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    Cartas «€40.00»

    Manuel Laranjeira – Cartas – Documentos Humanos – Prefácio e Cartas de Miguel de Unamuno – Portugália Editora – Lisboa – 1943. Desc. 183 pág + 1 Estampa / 19 cm x 12,5 cm / Br. «1 Edição – Exemplar n.º324 »

     

     

    Manuel Laranjeira ( Mozelos – Santa Maria da Feira, 17 de Agosto de 1877 – m. Espinho, 22 de Fevereiro de 1912), foi médico e escritor português. Autor de teatro, ficção, ensaios, conferências, poesia e estudos sobre política, filosofia, religião a sua actividade literária inicia-se cedo, ainda estudante, como cronista em várias publicações periódicas da época, de que se destacam a “Revista Nova”, “A Arte” e “O Norte”. Foi amigo e correspondente de várias figuras intelectuais de destaque, entre elas, Amadeo de Souza-Cardoso com quem comunga várias das suas ideias e o poeta e filósofo espanhol Miguel de Unamuno, amizades de que resta vasta correspondência literária, política e filosófica. Manuel Laranjeira nasceu em 1877 em São Martinho de Moselos, hoje Mozelos, no concelho de Santa Maria da Feira. Oriundo de uma família modesta, é graças à herança recebida de um tio brasileiro que Manuel Laranjeira prossegue estudos secundários. É desta época (1898) a publicação de Os Filósofos. Dedica-se desde novo à poesia e ao teatro, colaborando em diversas publicações periódicas, como a Revista Nova, A Arte, A Voz Pública e O Norte, assinando crónicas (hoje compiladas) sobre temas tão diversos como política, crítica social, religião, literatura e outras artes, medicina, filosofia ou educação. Em 1898 fixa residência em Espinho, ao número 277 da Rua Bandeira Coelho (actual Rua 19) e matricula-se na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, iniciando o curso superior de Medicina. É desta época o prólogo dramático Amanhã (1902). Formado em Medicina 1904, desenvolve intervenções de natureza social e política. É deste modo que o vemos agir politicamente, por exemplo, na Comissão de Propaganda do Centro Democrático de Espinho, e socialmente entrando em confronto, com polémicas crónicas na imprensa, com os ricos portugueses vindos do Brasil, ou com os doutores da Escola Médica do Porto, que criticou acerrimamente. Desta época são as suas conferências sobre biologia e o drama Às Feras (1905) Em 1907 inicia a sua tese de doutoramento, A doença da Santidade – com a qual obtém a classificação de 19 valores. Viaja entretanto até Madrid, visitando o Museu do Prado e mostra interessa em fixar-se em Paris onde se encontrava o pintor e amigo Amadeo de Souza-Cardoso. Manuel laranjeira é aliás um dos primeiros a reconhecer, através dos desenhos que o amigo lhe enviava, a qualidade artística de Amadeu referindo-se a ele, enquanto ainda estudante em Paris, como “um artista no significado absoluto do termo”. Em 1908 conhece Miguel de Unamuno em Espinho, trocando com ele correspondência. É vasta a correspondência de Manuel Laranjeira (toda ela publicada e compilada) com Unamuno, João de Barros, António Patrício, Afonso Lopes Vieira, Teixeira de Pascoaes, Teófilo Braga, Ramalho Ortigão, Amadeo de Souza-Cardoso, entre outros. No entanto, ainda novo, sentindo os efeitos da doença (uma sífilis nervosa), desiludido com a inépcia dos políticos e com a falta de incentivos culturais no quotidiano nacional, foi sujeito a crises depressivas, oscilando a sua vida entre o prazer e uma profunda tristeza e tédio. Muitos destes sentimentos moldam o seu carácter reflectido nos seus escritos. Esta disposição acentua-se progressivamente, e as crises de depressão agravam-se. No final da tarde do dia 22 de Fevereiro de 1912, estando já acamado, deprimido e desesperado com a doença, suicida-se com um tiro na cabeça. Dotado de um saber enciclopédico e de uma vasta cultura literária e artística (conhecia pelo menos cinco línguas, o que lhe permitia ler no original os escritos que moldavam os espíritos do século XIX), Laranjeira possuía ainda um espírito mordaz e contundente, o que o levou a intervir na vida do nosso país assumindo-se como um espírito permanente insatisfeito com a pequenês da sociedade e da cultura que o rodeava. Tem, actualmente, em Espinho uma escola com o seu nome: Escola Secundária Dr. Manuel Laranjeira.

    Miguel de Unamuno y Jugo (Bilbau, 29 de Setembro de 1864 – 31 de Dezembro de 1936) foi um escritor, poeta e filósofo espanhol. Nasceu em Ronda del Casco Viejo (Bilbau) e faleceu em Salamanca. Considerado a figura mais completa da Gerações de 98, um grupo constituído por nomes como António Machado, Azorín, Pío Baroja, Ramón del Valle-Inclán, Ramiro de Maetzu, Angel Ganivet, entre outros. Estudou na Universidade de Madrid onde tirou o curso de Filosofia e Letras e mais tarde obteve a cátedra de grego na Universidade de Salamanca. Dez anos depois foi nomeado reitor da universidade salmantina. Foi conhecido também pelos sucessivos ataques à monarquia de Afonso XIII de Espanha. De 1926 a 1930 viveu no exílio, primeiro nas Ilhas Canárias e depois em França, de onde só voltou depois da queda do general Primo de Rivera. Mais tarde o General Francisco Franco afastou-o novamente da vida pública, devido a críticas duras feitas ao General Millán Astray, acabando por passar os seus últimos dias de vida numa casa em Salamanca.


  • Prosa Doutrinal de Autores Portugueses

    Prosa Doutrinal de Autores Portugueses
    Prosa Doutrinal de Autores Portugueses «€20.00»

    António Sérgio – Prosa Doutrinal de Autores  – Portugália – Lisboa – S/D. 472 pág / 19,5 cm x 12,5 cm / Br.

     

    António   Sérgio  de   Sousa  ( Damão, 3  de  Setembro de  1883  —  Lisboa,  24 de Janeiro de 1969) foi um importante intelectual e pensador português. Nascido na Índia Portuguesa, foi influenciado pelo contacto  com  várias  culturas. Viveu alguns anos em África, tornando-se uma personagem cosmopolita pois, seguindo uma tradição familiar, estudou no Colégio Militar, completando o curso da Marinha de Guerra, na sequência do que viaja a Cabo Verde e Macau. Abandonou a Marinha com a implantação da República em 1910. Em 1912 concorreu para assistente para a secção de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, num concurso a que também se apresentou Leonardo Coimbra e Matos Romão, que haveria de ser nomeado. Sérgio não considerava a questão república/monarquia importante. Importante seria o progresso económico e moral de Portugal. Fala do “Socialismo”, embora esta sua ideia não seja, nem de longe, aparentada com o socialismo marxista. Sérgio estaria situado numa linha política social-democrata, admirando a Inglaterra, um posicionamento semelhante ao que seria adoptado pelos países da Escandinávia. A sua acção foi marcadamente voltada para a problemática da Educação. O século XIX português fora caracterizado por reformas que raramente passaram dos textos legislativos ou declarações de intenções.


  • Constantinopla

    Constantinopla
    Constantinopla «€130.00»

    Edmundo de Amicis – Constantinopla «Tradução de Manuel Pinheiro Chagas» – Companhia Nacional Editora – Lisboa 1889. Desc. 481 pág  [200 Ilust] / 30 cm x 22,5 cm / E. Pele –

     

    P1010661Edmundo De Amicis (Oneglia, 21 de Outubro de 1846 — Bordighera, 11 de Março de 1908) foi um escritor e militar italiano. Sua obra de maior destaque é “Coração” (em italiano “Cuore”). Cursou a escola militar de Módena, deixando-a em 1865  como  oficial.  Em 1866 tomou parte da batalha de Custozza. Em 1867, dirigiu o diário La Itália Militare, de Florença. Sua  obras, hoje  traduzidas em muitas línguas, gozam de um prestígio todo especial em seu país natal. Fez sua estreia literária em 1866, com o livro La Vita Militare .


  • M. Teixeira Gomes – Gente singular / Cartas Sem Moral Nenhum / Agosto Azul / Sabina Freire


  • Miguel Torga – Terra Firma / Mar / Contos de Montanha / Novos Contos de Montanha


  • Figuras, Figurinos e Figurões

    Figuras, Figurinos e Figurões
    Figuras, Figurinos e Figurões «€35.00»

    Luiz Pacheco – Figuras, Figurinos e Figurões – O Independente – Lisboa – 2004. Desc. 204 pág / 22 cm x 15 cm / E. Original «1 Edição»

     Luiz José Gomes Machado Guerreiro Pacheco (Lisboa, 7 de Maio de 1925 — Montijo, 5 de Janeiro de 2008) foi um escritor, editor, polémico, epistológrafo e crítico de literatura português. Nasceu em 1925, na freguesia de São Sebastião da Pedreira, numa velha casa da Rua da Estefânia, filho único, no seio de uma família da classe média, de origem alentejana, com alguns antepassados militares. O pai era funcionário público e músico amador. Na juventude, Luiz Pacheco teve alguns envolvimentos amorosos com raparigas menores como ele, que haveriam de o levar por duas vezes à prisão. Desde cedo teve a biblioteca do seu pai à sua inteira disposição e depressa manifestou enorme talento para a escrita. Estudou no Liceu Camões e chegou a frequentar o primeiro ano do curso de Filologia Românica da Faculdade de Letras de Lisboa, onde foi óptimo aluno, mas optou por abandonar os estudos. A partir de 1946 trabalhou como agente fiscal da Inspecção Geral dos Espectáculos, acabando um dia por se demitir dessas funções, por se ter fartado do emprego. Desde então teve uma vida atribulada, sem meio de subsistência regular e seguro para sustentar a família crescente (oito filhos de três mães adolescentes), chegando por vezes a viver na maior das misérias, à custa de esmolas e donativos, hospedando-se em quartos alugados e albergues, indo à Sopa dos Pobres. Esse período difícil da vida inspirou-lhe o conto Comunidade, considerado por muitos a sua obra-prima. Nos anos 1960 e 70, por vezes viveu fora de Lisboa, nas Caldas da Rainha e em Setúbal. Começa a publicar a partir de 1945 diversos artigos em vários jornais e revistas, como O Globo, Bloco, Afinidades, O Volante, Diário Ilustrado, Diário Popular e Seara Nova. Em 1950, funda a editora Contraponto, onde publica escritores como Raul Leal, Vergílio Ferreira, José Cardoso Pires, Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Natália Correia, Herberto Hélder, etc., tendo sido amigo de muitos deles. Dedicou-se à crítica literária e cultural, tornando-se famoso (e temido) pelas suas críticas sarcásticas, irreverentes e polémicas. Denunciou a desonestidade intelectual e a censura imposta pelo regime Salazarista  Denunciou, de igual modo, plágio, entre os quais o cometido por Fernando Namora em Domingo à Tarde sobre o romance Aparição de Vergílio Ferreira – “O caso do sonâmbulo chupista” (Contraponto). A sua obra literária, constituída por pequenas narrativas e relatos (nunca se dedicou ao romance ou ao conto) tem um forte pendor autobiográfico e libertino, inserindo-se naquilo a que ele próprio chamou de corrente . Em O Libertino Passeia por Braga, a Idolátrica, o Seu Esplendor (escrito em 1961), texto emblemático dessa corrente e que muito escândalo causou na época da sua publicação (1970), narra um dia passado numa Braga e lúbrica, e a sua libertinagem mais imaginária do que carnal, que termina de modo solitário. Alto,6 magro e escanzelado, calvo, usando óculos com lentes muito grossas devido a uma forte miopia, vestindo roupas usadas (por vezes andrajosas e abaixo do seu tamanho), hipersensível ao álcool (gostava de vinho tinto e de cerveja), hipocondríaco sempre à beira da morte (devido à asma e a um coração fraco), impenitentemente cínico e honesto, paradoxal e desconcertante, é sem dúvida, como  personagem literário, um digno herdeiro de Luís de Camões, Bocage, Gomes Leal ou Fernando Pessoa. Debilitado fisicamente e quase cego devido às cataratas,7 mas ainda a dar entrevistas aos jornais, nos últimos anos passou por três lares de idosos, tendo mudado em 2006 para casa do seu filho João Miguel Pacheco, no Montijo e daí para um lar, na mesma cidade. Um ano após a morte de Mário Cesariny, a 26 de Novembro de 2007, em jeito de homenagem ao poeta, Comunidade foi editada em serigrafia/texto com pinturas de Artur do Cruzeiro Seixas pela Galeria Perve. Nessa efeméride, Luiz Pacheco foi entrevistado pela RTP, no seu quarto e último lar de idosos. Morreria algumas semanas depois, a 5 de Janeiro de 2008, de doença súbita, a caminho do Hospital do Montijo, onde declararam o óbito às 22h17.


  • A Nova Poesia Portuguesa

    A Nova Poesia Portuguesa
    A Nova Poesia Portuguesa «€30.00»

    Fernando Pessoa – A Nova Poesia Portuguesa – Cadernos Culturais – Editorial ” Inquérito” Ldª – Lisboa – 1944. Desc. 98 pág / 19 cm x 12,5 cm / Br. «1.º Vez Publicado»

     

     

    Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta, filósofo e escritor português. É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um “legado da língua portuguesa ao mundo”. Por ter sido educado na África do Sul, para onde foi aos seis anos em virtude do casamento de sua mãe, Pessoa aprendeu perfeitamente o inglês, língua em que escreveu poesia e prosa desde a adolescência. Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa traduziu várias obras inglesas para português e obras portuguesas (nomeadamente de António Botto e Almada Negreiros) para inglês. Ao longo da vida trabalhou em várias firmas comerciais de Lisboa como correspondente de língua inglesa e francesa. Foi também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador político, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário, ao mesmo tempo que produzia a sua obra literária em verso e em prosa. Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades conhecidas como heterónimos, objecto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. Centro irradiador da heteronímia, auto-denominou-se um “drama em gente”.


  • Gil Vicente / Floresta de Enganos

    Gil Vicente / Floresta de Enganos
    Gil Vicente / Floresta de Enganos «€26.00»

    Vitorino Nemésio – Gil Vicente / Floresta de Enganos – Caderno Cultural n.º 67 – Editorial “Inquérito” Ldª – Lisboa – 1941. Desc. 78 pág / 19 cm x 12 cm / Br. «1 Edição »

     

     

     

    Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva (Praia da Vitória, 19 de Dezembro de 1901 — Lisboa, 20 de Fevereiro de 1978) foi um poeta, escritor e intelectual de origem açoriana que se destacou como romancista, autor de Mau Tempo no Canal, e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Filho de Vitorino Gomes da Silva e Maria da Glória Mendes Pinheiro, na infância a vida não lhe correu bem em termos de sucesso escolar, uma vez que foi expulso do Liceu de Angra, e reprovou o 5.º ano, fato que o levou a sentir-se incompreendido pelos professores. Do período do Liceu de Angra, apenas guardou boas recordações de Manuel António Ferreira Deus dado, professor de História, que o introduziu na vida das Letras. Com 16 anos de idade, Nemésio desembarcou pela primeira vez na cidade da Horta para se apresentar a exames, como aluno externo do Liceu Nacional da Horta. Acabou por concluir o Curso Geral dos Liceus, em 16 de Julho de 1918, com a qualificação de dez valores. A sua estadia na Horta foi curta, de Maio a Agosto de 1918. A 13 de Agosto o jornal O Telégrafo dava notícia de que Nemésio, apesar de ser um fedelho, um ano antes de chegar à Horta, havia enviado um exemplar de Canto Matinal, o seu primeiro livro de poesia (publicado em 1916), ao director de O Telégrafo, Manuel Emídio. Apesar da tenra idade, Nemésio chegou à Horta já imbuído de alguns ideais republicanos, pois em Angra do Heroísmo já havia participado em reuniões literárias, republicanas e anarco-sindicalistas, tendo sido influenciado pelo seu amigo Jaime Brasil, cinco anos mais velho (primeiro mentor intelectual que o marcou para sempre) e por outras pessoas tal como Luís da Silva Ribeiro, advogado, e Gervásio Lima, escritor e bibliotecário. Em 1918, ao final da Primeira Guerra Mundial, a Horta possuía um intenso comércio marítimo e uma impressionante animação nocturna, uma vez que se constituía em porto de escala obrigatória, local de reabastecimento de frotas e de repouso da marinhagem. Na Horta estavam instaladas as companhias dos Cabos Telegráficos Submarinos, que convertiam a cidade num “nó de comunicações” mundiais. Esse ambiente cosmopolita contribuiu, decisivamente, para que ele viesse, mais tarde a escrever uma obra mítica que dá pelo nome de Mau Tempo no Canal, trabalhada desde 1939 e publicada em 1944, cuja acção decorre nas ilhas Faial, Pico, São Jorge e Terceira, sendo que o núcleo da intriga se desenvolve na Horta. Este romance evoca um período (1917-1919) que coincide em parte com a sua permanência na ilha do Faial e nele aparecem pessoas tais como o Dr. José Machado de Serpa, senador da República e estudioso, o padre Nunes da Rosa, contista e professor do Liceu da Horta, e Osório Goulart, poeta. Em 1919 iniciou o serviço militar, como voluntário na arma de Infantaria, o que lhe proporcionou a primeira viagem para fora do arquipélago. Concluiu o liceu em Coimbra (1921) e inscreve-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Três anos mais tarde, Nemésio trocou esse curso pelo de Ciências Histórico Filosóficas, da Faculdade de Letras de Coimbra, e, em 1925, matriculou-se no curso de Filologia Românica. Na primeira viagem que faz à Espanha, com o Orfeão Académico, em 1923, conheceu Miguel Unamuno, escritor e filósofo espanhol (1864-1936), intelectual republicano, e teórico do humanismo revolucionário anti-franquista, com quem trocará correspondência anos mais tarde. A 12 de Fevereiro de 1926 desposou, em Coimbra, Gabriela Monjardino de Azevedo Gomes, com quem teve quatro filhos: Georgina (Novembro de 1926), Jorge (Abril de 1929), Manuel (Julho de 1930) e Ana Paula (Dezembro de 1931). Em 1930 transferiu-se para a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa onde, no ano seguinte, concluiu o curso de Filologia Românica, com elevadas classificações, começando desde logo a leccionar literatura italiana. A partir de 1931 deu inicio à carreira académica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde leccionou Literatura Italiana e, mais tarde, Literatura Espanhola. Em 1934 doutorou-se em Letras pela Universidade de Lisboa com a tese A Mocidade de Herculano até à Volta do Exílio. Entre 1937 e 1939 leccionou na Universidade Livre de Bruxelas, tendo regressado, neste último ano, ao ensino na Faculdade de Letras de Lisboa. Em 1958 leccionou no Brasil. A 19 de Julho de 1961 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e a 17 de Abril de 1967 Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. A 12 de Setembro de 1971, atingido pelo limite legal de idade para exercício de funções públicas, profere a sua última lição na Faculdade de Letras de Lisboa, onde ensinara durante quase quatro décadas. Foi autor e apresentador do programa televisivo Se bem me lembro, que muito contribuiu para popularizar a sua figura e dirigiu ainda o jornal O Dia entre 11 de Dezembro de 1975 a 25 de Outubro de 1976. Foi um dos grandes escritores portugueses do século XX, tendo recebido em 1965, o Prémio Nacional da Literatura e, em 1974, o Prémio Montaigne. Faleceu a 20 de Fevereiro de 1978, em Lisboa, no Hospital da CUF, e foi sepultado em Coimbra. Pouco antes de morrer, pediu ao filho para ser sepultado no cemitério de Santo António dos Olivais, em Coimbra. Mas pediu mais: que os sinos tocassem o Aleluia em vez do dobre a finados. O seu pedido foi respeitado. A 30 de Agosto de 1978 foi elevado a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada a título póstumo


  • Antologia de Poemas Portugueses Modernos / Fernando Pessoa e António Botto

    Antologia de Poemas Portugueses Modernos por Fernando Pessoa e António Botto
    Antologia de Poemas Portugueses Modernos por Fernando Pessoa e António Botto «€30.00»

    Antologia de Poemas Portugueses Modernos por Fernando Pessoa e António Botto – Nobel Coimbra – 1944. Desc. 190 pág / 19,5 cm x 13 cm / Br.

     

    Obs: Poemas de Fausto Guedes Teixeira, Camilo Pessanha, Nunes Claro, Gomes Leal, Mário Sá Carneiro, Eugénio de Castro, Antero de Quental, Augusto Gil, Guerra Junqueira, Ângelo Lima, Alberto Osório de Castro, Júlio Dantas, Henrique Rosa, Cesário Verde, António Molarinho, Guilherme de Faria, Cândido Guerreiro, Alberto Caeiro, António Sardinha, João de Deus, António Feijó, Ricardo Reis, Conde de Monsaraz, Álvaro de Campos, João Lúcio, António Nobre, Manuel augusto do Amaral, João Saraiva, Augusto Pinto, João de Barros, António Patrício, Gabriel de Oliveir, Mário Beirão,  António Fogaça, Fernando Pessoa, Miguel Torga, Afonso Lopes Vieira, Francisco Bugalho, José de Almada Negreiros, Guilherme Braga, José Régio, Gonçalves Crespo, Francisco Costa, Afonso Duarte, Luís de Montalvor, Teixeira Pascoais, Florbela Espanca…Etc


  • Colecção duas Horas de Leitura

     


  • Noite de Fogo

    Noite de Fogo
    Noite de Fogo «€22.00»

    João de Araújo Correia – Noite de Fogo – Colecção Duas Horas de Leitura nº 27 – Editorial Inova Limitada – Lisboa – 1974. Desc.96 pág / 22,5 cm x 14,5 cm / Br. Original «1 Edição»

     

     

     

    João de Araújo Correia foi um escritor Português nascido na freguesia de Canelas, concelho de Peso da Régua em 1 de Janeiro de 1899 e falecido em Peso da Régua em 31 de Dezembro de 1985. João Maria de Araújo Correia nasceu a 1 de Janeiro de 1899 na Casa da Fonte, freguesia de Canelas do Douro, Município de Peso da Régua, no seio de uma família modesta. Era filho de António da Silva Correia, solicitador, e da sua segunda mulher, Maria Emília de Araújo, e irmão de Amélia e Maria Ana. Com cerca de três anos de idade foi viver para a Régua com a família; contudo, em 1913 regressou a Canelas após a morte da tia Maria Soledade . Adquiriu com o pai o gosto pelas obras de Camilo, autor de “Mistérios de Fafe”, o primeiro livro que leu por volta dos oito anos. Em 1910 terminou o ensino primário na vila de Peso da Régua, tendo sido aprovado no exame final realizado na Escola Normal de Vila Real. Em 1912, na quinta classe, fez exames às disciplinas de Inglês e Francês no Liceu de Vila Real. Em 1915 concluiu o curso dos liceus na Escola Académica do Porto. Com 16 anos matriculou-se na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, assim fazendo a vontade ao pai, que sempre lhe manifestara este desejo. Durante o terceiro ano da licenciatura foi obrigado a interromper os estudos por motivo de doença. Nesse interregno, que durou seis anos, foi publicando versos e crónicas nos jornais da Régua. Casou a 8 de Outubro de 1922 com Maria da Luz de Matos Silva, sua conterrânea, natural da aldeia de Poiares, com quem teve seis filhos (Maria da Soledade, Camilo, Rosa, Maria Emília, João Maria e Maria Virgínia). Retomou, depois, os estudos, suportados financeiramente por aulas particulares que dava a alunos do ensino secundário. Na faculdade foi discípulo do Químico Ferreira da Silva, do Histologista Abel Salazar e do Psiquiatra Magalhães Lemos. Concluiu o curso de Clínico Geral em 1927 e, no ano seguinte, abriu um consultório na Régua, onde trabalhou toda a vida como “o bom João Semana”, como ele próprio dizia. De qualquer forma, a sua actividade profissional não o impediu de se dedicar igualmente à escrita. Pelo contrário, forneceu-lhe muitos dos temas que lhe eram caros: o retrato das gentes durienses e da ambiência da pequena burguesia provinciana. Nos anos trinta passou a assinar as crónicas no jornal “O Mundo de Lisboa” (1932), acolheu os pais e duas irmãs solteiras após a perda do seu casal agrícola (1933) e, com dois amigos, fundou a empresa “Imprensa do Douro”, na Régua (1935). Publicou a sua primeira obra de reflexão literária (“Linguagem Médica Popular Usada no Alto Douro”, 1936) e o seu primeiro livro intitulado “Sem Método – notas sertanejas” (1938). Entre 1938 e 1980 foi autor de mais de 40 títulos, para além de artigos e conferências publicados em jornais (locais, regionais e nacionais), tais como O Primeiro de Janeiro, O Comércio do Porto, ou o Jornal de Notícias. Em 1969 recebeu o Prémio Nacional de Novelística e em 1984 viu o seu conto “Miguel” servir de inspiração ao filme “Azul, azul”, de Sá Caetano, exibido no Festival de Cinema da Figueira da Foz. As circunstâncias da vida não lhe permitiram ser um eterno viajante mas, no entanto, conheceu profundamente Portugal e visitou Espanha e parte da França.  Este prosador e contista, que alguns consideram o maior da literatura portuguesa, deixou-nos uma vasta e variada obra literária, dividida entre o conto, a crónica, a novela, o estudo da língua portuguesa, as notas camilianas, a epistolografia (trocou cartas com Egas Moniz, Irene Lisboa, Ricardo Jorge, Júlio Brandão, Júlio Dantas, Aquilino Ribeiro, Norton de Matos, Gago Coutinho, Pina de Morais, Leite de Vasconcelos, Abade de Baçal, António Sérgio, D. João de Castro, Abel Salazar, Carlos de Passos, entre outros) e a colaboração com a imprensa. Publicou crónicas, contos e romances. Soube retratar como ninguém a região do Alto Douro, criando personagens típicos. Considerado um dos mais exímios contistas contemporâneos – e, por isso, presença imprescindível nas antologias do conto contemporâneo -, a ficção de Araújo Correia nutre-se de um realismo sem intuito pedagógico imediato ou intenção crítica, retratando, numa viva economia narrativa, uma galeria de personagens rústicas que surgem diante do leitor toscas, maníacas, egoístas, animadas pela manha, pela vaidade, pelo orgulho, pela ignorância. Sofreu influências de Júlio Dinis, Camilo Castelo Branco e Trindade Coelho. A sua obra, pertencente ao Realismo, soube aliar a prosa elegante ao regionalismo do século XIX, mormente o relacionado com a sua terra natal, Peso da Régua. Além de ficcionista, desenvolveu, nas páginas de publicações como Colóquio/Letras, O Comércio do Porto, Diário Ilustrado, Diário Popular, Jornal de Notícias, Nova Renascença, A Pátria, Portucale, Prometeu, entre outras, uma carreira como cronista, reflectindo assiduamente, com humor e num estilo que integra a melhor prosa vernácula, sobre questões ligadas à cultura e língua portuguesas. Destacam-se na sua vasta produção de contos, novelas, crónicas, ensaios e discursos: Contos Bárbaros, Contos Durienses, Folhas de Xisto (contos), Os melhores Contos de João de A. Correia, Outro Mundo, O Elemento Água na Sabedoria Popular, Enfermaria do Idioma, Uma Sombra Picada das Bexigas (notas camilianas) e Camilo à Beira do Lima (conferência). A sua obra, influenciada, entre outros escritores, por Camilo Castelo Branco, Júlio Dinis e Trindade Coelho, ainda desconhecida do grande público, foi apreciada e estudada por autores como Amorim de Carvalho, Cruz Malpique, Guedes de Amorim, João Pedro de Andrade, João Bigotte Chorão e Mário Dias Ramos. Quem com ele privou afirma que foi um homem culto e educado, apaixonado pelas árvores e votado à família, que apoiou e socorreu nos momentos difíceis. Morreu a 31 de Dezembro de 1985 na sua casa de Peso da Régua. Foi sepultado no dia seguinte em Canelas do Douro, dia em que completaria 87 anos de idade.