Gama. Moço Fidalgo como o pai, e Fidalgo escudeiro por alvará de D. João V (inscrito no Libro segundo de Mercês em fevereiro de 1708. Gentil-homem da Câmara do Infante D. António: foi governador da Capitania Real do Rio de Janeiro; sargento-mor de batalha com exercício na torre de Belém, e antes mestre de campo, coronel e brigadeiro com exercício em ocasião de guerra; comendador de Santa Maria de Castro Laboreiro, na Ordem de Cristo. Nascido em Lisboa, baptizado em 6 de Janeiro de 1681 e morto em 14 de Novembro de 1756 na sua Quinta da Junqueira, na freguesia da Junqueira, da mesma cidade. Era filho de João de Saldanha de Albuquerque, moço fidalgo. Casou com D. Maria Leonor de Moscoso, morta em 1731, dama da Rainha D. Mariana d´Áustria, filha de D. João Mascarenhas, 5° conde de Santa Cruz e segundo marquês de Gouveia, e de D. Teresa Moscoso Osório, espanhola, filha de D. Gaspar Moscoso Osorio e D. Inês de Gusmão Espinola, dos Condes de Altamira. Com este casamento, Aires de Saldanha conseguiu importantes cunhados. Entre eles D. Martinho Mascarenhas, 6° conde de Santa Cruz e 3º Marquês de Gouvea por carta de janeiro de 1714, com tratamento de Sobrinho, que foi mordomo-mor e comendador de Mertola, Mendo Marques, Vargem e alcaide-mor de Mertola e de Alcacer do Sal. Outro cunhado foi D. Gaspar Moscoso, deão da Sé de Lisboa, Reitor da Universidade e depois frade do Varatojo, Reformador dos Crúzios, muito válido do rei D. João V. Entre dos seus onze filhos, um deles foi Manuel de Saldanha de Albuquerque e Castro, 1.º conde da Ega, capitão-general da Madeira, Vice-Rei da Índia e Governador da Índia, casado com Dona Ana Ludovina de Almada Portugal, filha de D. Luis José de Almada, mestre-sala da Casa Real.

     

     


  • Sentença ao Réu Manuel Ignacio Martins Pamplona Corte Real

    Sentença ao Réu Manuel Ignacio Martins Pamplona
    Sentença ao Réu Manuel Ignacio Martins Pamplona  Corte Real«120.00»

    José António Ribeiro Soares, Escrivão dos Agravos, Revista, e commissão, nesta Corte, e Cidade de Lisboa, e casa da Suplicação dela, por Alteza Real o Principe Regente Nosso Senhor, que deus guarda. &c…Certifico, que nos autos de Portaria, e mais Ordens Regias, processados pela Comissão do Decreto de vinte e seis de Janeiro de mil oitecentos e nove, se proferio a sentença de teor seguinte…Acórdão em relação, &c.. Visto a estes Autos, que pela natureza, e gravidade do crime, e na conformidade da portaria folhas duas, na presença do seu Chanceller, que serve de Regedor, se julgão sumario pela verdade sabios, e na lei do Reino, os Réus ausentes: Manuel Ignacio Martins Pamplona: sua Mulher Dona Isabel de Roxas, que pela averiguação de fizeram…Na Officina de João Evangelista Garcez…Lisboa 1811 / 19 Págs.

     

    Manuel Inácio Martins Pamplona Corte Real (Angra, 3 de Julho de 1760 – Elvas, 16 de Outubro de 1832), feito 1.º conde de Subserra em 1823, militar e político da tendência pró-francesa da fase inicial do vintismo. Lutou na Crimeia integrado no exército russo, fez parte das forças aliadas que tomaram Valenciennes em 1793, participou na campanha do Rossilhão e mais tarde, como oficial general da Legião Portuguesa, nas campanhas de Napoleão Bonaparte contra a Áustria e a Rússia. Após o termo da guerra, entre muitas outras funções, foi Ministro do Reino, cargo correspondente ao actual Primeiro-Ministro, durante o reinado de D. João VI. Manuel Inácio Martins Pamplona Corte Real, nasceu em Angra, em 3 de Julho de 1760, filho de André Diogo Martins Pamplona Corte Real e de sua mulher Josefa Jacinta Merens de Távora, ambos da melhor aristocraciaçoriana. O pai era o 8.º morgado da Casa da Salga e a mãe pertencia à família Merens, da governança da cidade desde os tempos da colonização da ilha. Fez os seus estudos menores em Angra e estando destinado à carreira das armas, partiu para Coimbra, onde frequentou a Universidade, obtendo o bacharelato em matemática. Iniciou a sua carreira militar como cadete no Regimento de Cavalaria de Santarém, do qual foi oficial. Desejoso de aventura, procurou obter licença para partir como mercenário para as zonas onde existisse conflito armado no leste europeu. Obtida licença, partiu em 1787 para a Rússia como voluntário, tendo participado na Guerra Russo-Otomana de 1787-1791 , que então opunha o Império Russo de Catarina a Grande à Sublime Porta, distinguindo-se na luta contra os otomanos na Crimeia. Participou em Novembro de 1790 na tomada de Ismail, onde se distinguiu. Foi condecorado pela Rússia com a grã-cruz da Ordem de Alexandre Nevsky e feito cavaleiro da Ordem de São Vladimir. Terminada a guerra russo-otomana em Dezembro de 1791, pelo tratado de Jassy, Pamplona regressou a Portugal, mas não permaneceu por muito tempo. Tendo-se desencadeado a guerra entre a Santa Aliança e a França revolucionária (Guerra de 1793-1802), foi alistar-se nos exércitos aliados comandados pelo duque de York, tendo participado no cerco e tomada de Valenciennes no verão de 1793. Novamente regressado a Portugal, e sendo considerado um dos militares mais experientes do exército português, foi nomeado ajudante general da Divisão Auxiliar Portuguesa que participou na campanha do Rossilhão, onde se distinguiu, tendo no seu regresso sido escolhido para funções de estado-maior, o que o colocou próximo das mais altas chefias militares. Pelo seu desempenho nesta campanha, para além da Granada de Ouro, foi feito comendador da Ordem de Cristo, recebendo depois a grã-cruz da Ordem Militar da Torre e Espada. Após o regresso do Rossilhão, foi em 1797 nomeado tenente-coronel e segundo comandante da Legião de Tropas Ligeiras. Foi coronel do Regimento de Cavalaria n.º 9, de 9 de Março de 1801 e logo em 1801, era encarregado por D. João Carlos de Bragança e Ligne, 2.º duque de Lafões, de levantar algumas companhias de caçadores voluntários nas províncias do Norte, no que ‘’se entendeu com algum fruto’’. Era ainda coronel do Regimento de Cavalaria n.º 9 quando este, em 22 de Dezembro de 1807, foi reestruturado e parcialmente integrado na Legião Portuguesa na sequência da desmobilização do exército português resultante da invasão francesa. Após a primeira invasão francesa, uma das primeiras medidas de Jean-Andoche Junot, por ordem directa de Napoleão Bonaparte, foi a dissolução do exército português. Contudo, as melhores tropas e os oficiais mais prestigiados que aquiesceram foram integrados na Legião Portuguesa, um corpo militar integrado nos exércitos imperiais franceses. Entre estes oficiais estava o coronel Pamplona. A formação da Legião completou-se e Março de 1808, tendo partido para Salamanca no mês seguinte. Embora o comandante da Legião fosse D. Pedro de Almeida Portugal, 3.ºmarquês de Alorna, por este ter obtido licença para se deslocar ao Alentejo, coube ao coronel Pamplona, como chefe de estado-maior general da Legião, comandar a marcha de Lisboa a Salamanca. Acompanhou a Legião Portuguesa ao longo do seu périplo pela Europa, distinguindo-se nas campanhas de 1809 na Alemanha e Áustria. Em 1810, com muitos outros portugueses que haviam integrado a Legião Portuguesa, participa ao lado de André Masséna na terceira invasão francesa do território português. Neste período foi, embora efemeramente, governador militar de Coimbra. Expulsas as forças francesas de Portugal, regressa à Legião Portuguesa, lutando em 1812, ao lado de Gomes Freire de Andrade, na campanha da Rússia, na qual se distinguiu pela sua coragem e resiliência face à adversidade que se abateu sobre as tropas imperiais. Foi condecorado com a grã-cruz da Legião de Honra francesa e feito cavaleiro daOrdem de São Luís de França. Manteve-se na Legião até à sua extinção formal em 1813, passando depois para classe dos ‘’pioneiros’’, situação que manteve até 1814. Nesse ano passou a servir no exército francês, tendo acompanhado Luís XVIII a Gand. Foi governador militar do departamento de Loire et Cher em 1815. Permaneceu em França até 1821, ano em que a sua participação na Legião Portuguesa foi amnistiada pelas Cortes, o que lhe permitiu regressar a Portugal e retomar a carreira militar. O general Pamplona pertenceu à maçonaria e desde cedo mostrou simpatia pelos ideais da Revolução Francesa, aderindo depois ao movimento liberal, embora militando sempre na ala mais conservadora. Aproveitando a amnistia concedida pelas Cortes, reinicia a sua carreira militar, voltando-se para a actividade política, na qual ascende rapidamente. É assim que no governo em que era Ministro do Reino Filipe Ferreira de Araújo e Castro assume a pasta de Ministro da Guerra de 7 de Setembro a 13 de Outubro 1821. Nesta última data troca as funções ministeriais pelas de deputado pelos Açores, já que fora eleito pela Terceira. A legitimidade desta eleição desencadeou um longo debate parlamentar, dado o deputado estar nomeado ministro, tendo a tomada de posse como deputado implicado a saída do ministério. Nas Cortes distinguiu-se, ao lado de Roberto Luís de Mesquita Pimentel, também eleito pelos Açores, na defesa da unidade açoriana contra a opinião dos deputados açorianos que pretendiam a divisão dos Açores em diversas províncias. A sua posição não teve vencimento, não podendo impedir a fragmentação política das ilhas, situação que se manteria até 1975. Tendo-se transformado num dos validos do rei D. João VI, que o apreciava sobremaneira, com a Vilafrancada, volta a exercer funções como Ministro da Guerra e da Marinha, de 1 de Junho de 1823 a 15 de Janeiro de 1825. No período entre 1 de Junho de 1823 e 19 de Março de 1824 acumula com as funções de ministro assistente ao despacho, o que equivalia à liderança do governo. Em prémio da sua fidelidade durante a Vilafrancada, D. João VI fê-lo conde de Subserra, por decreto datado de 1 de Junho de 1823, o dia imediato ao do desfecho da crise. Foi também nomeado gentil-homem da câmara de el-rei e conselheiro de Estado. Nascido das circunstâncias revolucionárias da Vilafrancada, este ministério foi apelidado o governo dos inauferíveis direitos de El-Rei, sendo constituído por uma maioria de moderados, apoiantes do partido da Bemposta, próximos de D. João VI, integrando, contudo, alguns elementos rainhistas, ditos do partido do Ramalhão. O governo tentou a elaboração de uma carta constitucional que substituísse a Constituição de 1822, tendo também revogado as principais leis do vintismo. Em 1825 é nomeado embaixador de Portugal em Espanha, posto que manteria até Abril de 1827, altura em que regressa definitivamente a Portugal.No mesmo ano em que regressa de Espanha, torna-se também vegetariano e faz alguma propaganda em defesa dos direitos dos animais. Em Junho de 1828 foi preso por ordem expressa de D. Miguel e guardado incomunicável na Torre de Belém e depois em São Julião da Barra e São Lourenço do Bugio. Foi finalmente transferido e encarcerado no Forte da Graça em Elvas, morrendo naquela prisão a 16 de Outubro de 1832. Após o termo da Guerra Civil, os seus restos mortais foram trasladados para a Ermida de Santa Catarina, na freguesia dos Biscoitos. O então coronel Pamplona casou em 19 de Março de 1806, aos 45 anos, com Isabel Antónia do Carmo de Roxas e Lemos Carvalho e Menezes, da família dos senhores da Trofa, e herdeira de vasta fortuna que incluía a Quinta da Subserra, em São João dos Montes, concelho de Vila Franca de Xira. Isabel Antónia do Carmo de Roxas e Lemos Carvalho e Menezes era filha legitimada de um irmão do 10.º senhor da Trofa, que fora comendador da Ordem de Malta e tenente-coronel de cavalaria, com o foro de moço fidalgo (1735), mas que tinha já falecido solteiro, deixando-a como único descendente. Num arranjo familiar típico da época, casou em1799 com um seu primo direito, filho da irmã mais velha do 10.º senhor da Trofa e sucessor nos bens vinculados da família, reunindo assim o casal a representação genealógica da Casa da Trofa e os seus morgadios. Tiveram uma filha, Maria Mância de Lemos Roxas Carvalho e Menezes, nascida em 1805, que viria a ser, por herança do padrasto, a 2.ªcondessa de Subserra. Do seu casamento com Manuel Inácio Pamplona não teve filhos, mas trouxe a este as ligações familiares e a vasta fortuna que, a par do seu valimento junto do rei D. João VI, lhe valeriam a elevação a conde. Foi da sua Quinta da Subserra (hoje Quinta Municipal de Subserra, património da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira) que se originou o título do conde. O casal, após o seu regresso a Portugal, introduziu diversos melhoramentos na Quinta, a qual viria, já na posse da filha (depois Marquesa da Bemposta) e dos seus descendentes, a tornar-se num dos lugares mais afamados de encontro da alta nobreza portuguesa.

     


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    Luis Vaz de Camões – Os Lusíadas  (Prefácio de Hernani Cidade, Vinhetas e Ilustrações de Lima de Freitas) – Artis – Lisboa – 1956.Desc. XXXIX + 429 pági + V Estampas + 28 Estampas / 32cm x 25cm / Encadernação Original de Pele


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    Grandes Portugueses
    Grandes Portugueses «€80.00»

    Virgínia da Costa Almeida, Estêvão Pinto e  Pamela Boden, Julio Gil  – Grandes Portugueses – Dom Fuas Roupinho – Fernão Lopes – Dom Gualdim Pais – Gil Vicente – Duarte Pacheco Pereira – Luís de Camões – Infante Dom Henrique – S. João de Brito – D. Afonso Henriques – Heróis da Tomada de Lisboa – Afonse de Albuquerque – Marquês de Pombal – Santo António de Lisboa – O Santo Condestável  – S.João de Deus – D.João de Castro – Dom Francisco de Almeida – Ediçõe SPN – Lisboa – 1944/1954.Desc.27 + 22 + 28 + 27 + 27 + 38 + 37 + 38 + 38 + 29 + 42 + 36 + 38 + 43 + 46 + 43 + 42 Pagi /23 cm x 16,5 cm / Encadernação de Tela

    Obs: Obra Completa com 17 Fasciculos Encadernados com História e Biografias dos Grandes Portugueses


  • Pilotos das Navegações Portuguesas dos Séculos XVI e XVII

    Pilotos das Navegçãoes Portuguesas dos Séculos XVI e XVII
    Pilotos das Navegçãoes Portuguesas dos Séculos XVI e XVII «€45.00»

    Frazão de Vasconcelos – Pilotos das Navegações  Portuguesas dos Séculos XVI e XVII – Edição Subsidiada pelo Instituto Para Alta Cultura – Lisboa – 1942.Desc.103 Pagi / 25 cm x 18,5cm / Encadernação Original «Edição Limitada em 200 Exemplares e Autografado»