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  • Applausos da Gloria Lusitana no Suspirado e Felissimo Nascimento do Augustissimo Príncipe da Beira

    Applausos da Gloria Lusitana no Suspirado e Felissimo Nascimento do Augustissimo Príncipe da Beira
    Applausos da Gloria Lusitana no Suspirado e Felissimo Nascimento do Augustissimo Príncipe da Beira «€90.00»

    Vicente da Cunha Lima – Applausos da Gloria Lusitana no Suspirado e Felissimo Nascimento do Augustissimo Príncipe da Beira – Offina de Manoel António Monteiro – MDCCLXI – Lisboa. Desc. 12 pág / 20 cm x 15 cm / E.


  • Panegyrico que A’Muito Alta,Muito Poderosa Rainha Nossa Senhora, a senhora D.MARIANA VICTORIA Consagra no Dia Felicissimo Dos Annos o Capitão João Dias Talaia Soto-Maior de que He Protector o Fidelissimo, e Incomparavel Rey o Senhor D.PEDRO III.

     

    Panegyrico que A'Muito Alta,Muito Poderosa Rainha Nossa Senhora, a senhora D.MARIANA VICTORIA Consagra no Dia Felicissimo Dos Annos o Capitão João Dias Talaia Soto-Maior de que He Protector o Fidelissimo, e Incomparavel Rey o Senhor D.PEDRO III.
    Panegyrico que A’Muito Alta,Muito Poderosa Rainha Nossa Senhora, a senhora D.MARIANA VICTORIA Consagra no Dia Felicissimo Dos Annos o Capitão João Dias Talaia Soto-Maior de que He Protector o Fidelissimo, e Incomparavel Rey o Senhor D.PEDRO III. «€60.00»

    João Dias Talaia Soto – Maior – Panegyrico que A’Muito Alta,Muito Poderosa Rainha Nossa Senhora, a senhora D.MARIANA VICTORIA Consagra no Dia Felicissimo Dos Annos o Capitão João Dias Talaia Soto – Maior de que He Protector o Fidelissimo, e Incomparavel Rey o Senhor D.PEDRO III. Officina de Lino da Silva Godinho – MDCCLXXIX – Lisboa – Desc. 15 pág / 20 cm x 14 / E.

    João Dias Talaya Sotomaior  (Belém, freguesia da Ajuda, 25 de maio de 1732 – Sacavém, 9 de junho de 1798) foi um conhecido panegirista das cortes de D. José e D. Maria I. Manuel Maria du Bocage refere-se-lhe, em sátira que dirige à Nova Arcádia. João Dias Talaya era senhor de um perfil multifacetado: além de poeta, almotacé, capitão, bacharel canonista, burocrata na administração do reino, etc., Talaya foi, também, toureiro, actividade em que era um alvo constante das sátiras de seu antigo condiscípulo, o terrível poeta Lobo de Carvalho. Sobretudo, João Dias Talaya Sottomaior era especialmente dotado para as relações sociais.3 Na sua residência de Sacavém, ele reunia, sob o patrocínio de D. Pedro III, a Academia dos Obsequiosos, agremiação literária, fundada pelo mesmo Talaya no ano de 1777, “onde só se aplaudem os anos e as virtudes de Suas Magestades Fidelíssimas”, conforme enunciava a sua divisa.


  • Batalha do Ultramar

    Batalha do Ultramar
    Batalha do Ultramar «€20.00»

    Santos Cravina – Batalha do Ultramar – Edição de Autor – Parceria A. M. Pereira – Lisboa – 1967. Desc. 137 pág / 20 cm x 14,5 cm / Br.


  • As Determinantes do Humanismo no Obra de Gil Vicente

    As Determinantes do Humanismo no Obra de Gil Vicente
    As Determinantes do Humanismo no Obra de Gil Vicente «€12.50»

    Reis Brasil – As Determinantes do Humanismo no Obra de Gil Vicente – Tipografia Cruz & Cardoso, Lda – Figueira da Foz – 1961. Desc. 29 pág / 25 cm x 18,5 cm / Br. «Autografado»


  • Ilusão * Entender – (Poesia)


  • Contradições da Democracia * Cantata para Um Corpo * Formas de Fumo

  • Líricas de Camões

    Líricas de Camões
    Líricas de Camões «€130.00»

    José Maria Rodrigues e Afonso Lopes Vieira – Líricas de Camões (Edição Critica) – Imprensa da Universidade de Coimbra / Biblioteca de Escritores Portugueses – Série C – Coimbra 1932. Desc. 385 + LXXIV pág + 1 Estampa / 23 cm x 16 cm / E.


  • O Coronel de Macambira

    O Coronel de Macambira
    O Coronel de Macambira «€40.00»

    Joaquim Cardozo – O Coronel de Macambira – Editora Civilização Brasileira S. A. – Rio de Janeiro – 1963. Desc. 162 pág / 21,5 cm x 14 cm / Br. Ilust. «1.ª Edição»

     

     

    IMG_2408Joaquim Maria Moreira Cardozo (Recife 1897 – Olinda 1978). Autor. Sua dramaturgia se inspira nas fontes populares da cultura nordestina, mas transcende essas matrizes estéticas reunindo, de modo poético, referências advindas de culturas estrangeiras, e de diversos campos do saber, como as ciências exactas e a filosofia. Joaquim Cardozo nasce em 26 de Agosto de 1897, no bairro do Zumbi, no Recife. Faz o curso secundário no Ginásio Pernambucano. Aos 16 anos, edita, com Durval Cezar, Óscar Ramos, Eduardo Cunha e os irmãos Benedito e Honório Monteiro, o jornal O Arrabalde: Órgão Lítero-Elegante, em que estreia na literatura, com o conto Astronomia Alegre. Publica seus primeiros trabalhos como caricaturista e chargista nas edições de domingo do Diário de Pernambuco e também no Diário da Tarde, em 1914. No ano seguinte, inicia seus estudos na Escola Livre de Engenharia de Pernambuco (atual Escola de Engenharia de Pernambuco), concluídos em 1930, após diversas interrupções, por problemas de ordem financeira e pessoal. Torna-se professor dessa escola, leccionando até 1939, quando é atingido por medidas repressivas do Estado Novo. Após pronunciar discurso em que critica os procedimentos governamentais no campo da arquitectura e da engenharia, Cardozo é preso, afastado da sala de aula, demitido do cargo na Secretaria Estadual de Viação e Obras Públicas, e se vê obrigado a mudar-se para o Rio de Janeiro. Na então capital federal, ganha projecção como poeta e engenheiro calculista, sobretudo, quando inicia parceria com Óscar Niemeyer, fazendo os cálculos de seus Projectos arquitectónicos em diversas cidades brasileiras e, particularmente, na construção de Brasília. Ainda no Recife, Cardozo participa do grupo da Revista do Norte, junto com o poeta Ascenso Ferreira, e nela publica seus primeiros poemas. Aos 50 anos de idade, lança seu primeiro livro de poesias, Poemas, em 1947. Sua produção dramatúrgica surge ainda mais tarde, entre as décadas de 1960 e 1970. A primeira peça, O Coronel de Macambira, é publicada em 1963. Com essa obra, Cardozo inicia uma trilogia inspirada no bumba meu boi, que inclui De uma Noite de Festa, de 1971; e Marechal, Boi de Carro, de 1975. Sua peça seguinte, Os Anjos e os Demónios de Deus, de 1973, tem como matriz o pastoril religioso. As duas últimas criações para o teatro, O Capataz de Salema e António Conselheiro, ambas de 1975, não são directamente inspiradas em nenhum espectáculo popular do Nordeste, mas seus temas estão ligados ao imaginário nordestino, notadamente aos problemas sócio políticos. Por meio delas, o autor critica explicitamente o sofrimento da população nordestina economicamente menos favorecida. Tal engajamento, no entanto, não compromete a originalidade artística. Seu teatro, embora denuncie as injustiças sociais, jamais deixa de exprimir uma visão transcendental dos seres e das coisas. Isso permite que ele ponha a cultura popular nordestina em contacto com assuntos aparentemente tão dessemelhantes como, por exemplo, a matemática, a filosofia, o teatro medieval e o teatro oriental. O Coronel de Macambira, o mais conhecido texto teatral de Joaquim Cardozo, estreia em Dezembro de 1965, em encenação de Maria José Campos Lima, com os alunos da Escola de Belas Artes de Pernambuco. Composta por dois quadros, a peça tem o boi como motivo principal do enredo. Para escrevê-la, Joaquim Cardozo se baseia no bumba-meu-boi de Capitão António Pereira, coligido por Ascenso Ferreira e publicado em 1944, na revista Arquivos, da prefeitura do Recife. Além disso, utiliza-se das próprias lembranças, como espectador de bumbas-meu-boi. Diferentemente dos dois bois posteriores (De uma Noite de Festa e Marechal, Boi de Carro), O Coronel de Macambira está ainda muito próximo de sua matriz popular, aproveitando muitos tipos de personagem do bumba folclórico. Em posfácio na primeira edição da peça, Cardozo escreve: “Trata-se aqui, de uma obra inteiramente original, no texto, mas obedecendo às regras características desse drama falado, dançado e cantado – espécie de auto pastoril quinhentista, de onde, certamente, proveio. Contrariando, também, o espírito dessa brincadeira popular, que dá bom tratamento apenas ao boi e aos seus vaqueiros, como assinala Téo Brandão, dei relevo especial e simpático a três figuras, necessárias ao arremate, mais ou menos apoteótico, frequente em espectáculos desse gênero. Este trabalho estava praticamente concluído, quando me veio ao conhecimento, através da revista Das Schönste, que o escritor japonês Yukio Mishima escrevera seis nôs modernos. Trabalho, até certo ponto, semelhante ao que acabo de fazer, uma vez que o nô é teatro de tradição popular para o Japão, como o Boi o é para o Nordeste brasileiro; como o nô, que na opinião de Yeats é forma dramática distinta, indirecta e simbólica, como o no, que é texto, dança e canto, o Boi merece a meu ver, ser revitalizado, reanimando, como diversão e forma literária”.1 O Coronel de Macambira recebe ainda algumas encenações importantes que apresentam o teatro de Joaquim Cardozo à crítica teatral e ao grande público. O Teatro Universitário de Juiz de Fora monta a peça em 1966, com direcção de José Luiz, cumpre temporada no Rio de Janeiro, no ano seguinte, e recebe críticas elogiosas de Van Jafa, especialmente em relação ao texto: “[…] Joaquim Cardozo é antes de tudo um poeta. E como poeta se afirma um poeta maior, daqueles que não têm pressa, que passa pelo mundo e deixa sua imagem definida e sua poesia definitiva. É poeta daqueles que sabem a ‘paisagem profundamente’, e dos que estiveram com ela ‘nas horas concluídas’. E no seu drama-poético, O Coronel de Macambira tudo isso flui calmo e nacionalistamente de uma maneira poético-dramática. […] Joaquim Cardozo poderia não ter realizado nada mais que O Coronel de Macambira se incumbiria de imortalizá-lo”. O bumba meu boi De uma Noite de Festa tem sua primeira representação em Dezembro de 1972, no Mosteiro de São Bento de Olinda, Pernambuco, dirigida por Maria José Campos Lima, com os alunos da Escola de Artes da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Esse bumba é estruturado em três dimensões denominadas quadros, constituídos de fragmentos distintos: no primeiro quadro, predomina a perspectiva da realidade; no segundo, uma perspectiva onírica e, no terceiro, uma síntese entre o mágico, o real e o onírico. Cardozo realiza uma dupla operação: de um lado, afasta-se “do ‘boi’ na sua expressão popular”, deixando de “obedecer às modificações introduzidas no género pela interpretação folclórica”; de outro, perfaz um caminho inverso, procurando “reorganizá-lo como poderia ser na sua origem”. Apesar de sua tentativa de renovação do bumba-meu-boi, Cardozo se preocupa em conservar-lhe a estrutura, supondo que, assim, poderia preservar esse “teatro como género não apenas como espécie”. Procedimento semelhante se encontra em Marechal, Boi de Carro, o último e o mais melancólico boi cardoziano. Nele, a estrutura básica é a mesma que perpassa os demais bumbas: o enredo em torno da tentativa de salvação do boi condenado ao matadouro. Novamente, algumas personagens típicas do folguedo actuam como porta-vozes das críticas sociais do autor. No entanto, “em oposição aos Bois que sempre terminam em festa e regojizo, este bumba finda numa dolorosa despedida. A cerimonia fúnebre que era dedicada apenas ao boi alarga-se para o próprio bumba-meu-boi, no solitário e perdido a bóio de Mateus.Os Anjos e os demónios de Deus é estruturada em doze jornadas, cada uma com um título. Nessa peça, as pastoras anunciam a vinda do Messias, além de louvarem as belezas do planeta Terra por intermédio de cantigas, enquanto os anjos e os demónios discutem os desígnios de Deus para salvar a humanidade. Não existe, aqui, a luta entre o bem e o mal, entre anjos e demónios São personagens que, mesmo ocupando a cena simultaneamente, não chegam a dialogar verdadeiramente. Funcionam como forças antitéticas (luz e sombra) que se complementam, imprimindo um diálogo de teor filosófico ao texto.Em O Capataz de Salema, a trama é centrada no conflito da paixão do Capataz por Luzia. Eles pertencem a esferas sociais diferentes: o capataz é o homem que manda e vigia os pescadores, dos quais Luzia descende. Mesmo que a moça corresponda aos sentimentos do capataz, por seus distintos papéis sociais (patrão e subalterno) e por sua natureza distinta – Luzia é a terra (fêmea) onde tudo germina e o Capataz é o mar (macho) que tudo devora, sempre inconstante -, ela não consegue nem pode aceitá-lo. Essa é a peça de menor extensão de Cardozo e também a de maior concisão dramática. António Conselheiro busca recriar a saga de Canudos. Com base em Os Sertões, Cardozo aprofunda e amplia as questões relativas à história, à política, à sociedade e à religião. Desconstruindo a história, o dramaturgo faz com que o passado, o presente e o futuro se aglutinem de maneira dialéctica mente uma mesma estrutura.O teatro de Joaquim Cardozo “oferece aos leitores, actores e encenadores, únicos agentes possíveis de a Actualização do texto teatral, uma obra sempre nova e provocante, porque prenhe de modernidade não apenas na escritura do texto, mas na rica estrutura imaginária da encenação. Uma obra cuja propriedade é seu chão maduro, remoto, futuro; em que a tradição se faz aberta à contemporaneidade”.


  • Essência

    Essência
    Essência «€50.00»

    Saúl Dias – Essência (Poesia) – (Com Desenhos de Júlio) – Prefácio de Guilherme de Castilho – Brasília Editora – Porto – 1973. Desc. 125 pág / 22 cm x 16 cm / Br. Ilust. «1.ª Edição»

     

     

    Júlio Maria dos Reis Pereira, ou Júlio como artista plástico e Saúl Dias como poeta, (Vila do Conde, 1902 — 1983), foi um pintor, ilustrador e poeta português. Pertence à segunda geração de pintores modernistas portugueses e foi autor de uma obra multifacetada que se divide entre as artes plásticas e a escrita, tendo sido um dos mais importantes colaboradores da revista Presença. Júlio Maria dos Reis Pereira nasceu no no ano de 1902 em Vila do Conde. Júlio mostra uma precoce apetência pela cultura; ainda adolescente publica poemas num semanário da sua terra. Em 1919 matricula-se no curso de Engenharia da Faculdade de Ciências do Porto, que conclui em 1928; em simultâneo matricula-se na Escola de Belas-Artes, que frequenta durante apenas 2 anos. Ao longo da década de 1920 trabalha no grafismo e ilustração de obras do seu irmão, José Régio, bem como da Presença, de que é dos principais colaboradores. Terá ainda colaboração noutras revistas, tais como Sudoeste (1935) e Altura (1945). Em 1930 participa no I Salão dos Independentes, SNBA, Lisboa. Dois anos mais tarde publica, sob o pseudónimo de Saúl Dias, um livro de poesia intitulado “… mais e mais…”. Em 1935 realiza a sua primeira exposição individual (SNBA, Lisboa). A partir dessa data irá expor individualmente por diversas vezes, nomeadamente: Galeria UP, Lisboa,1938; Galeria Buchholz, Lisboa, 1944; Salão da Livraria Portugália, Porto, 1945; Galeria Pórtico, Lisboa, 1955; Galeria do Diário de Notícias, Lisboa, 1959 e 1964; etc. Em 1936 começa a trabalhar na Direção dos Edifícios e Monumentos Nacionais de Coimbra; no ano seguinte radica-se em Évora, cidade onde vive e trabalha durante mais de três décadas e meia até 1972, ano em que regressa a Vila do Conde. Em 1942, aproveitando as facilidades de deslocação proporcionadas pelo seu trabalho, começa a coleccionar Bonecos de Estremoz, constituindo ao longo dos anos uma vasta colecção de 375 peças, exposta no Museu Municipal de Estremoz desde 1975. Em 1953 participa na 2ª Bienal de São Paulo, Brasil. Em 1958 vence o primeiro prémio de desenho no IV Salão de Outono do Estoril. Em 1962 é publicada a Obra poética de Saúl Dias. Realiza exposições rretrospectivasno Museu de Évora (1964), na Cooperativa Árvore, Porto (1967), na Câmara Municipal de Vila do Conde (1979), e na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1980). Júlio Maria dos Reis Pereira morre na sua terra natal em 1983, com 81 anos. Em 2002 o Museu Municipal de Estremoz promove uma homenagem em sua honra, lembrando o seu papel na recuperação dos Bonecos de Estremoz; e em 2008 esse museu associa-se ao de Vila do Conde para celebrar o 25.º aniversário da data da sua morte. A sua obra plástica articula-se de perto com a revista Presença: “Júlio foi, realmente, a Presença – o seu lirismo, a sua imediatidade expressiva, o seu horror aos academismos ou às habilidades estilísticas, uma certa ingenuidade cultural, voluntária ou involuntariamente cultivada…”. Alheios à «febre da vida moderna» que havia regido os criadores do «Orfeu», “os presencistas distanciar-se-iam analogamente dos delírios oníricos da relação surrealista ou da intencionalidade político-subversiva dos neorrealistas”. Autor de um percurso muito pessoal, sem escola, Júlio “pôde descobrir sozinho o repto da sua poética”, tomando como referência Chagall e os expressionistas alemães, sobretudo Georg Grosz, “apropriando deles a sobreposição acumulada, […] a simplificação das formas, duras e angulosas, e a estridência das soluções cromáticas”. A sua pintura poderá relacionar-se com complexidade espacial de Chagall, Grosz ou Beckmann (veja-se, por exemplo, o dinamismo de Músicos e mulheres no espaço, 1925), mas a intensidade narrativa de todos eles sofre uma deslocação radical; o expressionismo de Júlio troca a exasperação dramática pela contemplação lírica, “o brutalismo erótico pela delicadeza sensual, o ardente subjectivismo pelo memorial intimista, o culto do primitivismo pelo apelo à simplicidade de infância” Júlio centra-se tematicamente num mundo de opostos, “confrontando os puros – a prostituta, o músico-poeta, os pobres –, aos burgueses pançudos e viciosos que os maculam e fazem sofrer, sem, no entanto, atingirem a sua pureza matricial”(veja-se por exemplo Burguês e prostituta, 1931). “As cenas de prostíbulo, com burgueses repelentes, macabros”, são complementadas por obras em que representa “cenas de um lirismo imaginado, docemente sonhadas, com poetas e meninas”. As suas figuras imaginadas, sem relação directa com referentes reais , associam-se à simplificação expressiva e à busca da essencial idade da linguagem, desdramatizando a crítica social e ampliando a dimensão poética do seu universo pictórico. Com as suas figuras contornadas a negro e utilizando uma matéria pictórica lisa, quase sem espessura, Júlio “acentua a irrealidade feérica das narrativas que, muitas vezes, adquirem um pendor narrativo brincado, reforçando a sua exterioridade em relação aos motivos, desenvolvidos plasticamente por uma espécie de lógica construtiva […] que esfria a pulsão expressionista em formalismo” (segundo Raquel Henriques da Silva, talvez resida nesta enfatização da dimensão formal a maior modernidade de Júlio, bem como a explicação para as suas breves experiências abstractas de 1932). No decurso da década de 1930 irá experimentar diferentes tendências, com uma série de desenhos surrealistas e pinturas abstractas que constituem um momento particular no interior da sua obra, evoluindo depois para o seu modo final, dominado pelo lirismo. “O desenho de Júlio é marcado pelo expressionismo até 1935; depois dessa data o artista opta por um lirismo bucólico, quase pastoral. […] A linha é suave, a cor, quando existe, depurada, clara. É um universo contaminado pela ingenuidade, numa tentativa nostálgica de reencontro do homem com a natureza”.


  • Poesias Cartas Chilenas

    Poesias Cartas Chilenas
    Poesias Cartas Chilenas «€60.00»

    Tomás António Gonzaga – Poesias Cartas Chilenas «Obras Completas» -Edição Crítica de M. Rodrigues Lapa – Ministério da Educação e Cultura / Instituto Nacional do Livro – Rio de Janeiro – 1957. Desc. 323 pág / 24,5 cm x 16,5 cm / Br.


  • Origens da Poesia Lírica em Portugal na Idade – Média

    Origens da Poesia Lírica em Portugal na Idade - Média
    Origens da Poesia Lírica em Portugal na Idade – Média «€35.00»

    M. Rodrigues Lapa – Origens da Poesia Lírica em Portugal na Idade – Média – História da Língua e da Literatura Portuguesa – Edição de Autor / Deposito: Seara Nova – Lisboa – 1930. Desc. 355 pág / 22 cm x 15 cm / Br.

    Manuel Rodrigues Lapa (Anadia, 22 de Abril de 1897 – 28 de Março de 1989) foi um filólogo português. “Homem inquieto, sensível e exigente”, foi professor catedrático da Universidade de Lisboa. Doutorou-se com a tese Das Origens da Poesia Lírica em Portugal na Idade Média (1930). Foi afastado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa “a única escola do mundo para onde se entrava a descer”, em 1935, por motivos políticos e tomadas de posição contra “as tristezas e vergonhas” da época Salazarista e contra os “profetas e salvadores que ela nos tentava impingir”. Uma vez afastado da Universidade, com mais 32 funcionários civis e militares, dentre os quais Norton de Matos, Abel Salazar, Aurélio Quintanilha, Carvalhão Duarte e Dias Pereira, dedicou-se ao jornalismo, tendo sido director de O Diabo, onde substituiu Ferreira de Castro, e à investigação literária. Opositor activo ao regime do Estado Novo, foi preso em 6 de Janeiro de 1949, “para averiguações” , quando decorria a campanha eleitoral para a Presidência da República, sendo libertado, sob caução de 20 mil escudos, conforme revela a ficha da PIDE. Em entrevista concedida ao Diário de Lisboa, em 5 de Janeiro pp. 1 e 7 (centrais) comentando a situação política portuguesa afirmava: “É chegada a oportunidade de acabar sem sobressalto com este estado de coisas, que nos envergonha como europeus – continuamos a ser os cafres da Europa, como nos alcunhavam no século XVII”, falava em “crimes em matéria de educação” e, referindo-se à censura, disse: “Sou escritor e orgulho-me de ter sido algum tempo jornalista (…) Desde esse momento compreendi a trágica situação de muitos jornalistas (…) Por isso é aproveitar esta liberdade que nos concedem de muito má vontade, encher os pulmões de ar fresco e dizê-las das boas e bonitas”. No dia seguinte, Marcelo Caetano responderia no mesmo jornal, contestando as afirmações do filólogo e defendendo a escola e a “mocidade portuguesa”. Entrou na luta política, apoiando Norton de Matos, “porque o dever dos intelectuais é, e sempre foi, nos grandes momentos de crise nacional, dar o corpo ao manifesto, servir às aspirações do Povo, comungar com ele no seu anseio de Liberdade e Justiça”. Em 1954, conjuntamente com Miguel Torga e Adolfo Casais Monteiro, “honrando a nossa cultura” e “representando a oposição portuguesa”, participou do Congresso Internacional de Escritores, na cidade de São Paulo. Em 1956  integrou a Comissão de Honra das Comemorações no Distrito de Aveiro do 65.° aniversário do 31 de Janeiro de 1891, ao lado de Rui Luís Comes,Ferreira de Castro, Barbosa de Magalhães, Álvaro Neves, Júlio Calisto, Costa e Melo, Mário Sacramento, Fernando Namora, Virgílio Ferreira, Ramos de Almeida,António Macedo e outros. Em 1957, exilou-se no Brasil, onde leccionou em várias universidades. “Comendo o pão que o diabo amassou”, realizou investigações sobre o Setecentos Político e Cultural de Minas Gerais. Desse notável esforço “que foi muito grande, por unir a docência à investigação”, resultou a atribuição da Medalha da Inconfidência Mineira, cujo patrono é Tira dentes, o herói da Independência do Brasil. Recebeu essa condecoração em 21 de Abril de 1974, na cidade de Ouro Preto. Em 1969 presidiu ao II Congresso Republicano de Aveiro, a convite de Mário Sacramento – “esse amigo querido, e por veneração à sua memória, aqui estou presente. Quero trabalhar convosco, estar em comunhão convosco, correr os riscos convosco”. Regressou a Portugal após o 25 de Abril, altura em que dirige a Seara Nova, “verdadeira Universidade de Democracia, prestigiosa tribuna de Sérgio, Cortesão e Proença”, para onde havia entrado “por mão do saudoso mestre e amigo, Luís da Câmara Reis”. Em 1985, foi agraciado por Mário Soares com a Grã-Cruz da Ordem do Infante.


  • Cancioneiro Geral de Garcia de Resende-3

    Cancioneiro Geral de Garcia de Resende
    Cancioneiro Geral de Garcia de Resende «€75.00»

    Garcia de Resende – Cancioneiro Geral de Garcia de Resende (Tomo I – II – III – IV & V) «Introdução e Nota de Andrée Crabbé Rocha» – Centro do Livro Brasileiro – Lisboa – 1973. Desc. XVII + 368 + 452 + 454 + 426 + 408 pág / 21,5 cm x 15,5 cm / Br. Ilust (Completa)


  • Cancioneiro Geral de Garcia de Resende-2

    Cancioneiro Geral de Garcia de Resende
    Cancioneiro Geral de Garcia de Resende «€90.00»

    Garcia de Resende – Cancioneiro Geral de Garcia de Resende – «Texto Estabelecido, Prefácio e Anotado por Álvaro J. da Costa Pimpão e Aida Fernanda Dias – Edição – Centro de Estudos Romanticismos (Instituto de Alta Cultura)» – Coimbra – 1973. Desc. 435 + VIII + 429 pág / 30 cm x 22 cm / Br.

    Garcia de Resende (Évora, 1470 – Évora, 3 de Fevereiro de 1536) foi um poeta, cronista, músico, desenhista e arquitecto português. Sabe-se que em 1490 era moço de câmara de D. João II (1481-1495) e, no ano seguinte, seu moço de escrevaninha ou secretário particular, cargo que exercia ainda em Alvor, onde o soberano veio a falecer. Coube-lhe ser designado secretário-tesoureiro da faustosa embaixada liderada por Tristão da Cunha, enviada porD. Manuel I (1495-1521) ao Papa Leão X. Os últimos anos de vida passou-os em Évora, onde era proprietário. Como muitos homens do Renascimento, Garcia de Resende tinha muitas facetas: trovava, tangia, desenhava e julga-se que era entendido em arquitectura militar. Alguns historiadores consideram-no o iniciador do ciclo dos Castros, pois as suas trovas referentes à morte de Inês de Castro são o mais antigo documento poético conhecido versando sobre o assunto. Escreveu a Miscelânea em redondilhas, curiosa anotação de personagens e de acontecimentos, nacionais e europeus. Nessa obra atribui em versos a Gil Vicente a inovação da comédia de costumes em Portugal, quando o teatro da época se limitava a ser um misto de teatro litúrgico e teatro pastoril, conforme afirma Clovis Monteiro que transcreveu o seguinte trecho da citada obra e no qual é também citado Juan del Encina. Mas o que tornou Resende conhecido foi o Cancioneiro Geral, publicado em 1516, que reuniu as composições poéticas produzidas nas cortes de D. Afonso V(1438-81), D. João II e D. Manuel I, tendo-lhe redigido um prólogo dedicado ao príncipe D. João e composto as quarenta e oito trovas com que encerra a obra.